terça-feira, 15 de agosto de 2023

ARTIGO - Privatização da Eletrobrás e o apagão no Nordeste: uma conexão previsível. (Padre Carlos)

 



Privatizaçãoda Eletrobrás leva ao apagão

 


 

O apagão desta terça-feira, que durou várias horas e atingiu todo o Nordeste brasileiro, apanhou a muitos de surpresa. Mas, na verdade, não deveria ter sido uma surpresa para ninguém. Isso porque, quando o governo Bolsonaro vendeu a Eletrobrás no ano passado, grupos privados adquiriram por um valor muito abaixo do real uma empresa que era patrimônio do povo brasileiro.

Muitos alertaram na época que a iniciativa privada não teria o mesmo compromisso com a população que a empresa estatal. E foi exatamente o que aconteceu. Após a privatização, os novos controladores da Eletrobrás visaram apenas o lucro, sem se preocupar em fazer os investimentos necessários para manter o sistema elétrico funcionando adequadamente.

O resultado foi o apagão de ontem. E, pelo andar da carruagem, outras falhas no fornecimento de energia devem ocorrer no futuro. Isso mostra os riscos de se entregar à iniciativa privada um serviço essencial como o fornecimento de eletricidade. Quando o interesse público sai de cena, a população é quem paga o preço.

Portanto, é hora de o povo brasileiro reagir e exigir que o Estado reassuma o controle da Eletrobrás. Caso contrário, outros apagões virão, e o desenvolvimento do país continuará comprometido pela falta de planejamento e visão social daqueles que hoje detêm as rédeas do setor elétrico.

É uma questão de soberania nacional. Não podemos permitir que serviços essenciais como energia elétrica, água, saúde e educação sejam controlados por grupos privados que visam apenas o lucro. O Brasil precisa resgatar o controle público desses setores fundamental para o bem-estar e progresso da população.

Caso o povo não se manifeste e exija esse retorno ao interesse coletivo, ficaremos reféns dos humores e ambições de uma minoria de acionistas. O apagão de ontem foi apenas um aviso do que pode acontecer se continuarmos nesse caminho equivocado da privatização desenfreada. Reverter à venda da Eletrobrás é essencial para impedir novas falhas no sistema e garantir o fornecimento estável de energia para as famílias e empresas brasileiras.


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