segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Os anos cinquenta e a Pituba (Padre Carlos)

 




Os anos cinquenta e a Pituba

 


Nas ruas do arraial da Pituba,

O clima de romantismo e boemia

Misturava-se com o canto do bico de ferro,

Que alegrava o coração de quem passava por ali.

 

As morenas lindas que moravam naquele pedacinho do céu

Faziam os corações acelerarem,

E a Amaralina, destino final do bonde,

Era o paraíso onde tudo começava.

 

No verão, a boemia de um jovem de classe média comprometido.

Com os estudos deixava de existir,

E o arraial da fazenda Pituba

Era o lugar onde se encontrava a verdadeira essência da vida.

Naquela casa de veraneio

O arraial da fazenda Pituba é a vizinhança

E a colônia de pescadores era a essência da cultura local

Quem bebia na fonte da Luz não esquecia jamais aquele povo

 

A simplicidade e a beleza daquela gente

Eram as características mais marcantes,

E veranear significava viver aquelas noites na boate de Aurino,

Ou tomar uma cerveja na Cabana de Pedro.

 

Pela manhã, o Armazém Popular

Era o ponto de encontro dos moradores,

Onde se tomava um café quente

E se trocava boas histórias.

 

O bico de ferro continuava seu canto,

As morenas lindas sorriam para quem passava,

E a boemia e o romantismo

Faziam da daquela estância lugar um lugar mágico e encantador.

, ARTIGO - "Quis custodiet ipsos custodes?", "Quem guardará os guardiões?". (Padre Carlos)

 

A questão do poder e a célebre frase da Roma Antiga!

 



Existe uma preocupação na filosofia política de interpretar a questão do poder e uma célebre frase da Roma Antiga, "Quis custodiet ipsos custodes?", que pode ser traduzida como "Quem guardará os guardiões?" ou "Quem vigiará os vigias?", ajuda o filósofo a se questionar sobre este assunto pela sua relevância ainda nos dias atuais. Ela se refere à necessidade de ter controle sobre aqueles que detêm o poder, pois essas pessoas podem ser tentadas a abusar de sua posição e violar os direitos dos demais.

No contexto da sociedade brasileira, essa frase ganha ainda mais importância. Em um país com altos índices de corrupção e impunidade, é fundamental que os cidadãos exerçam o papel de vigilantes e cobrem transparência e responsabilidade das autoridades. Infelizmente, muitas vezes aqueles que são responsáveis por fiscalizar e punir os que cometem crimes são eles próprios corruptos ou são influenciados por interesses políticos e econômicos.

        Um exemplo claro disso é a Operação Lava Jato, que tinha a intenção de revelar um esquema de corrupção que envolvia políticos, empresários e servidores públicos, infelizmente as intenções dos seus autores eram outras e além de prejuizos incalculaveis, acabou revelando as falhas no sistema de justiça brasileiro. Alguns dos procuradores responsáveis pela investigação foram acusados de conduta inadequada, como a violação do princípio da imparcialidade e a falta de transparência na condução do processo. No Brasil, o sistema de justiça tem um papel importante em garantir que os poderosos sejam responsabilizados por seus atos. Desta forma, temos que chamar a atenção também do escandalo finançeiro das Lojas Americanas e tudo o que aconteceu no varejo destes empresários.  No entanto, a corrupção e a influência política impedem que isso aconteça. Muitas vezes, os que estão no poder controlam aqueles que deveriam ser responsáveis por controlá-los.

Além disso, a sociedade brasileira enfrenta outros desafios relacionados à concentração de poder. Ainda existem muitas desigualdades sociais e econômicas, e a população muitas vezes se sente desamparada diante de um sistema que parece favorecer os mais ricos e poderosos.

Em resumo, a frase da Roma Antiga "Quis custodiet ipsos custodes?" é um lembrete importante de que aqueles que detêm o poder precisam ser vigiados para evitar abusos como ocorreu com o juiz Sergio Mouro. Sem o consentimento e a cumplicidade de quem deveria guardar os guardiões ou de quem deveria vigiar os vigias, o país não estaria passando por esta situação e teríamos evitado muitas mortes na pandemia.

