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terça-feira, 2 de maio de 2023
ARTIGO - Sou parte de uma geração que sonhou com um outro Brasil. (Padre Carlos)
Na segunda metade dos anos
70, eu era um jovem militante que fazia parte de uma geração que sonhava com um
Brasil diferente. Diante da falta de liberdade e vivendo os tempos de chumbo,
encaramos o futuro com coragem, ousadia e desprendimento. Rompemos com o PCdoB
e fundamos o PT buscando retomar o fio da meada que nos unia às tradições de
1968.
A Luta política, prática
cultural, revolução comportamental, contestação ao consumismo - tudo isso
estava misturado no caldeirão das utopias que acalentávamos. No movimento
estudantil, nas comunidades de base, na trincheira do velho MDB, no teatro e na
música, mergulhamos profundamente no desafio de mudar o mundo e o país.
Fomos perseguidos, presos e
torturados pela ditadura militar. Mas não nos deixamos abater. Resistimos com
fé e esperança, inspirados pela Teologia da Libertação e pelos movimentos
populares. Testemunhamos a força da solidariedade e da fraternidade entre os
que lutavam por um Brasil mais justo e igualitário.
Hoje, olhando para trás,
vejo que nossa luta não foi em vão. Conseguimos avançar em muitas áreas e
conquistamos muitas vitórias. Mas ainda há muito a ser feito. A luta continua e
a chama da esperança ainda arde em nossos corações. Continuamos a sonhar com um
outro Brasil possível.
Mas não basta sonhar. É
preciso agir. É preciso transformar nossos sonhos em projetos concretos, nossas
utopias em realidades palpáveis. É preciso construir um Brasil mais
democrático, mais soberano, mais solidário, mais sustentável. Um Brasil que
respeite a diversidade, que promova a justiça social, que garanta os direitos
humanos.
Para isso, é preciso ter
consciência crítica, participação cidadã, organização popular. É preciso ter
coragem para enfrentar os poderes dominantes, que querem manter o status quo de
privilégios e desigualdades. É preciso ter ousadia para propor alternativas
criativas e inovadoras, que rompam com as lógicas do capitalismo neoliberal. É
preciso ter desprendimento para colocar os interesses coletivos acima dos
interesses individuais ou corporativos.
Somos parte de uma geração
que sonhou com um outro Brasil. Mas não somos os únicos. Há muitas outras
gerações que compartilham desse sonho. Há muitas outras pessoas que se somam a
essa luta. Há muitas outras forças que se aliam a esse projeto. Somos parte de
um povo que sonha com um outro Brasil. E esse povo é capaz de fazer história.
segunda-feira, 1 de maio de 2023
ARTIGO - Viver e Sentir o Rio Vermelho: A História por Trás de uma Morena bela. (Padre Carlos)
Celebração da
Cultura e da Tradição
O Rio Vermelho é um dos bairros mais
tradicionais de Salvador, capital da Bahia. Conhecido por sua forte identidade
boêmia e cultural é um lugar de muitas histórias e tradições, que se misturam
para formar uma atmosfera única e acolhedora. É no cenário de meados da década
de cinquenta e início da década de sessenta que encontramos a inspiração para a
música "Morena Bela do Rio Vermelho", do cantor e compositor Fael.
“Morena bela do rio vermelho
Teu lindo olhar é um espelho, morena
Onde eu vejo o luar
Tu tens nos olhos o verde do mar
E no verde mar dos teus olhos, morena
Eu queria me afogar”.
A música de Fael celebra a beleza da mulher
baiana, em particular a da "Morena Bela do Rio Vermelho, que poderia ser
também da Amaralina e da Pituba. A letra fala sobre o encanto desta mulher, que
dança ao som do samba e que tem a energia e a alegria típicas do bairro. É uma
ode à cultura e às tradições do Rio Vermelho, que é visto como um espaço de
liberdade e de expressão.
O Rio Vermelho sempre foi um bairro ligado
à cultura, às artes e à música. Ao longo dos anos, muitos artistas e
intelectuais se estabeleceram no bairro, atraídos pela sua atmosfera boêmia e
pela sua rica vida cultural. É um lugar onde se podem encontrar diversas casas
de shows, bares e restaurantes, além de muitas lojas e galerias de arte.
