quarta-feira, 23 de agosto de 2023

ARTIGO - Dois visionários miguelenses e uma ideia na cabeça. (Padre Carlos)


Resgatando a História para o Futuro




Ao longo dos tempos, há lugares que ganham vida própria. São Miguel das Matas, uma pérola escondida na Bahia, é um desses lugares. Este artigo de opinião é um tributo ao povo deste município, que carrega consigo a coragem, a fé e o espírito trabalhador que se presta pelo mundo.

São Miguel das Matas é o lar de uma população que se orgulha de suas origens rurais. Nas margens do rio, as histórias das gerações passadas ecoam como suspiros da terra. Os antigos contam sobre as histórias de um tempo distante, os caminhos de terra batida e as noites estreladas que fizeram a vida valer a pena.

Hoje, muitos filhos e filhas de São Miguel espalharam-se pelo Brasil e até além das fronteiras. Eles levam consigo um legado precioso: a ética do trabalho árduo e a honestidade que caracterizam esse povo. Em qualquer lugar do mundo em que estejam, são reconhecidos por seu comprometimento e integridade.

A fé em São Miguel das Matas é mais do que uma crença religiosa; é uma força que move montanhas. Os sinos da igreja ecoam nas manhãs de domingo, chamando os fiéis para a missa. Mas essa fé vai além das paredes da igreja. Ela permeia cada aspecto da vida, orientando ações e decisões.

E essa fé transcende as fronteiras. O povo de São Miguel, espalhado pelo mundo, mantém vivos os rituais e as tradições que aprenderam na infância. Eles celebram suas festas, acompanham suas histórias e, assim, mantêm viva a chama da devoção que os conecta à terra onde nasceram.

São Miguel das Matas, como muitos lugares, viu a vida rural do século passado dar lugar a uma era mais moderna. As máquinas substituíram a força braçal, e as tradições, por vezes, foram esquecidas. No entanto, este povo resiliente busca incansavelmente resgatar essas memórias e designadas-las com as novas gerações.

Museus, festas tradicionais e histórias de vida são ferramentas poderosas para transmitir o passado aos mais jovens. Eles aprendem sobre a dureza da vida na roça, a importância da família e da comunidade. Conhecem a história de luta e superação que moldou São Miguel das Matas e, por extensão, suas próprias raízes.

Há quase trinta anos em Vitória da Conquista, dois visionários miguelenses, Zorilda e Gedel, caminham pelas ruas convidando seus conterrâneos para se reunirem e resgatarem a memória desta cidade. Os “Encontros dos Miguelenses” foram uma iniciativa que brilhou como um farol, reunindo não apenas os dois fundadores, mas também abnegados contemporâneos que partilhavam o desejo de preservar e partilhar as suas raízes.

Este é um testemunho de que quando pessoas determinadas e unidas se unem, o resultado transcende as expectativas. "Um mais um é sempre mais que dois", como diz o ditado, e os Encontros dos Miguelenses são uma prova viva disso. O poder da comunidade e da união é a essência de São Miguel das Matas, e esse espírito continua forte, não importa onde esteja no mundo.

São Miguel das Matas é um lugar de coragem, fé e trabalho árduo. Seu povo é um exemplo de como as origens rurais podem forjar caráter e determinação. Espalhados pelo mundo, eles mantêm viva a chama da devoção à terra e às tradições que os moldaram.

Os Encontros dos Miguelenses são um exemplo inspirador de como a comunidade miguelense está determinada a preservar suas raízes e compartilhar suas memórias com as futuras gerações. São Miguel das Matas é, sem dúvida, um legado de coragem e trabalho que brilha em nosso mundo globalizado, e a história dos Encontros dos Miguelenses é um capítulo brilhante dessa narrativa.

ARTIGO - O padre não é um "dono" da comunidade, mas um servo que a acompanha em seu caminho de fé. (Padre Carlos)

 


A mudança de época e o ministério ordenado

 


A mudança de época que estamos vivenciando exige que a Igreja repense profundamente suas práticas e estruturas. O ministério ordenado, como parte integrante da Igreja, também é chamado a se redefinir de maneira descontínua em relação ao modelo tridentino secular, que traçou muitos e importantes caminhos de reforma no século XVI.