Diante desse cenário, é importante lembrar que cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Devemos estar atentos aos abusos de poder e cobrar transparência e responsabilidade das autoridades, independentemente de sua posição ou influência. É fundamental que aqueles que detêm o poder sejam vigiados e cobrados constantemente, para que possam agir em benefício de toda a sociedade, e não apenas de seus próprios interesses.

 


domingo, 26 de fevereiro de 2023

Texto poético (Sapato Velho)

 


Sapato Velho




A velha casa ainda está de pé

Mas as paredes já não são as mesmas

O tempo passou, as cores desbotaram

E o quintal se encheu de espinhos e teias de aranha


Mas na sala ainda se ouve a música

Que embalou tantas noites de amor

A voz rouca, o violão afinado

E o coração pulsando mais forte a cada acorde


Era um sapato velho, mas confortável

Que te levava pelos caminhos da vida

E naquele tempo, tudo parecia possível

Você e eu, unidos pelo amor e pela música


O tempo passou, a juventude ficou para trás

Mas aquele amor ainda está presente

Em cada nota daquela velha canção

Que ainda ecoa em nossos corações


E quando a saudade bater à porta

E os dias parecerem mais cinzas que o normal

Basta lembrar



daquele sapato velho

E do amor que nos uniu, naquela velha canção.



Padre Carlos

ARTIGO - A JAC e Zorilda são exemplos de como um ideal pode mudar vidas e transformar comunidades inteiras. (Padre Carlos)

 


O legado de Zorilda é um exemplo de amor ao próximo.


 


 

 

A história da JAC e de Zorilda Andrade Santos é uma daquelas que nos emocionam e inspiram a seguir nossos ideais, mesmo quando as dificuldades parecem insuperáveis. O trabalho da JAC começou em um pequeno município do Recôncavo Baiano, enfrentando desafios comuns a qualquer iniciativa organizada, mas foi guiado pelo sentido humano e cristão da vida, que motivou o Padre Gilberto a criar um movimento que levasse os jovens a um trabalho mais profundo.

As dificuldades não impediram que o movimento crescesse e que jovens moças se destacassem no trabalho de dirigir os grupos femininos, como foi o caso da Zorilda Andrade Santos, que logo chamou a atenção do movimento em nível estadual e nacional. Sua capacidade de organização e liderança a levou a ser eleita representante da Bahia no 1º Congresso Internacional da JAC realizado em Lourdes, na França.

Esse evento foi um marco na história do movimento, e Zorilda participou de um estágio de 30 dias no interior da França, onde pôde aprender ainda mais sobre a espiritualidade e os ensinamentos que guiavam a JAC. Seu trabalho continuou, e sua contribuição foi tão importante que é lembrada até hoje, 63 anos depois da realização do congresso.

A JAC e Zorilda são exemplos de como o trabalho em prol de um ideal pode mudar vidas e transformar comunidades inteiras. Sua dedicação e esforço nos inspiram a continuar lutando pelos nossos sonhos, mesmo quando as dificuldades parecem insuperáveis. Que possamos seguir o exemplo da JAC e de Zorilda Andrade Santos, guiados pelo sentido humano e cristão da vida, e trabalhando incansavelmente por um mundo melhor.

Os Miguelenses dedicam uma palavra de gratidão e amizade àquela jovem que participou desde os primeiros passos, na luta por um ideal comum. A Deus e aos Superiores Hierárquicos, principalmente ao Padre Gilberto, coordenador do Movimento em nível de Bahia naquela época, agradecem a honra de ter colaborado com todos estes importantes eventos através deste quadro dirigente que é Zorilda, esta mulher que sempre esteve à frente no serviço da Igreja e das almas, durante toda a sua vida por um mundo rural humano e cristão. Por isto, ao chegar em Vitória da Conquista, esta mulher teve a percepção de juntar os Miguelenses e lhes dá uma identidade como povo e memorizar sua descendência. Um povo que não tem história ou cultura é fácil de ser escravizado.

O legado deixado por Zorilda é um exemplo de amor ao próximo, espiritualidade e dedicação à comunidade rural. Sua história emociona e inspira todos àqueles que buscam um mundo mais humano e cristão.