A música "Morena Bela do Rio
Vermelho" é um retrato desta rica cultura que se desenvolve no bairro. A
letra de Fael nos transporta para o universo boêmio do Rio Vermelho, com suas
ruas animadas, seus bares lotados e suas festas intermináveis. É uma canção que
celebra a alegria de viver, a música e a cultura da Bahia.
Para os moradores e frequentadores do Rio
Vermelho, a música de Fael é um hino que expressa todo o amor e a paixão que
senti pelo bairro. É um chamado para todos aqueles que buscam a liberdade, a
alegria e a expressão através da cultura e da arte.
domingo, 30 de abril de 2023
ARTIGO - Entre a liberdade e a solidão: o dilema de quem deixou o ministério sacerdotal. (Padre Carlos)
O
que eu ganhei e o que eu perdi ao sair do clero
A saudade do presbitério
Hoje vou falar do
sentimento da perda que registei com particular evidência. A exclusão do clero
é evidente agora, você depois de alguns anos percebe que aqueles camaradas lhe
esqueceram e você não faz mais parte nem do passado delas. Quantos anos morei
com aquelas pessoas, dividir o espaço do quarto, da sala, do refeitório e hoje
você constata que tudo aquilo não representa mais nada. O carinho que você
sente por estes, suas lembranças da filosofia e da teologia, são na verdade
seus fantasmas que ficam povoando suas memórias. A irmandade, a amizades de
décadas e as histórias de vida se perderam no tempo, só você é que não
percebeu.
Mesmo sentindo a
indiferença, confesso a vocês que não posso negar que me alegra ao ver aqueles
companheiros. É uma geração que vai dando sinal que está envelhecendo e, com
ela, um certo jeito de ser Igreja, de se relacionar, de celebrar, de cantar. No
fundo, acho que sublimei o conceito de clero e de presbitério , esse conceito
de irmandade, transcende aquele outro mais comum: a de que irmão é alguém com quem
temos afinidade, alguma forma de amor não sexual, alguém com quem podemos
contar no infortúnio, na tristeza, pobreza, doença ou desconsolo.
Claro que isso é também
irmandade, mas o sentido profundo desse sentimento desafiador chamado amizade é
outro. Amizade é algo que se constrói com o tempo, com a convivência, com a
partilha, com a confiança. Amizade é algo que se mantém mesmo na distância,
mesmo na divergência, mesmo na mudança. Amizade é algo que se renova a cada
encontro, a cada abraço, a cada palavra.
Eu sei que muitos dos meus
antigos colegas ainda me consideram um amigo. Eu sei que eles não me excluíram
por malícia ou por indiferença. Eu sei que eles têm suas vidas ocupadas e seus
problemas para resolver. Eu sei que eles também sentem saudades de mim. Mas eu
também sei que eles não me procuram mais como antes. Eu também sei que eles não
me convidam mais para os seus eventos. Eu também sei que eles não me incluem
mais nos seus planos. Eu também sei que eles não me veem mais como um igual. E
isso dói.
Dói saber que eu perdi
algo tão precioso quanto a amizade de quem eu tanto admirei e respeitei. Dói
saber que eu deixei de fazer parte de um grupo ao qual eu dediquei tanto amor e
serviço. Dói saber que eu me tornei um estranho para quem eu chamei de irmão.
Eu não quero voltar ao ministério sacerdotal. Eu não quero voltar à instituição
eclesiástica. Eu não quero voltar ao presbitério. Eu só quero voltar a sentir
que eles ainda são meus amigos. Eu só quero voltar a ter um espaço na vida
deles. Eu só quero voltar a ser lembrado e valorizado.
Eu sei que isso pode parecer egoísmo ou ingratidão da minha
parte. Eu sei que fui eu quem escolheu sair do ministério e da Igreja. Eu sei
que fui eu quem rompeu com o vínculo que
me unia a eles.
Mas eu também sei que não fiz isso por capricho ou por
rebeldia. Eu também sei que não fiz isso por falta de fé ou de vocação. Eu
também sei que não fiz isso por desamor ou por traição.
Eu fiz isso por coerência. Eu fiz isso por honestidade. Eu
fiz isso por liberdade.
