sexta-feira, 18 de agosto de 2023

ARTIGO - Entre Metáforas Musicais e Duras Realidades: A Roma Negra e a Violência Contra Lideranças Quilombolas. (Padre Carlos)

 A Conexão Entre a Roma Negra e a Violência Contra Lideranças Quilombolas



Na vastidão da expressão artística, músicos muitas vezes transmitem mensagens que vão além das notas e das letras. Caetano Veloso, com sua poesia lírica, uma vez ousou chamar Salvador de "Roma negra", uma metáfora que transcende a geografia para evocar a força cultural e histórica das cidades brasileiras com grande população negra. Entretanto, a realidade frequentemente ofusca o brilho das metáforas, e acontecimentos na Bahia lançam uma sombra sobre essa conexão.

O assassinato de Bernadete Pacífico, uma destacada liderança quilombola da Bahia, não apenas chocou a nação, mas também trouxe à tona questões complexas e dolorosas. Enquanto Caetano Veloso se inspira nessa busca nas raízes negras da Bahia para compor seus versos, a região da violência assume uma predominância triste e marcante: jovens negros e pobres frequentemente tornam-se vítimas dessa escalada crônica de criminalidade.

Segundo Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, o terrível assassinato de Bernadete ocorreu no Pacífico após a invasão de seu terreiro por criminosos. A tragédia ganha ainda mais gravidade ao considerar que há seis anos, o filho de Bernadete também foi vítima fatal da violência que permeia as ruas e becos da Bahia. A cruel ironia não passa despercebida: a mesma liderança que lutava pela preservação da cultura e religiosidade afro-brasileira, que Caetano Veloso tanto celebra poeticamente, foi brutalmente silenciada.

No cerne dessa violência persistente na Bahia encontra-se um sistema complexo e multifacetado de desigualdades sociais e raciais. As raízes históricas da escravidão e do racismo lançam uma sombra sobre a atualidade, refletindo-se em oportunidades limitadas para os jovens negros, falta de acesso à educação de qualidade e institucionalizada. A Roma negra que Caetano Veloso evoca é, infelizmente, marcada por cicatrizes profundas, onde a cultura vibrante se mistura com o peso do passado e a luta constante pela igualdade.

Nesse contexto, as palavras de Anielle Franco ressoam poderosamente: a violência na Bahia está intrinsecamente ligada a essas lutas persistentes por justiça social e igualdade racial. Bernadete Pacífico é um triste testemunho da dura batalha que muitos enfrentaram para quebrar os grilhões do preconceito e da violência.

Caetano Veloso, com sua música e poesia, oferece uma visão de beleza e esperança em meio a uma realidade muitas vezes esquecida. Mas é importante lembrar que, por trás das metáforas, existem histórias reais de luta, perda e resiliência. O assassinato de Bernadete Pacífico serve como um brutal de que há muito trabalho a ser feito para transformar a Roma negra em um lugar de verdadeira igualdade, justiça e segurança para todos os seus filhos.

Em última análise, a conexão entre as palavras de Caetano Veloso e a tragédia enfrentada por Bernadete Pacífico nos convida a refletir sobre o poder da arte em inspirar a mudança e a necessidade urgente de abordar as profundas desigualdades que continuam a corroer a essência da sociedade brasileira. A verdadeira homenagem a líderes como Bernadete Pacífico é não apenas celebrar suas conquistas, mas também lutar incansavelmente por um futuro onde a Roma negra brilhe a autoridade com a luz da justiça, da igualdade e da paz. 





ARTIGO - Do Sonho à Realidade: O Polo Têxtil e o Novo Horizonte Econômico do Sudoeste da Bahia. (Padre Carlos)


Fios de Oportunidade




A região do Sudoeste da Bahia está prestes a dar um salto significativo em seu desenvolvimento econômico com a apresentação pública do projeto do Polo Têxtil em Vitória da Conquista, terceira maior cidade do estado. O evento ocorreu no último dia 17, no auditório Lúcia Dórea, no CEMAE, e trouxe à luz as perspectivas promissoras que esta iniciativa traz consigo. Com a expectativa de gerar mais de 8 mil de empregos diretos, o impacto no mercado de trabalho local promete ser expressivo, elevando a qualidade de vida da população e impulsionando a economia regional.

