A geração que fez a diferença!
Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova moçada não está sendo capaz de produzir novas narrativas utópicas. Somos todos prisioneiros do presente e das suas dinâmicas.
A
música do compositor cearense poderia servir, perfeitamente, como o nosso pano
de fundo para analisar o percurso da geração que lutou contra o regime militar
e numa viagem no tempo, fazer esta travessia do passado para o presente.
Como
resgatar a nossas lembranças como seria uma abordagem junguiana
da nossa memória coletiva e histórica, através do retrato de uma geração da
qual fizeram parte muitos dos líderes estudantil e operário, de uma juventude
forjada no movimento político
A
geração da utopia era constituída por estudantes de uma elite e da classe média
que se encontravam nas metrópoles, muitos dos quais vivendo em residências
estudantil e apesar da militância não traduzir na verdade um rompimento de
classe, lutavam por democracia e todas as bandeiras que levaram ao fim do
regime. Eram jovens promissores que pretendia através da profissão que
assumiria, fazer a diferença, mesmo fazendo parte da elite local. No entanto,
parte desta geração tinha ambições de natureza sociopolítica completamente
diferentes da sua classe e foi este universo coletivo, que incorporado aos
novos movimentos operário, passaram a fazer parte de uma nova narrativa para o
país. Assim, fizeram dos seus sonhos uma utopia política. Estes jovens, já tinham
mergulhado em lutas que não eram a via democráticas e aprenderam da forma mais
cruel e dolorosa que a democracia era a via transformadora.
A construção de uma esquerda, o
movimento sindical e popular, a luta pelas diretas e o fim da ditadura, tiveram
o papel de carregar, este lastro utópico, no sentido de um país mais justo e
livre para todos os brasileiros.
Decorridos tantos anos do fim do
regime militar, observa-se que essa mesma geração da utopia está deixando a arena
depois de combater o bom combate e os novos quadros da esquerda, não estão sendo
capaz de produzir novas narrativas utópicas. Dando, sim, lugar a uma geração sem
compromisso com seu passado, perdendo, deste modo, um referencial de luta e
protesto, uma motivação para o enfrentamento com os regimes.
Diante disto, podemos considerar que
a maior tragédia da geração atual é receber uma realidade presente sem espaço
para utopias, porque as necessidades materiais imediatas passaram a determinar as
nossas ações presentes.
Padre Carlos
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