domingo, 16 de maio de 2021

ARTIGO - A tragédia do Covid e nossas crianças (Padre Carlos)

 

A tragédia do Covid e nossas crianças

 


É natural o comportamento dos brasileiros ao olhar para a atualização de dados da vacinação todas as noites com expectativa e interesse. O que estamos vivendo aqui no Brasil é uma espécie de corrida contra o tempo.


Queremos conseguir a imunidade antes que a circulação de variantes potencialmente resistentes coloque em duvida a eficácia das vacinas. E sonhamos também com a normalidade, seja ela o que for depois de tantas perdas que tivemos, principalmente aqui no Brasil.

Esse desfecho, contudo poderia ter sido diferente se as pessoas responsáveis pela compra das vacinas tivessem empenhadas com o que estava e ainda está acontecendo em nosso país, contudo, isto fica claro quando constatamos o ritmo lento e desigual da vacinação no nosso país. Os vírus não conhecem fronteiras nem regiões. Do Oiapoque ao Chuí, a percentagens são muito baixas da população imunizada e, sem vacinação, o covid-19 continuará circulando descontroladamente, com o risco que tal circulação representa. Nos causa revolta quando tomamos conhecimento que o governo federal recusou, em agosto de 2020, a oferta da Pfizer para compra de um lote de 70 milhões de doses, que seriam entregues em dezembro de 2020. O argumento do governo foi o de que não concordava com as condições estabelecidas pelo laboratório e que a empresa não se responsabilizava por eventuais efeitos colaterais da vacina. Eu pergunto ao antigo ministro da saúde e ao presidente: e quem se responsabilizará pelas mais de quatrocentas mil mortes por falta desta vacina? 

Sabemos dos limites da produção destes imunizantes, mesmo assim não estamos preocupados com nossa segurança nem com nossos filhos e estamos na iminência de deixá-los expostos. Digo isto, porque uma aluna do 5º ano do Ensino Fundamental do Colégio Antônio Vieira testou positivo para o coronavírus, mas o colégio decidiu manter as aulas presenciais à turma e alguns dias depois professores também passam a ser contaminado. Por isto,  países que se preocupa com suas crianças, como os Estados Unidos já anunciaram que vão chegar aos adolescentes entre os 12 e os 15 anos antes do próximo ano letivo. Tal como a Alemanha pretende abranger esta faixa etária no final do verão. Os países ricos deixaram claro nesta pandemia que convivem bem com as necessidades dos outros, desde que as deles estejam supridas.


As mortes que assistimos diariamente em todo o território nacional são uma tragédia e precisam ser esclarecidos se ouve negligencia por parte do governo. O que fica cada vez mais claro nesta pandemia é a nossa incapacidade de olhar além do umbigo, a confirmação de que a pandemia acentuou as desigualdades, mas não nos fez reavaliar a fragilidade e o verdadeiro valor da vida.

 

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