O padre do século XXI enfrenta novos desafios: a necessidade de uma presença significativa em um mundo predominantemente secularizado e indiferente, uma nova concepção da relação entre natureza e cultura, e um novo senso de pertencimento à comunidade cristã baseado em relacionamentos e não mais em critérios geográficos. Daqui surge o convite para adotar o paradigma missionário da Igreja em saída como referência para o nosso tempo.

Para responder a esses desafios, o ministério ordenado deve ser repensado a partir de uma perspectiva eclesiológica. A Igreja é o povo de Deus, e o ministério ordenado é um serviço ao povo de Deus. O padre não é um "dono" da comunidade, mas um servo que a acompanha em seu caminho de fé.

O ministério ordenado deve ser exercido de forma sinodal, em comunhão com o povo de Deus. O padre não é um indivíduo isolado, mas um membro da comunidade que, junto com os outros, participa da missão da Igreja.

O ministério ordenado deve ser inculturado, isto é, inserido na cultura do povo que serve. O padre não é um estrangeiro, mas um membro da comunidade que compartilha sua vida, sua cultura e sua fé.

O ministério ordenado deve ser missionário, isto é, voltado para a evangelização. O padre não é um espectador da vida, mas um agente de transformação que anuncia o Evangelho de Jesus Cristo.

A partir dessas diretrizes, podemos propor alguns novos estilos e novas formas de missão para o ministério ordenado no século XXI.

Um ministério ordenado mais próximo das pessoas: O padre deve sair do seu escritório e ir ao encontro das pessoas, onde elas estão. Ele deve estar presente na vida cotidiana das pessoas, partilhando sua fé e sua esperança.

Um ministério ordenado mais inclusivo: O padre deve ser aberto a todos, sem distinção de classe, raça, gênero ou condição social. Ele deve estar atento às necessidades dos pobres e marginalizados.

Um ministério ordenado mais transformador: O padre deve ser um agente de mudança social, promovendo a justiça e a paz. Ele deve estar comprometido com a construção de um mundo mais fraterno e solidário.

A mudança de época é uma oportunidade para a Igreja renovar o seu ministério ordenado. O padre do século XXI deve ser um servo do povo de Deus, um membro da comunidade, um inculturado e um missionário.

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ARTIGO - Rui Medeiros: Um Humanista de Coração Cristão. (Padre Carlos)

 




 


 

   Rui Medeiros  o materialista mais cristão que já conheci 





Vitória da Conquista, 23 de agosto de 2023 - No universo das lutas sociais e políticas, encontramos figuras que nos inspiram, que nos fazem acreditar que a humanidade ainda pode trilhar um caminho mais justo e compassivo. Rui Medeiros, um nome que merece ser lembrado, é um exemplo vivo dessa inspiração.

Ao longo dos anos, tive a honra de compartilhar momentos, ideias e trincheiras políticas com Rui, e é com grande alegria que dedico este espaço para destacar sua trajetória singular e sua dedicação à causa dos desfavorecidos.

O Materialista com Alma Humanista

Rui Medeiros, embora se declare materialista, era um humanista de coração. Sua sensibilidade e carinho em relação aos que sempre me sofriam impressionaram. Ele não podia ficar indiferente às injustiças do mundo, e talvez tenha sido essa sensibilidade que o levou ao estudo e à prática do direito.

Rui, em muitos aspectos, lembrava Cosme de Farias, um verdadeiro defensor dos pobres, que via na advocacia não apenas uma profissão, mas um ministério em prol da justiça social. A militância de Rui na advocacia assemelhava-se ao ministério exercido por Cosme, e ambos compartilhavam o compromisso de tornar o mundo um lugar mais justo.

Defensor da Liberdade e dos Direitos Humanos

Além de suscitar reflexões e debates, Rui Medeiros sempre teve um compromisso inabalável com a defesa da liberdade e dos direitos humanos. Sua luta contra o totalitarismo e ao dogmatismo, princípios que ele considerava corrosivos para a sociedade.