A presença de autoridades municipais e estaduais, juntamente com representantes do setor têxtil e membros da sociedade civil, confirmaram a importância desse empreendimento para o futuro da região. Durante a apresentação, foram sentidas as estruturas e infraestruturas do polo, bem como os impactos psicológicos e sociais que ele pode acarretar. Esse esforço transparente em comunicar os detalhes do projeto demonstra o comprometimento das lideranças envolvidas com a transparência e a construção de consenso em torno dessa iniciativa transformadora.

A prefeita Sheila Lemos, uma figura proeminente no evento, deixou clara a melodia do projeto ao lado do seu secretariado e de autoridades presentes.

A empolgação demonstrada por empresários não só do setor têxtil, mas também de outras áreas, enfatiza a confiança na transformação de Vitória da Conquista em um polo econômico diversificado e próspero. A localização estratégica da cidade, combinada com sua infraestrutura já existente, oferece uma base sólida para o crescimento e atração de investimentos. O entusiasmo desses empresários sugere que eles visualizem essa empreitada como um investimento seguro e promissor, que não apenas beneficia Vitória da Conquista, mas toda a Região do Sudoeste da Bahia.

Além dos empregos diretos que serão criados, o Polo Têxtil tem o potencial de estimular toda uma cadeia produtiva, desde fornecedores de matérias-primas até gerados de serviços diversos. Isso cria um efeito multiplicador que impulsiona a atividade econômica de maneira ampla e sustentável. Além disso, a capacitação e o treinamento necessário para as funções no polo podem resultar em uma força de trabalho mais qualificada e competitiva, ampliando ainda mais as oportunidades no mercado local e regional.

Contudo, é importante destacar que, embora o projeto prometa vários benefícios, desafios podem surgir ao longo do caminho. A gestão responsável dos impactos ambientais e sociais, a garantia de condições justas de trabalho e a promoção da inclusão devem estar no cerne do desenvolvimento do polo. O diálogo contínuo com a comunidade, a transparência nas ações e a busca por parcerias com instituições acadêmicas e de pesquisa podem auxiliar na construção de um polo administrativo sustentável e transformador.

Em conclusão, o projeto do Polo Têxtil em Vitória da Conquista está prestes a catalisar o desenvolvimento econômico do Sudoeste da Bahia. Com a geração de empregos diretos, a diversificação econômica e a atração de investimentos, essa iniciativa promete um futuro. O sucesso do Polo Têxtil em Vitória da Conquista também dependerá de iniciativas certificadas com as regionais e nacionais de desenvolvimento. Parcerias com órgãos governamentais, instituições financeiras e organizações de fomento podem garantir recursos adicionais, expertise e apoio regulatório para supervisor do projeto. Além disso, uma comunicação transparente com a sociedade, mantendo-a controlada sobre o progresso, os desafios e os benefícios do polo, é essencial para manter o apoio público ao longo do tempo.

Em síntese, a região do Sudoeste da Bahia está à beira de uma transformação econômica significativa com a implantação do Polo Têxtil em Vitória da Conquista. O caminho a seguir é desafiador, mas os benefícios potenciais para a região e o exemplo que isso pode estabelecer são inestimáveis.

ARTIGO - Título: Imoralidade e Ética na Advocacia: Um Olhar Sobre o Caso Wassef. (Padre Carlos)

 


 

 "O anjo da guarda"

 


Em meio a um cenário onde a ética e a moralidade são pilares fundamentais para o exercício de diversas profissões, a recente discussão envolvendo o advogado Frederick Wassef expõe um dilema que atinge não apenas a esfera jurídica, mas também o crédito e confiança depositados na advocacia como um pendência.

A rápida mudança de posição do profissional do direito, que afirmou publicamente não ter conhecimento das joias em questão para, subitamente, ser identificado como o comprador legal de um relógio Rolex vendido ilegalmente, lança uma sombra de dúvida sobre as condutas éticas seguidas por alguns profissionais em sua busca por sucesso e ganhos materiais.

Nem tudo o que é legal é necessariamente moral, e esse caso não é uma exceção. A advocacia é uma profissão que exige integridade, retidão e responsabilidade para com a verdade, princípios que estão intrinsecamente ligados ao seu papel na sociedade. Quando um advogado, que deve ser um defensor da justiça, se envolve em ações questionáveis, como a recompra de um bem vendido ilegalmente, ocorre um comprometimento não apenas da sua própria imagem, mas também da segurança do sistema jurídico como um todo.