 

 

 

 


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

ARTIGO - O Projeto de lei do Vereador Luiz Carlos Dudé do (PMDB), cria o memorial do Padre Bené. (Padre Carlos)

 


Memorial é resgatar a memória

 


Apesar de nossa Arquidiocese ter apenas sessenta anos, podemos contar neste percurso vários pastores que deram os melhores anos do seu ministério, para que pudéssemos crescer como Igreja e fizéssemos as escolhas certas. Assim, gostaríamos hoje de lembra ao leitor que Memorial é resgatar a memória é lembrar um determinado dia é fazer com que nós não esqueçamos jamais desta data ou desta pessoa.

Por isto, ficamos contentes com o Projeto de lei de autoria do Vereador Luiz Carlos Dudé do (PMDB), que homenageia o Padre Benedito Costa Soares, (Padre Bené), com a criação de um memorial no local em que ele tombou. O Sacerdote fazia parte do Clero da Arquidiocese de Vitória da Conquista, quando foi brutalmente assassinado em seis de maio de mil novecentos e oitenta e oito. Assim, o local que será construído o seu memorial será no mesmo lugar que foi assassinado, onde ficou demarcado por uma cruz nas proximidades da Rodoviária de Vitória da Conquista.

Resgatar a memória de Bené é importante por vários motivos. Em primeiro lugar, o padre desempenhou um papel fundamental na formação e orientação espiritual de várias gerações de padres e bispos da Igreja local, transmitindo valores e ensinamentos que ajudaram os acólitos e os futuros padres a lidarem com as dificuldades da vida e a encontrar sentido em suas vocações.

Além disso, o padre Benedito era uma figura importante na luta pelos direitos humanos e pela justiça social. Ele se envolveu em questões sociais e políticas, trabalhando para promover a igualdade, a liberdade e a dignidade humana. Ao resgatar a memória deste homem de Deus que lutou por esses valores, estamos lembrando às pessoas da importância de continuar essa luta e de manter viva essa tradição de engajamento social.

Outra razão pela qual é importante resgatar a memória de Benedito é porque isso ajuda a compreender melhor a história e a cultura da nossa cidade. O padre esteve envolvido em projetos sociais e educacionais que refletiam as necessidades e desafios específicos de suas comunidades. Ao estudar e preservar a história desse projeto, podemos aprender muito sobre a história, a cultura e os valores da Arquidiocese de Vitória da Conquista.

Por fim, resgatar a memória do padre pode ajudar a inspirar as pessoas a agir de forma mais consciente e engajada em relação às questões sociais e políticas. Ao conhecer a história de um padre que lutou por uma causa justa, as pessoas podem sentir-se motivadas a seguir seu exemplo e a se envolver em projetos ou atividades que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.


ARTIGO - Rogério Câncio e a paixão pelo Esporte Clube Bahia. (Padre Carlos)

 


A paixão pela Pituba e o amor pelo tricolor




É muito bonito quando podemos homenagear um amigo que é torcedor de um time de futebol e expressar a admiração e respeito que temos por sua paixão. O Esporte Clube Bahia é um dos clubes mais tradicionais e importantes do futebol brasileiro e com certeza, um time que desperta muito orgulho e amor em seus torcedores.

Por isso, ao resgatar esta foto do esquadrão lembrei-me de Rogério Câncio e de Jurinha (Juracy) Meireles, sentir que essa era uma ótima oportunidade para expressar todo o meu carinho e admiração por eles e por sua paixão pelo time. Quando conhecemos alguém que é torcedor do mesmo time de futebol que nós, é como se encontrássemos um irmão de alma. E quando esse torcedor é um amigo querido, a nossa admiração e carinho pelo seu amor pelo time só aumentam.

É o caso do meu amigo Rogério, torcedor fervoroso do Esporte Clube Bahia. Eu sempre admirei a paixão dele pelo tricolor, que é uma das maiores e mais vibrantes torcidas do Brasil. Para o Rogério, o Bahia é muito mais do que um time de futebol, é uma parte importante de sua vida, uma fonte de orgulho e alegria.