Militamos juntos no Partido Comunista do Brasil e enfrentamos desafios juntos durante o racha do partido na década de setenta. Rui e Zé Novais eram os representantes da nossa célula partidária na região do sudoeste da Bahia de caráter e juntos ingressamos no Partido dos Trabalhadores em 1980.

A História de Rui: Um Amigo e Companheiro de Jornada Política

Ao lembrar-me de Rui Medeiros, não posso deixar de pensar nele como um amigo e companheiro de jornada política. Sua vida na residência estudantil, sua militância na UFBA e na Católica, tudo isso o tornou uma referência para nossa geração na década de setenta.

Ao escrever este texto, minha intenção não é apenas homenagear o advogado, o professor universitário ou o preso político, mas sim celebrar o amigo que sempre esteve ao nosso lado, lutando por um mundo mais justo e humano.

Dom Celso José Pinto da Silva, meu bispo na época, resumiu magistralmente a essência de Rui Medeiros quando disse que, mesmo com suas crenças políticas distintas, ele era um advogado que atendia a todos com atenção e dedicação, independentemente do horário. Essa era a verdadeira marca de Rui, seu compromisso inabalável com a justiça.

Portanto, é com gratidão e sentimentos que recordo Rui Medeiros, um humanista de coração cristão que nos lembra que, mesmo nas trincheiras da política, a empatia, a compaixão e a busca pela justiça podem iluminar o caminho em direção a um mundo melhor. Hoje, chamá-lo de companheiro é o maior elogio que posso oferecer.

 

 


terça-feira, 22 de agosto de 2023

ARTIGO - Os pré-candidatos à prefeitura: No jogo da Político não há espaço para blefe. (Padre Carlos)

 


Pré-candidatos de fachada

 


            A cena política em Vitória da Conquista está pegando fogo, mas não exatamente pelos motivos que a cidade necessita. Nos últimos meses, temos assistido ao surgimento de pré-candidatos à prefeitura que, ao olhar mais atento, parecem mais interessados em angariar visibilidade gratuita do que em servir à comunidade.

São figuras políticas sem expressão eleitoral, indivíduos que, em uma eleição para vereador, dificilmente conseguiriam votos suficientes para garantir uma cadeira na câmara municipal. No entanto, sua estratégia é intrigante: buscam avidamente aliar-se a chapas mais fortes, na esperança de conquistar o cargo de vice-prefeito. O objetivo, é claro, é brilhar nos holofotes da mídia e, quem sabe, garantir um cargo comissionado para si ou para seus aliados em troca de seu apoio.

No entanto, essa estratégia parece estar fadada ao fracasso desde o início. Afinal, as eleições em Vitória da Conquista, pelo que podemos prever, se resumirão a uma polarização entre duas forças políticas consolidadas. De um lado, a atual prefeita Sheila Lemos e sua base de sustentação, representando a situação. Do outro, a oposição liderada pelo grupo do governador, provavelmente em aliança com partidos como MDB e PT.

Diante desse cenário político polarizado e competitivo, os autoproclamados pré-candidatos não passam de jogadores blefando com suas cartas  em busca de sua fatia dos holofotes. Seus partidos nanicos não têm a estrutura política necessária para sequer sonhar com o comando do município. Suas eventuais adesões a chapas mais competitivas só servirão para satirizar e enfraquecer as campanhas já estabelecidas.

É imperativo que esses políticos entendam que a política é uma responsabilidade séria. Em vez de alimentar devaneios eleitorais impossíveis, eles fariam um serviço melhor à comunidade se canalizassem suas energias para construir alternativas sérias e sólidas. Vitória da Conquista merece mais do que discursos vazios e lideranças sem experiência.

A eleição é um processo que impacta diretamente a vida dos cidadãos. Ela exige propostas substanciais, lideranças comprometidas e uma visão sólida para enfrentar os desafios que a cidade enfrenta. Vitória da Conquista merece, e precisa, de líderes à altura de sua grandeza.