A advocacia não deve ser vista apenas como uma atividade mercantil, onde os ganhos financeiros prevaleceram sobre a ética profissional. A confiança depositada pelos clientes e pela sociedade em advogados é resultado da crença de que esses profissionais conduziram seus deveres com respeito à lei e à moral. Quando essa confiança é abalada, as bases da justiça também sofrem abalo.

O caso Wassef nos relembra que a imoralidade pode transcender o decoro da advocacia, e que é dever dos órgãos reguladores, assim como da própria classe, reforça a importância dos princípios éticos. A busca pelo sucesso e pela vitória legal não deve comprometer a integridade e a honra de uma profissão cuja responsabilidade é defender os valores que sustentam a sociedade.

Em um momento em que a opinião pública está atenta a cada movimento de figuras públicas, é essencial que os profissionais do direito, como também de outras áreas, sejam um exemplo de integridade e ética. Afinal, a força e a tolerância de qualquer profissão residem na capacidade de manter um equilíbrio entre o legal e o moral, construindo uma base sólida para um futuro mais justo e íntegro.

Fim do artigo

 


quinta-feira, 17 de agosto de 2023

ARTIGO - O Encontro do Exército Brasileiro com o Dia da Criança no Paraguai

 


Memórias Dolorosas


 

 

Por: Padre Carlos

Opinião | 17 de Agosto de 2023

No dia 16 de agosto, o Paraguai celebra o Dia da Criança, uma data que, à primeira vista, parece carregar alegria e felicidade. No entanto, por trás dessa celebração está uma história tristíssima, um episódio sombrio que nos recorda das tragédias da guerra e da vulnerabilidade das crianças. A escolha da data, 16 de agosto, não é apenas uma coincidência, mas sim uma lembrança dolorosa de um evento que ocorreu durante a Guerra do Paraguai.

Em 16 de agosto de 1869, uma batalha brutal conhecida como a Batalha de Acosta Ñu aconteceu nas proximidades do que hoje é a cidade de Eusebio Ayala, no centro do Paraguai. Essa batalha foi testemunha de uma disparidade terrível: de um lado, um exército de 20 mil soldados brasileiros e, do outro, um grupo de 3,5 mil soldados paraguaios, compostos principalmente por crianças com idades entre 9 e 15 anos. Além disso, havia também crianças com idades ainda mais tenras, entre 6 e 8 anos, que acompanhavam o grupo.

O termo "batalha" quase não se aplica a esse trágico evento, pois o confronto foi mais uma carnificina unilateral. A desproporção numérica entre os dois lados era espantosa, e os soldados paraguaios, em sua maioria jovens inocentes, enfrentaram uma morte certa. A batalha de Acosta Ñu tornou-se sinônimo de um verdadeiro massacre, uma lembrança brutal de como as crianças foram arrancadas de sua infância e forçadas a participar de uma guerra que não lhes pertencia.

O Dia da Criança no Paraguai, portanto, é mais do que um momento para presentear e celebrar os pequenos. É um momento de reflexão e memória, uma oportunidade para honrar a resiliência da infância paraguaia, que foi marcada por uma tragédia inimaginável. É também um lembrete de que, por trás de datas comemorativas, muitas vezes existem histórias profundas e comoventes que devem ser lembradas.

Enquanto comemoramos o Dia da Criança, é essencial que levemos em consideração as lições que a história nos ensina. Devemos trabalhar para garantir que nossas crianças estejam protegidas, que possam desfrutar de suas infâncias e crescer em ambientes seguros e livres de conflitos. A história da Batalha de Acosta Ñu nos chama a atenção para os horrores da guerra e os impactos devastadores que ela pode ter nas vidas mais vulneráveis.

Portanto, enquanto celebramos o Dia da Criança no Paraguai, devemos também dedicar um momento para lembrar as crianças que foram vítimas dessa tragédia e reafirmar nosso compromisso de criar um mundo melhor para as gerações vindouras. A história de Acosta Ñu é um lembrete poderoso de que devemos lutar por um futuro onde as crianças possam crescer em um ambiente de paz e amor, longe das sombras do passado.