Lembro-me de tantos momentos em que encontrei Rogério na antiga Fazendinha no STIEP, acompanhando os trenos e discutido sobre a formação do time. É isso que torna o futebol tão especial: ele mexe com as emoções e os sentimentos das pessoas, criando laços de amizade e união entre torcedores de todos os lugares.

Por isso, hoje eu quero homenagear o meu amigo Rogério, lembrando o Bahia da Fazendinha e que foi o time dos meus sonhos. Este Bahia contava com um elenco repleto de craques e conquistou importantes títulos.

Naquele período, o Esporte Clube Bahia era uma verdadeira potência do futebol brasileiro, com um time que tinha como base a solidez defensiva e um ataque poderoso. O time era composto por jogadores talentosos e experientes, que souberam unir técnica, habilidade e raça para alcançar grandes resultados.

Entre os jogadores que marcaram época no Bahia na década de 70, podemos destacar nomes como Buttice, Sapatão, Roberto Rebouças, Altivo, Baiaco e Ubaldo, que formavam uma defesa sólida e quase intransponível. No ataque, o time contava com grandes jogadores como Natal, Douglas, Picolé, Fito e Peri, que eram capazes de decidir partidas com jogadas individuais ou em conjunto.

Por isto, resolvi fazer esta homenagem a este torcedor fiel e apaixonado pelo Bahia. Sua dedicação e amor pelo tricolor são inspiradores e nos fazem lembrar que torcer por um time de futebol é muito mais do que torcer por onze jogadores em campo, é torcer por uma história, por uma cultura e por uma paixão que nos une em torno de um mesmo ideal.

Parabéns, Rogério, por ser um torcedor tão especial e por levar o amor pelo Bahia no coração. Tenho certeza de que além da sua paixão pela Pituba o amor pelo tricolor continuará a inspirar muitos outros torcedores, assim como tem inspirado a mim. Viva o Bahia e viva a amizade entre torcedores!

 


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

ARTIGO - É preciso resgatar a dignidade e a importância do militante político. (Padre Carlos)

 


Os militantes políticos devem ser valorizados pelo seu comprometimento com as causas sociais, pela sua capacidade de mobilizar a população e pela sua dedicação ao bem comum.

 


Escrever pra mim é antes de tudo, um testemunho e um gesto solidário, para que possa dar notoriedade a vidas a personagens que são esquecidos ou excluídos do projeto que ajudaram a construir. Digo isto porque é preocupante como a valorização dos militantes políticos nos últimos tempos, esteja sendo determinada principalmente pela sua capacidade de angariar votos para um partido ou corrente política, em detrimento de sua história e contribuição para a causa. Isso pode levar a uma visão instrumentalista e superficial da militância política, na qual os militantes são vistos apenas como ferramentas para ganhar eleições.

 Valorizamos apenas os números, as estatísticas e as possibilidades de ganhar eleições.  Essa mudança de paradigma tem consequências graves, pois coloca a política no mesmo nível de uma simples competição esportiva, onde o objetivo é vencer a qualquer custo, independentemente dos valores e princípios que defendemos. Essa lógica eleitoreira é um dos principais fatores que alimentam a corrupção e a falta de ética na política, uma vez que as pessoas são vistas como meros instrumentos de poder, e não como seres humanos com ideias e projetos para transformar a sociedade. 

É preciso resgatar a dignidade e a importância do militante político, valorizando o compromisso com as causas sociais e a capacidade de diálogo e construção coletiva. Os partidos e correntes políticas deveriam valorizar e reconhecer a contribuição dos militantes políticos não apenas durante as eleições, mas também ao longo de todo o processo político, desde a construção de propostas até a implementação de políticas públicas. Dessa forma, é possível construir um ambiente político mais participativo, democrático e inclusivo, que valorize verdadeiramente os companheiros e a luta por um país melhor.

 Ao invés disso, valorizamos apenas o que eles podem nos oferecer em termos de poder e influência. Esse tipo de mentalidade é extremamente prejudicial para a democracia e para a representatividade da população. Os militantes políticos devem ser valorizados pelo seu comprometimento com as causas sociais, pela sua capacidade de mobilizar a população e pela sua dedicação ao bem comum. É preciso voltar a valorizar os verdadeiros militantes e lutar contra a corrupção e o oportunismo político que minam a democracia.

 

 

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...