Eu não me arrependo da minha decisão. Eu não me sinto
culpado pelo meu caminho. Eu não me lamento pela minha situação.
Eu só me sinto triste pela minha solidão.
Eu sei que há muitas pessoas que me amam e me apoiam aqui
fora. Eu sei que há muitas pessoas que me respeitam e me admiram aqui fora. Eu
sei que há muitas pessoas que me querem bem e me fazem bem aqui fora.
Mas nenhuma delas pode substituir aqueles que eu deixei lá
dentro. Nenhuma delas pode entender o que eu vivi lá dentro. Nenhuma delas pode
compartilhar o que eu aprendi lá dentro.
Por isso, eu sinto falta do presbitério. Por isso, eu sinto
falta do clero. Por isso, eu sinto falta dos meus amigos.
Eles foram uma parte importante da minha vida. Eles foram
uma parte importante de mim.
E eu espero que eles saibam disso.
sábado, 29 de abril de 2023
ARTIGO - A Força do Amor de Deus e da Comunidade para Superar a Adversidade. (Padre Carlos)
O
Papel da Religião na Luta Contra a Doença
Caro
amigo ou amiga,
Se
você está lendo este artigo é porque, de alguma forma, está enfrentando uma
situação difícil em sua vida ou na vida de alguém que ama. Talvez você esteja
doente, ou tem um parente que está doente, e o peso da meditação e do
sofrimento pode parecer esmagador.
Mas
eu quero lembrá-lo que, mesmo em meio à dor, existe uma fonte de esperança e de
amor que pode ser uma força poderosa em sua vida. Eu falo, é claro, do amor de
Deus. Quando reconhecemos que Deus é amor e está conosco em todos os momentos,
podemos encontrar uma paz que transcende toda a compreensão.
Além
disso, quando temos amigos e uma comunidade que nos apoia, podemos sentir que
não estamos sozinhos em nossa luta. O simples fato de saber que as pessoas
estão rezando por nós pode trazer um sentimento de pertencimento e de esperança
que nos ajuda a perseverar, mesmo nos momentos mais difíceis.
Eu
sei que, em tempos de dor e sofrimento, pode ser difícil encontrar forças para
lutar. Mas a religião pode ter um papel importante em ajudar-nos a promover
emoções positivas e encontrar controles internos para a luta. É importante
lembrar que, muitas vezes, são as pequenas coisas que fazem a diferença.
Por
isso, eu gostaria de encorajá-lo a manter a fé e a esperança em seu coração.
Acredite que o amanhã pode ser diferente e que você tem a capacidade de lutar e
superar qualquer obstáculo que possa surgir em seu caminho. Como meu amigo
Wilton diz, faça com que a esperança venha lembrá-lo que amanhã tudo poderá ser
diferente, se você acreditar.
Que
Deus abençoe você e sua família neste momento difícil, e que você possa
encontrar a paz e a esperança que vêm do amor divino e do apoio àqueles que o
amam.
Com
amor e compaixão
sexta-feira, 28 de abril de 2023
ARTIGO - Dom Timóteo Amoroso Anastácio: um monge que marcou a história do Brasil. (Padre Carlos)
Um
legado de amor, sabedoria e esperança!
Já faz algum tempo que um amigo me pediu
para que eu escrevesse sobre Dom Timóteo. Depois de algum tempo, minha pena
resolveu aceitar o convite, e hoje gostaria de compartilhar com você um pouco
sobre a vida e obra deste grande homem.
No dia 12 de julho de 2023, completaram-se
113 anos do nascimento de Dom Timóteo Amoroso Anastácio, um monge beneditino
que foi um dos grandes líderes religiosos e sociais do século XX no Brasil. Sua
trajetória é marcada por uma profunda fé, uma coragem profética e uma abertura
ao diálogo e à diversidade cultural.
Dom Timóteo nasceu em Barbacena, Minas
Gerais, em 1910, em uma família de origem italiana. Formou-se em Direito no Rio
de Janeiro, onde se casou com Maria Helena, mas ficou viúvo aos 28 anos. Em
1940, ingressou na Ordem de São Bento no Mosteiro do Rio de Janeiro, adotando o
nome religioso de Timóteo. Em 1965, foi eleito arquiabade do Mosteiro de São
Bento da Bahia, o mais antigo do novo mundo.
