segunda-feira, 6 de abril de 2020

ARTIGO - O decreto e o fio desencapado (Padre Carlos)

O decreto e o fio desencapado 



 

Hoje vou contar uma estória para os senhores: havia uma sala com um vazamento de água num dos lados e vários fios desencapados no outro lado. Nesta sala, chamada Vitoria da Conquista, haveria pessoas dispersas pelos lugares ainda não atingidos pela água e elas tentavam se manter o mais longe possível dos fios desencapados. 

Por motivos que não se sabe bem, a maioria das pessoas tinha uma postura de passividade em relação aos problemas existentes na sala. Talvez a passividade possa ser explicada pelo medo do desemprego ou por acreditar nas autoridades. Em dois momentos diferentes duas pessoas morreram ao tentar, heroicamente, concertar os fios desencapados. 

Mas o fato é que a maioria das pessoas não tentava acabar de vez com o vazamento de água, no máximo utilizam panos, vassouras e rodos para secar o chão. Também, não pensavam em como acabar com o eminente perigo representado pelos fios desencapados. Vez por outra alguém sugeria que se tentasse isolar os fios. Mas, vinha a inevitável pergunta: como fazê-lo sem levar um choque? 
Até tinha um eletricista na sala, mas ele alegava que estava sem ferramentas adequadas para realizar a tarefa. E lembrava o tempo todo que, devido ao vazamento, estava com os pés encharcados. Também havia na sala um encanador, mas este só aceitava consertar o vazamento mediante pagamento. 
O fato é que durante algum tempo até se tentou resolver os problemas da sala, mas eles eram tantos e tão complexos que as pessoas foram se acomodando. Preferiram criar formas de conviver com os problemas, mesmo correndo o risco de morrer ao invés de tentar resolvê-los em definitivo, pois tudo era muito difícil e demandava tempo e dinheiro. 

A tentação de comparar nossa cidade a esta sala é grande. Fruto da incapacidade de tomar decisões corajosas e não ser insensato como o Prefeito de Milão: os pedidos constantes do CDL, lembra a campanha: Milão não pode parar.  Ao invés de concertar os vazamentos de água e encapar e/ou embutir os fios na parede preferimos seguir encontrando formas de conviver com eles.  

Acostumamo-nos a acreditar em tudo que os poderes públicos falam.  Seguimos preferindo viver com o problema do coronavírus ao invés de seguir as orientações dos órgãos responsáveis pelo controle da pandemia. Achamos mais fácil atender o clamor dos lojistas que o clamor do povo. 
     Mesmo revogando o decreto da morte, o prefeito demostrou uma insensatez em relação as vidas dos conquistense.  
 
 
 
 

domingo, 5 de abril de 2020

ARTIGO - O tabuleiro de xadrez da nossa política (Padre Carlos)



O tabuleiro de xadrez da nossa política

 

 

O prazo para os candidatos que pretendem disputar as eleições de 2020 terminou neste sábado 4 de abril. É a chamada “janela partidária”, permitida, nesse caso, apenas para o Legislativo municipal. A situação dos partidos pequenos nesse processo de desfiliação e nova filiação foi uma verdadeira engenharia eleitoral para aqueles que pleiteiam uma cadeira no Legislativo municipal. Estávamos acostumados a ver vereadores com partidos debaixo do braço e empurrando goela abaixo em uma coligação usando seu padrinho em Salvador. O que presenciamos nestes últimos dias, foi um aumento de candidatos e parlamentares interessados em partidos grandes e, com isso, podemos prever um encolhimento dos menores. 

 


Como não terão a ajuda de outras agremiações nas campanhas, a expectativa é de que os partidos menores tenham mais dificuldade para participar da distribuição de cadeiras entre os eleitos, porém o feitiço também se volta para o feiticeiro e presenciamos grandes partidos com uma serie de quadros onde a disputa por uma vaga se dará voto a voto e candidatos com densidade eleitoral fadado a uma derrota. 

Para alguns, tão divertida quanto uma partida de Xadrez é a política. Assim como numa partida de Xadrez na política vence quem tem a melhor estratégia e joga utilizando-se de todas as peças no tabuleiro. Sabendo disto, o Prefeito tem conseguido manter seus quadros e aproveitando a atual conjuntura, fortalecendo o MDB e o PTB, são estas peças que Pereira pensa em contar para enfrentar as futuras jogadas da oposição.  