Em memória das vítimas da Batalha de Acosta Ñu e em homenagem a todas as crianças do Paraguai, que possam encontrar um futuro de esperança e prosperidade, onde a brutalidade da guerra nunca mais manche suas vidas inocentes.

 


ARTIGO - Política em Vitória da Conquista: Mais que um Jogo de Padrinhos e Visitas Ilustres. (Padre Carlos)

 

Entre Padrinhos Senadores e a Realidade Eleitoral




Bem-vindos, caros leitores, a mais um capítulo da emocionante saga política brasileira! Parece que os pré-candidatos à prefeitura de Vitória da Conquista estão se aquecendo para uma "corrida" eleitoral que promete ser mais emocionante do que assistir a uma tartaruga tentando ganhar uma maratona. Mas antes de soltar os fogos de artifício, vamos dar um passo atrás e lembrar que na política, o sucesso não é entregue em um saquinho de drive-thru.

Ah, Abmael Alves de Brito, o digníssimo provedor da Santa Casa de Misericórdia, está ganhando tração na política baiana, especialmente depois de fazer uma visitinha ao senador Otto Roberto Mendonça de Alencar. É claro que isso é motivo para bater palmas e jogar confetes, certo? Bem, talvez não tão rápido. Porque, como diz o ditado, "não se faz política da noite para o dia". Lamentavelmente, não é possível solicitar uma pré-candidatura como quem pede uma pizza – não vai chegar em 30 minutos ou menos, meu caro.

E oh, falando em senadores-benefactores, acreditem, ter um padrinho senador pode ser uma espécie de passaporte para a vida politica, mas não é exatamente uma garantia de sucesso. Afinal, quem não se lembra daqueles pobres candidatos com padrinhos influentes que acabaram tendo um destino... como posso dizer... "não muito feliz"? Mas não vamos nos preocupar, afinal, a vida não é um musical de Hollywood, e aqui ninguém morre pagão, tenham certeza disso.

Mas brincadeiras à parte, é fascinante observar como a política é como uma dança frenética das cadeiras, com os políticos se revezando em seus encontros e apoios nos corredores do Congresso. Quem diria que Abmael Alves de Brito pode ser o próximo dançarino a se destacar na pista da política? Porém, meus amigos, antes de colocar os votos no cesto, lembrem-se do sábio conselho: "não conte os votos antes deles serem computados". A política é como uma montanha-russa: você nunca sabe quando vai despencar de cabeça.

Falando sério agora, política é como plantar uma árvore – você precisa de paciência, dedicação e raízes profundas para colher bons frutos. A verdade é que até mesmo o padrinho mais influente não pode transformar um candidato em uma estrela política da noite para o dia. A construção de uma carreira política sólida requer mais do que meras visitas a gabinetes ilustres. É como um jogo de xadrez complexo, onde as estratégias e movimentos bem pensados são o que realmente importa.

Então, enquanto observamos o palco se montar para mais uma eleição, lembremo-nos de que na política, não importa quantos padrinhos você tem ou quantas visitas fez aos figurões. O sucesso é um fruto que amadurece com o tempo, o esforço e a sagacidade. Abmael Alves de Brito pode estar se preparando para uma corrida, mas que ele saiba que, no mundo político, até mesmo o mais ágil dos corredores pode acabar tropeçando e caindo no chão. E aí, caro leitor, o que resta é apenas um conselho: segurem seus chapéus, porque a jornada política está apenas começando, e a estrada não será nada fácil, nem mesmo para aqueles que têm senadores como padrinhos.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

ARTIGO - Desafios na Pacificação: As Estrelas e a Fragilidade das Fardas.(Padre Carlos

 

 

"Entre Confiança e Desconfiança

 


Na recente operação da Polícia Federal que envolveu a apreensão do celular do general da reserva Mauro Cesar Laurena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, emergem preocupações profundas sobre a integridade das Forças Armadas e o processo de pacificação no país. A análise das mensagens apresentadas no dispositivo tornou-se um ponto central, com expressões de diálogos de teor golpista entre os militares e outras figuras, tanto internas quanto externas às instituições militares.