Sua chegada à Bahia coincidiu com um dos períodos mais turbulentos da história do Brasil, a ditadura militar que se instalou em 1964 e durou até 1985. Dom Timóteo não se calou diante das violações dos direitos humanos e da repressão aos movimentos sociais que lutavam pela democracia e pela justiça. Ele se destacou pela sua atuação contra a ditadura militar que oprimia o Brasil na década de 1960 e 1970. Ele não se intimidou diante das ameaças e das violências do regime e usou sua voz e sua influência para defender os direitos humanos e a democracia. Um episódio marcante foi em 1968, quando ele abriu as portas do Mosteiro de São Bento para acolher os estudantes que fugiam da repressão policial na Avenida Sete de Setembro, em Salvador. Ele também denunciou a prisão arbitrária do jornalista Aroldo Pereira, que era seu amigo e colaborador do jornal O Estado de S. Paulo. Dom Timóteo se tornou um símbolo da resistência e da solidariedade aos perseguidos políticos, muitos dos quais encontraram no Mosteiro um refúgio e uma esperança.
Outro caso emblemático da atuação de Dom
Timóteo contra a ditadura militar foi a denúncia que ele fez da prisão de
Haroldo Lima, um dos líderes da Ação Popular Marxista-Leninista (APML), que se
incorporou ao PCdoB em 1972. Haroldo Lima foi preso em 1976, junto com outros
dirigentes comunistas, na chamada Chacina da Lapa, em São Paulo, onde foram
assassinados Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond. Dom Timóteo,
que era amigo de Haroldo Lima e de sua família, soube da prisão por meio de uma
carta anônima e decidiu torná-la pública, para evitar que ele fosse torturado e
morto pelos militares. Ele escreveu uma nota no jornal O Estado de S. Paulo,
informando que Haroldo Lima estava preso e exigindo seu julgamento legal. Essa
atitude corajosa de Dom Timóteo salvou a vida de Haroldo Lima, que depois foi
libertado em 1979, com a anistia.
Dom Timóteo também foi um pioneiro na
promoção do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, especialmente com as
religiões afro-brasileiras e judaicas. Ele reconhecia a riqueza e a beleza da
diversidade cultural e religiosa do povo brasileiro e buscava uma integração
respeitosa e fraterna entre as diferentes tradições. Ele celebrou a Missa do
Morro com atabaques e berimbaus, abriu o Mosteiro para as manifestações
artísticas e culturais da Bahia e incentivou o estudo e a valorização da
história e da cultura afro-brasileira.
Dom Timóteo também se preocupava com as
questões sociais e ambientais do seu tempo. Ele defendia uma ética humanista
que preservasse a natureza e promovesse a dignidade de todos os seres humanos.
Ele criticava o consumismo desenfreado e a exploração dos recursos naturais que
ameaçavam a vida no planeta. Ele propunha uma espiritualidade que integrasse fé
e razão, ciência e religião, cultura e evangelho.
Dom Timóteo faleceu em 1994, aos 84 anos,
deixando um legado de amor, sabedoria e esperança para as gerações futuras. Sua
vida é um exemplo de como um monge pode ser um agente de transformação social e
um testemunho de como a fé pode iluminar a história.
quinta-feira, 27 de abril de 2023
ARTIGO - Deus te abençoe: Uma expressão de amor e compaixão (Padre Carlos)
Abençoando aqueles ao seu redor
Uma das frases que eu mais gosto de dizer é
que Deus te abençoe. Essas palavras carregam consigo uma força e um poder
imensuráveis. Deus é a essência de tudo, a fonte de toda a vida e amor. Quando
dizemos "Deus te abençoe", estamos desejando que essa força divina
esteja presente em sua vida, te guardando e te protegendo. Que sua jornada seja
iluminada pela graça divina e que você encontre paz e felicidade em cada passo
do caminho. Deus te abençoe, hoje e sempre. Essa é uma bela expressão de amor e devoção a
Deus, que reflete a sua fé e sua compaixão pelos outros.