O jogo é complexo, mas se souber manipular as circunstâncias e se desviar dos ataques da oposição o jogador sairá vitorioso. 

Com relação a oposição, o Partido dos Trabalhadores tem um forte candidato na chapa majoritária, mas sua chapa proporcional já não é mais a mesma, nos últimos anos, o partido vem perdendo quadros importantíssimo na própria base do governo e além disso,   alguns militantes que sempre apresentaram o nome na chapa como candidato, se sentem desmotivados. 

Um partido que poderíamos dizer que teve um crescimento espantoso e soube se beneficiar das novas regras do jogo, foi o PCdoB. Se valendo de um mandato de Deputado estadual e contando com dois vereadores, conseguiu atrair alguns quadros que estavam descontentes em outros partidos e resgataram lideranças que se encontrava sem um projeto.  

O PSB neste processo ressurge como uma fênix e consegue no apagar das luzes alguns candidatos fundamentais para manter o sonho socialista na nossa cidade. Destas conquistas que o Partido consegui nestes últimos dias, gostaria de citar o Prof. Mozart Tanajura. Espero que o PSB entenda a conquista que teve trazendo este importante quadro e possa construir um projeto político consistente.  

       Para a oposição é importante não perder de vista que excetuando-se o rei, todas as peças possuem um valor que pode variar conforme o andamento do jogo. Cada peça possui também características específicas quanto aos movimentos e capturas. Mas o mais importante a saber é que, o objetivo principal do “jogo de Xadrez” é conquistar o território inimigo e poder dizer “Xeque mate!”, ou seja, “o rei está morto”. 

 

 

 
 

 

ARTIGO - “A vida mede-se pelo amor” (Padre Carlos)


“A vida mede-se pelo amor”  



 

Neste Domingo de Ramos, o Papa renovou o apelo à solidariedade para com os que sofrem e estão sozinhos. Francisco afirmou que a atual pandemia obriga a Humanidade a centrar-se no essencial. 

Em meio às medidas sanitárias, não só a Praça São Pedro estava vazia, mas também a Basílica Vaticana, onde o Papa Francisco presidiu à celebração eucarística. 

“Hoje, no drama da pandemia, perante tantas certezas que se desmoronam, diante de tantas expectativas traídas, no sentido de abandono que nos aperta o coração, Jesus diz a cada um: Coragem! Abra o coração ao meu amor”. 

O Papa pediu que “nestes dias da Semana Santa, em casa, permaneçamos diante do Crucificado, medida do amor de Deus por nós” e que “diante de Deus, que nos serve até dar a vida, peçamos a graça de viver para servir. Procuremos contactar quem sofre, quem está sozinho e necessitado. Não pensemos só naquilo que nos falta, mas no bem que podemos fazer.” 

Na sua pregação, o convite do Papa foi para se deixar guiar pela Palavra de Deus na Semana Santa, que, quase como um refrão, mostra Jesus como servo: na Quinta-feira Santa, é o servo que lava os pés aos discípulos; na Sexta-feira Santa, é apresentado como o servo sofredor e vitorioso (cf. Is 52, 13). 

“Deus salvou-nos, servindo-nos. Geralmente pensamos que somos nós que servimos a Deus. Mas não; foi Ele que nos serviu gratuitamente, porque nos amou primeiro. É difícil amar, sem ser amado; e é ainda mais difícil servir, se não nos deixamos servir por Deus”, proclamou Francisco. 

 

Papa lembrou então que “O que Ele faz para nos servir é tomar sobre Si as nossas infidelidades, removendo as nossas traições. Assim, nós, em vez de desanimarmos com medo de não ser capazes, podemos levantar o olhar para o Crucificado e seguir em frente. 

– Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste? 

Sobre o abandono de Jesus, nada é mais impressionante do que as palavras pronunciadas por Ele na cruz: Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste? No abismo da solidão, pela primeira vez Jesus O designa pelo nome genérico de «Deus». Na realidade, trata-se das palavras de um Salmo (cf. 22, 2), que dizem como Jesus levou à oração inclusive a extrema desolação – explicou Francisco. 

“O drama que estamos atravessando impele-nos a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve.” Palavras do Papa Francisco na homilia da missa neste Domingo de Ramos, celebrada na Basílica de São Pedro. 

 

 

 

 

 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...