A apreensão de mensagens potencialmente prejudiciais, especialmente aquelas de caráter subversivo ou contrário aos princípios democráticos, gera um sinal de alerta. O Exército, que busca um papel pacificador e coeso na sociedade, enfrenta o dilema de como lidar com as situações em que membros de alta patente podem estar envolvidos em ações questionáveis. As ações individuais de alguns não podem ser extrapoladas automaticamente para toda a instituição, mas a percepção pública muitas vezes não diferencia entre indivíduos e o conjunto.

A imagem das Forças Armadas, outra associada à proteção da nação e ao respeito à ordem democrática, tem enfrentado desafios recentes. Casos como o presente, em que planos de golpistas são mencionados em diálogos de militares, têm o potencial de corroer a confiança da população na instituição. A pacificação do país não pode se dar às custas da igualdade ou negação desses acontecimentos.

É crucial lembrar que a maioria dos militares serve a nação com dedicação e comprometimento. No entanto, a presença de figuras de destaque associadas a mensagens móveis comprometedoras em seus dispositivos colocam em risco o progresso que as Forças Armadas fizeram para se reconciliar com a democracia. A confiança pública nas instituições é um pilar fundamental para a coesão social e o desenvolvimento sustentável.

O desafio para as Forças Armadas e para o país como um todo é encontrar maneiras de abordar essas situações de maneira transparente e responsável. A colaboração com consideração e a garantia de que aqueles que se desviam dos princípios democráticos sejam responsabilizados são passos essenciais. Além disso, a liderança militar deve fortalecer os valores democráticos, a integridade e o compromisso com a nação, destacando que a conduta individual não deve obscurecer a missão coletiva de proteger a sociedade.

O processo de pacificação não pode ser alcançado com o fechamento dos olhos para as estrelas espalhadas pelas fardas. Ao enfrentar esses desafios de frente, as Forças Armadas podem reforçar seu papel positivo na construção de uma nação unificada e em progresso, enquanto reafirmam seu compromisso inabalável com a democracia e a paz

terça-feira, 15 de agosto de 2023

ARTIGO - Privatização da Eletrobrás e o apagão no Nordeste: uma conexão previsível. (Padre Carlos)

 



Privatizaçãoda Eletrobrás leva ao apagão

 


 

O apagão desta terça-feira, que durou várias horas e atingiu todo o Nordeste brasileiro, apanhou a muitos de surpresa. Mas, na verdade, não deveria ter sido uma surpresa para ninguém. Isso porque, quando o governo Bolsonaro vendeu a Eletrobrás no ano passado, grupos privados adquiriram por um valor muito abaixo do real uma empresa que era patrimônio do povo brasileiro.

Muitos alertaram na época que a iniciativa privada não teria o mesmo compromisso com a população que a empresa estatal. E foi exatamente o que aconteceu. Após a privatização, os novos controladores da Eletrobrás visaram apenas o lucro, sem se preocupar em fazer os investimentos necessários para manter o sistema elétrico funcionando adequadamente.

O resultado foi o apagão de ontem. E, pelo andar da carruagem, outras falhas no fornecimento de energia devem ocorrer no futuro. Isso mostra os riscos de se entregar à iniciativa privada um serviço essencial como o fornecimento de eletricidade. Quando o interesse público sai de cena, a população é quem paga o preço.

Portanto, é hora de o povo brasileiro reagir e exigir que o Estado reassuma o controle da Eletrobrás. Caso contrário, outros apagões virão, e o desenvolvimento do país continuará comprometido pela falta de planejamento e visão social daqueles que hoje detêm as rédeas do setor elétrico.

É uma questão de soberania nacional. Não podemos permitir que serviços essenciais como energia elétrica, água, saúde e educação sejam controlados por grupos privados que visam apenas o lucro. O Brasil precisa resgatar o controle público desses setores fundamental para o bem-estar e progresso da população.

Caso o povo não se manifeste e exija esse retorno ao interesse coletivo, ficaremos reféns dos humores e ambições de uma minoria de acionistas. O apagão de ontem foi apenas um aviso do que pode acontecer se continuarmos nesse caminho equivocado da privatização desenfreada. Reverter à venda da Eletrobrás é essencial para impedir novas falhas no sistema e garantir o fornecimento estável de energia para as famílias e empresas brasileiras.


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...