sexta-feira, 25 de agosto de 2023

ARTIGO - Ninguém Está Acima da Lei.

 


Um Desafio para as Forças Armada.

 


Por Padre Carlos

Num país democrático, a igualdade perante a lei é um princípio inegociável. Nenhum cidadão, independentemente da sua posição ou estatuto, deve estar acima das leis que regem a nação. Este é um pilar fundamental da justiça e da democracia. Recentemente, o Brasil viu essa questão ser postada à prova em meio às investigações que envolvem militares e atos golpistas.

Na última quarta-feira, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, fez uma série de visitas aos órgãos envolvidos nas investigações, buscando informações sobre militares investigados nos inquéritos da Polícia Federal, notadamente aquelas relacionadas às visitas do hacker Walter Delgatti ao Ministério da Defesa .

Nos bastidores, a preocupação é clara: evitar a convocação de generais envolvidos nos atos golpistas e nas negociações com hackers, a fim de preservar a revisão do sistema eletrônico de votação. Entretanto, essa preocupação deve ser equilibrada com a necessidade de transparência e justiça.

Os militares da ativa têm razões compreensíveis para se preocupar com o impacto dessas investigações na imagem do Exército. Contudo, é fundamental compreender que a convocação de alguns deles para depor não deve ser interpretada como uma tentativa de desmoralizar as Forças Armadas, mas sim como parte de um processo de esclarecimento e busca pela verdade.

A CPI e a Polícia Federal têm a responsabilidade de investigar o fundo de qualquer irregularidade que possa ter ocorrido, independentemente da situação dos envolvidos. No entanto, é crucial que essas investigações sejam conduzidas de maneira imparcial e justa, sem preconceitos políticos.

No topo das prioridades das investigações são figuras proeminentes, incluindo ex-ministros e generais de alto escalonamento. A transparência nessas investigações é crucial para restaurar a confiança da população nas instituições democráticas.

É claro que o clima está tenso, tanto entre os militares da ativa quanto na reserva. No entanto, é essencial lembrar que o Brasil é uma democracia e que a democracia se sustenta na aplicação igualitária da lei.

O general Tomás Paiva desempenha um papel fundamental neste momento, procurando manter a coesão e o profissionalismo dentro das fileiras das Forças Armadas. Sua missão não é fácil, mas é vital para garantir que o Exército continue sendo uma instituição respeitada em nossa nação.

Nesse contexto, é importante que uma “família militar” demonstre o devido cuidado com a imagem da Força e compreenda a necessidade de responsabilidade individual em qualquer ação.

As críticas e a insatisfação, seja na ativa ou na reserva, devem ser canalizadas de forma construtiva, mantendo o respeito às instituições democráticas. A democracia é um processo de aprendizado e aprimoramento contínuo, e todos os cidadãos, independentemente de sua profissão ou origem, têm um papel a desempenhar nesse processo.

Na última análise, ou como diria no jargão militar: ULTIMA FORMA, a mensagem que deve ser reforçada é que ninguém está acima da lei. Isso é essencial para a preservação da nossa democracia e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É um lembrete de que, em uma democracia, a justiça prevalecerá, independentemente da carga que alguém ocupe.

 

 


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