A ausência da oposição
O silêncio, por vezes, fala mais alto do que palavras proferidas em alta voz. No cenário político de Vitória da Conquista, esse silêncio tem sido ensurdecedor, especialmente por parte da oposição. Uma omissão que não pode ser ignorada, especialmente quando se trata de questões tão vitais quanto o futuro e o bem-estar de nossos jovens.
A recente Audiência Pública na Câmara Municipal, convocada pelo vereador Edivaldo Santos Ferreira Júnior, trouxe à tona uma preocupação urgente: o Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente (CIDCA). Um espaço valioso, cedido pelo Governo do Estado da Bahia, agora sob ameaça de ser transformado em um Complexo Esportivo e de Educação. A justificativa para essa mudança é a devolução do imóvel, que abriga não apenas estruturas físicas, mas sonhos, esperanças e um compromisso inegociável com o futuro das gerações vindouras.
No entanto, o que mais chama a atenção não é apenas a proposta de transformação do CIDCA, mas o silêncio eloquente da oposição, representada por vereadores que brilharam pela ausência nesse importante debate público. Onde estavam esses representantes que deveriam, acima de tudo, zelar pelos interesses da comunidade que os elegeu? Seus eleitores merecem respostas, merecem transparência e merecem saber por que, em um momento crucial como esse, optaram pelo silêncio.
O evento foi marcado por figuras importantes da nossa cidade, incluindo a prefeita Ana Sheila Lemos Andrade, autoridades municipais e estaduais, todos unidos em defesa da manutenção do CIDCA. O Complexo de Escuta Protegida, erigido com investimentos significativos, é um testemunho tangível do compromisso de Vitória da Conquista com o bem-estar e a proteção de nossos jovens. É mais do que uma estrutura física; é um símbolo do nosso dever moral para com as futuras gerações.
A prefeita, emocionada e confiante em um acordo, fez um apelo veemente para que as propostas fossem levadas ao governador e à secretaria responsáveis. Sua confiança é baseada no entendimento da importância do CIDCA e do Complexo de Escuta Protegida para a nossa comunidade. No entanto, o silêncio da oposição permaneceu, ecoando pelos corredores da Câmara Municipal como um grito de indiferença.
Neste momento crítico, em que a decisão sobre o futuro do CIDCA está pendente, é imperativo que a oposição se posicione. O povo de Vitória da Conquista precisa saber se seus representantes estão verdadeiramente comprometidos com os interesses da comunidade ou se optarão pelo silêncio, deixando-nos todos às cegas sobre suas intenções e motivações.
A omissão não é uma opção quando se trata do futuro de nossos jovens. A oposição tem o dever moral e ético de se manifestar, de representar verdadeiramente aqueles que os elegeram. O silêncio ensurdecedor não será esquecido pelos cidadãos que anseiam por uma liderança transparente e comprometida com o bem comum.
Padre Carlos