domingo, 15 de outubro de 2023

ARTIGO - A História Radiante da Pituba. (Padre Carlos)

 


Turma da Pituba


 

Pituba, um nome que ressoa com a riqueza das raízes históricas de Salvador. Ao embarcarmos no bonde no largo de Amaralina e percorrermos a estrada de chão batido até o balneário da Pituba, somos transportados para a Salvador das décadas de trinta e quarenta do século passado. Um período em que a cidade pulsava com novas ideias e desenvolvimentos, sendo Teodoro Fernandes Sampaio um dos visionários que moldaram o futuro da metrópole.



          Teodoro Fernandes Sampaio, engenheiro, geógrafo e historiador baiano, deixou uma marca indelével na história da Pituba. Filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo e do engenheiro Antonio da Costa Pinto, sua educação foi uma amalgama de influências e culturas. Seu tio, o padre Manuel Fernandes Sampaio, desempenhou um papel fundamental em sua formação, guiando-o em direção ao conhecimento que o levaria a transformar a roça que era a fazenda Pituba em algo extraordinário.

O que antes era uma modesta fazenda pertencente a um homem chamado Manuel Dias da Silva, Teodoro transformou no que ele denominou de Cidade Luz. Inspirado pela visão urbanística de Belo Horizonte, Teodoro projetou um bairro que se tornaria um símbolo do progresso em Salvador. Antes da existência da imponente Avenida Otávio Mangabeira, a Pituba terminava nas imediações do Costa Azul. A ligação à beira do mar entre a Pituba e os distantes lugares de Itapuã ainda não existia, e o acesso para o Jardim de Alá era bloqueado pelo rio. Para chegar a Itapoã, os habitantes percorriam a antiga estrada de Ipitanga, um testemunho do passado que contrasta com a modernidade que Teodoro trouxe para a região.

O legado de Teodoro Fernandes Sampaio não se limita apenas às ruas e edifícios que ele ajudou a erguer. Ele personifica a audácia e a visão que transformaram Salvador ao longo dos anos. Ao olharmos para a Pituba de hoje, vemos não apenas um bairro, mas um testemunho do espírito inovador daqueles que vieram antes de nós. Cada rua conta uma história, cada edifício é uma página no livro em constante evolução da cidade.

Assim, ao nos aventurarmos pelas ruas da Pituba, deixemos nossa imaginação nos levar de volta às décadas passadas. Visualizemos o bonde no largo de Amaralina e a estrada de chão batido que, eventualmente, nos levaria ao coração da Cidade Luz. Porque, ao compreendermos a história da Pituba, não apenas honramos o passado, mas também celebramos o presente e nos inspiramos para o futuro. Que as gerações vindouras continuem a escrever novos capítulos nesta narrativa fascinante que é a história da Pituba, um tesouro precioso no tecido da Salvador moderna.

 


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