O ato de abençoar alguém é uma maneira de
desejar o melhor para a pessoa, pedindo a Deus que a ilumine e guie em sua
jornada. Independentemente da religião ou crença pessoal, a benção é um ato de
bondade que pode trazer conforto e paz para quem a recebe. Que esse sentimento
de amor e gratidão continue a florescer em seu coração e que você possa
espalhar essa bênção para todos ao seu redor. Que Deus continue a abençoá-lo(a)
em sua jornada.
Estou dizendo estas coisas porque me sinto
uma pessoa abençoada. Abençoada por Deus, que me criou à sua imagem e
semelhança, que me deu a vida e o amor, que me sustenta e me conduz em sua
vontade. Abençoada por Deus, que me perdoa e me salva, que me cura e me liberta
que me consola e me fortalece. Abençoada por Deus, que me dá dons e talentos,
que me capacita e me envia que me confia uma missão e um propósito.
Uma das formas mais sinceras de agradecer a
Deus por todas as suas bênçãos é abençoar os outros. Abençoar os outros é
desejar que eles também experimentem o amor e a graça de Deus em suas vidas.
Abençoar os outros é pedir que Deus os proteja e os guie em seus caminhos.
Abençoar os outros é compartilhar com eles a alegria e a esperança que brotam
do coração de Deus.
Por isso, eu digo com frequência: Deus te
abençoe. Essas palavras expressam o meu desejo mais profundo de que você seja
feliz e realizado(a) em sua vocação. Que você possa conhecer e amar a Deus cada
vez mais. Que você possa servir e testemunhar a Deus com fidelidade e coragem.
Que você possa glorificar e louvar a Deus com gratidão e entusiasmo.
Deus te abençoe, hoje e sempre.
ARTIGO - A influência do legado de Marco Aurélio Garcia na atual política externa do Brasil. (Padre Carlos)
A
política externa brasileira pós-Marco Aurélio Garcia
O Brasil está passando por um momento
delicado na política externa, com o país atuando como mediador no conflito
entre Rússia e Ucrânia. Nesse contexto, é impossível não sentir a falta do companheiro Marco Aurélio
Garcia, um dos mais importantes formuladores da política externa brasileira dos
últimos anos.
Marco Aurélio Garcia foi um importante intelectual e
político brasileiro, que se destacou como assessor especial da Presidência da
República para assuntos internacionais durante os governos do Partido dos
Trabalhadores (PT). Foi uma das principais mentes por trás da política externa
do Brasil nessa época, ajudando a consolidar a posição do país como um ator
global relevante e crítico.
Infelizmente, Marco Aurélio Garcia faleceu em 2017, deixando
um vazio na política externa brasileira. No entanto, mesmo sem sua orientação
direta, é possível perceber a influência do seu espírito e visão na atual
política externa brasileira.
Em primeiro lugar, é importante destacar que a política
externa do Brasil continua pautada pela defesa da soberania e da independência
nacional, valores que sempre foram caros a Marco Aurélio Garcia. O país tem
buscado manter uma posição equilibrada e independente em relação ao conflito na
Ucrânia, atuando como mediador entre as partes em conflito e evitando alinhar-se
automaticamente com as potências ocidentais.
Além disso, a política externa brasileira tem se destacado
pelo seu protagonismo em temas globais como a defesa do meio ambiente, dos
direitos humanos e da paz mundial. Esses são temas que sempre foram caros a
Marco Aurélio Garcia, que lutou incansavelmente por um mundo mais justo e
solidário.
Outro aspecto importante da atual política externa brasileira
que reflete a visão de Marco Aurélio Garcia é a busca por uma maior integração
entre os países da América Latina e do Caribe. O ex-assessor da Presidência da
República sempre acreditou na importância da união dos países latino-americanos
como forma de fortalecer a região e garantir uma maior autonomia em relação aos
países ricos.
Em resumo, mesmo sem a presença física de Marco Aurélio
Garcia, é possível perceber a sua influência e legado na atual política externa
brasileira. O país continua defendendo valores como a soberania, a
independência e a solidariedade internacional, bem como atuando como um ator
global relevante e crítico. Certamente, o Brasil teria muito a ganhar se ainda
pudesse contar com as orientações e a sabedoria desse grande líder político e
intelectual.
ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)
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