A CPI das Pirâmides Financeiras e o caso Ronaldinho Gaúcho
O relatório da CPI das Pirâmides Financeiras da
Câmara dos Deputados, que sugere o indiciamento de 45 pessoas, dentre elas o
ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, seu irmão, Assis, e sócios e outras
pessoas envolvidas no caso da 123milhas, é um documento important noe para
combater esse tipo de crime que lesa milhares de consumidores no Brasil.
As pirâmides financeiras são esquemas fraudulentos
que prometem altos rendimentos em curto prazo, mas que dependem da entrada
constante de novos participantes para se sustentar. Quando a captação de novos
investidores diminui, o esquema entra em colapso e os participantes ficam sem
receber o que lhes foi prometido.
Segundo o relator da CPI, deputado Ricardo Silva
(PSD-SP), o relatório, de mais de 500 páginas, também contém diversos
documentos sigilosos, por exemplo com dados bancários, que serão enviados a
autoridades como o Ministério Público e a Polícia Federal.
O material diz respeito, dentre outros, ao caso de
Ronaldinho Gaúcho, no qual ele afirma que, segundo dados do Coaf (Conselho de
Controle de Atividades Financeiras), há “indícios de operações suspeitas”. O
ex-jogador e seu irmão são acusados de participar de um esquema envolvendo a
empresa 18kRonaldinho, que oferecia investimentos em criptomoedas com
rentabilidade de até 2% ao dia.
O relatório sugere que Ronaldinho Gaúcho e seu
irmão cometeram os crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, gestão
fraudulenta e operação de instituição financeira sem autorização. O mesmo é
dito de seus sócios e outras pessoas envolvidas no caso.
Já o caso da 123milhas, segundo o presidente da
CPI, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), motivou a sugestão de um
projeto de lei para “reforço das penas envolvendo crimes com pirâmides”. A
empresa é acusada de vender passagens aéreas com milhas compradas no mercado
paralelo, sem garantir a reserva dos bilhetes aos clientes.
De acordo com o relator, também há propostas
legislativas que visam impedir a negociação de milhas como era feito pela
empresa. “Todo o sistema facilita fraudes”, afirmou Silva.
O relatório da CPI das Pirâmides Financeiras é um
passo importante para coibir esse tipo de prática criminosa que prejudica
milhões de brasileiros. É preciso que as autoridades competentes deem
prosseguimento às investigações e às punições dos responsáveis. Também é
necessário que os consumidores sejam mais conscientes e cautelosos na hora de
investir seu dinheiro em ofertas tentadoras demais para serem verdadeiras. Afinal,
como diz o ditado popular: quando a esmola é demais, o santo desconfia.