Neste Domingo de Ramos, o Papa renovou o apelo à solidariedade para com os que sofrem e estão sozinhos. Francisco afirmou que a atual pandemia obriga a Humanidade a centrar-se no essencial.
Em meio às medidas sanitárias, não só a Praça São Pedro estava vazia, mas também a Basílica Vaticana, onde o Papa Francisco presidiu à celebração eucarística.
“Hoje, no drama da pandemia, perante tantas certezas que se desmoronam, diante de tantas expectativas traídas, no sentido de abandono que nos aperta o coração, Jesus diz a cada um: Coragem! Abra o coração ao meu amor”.
O Papa pediu que “nestes dias da Semana Santa, em casa, permaneçamos diante do Crucificado, medida do amor de Deus por nós” e que “diante de Deus, que nos serve até dar a vida, peçamos a graça de viver para servir. Procuremos contactar quem sofre, quem está sozinho e necessitado. Não pensemos só naquilo que nos falta, mas no bem que podemos fazer.”
Na sua pregação, o convite do Papa foi para se deixar guiar pela Palavra de Deus na Semana Santa, que, quase como um refrão, mostra Jesus como servo: na Quinta-feira Santa, é o servo que lava os pés aos discípulos; na Sexta-feira Santa, é apresentado como o servo sofredor e vitorioso (cf. Is 52, 13).
“Deus salvou-nos, servindo-nos. Geralmente pensamos que somos nós que servimos a Deus. Mas não; foi Ele que nos serviu gratuitamente, porque nos amou primeiro. É difícil amar, sem ser amado; e é ainda mais difícil servir, se não nos deixamos servir por Deus”, proclamou Francisco.
Papa lembrou então que “O que Ele faz para nos servir é tomar sobre Si as nossas infidelidades, removendo as nossas traições. Assim, nós, em vez de desanimarmos com medo de não ser capazes, podemos levantar o olhar para o Crucificado e seguir em frente.
– Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?
Sobre o abandono de Jesus, nada é mais impressionante do que as palavras pronunciadas por Ele na cruz: Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste? No abismo da solidão, pela primeira vez Jesus O designa pelo nome genérico de «Deus». Na realidade, trata-se das palavras de um Salmo (cf. 22, 2), que dizem como Jesus levou à oração inclusive a extrema desolação – explicou Francisco.
“O drama que estamos atravessando impele-nos a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve.” Palavras do Papa Francisco na homilia da missa neste Domingo de Ramos, celebrada na Basílica de São Pedro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário