Um
Desafio para as Forças Armada.
Por Padre
Carlos
Num
país democrático, a igualdade perante a lei é um princípio inegociável. Nenhum
cidadão, independentemente da sua posição ou estatuto, deve estar acima das
leis que regem a nação. Este é um pilar fundamental da justiça e da democracia.
Recentemente, o Brasil viu essa questão ser postada à prova em meio às
investigações que envolvem militares e atos golpistas.
Na
última quarta-feira, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, fez uma série
de visitas aos órgãos envolvidos nas investigações, buscando informações sobre
militares investigados nos inquéritos da Polícia Federal, notadamente aquelas
relacionadas às visitas do hacker Walter Delgatti ao Ministério da Defesa .
Nos
bastidores, a preocupação é clara: evitar a convocação de generais envolvidos
nos atos golpistas e nas negociações com hackers, a fim de preservar a revisão
do sistema eletrônico de votação. Entretanto, essa preocupação deve ser
equilibrada com a necessidade de transparência e justiça.
Os
militares da ativa têm razões compreensíveis para se preocupar com o impacto
dessas investigações na imagem do Exército. Contudo, é fundamental compreender
que a convocação de alguns deles para depor não deve ser interpretada como uma
tentativa de desmoralizar as Forças Armadas, mas sim como parte de um processo
de esclarecimento e busca pela verdade.
A
CPI e a Polícia Federal têm a responsabilidade de investigar o fundo de
qualquer irregularidade que possa ter ocorrido, independentemente da situação
dos envolvidos. No entanto, é crucial que essas investigações sejam conduzidas
de maneira imparcial e justa, sem preconceitos políticos.
No
topo das prioridades das investigações são figuras proeminentes, incluindo
ex-ministros e generais de alto escalonamento. A transparência nessas
investigações é crucial para restaurar a confiança da população nas
instituições democráticas.
É
claro que o clima está tenso, tanto entre os militares da ativa quanto na
reserva. No entanto, é essencial lembrar que o Brasil é uma democracia e que a
democracia se sustenta na aplicação igualitária da lei.
O
general Tomás Paiva desempenha um papel fundamental neste momento, procurando
manter a coesão e o profissionalismo dentro das fileiras das Forças Armadas.
Sua missão não é fácil, mas é vital para garantir que o Exército continue sendo
uma instituição respeitada em nossa nação.
Nesse
contexto, é importante que uma “família militar” demonstre o devido cuidado com
a imagem da Força e compreenda a necessidade de responsabilidade individual em
qualquer ação.
As
críticas e a insatisfação, seja na ativa ou na reserva, devem ser canalizadas
de forma construtiva, mantendo o respeito às instituições democráticas. A
democracia é um processo de aprendizado e aprimoramento contínuo, e todos os
cidadãos, independentemente de sua profissão ou origem, têm um papel a
desempenhar nesse processo.
Na
última análise, ou como diria no jargão militar: ULTIMA FORMA, a mensagem que
deve ser reforçada é que ninguém está acima da lei. Isso é essencial para a
preservação da nossa democracia e para a construção de uma sociedade mais justa
e igualitária. É um lembrete de que, em uma democracia, a justiça prevalecerá,
independentemente da carga que alguém ocupe.