Os votos de Lúcia Rocha podem ser
decisivos para definir as eleições do ano que vem.
Hoje me lembrei de Pirro, um general grego, que disse ao
ganhar a Batalha do Ásculo (279 a.C.) que outra vitória daquela e ele estaria
perdido. Referia-se ao alto número de soldados mortos e de não ter mais onde
recrutá-los. Este fato histórico me lembrou de Lula e do PT, nesta ultima
eleição. Apesar de ter derrotado Bolsonaro por uma margem muito pequena,
podemos dizer que este mérito não é apenas do Partido dos Trabalhadores e da
esquerda brasileira, estes agrupamentos tem o dever de dividir esta façanha com
o centro e a direita democrática. Foi necessária uma frente democrática para
derrotar a ultradireita nestas eleições.
Mas, como o que “importa mesmo é não ser derrotado”, que os
vencedores comemorem: às suas conquistas mesmo que elas pareçam frágeis, coloca
os agentes do campo progressistas como protagonista do processo político.
Aquele “antigo compositor baiano” segue tendo razão, pois “é preciso estar
atento e forte, não temos tempo de temer a morte”.
Confesso
que minhas preocupação em relação ao processo eleitoral em Vitória da Conquista
se deva por entender que é semelhante o processo e se não temos Lula no
Planalto de Conquista, precisamos discernir e buscar as alianças necessárias
para ganhar as eleições.
Quem conhece nossas elites e as nossas culturas política sabe que ela não é
nada democrática e neste período costuma vir à tona todos os medos e
preconceito das elites locais. Então, farei breve avaliação das forças em
disputas e tratarei de perspectivas futuras. Peço-lhe apenas, caro leitor, que
não desconsidere que a análise é de momento, pois a política eleitoral é
semelhante as nuvens, dança ao sabor do
vento.
Segundo os resultados do primeiro turno das eleições
presidenciais de 2022 a cidade deu uma ampla vantagem para Lula (PT), que
obteve 55,40% dos votos válidos, contra 36,55% de Jair Bolsonaro (PL). Para o cargo de
governador da BA, ACM Neto (UNIÃO) liderou com 46,89% dos votos válidos,
seguido por Jerônimo (PT), com 37,95%, No segundo turno, Lula ampliou sua vantagem
para 58,31%, enquanto ACM Neto também se manteve na frente com 59,05%.
Diante desse cenário, pode-se dizer que Vitória da
Conquista não tem espaço para uma terceira via na disputa presidencial ou
estadual, pois os eleitores já demonstraram uma preferência clara pelos
candidatos do PT e do UNIÃO. No entanto, isso não significa que os votos de
Lúcia Rocra, caso confirme sua candidatura a prefeita da cidade, serão
irrelevantes. Pelo contrário, eles podem ser decisivos para definir as eleições
do ano que vem. Isso porque existe um eleitorado que se comporta de forma
flutuante e que segue algumas lideranças na cidade. Esses eleitores podem ser
influenciados por Lúcia Rocra,(MDB) que tem uma trajetória política solida e tem
densidade eleitoral. Além disso, ela
pode atrair os votos dos eleitores insatisfeitos com a gestão municipal ou com
os candidatos do PT e do UNIÃO.
Portanto, a candidatura de Lúcia Rocra pode representar um
fator de equilíbrio ou de desequilíbrio nas eleições municipais de 2024. Ela
pode tanto ajudar a consolidar a vitória de um dos candidatos majoritários,
quanto provocar uma surpresa e levar a disputa para o segundo turno. Tudo vai
depender da capacidade dela de dialogar com os diferentes segmentos da
sociedade conquistense e de apresentar propostas que atendam às demandas da
população.