Em última análise, a corrida dos jogadores pode até gerar algumas manchetes momentâneas, mas a cidade e sua população esperam mais do que isso. Esperam propostas, esperam soluções, esperam comprometimento genuíno. A política não deve ser um palco para aspirantes a fama, mas sim um campo para agentes de mudança que estão dispostos a trabalhar duro e se dedicar ao bem-estar de todos.

Portanto, a mensagem é clara: Vitória da Conquista merece o melhor, e os aventureiros políticos devem repensar suas prioridades se desejam realmente contribuir para a transformação da sociedade. A política é um compromisso, não um trampolim para a notoriedade passageira.


segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Vivalda Andrade: A Síntese Entre Cristianismo e Marxismo. (Padre Carlos)

 



Uma Vida de Coragem e Convicção

 






No turbilhão das ideias e movimentos que marcaram o século passado, uma figura singular e inspiradora emergiu, desafiando as fronteiras ideológicas e religiosas que, por vezes, parecem nos separar irremediavelmente. Vivalda Andrade, uma mulher de notável coragem e aclamada, personificou a possibilidade de conciliação entre revolucionários cristãos e marxistas, lançando luz sobre um horizonte que muitos julgavam inalcançável.

Vivalda Andrade, mãe, esposa, professora e militante partidária, desafiou as convenções da sua época. Sua jornada como articuladora do Concelho de Leigos revelou sua busca incessante pelo equilíbrio entre cristãos e clérigos, uma tentativa de unir forças em prol de uma sociedade mais justa e solidária. Ela personificou a essência do concílio de cristandade, onde a espiritualidade encontrou seu lugar na luta por um mundo melhor.

O que torna Vivalda Andrade verdadeiramente excepcional é a sua habilidade de abraçar simultaneamente o cristianismo e o marxismo. No cenário em que a verdade muitas vezes parecia sufocada pelas mentiras, sua capacidade de encontrar pontos de convergência entre essas duas correntes aparentemente opostas é notável. Como afirmou Fidel Castro, "Nos casaram com a mentira e nos obrigaram a viver com ela, e por isso parece que o mundo se acaba quando ouvimos a verdade". Ela rompeu com essa mentira imposta e buscou uma verdade que transcende as barreiras ideológicas.

Vivalda Andrade não apenas lutou nas salas de aula e nas instituições, mas também nas recebidas de uma festa, mostrando que a ação política e a espiritualidade podem alcançar as mãos dadas. Sua dedicação à causa foi alimentada por valores familiares profundos, onde o amor, a graça, a partilha, a solidariedade e o perdão eram pilares inabaláveis.

Ela personifica a ideia de uma verdadeira cristã e uma verdadeira comunista, provando que, apesar das diferenças, a busca por justiça social e igualdade pode unir corações e mentes de maneiras surpreendentes. Vivalda Andrade deixa um legado valioso que transcende seu tempo, um testemunho de que, quando a verdade e a coragem se encontram, o mundo pode ser transformado.

Em um mundo que muitas vezes insiste em separar o que parece inconciliável, Vivalda Andrade nos ensina que a busca pela verdade e pela justiça é um terreno fértil onde as sementes da mudança podem germinar, independentemente das barreiras que a sociedade erga. Ela permanece como um farol de esperança e inspiração para todos aqueles que ousam sonhar com um mundo mais justo e solidário, onde a mentira seja substituída pela verdade e a divisão seja superada pela unidade.

 

 


ARTIGO - A Desigualdade no Sistema Penitenciário Brasileiro. (Padre Carlos)

 


O Caso Roberto Jefferson.




Nos últimos anos, temos sido confrontados com uma dura realidade que permeia o sistema penitenciário brasileiro: a desigualdade flagrante no tratamento dispensado aos detentos. O recente caso do ex-deputado Roberto Jefferson, preso desde outubro de 2022, trouxe à tona essa questão de maneira contundente. A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, ao encaminhar uma petição ao Supremo Tribunal Federal, alegando não ter condições de oferecer tratamento médico adequado a Jefferson, provocou uma reflexão necessária sobre o nosso sistema prisional.

É inegável que a saúde de qualquer detento é uma preocupação legítima e deve ser tratada com seriedade. No entanto, o que salta aos olhos é a disparidade gritante entre a atenção médica que um ex-deputado recebe e que é negada aos milhares de outros presos que enfrentam condições precárias nas unidades prisionais Brasil afora.

Roberto Jefferson, independente de seu passado político, está sob custódia do Estado, e como tal, tem direito a um tratamento digno e adequado. No entanto, a pergunta que deve ser feita é: por que essa mesma preocupação não é forçada aos outros detentos que sofrem diariamente com a falta de atendimento médico, superlotação, condições insalubres e violação de direitos humanos?

A situação é ainda mais irônica quando lembramos que o ex-deputado Jefferson foi preso depois de ter disparado contra policiais federais que cumprem mandados de busca e apreensão em sua residência. Em um sistema penitenciário conhecido por sua crueldade, ele deveria considerar-se privilegiado por receber tratamento diferenciado, enquanto muitos outros encarcerados são relegados ao esquecimento.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro deveria, ao substituir de destacar as condições de saúde do ex-deputado, também informar às autoridades competentes sobre os milhares de internos que enfrentam as mesmas ou até condições avançadas. Afinal, a justiça deve ser para todos, e não apenas para aqueles que ocuparam cargos de destaque na política.

Como costumava dizer meu professor de latim: "Dura lex, sed lex" – a lei é dura, mas é a lei. No entanto, a aplicação dessa lei deve ser justa e igualitária para todos os cidadãos, independentemente de sua posição social, política ou econômica. Se queremos a verdadeira reforma no sistema penitenciário brasileiro, é hora de enfrentar essa desigualdade de frente e trabalhar para garantir que todos os detentos recebam tratamento humano e justo. A Secretaria de Administração Penitenciária tem, sem dúvida, um longo caminho a percorrer nesse sentido.

 


ARTIGO - Padre Valdo, o pastor com cheiro de ovelha. (Padre Carlos)

 


 


Palavras com cheiro de ovelhas.

 


Imagine-se um pastor andando pelo campo, cuidando de seu rebanho. Ele conhece as ovelhas de cor, de tamanho e de nome. Sabe como elas se comportam e o que gostam de comer.

Quando o pastor fala com as ovelhas, ele usa uma linguagem simples e direta. Não usa palavras complicadas ou jargões que elas não entenderiam. Ele fala de coisas que são importantes para as ovelhas, como comida, água, abrigo e segurança.

As ovelhas entendem o que o pastor diz, porque ele fala a sua língua. As palavras do pastor têm "cheiro de ovelhas".

A Igreja também é um pastor. Ela tem a missão de cuidar do rebanho de Deus, que são as pessoas. Para que a Igreja seja eficaz em sua missão, ela precisa falar a língua das pessoas.

Isso não significa que a Igreja tenha que renunciar à sua doutrina ou ao seu conteúdo teológico. Significa, sim, que ela precisa traduzir esses conceitos para uma linguagem que as pessoas possam entender.

As palavras da Igreja precisam ter "cheiro de ovelhas". Elas precisam ser simples, diretas e honestas. Elas precisam falar de coisas que são importantes para as pessoas, como amor, justiça, paz e esperança.

Quando a Igreja fala a língua das pessoas, ela consegue comunicar sua mensagem de forma mais eficaz. Ela consegue alcançar mais pessoas e tocar seus corações.

 Uma das razões da eficácia comunicativa do Padre Valdo é a sua autenticidade, como ficou claro nas suas palavras ao encerrar a festa de Nossa Senhora das Vitórias. Como a Igreja tem dificuldade em passar as suas mensagens, tem de rever a sua forma de comunicar. Tem de se atualizar tecnicamente, claro - mas, sobretudo, tem de partilhar a linguagem de quem a ouve. As suas palavras precisam do “cheiro das ovelhas” de que fala Francisco.

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...