quarta-feira, 4 de outubro de 2023

ARTIGO | Prefeitos Retornam a Brasília em Busca de Alívio às Finanças dos Municípios Baianos

 


ARTIGO  | Prefeitos Retornam a Brasília em Busca de Alívio às Finanças dos Municípios Baianos


Destaque da UPB



Prezados leitores,


    Nesta terça e quarta-feira, dias 3 e 4 de outubro de 2023, os prefeitos e prefeitas da Bahia estão em Brasília para participar de mais uma Mobilização Municipalista promovida pela União dos Municípios da Bahia (UPB) em conjunto com a Confederação Nacional de Municípios (CNM). O evento tem como objetivo essencial buscar soluções para a delicada situação financeira das administrações municipais em todo o Brasil.


    A principal pauta em discussão é a aprovação da Lei Complementar (PLP) 136/2023, uma medida crucial prometida pelo governo para compensar as perdas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e equilibrar as finanças municipais. Esta proposta, já aprovada na Câmara, está aguardando apreciação no Senado para finalmente ser sancionada e, assim, disponibilizar os recursos tão necessários para os municípios. É urgente e vital que esta lei seja ratificada, pois o FPM tem apresentado quedas consecutivas nos últimos meses, agravando ainda mais a crise financeira nas cidades brasileiras.


    Outra demanda essencial é a compensação das perdas decorrentes da isenção do ICMS sobre os combustíveis. Esta medida é fundamental para mitigar os impactos econômicos nos municípios, garantindo assim a continuidade dos serviços essenciais à população. A falta desses recursos compromete programas federais, prejudica os repasses aos municípios e agrava a já elevada dívida previdenciária, tornando inviável a gestão municipal.


    Além dessas questões, os líderes municipais estão focados na aprovação do repasse adicional de 1,5% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de forma permanente no mês de março, conforme previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 25/2022, que atualmente está sob análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. Este adicional é vital para fortalecer as finanças municipais, permitindo investimentos necessários em áreas cruciais como Previdência, Saúde e Educação.


    É imperativo que o Congresso Nacional e o Governo Federal reconheçam a urgência dessas questões e atuem de forma proativa para solucionar os problemas enfrentados pelos municípios. Os gestores municipais estão empenhados em garantir o bem-estar dos cidadãos, mas para isso, é essencial contar com apoio financeiro adequado.


    Neste contexto, é fundamental que todos os cidadãos estejam cientes das lutas enfrentadas pelos seus municípios. A participação ativa da sociedade civil é crucial para pressionar as autoridades a agirem em prol do bem comum. Acompanhar as ações dos nossos representantes políticos e compreender as complexidades desses desafios é o primeiro passo para construir um Brasil municipalista, forte e justo para todos.


    Que possamos, enquanto sociedade, unir esforços para apoiar nossos prefeitos e prefeitas nessa batalha por recursos essenciais para o desenvolvimento de nossas cidades.


Atenciosamente,


Padre Carlos

ARTIGO - "Desafios do HGVC: Gestão e Coragem no Centro da Discussão"

 


Desafios e Esperanças: O Futuro do HGVC em Nossas Mãos

 


Prezados leitores,

 

Hoje, quero trazer à nossa reflexão um tema vital para todos nós que residemos em Vitória da Conquista e região sudoeste: o Hospital de Base, ou HGVC. Este é um local emblemático, não apenas como uma instituição de saúde, mas como um pilar fundamental de nossa comunidade. Entretanto, olhando para o estado atual do HGVC, não é possível sentir uma mistura de gratidão por parte dos funcionários dedicados e frustração pela gestão deficiente que tem comprometido o difícil seu funcionamento.

 

Quero deixar claro desde o início que, na minha opinião, o bom atendimento hospitalar é resultado direto da coragem e da dedicação dos funcionários. São eles que, mesmo diante das adversidades, se esforçam incansavelmente para garantir um serviço de qualidade. Os profissionais da Fundação de Saúde e os terceirizados demonstraram verdadeira paixão pelo seu trabalho, fazendo seu tempo e energia para o bem-estar dos pacientes. No entanto, enfrentam enormes desafios devido à falta de infraestrutura adequada, à escassez de funcionários e à falta de manutenção dos equipamentos.

 

O problema central que precisamos abordar de frente é a gestão do hospital. É inegável que a administração desempenhe um papel crucial no funcionamento eficaz de qualquer instituição, especialmente em uma área tão sensível quanto à saúde. Joás Meira, que em tempos passados ​​conseguiu administrar o HGVC de forma eficiente com um quadro menor de funcionários, ilustra claramente que é possível superar desafios semelhantes com a liderança certa.

 

Um dos grandes obstáculos que enfrentamos é a politização de setores que não deveriam, de forma alguma, ser loteados politicamente. Um hospital é, sem dúvida, um desses lugares. A administração hospitalar deve ser baseada em méritos, competência e experiência, não em filiações políticas. Quando áreas pertinentes à saúde são afetadas pela política, a qualidade do atendimento e o bem-estar dos pacientes são colocados em segundo plano, prejudicando toda a comunidade.

 

A visita do Secretário de Saúde da Bahia ao hospital é um exemplo vívido de como uma intervenção certa pode fazer a diferença. É inaceitável que a melhoria seja possível apenas sob o olhar atento das autoridades. Devemos exigir uma gestão eficaz, constante e independente, que seja capaz de resolver os problemas estruturais do CGV.

 

Portanto, clamamos a todos nós, cidadãos preocupados, que unamos nossas vozes em prol de uma gestão transparente, eficiente e não politizada para o Hospital de Base. Nossas vidas e as vidas de nossos entes queridos dependem disso. Juntos, podemos fazer a diferença, garantindo que o HGVC cumpra a sua missão vital em nossa comunidade.

 

Atenciosamente,

 

Padre Carlos


Francisco: Um Chamado à Renovação da Igreja

 

4 de outubro dia de São Francisco de Assis

 


Nesta quarta-feira, dia consagrado a São Francisco de Assis, ecoam novamente pelos corredores do Vaticano os ecos de um chamado divino. Assim como São Francisco foi convocado por Cristo para reconstruir a Igreja no século XIII, hoje testemunhamos outro Francisco, um Jesuíta da Contra Reforma, sendo chamado pelo Espírito Santo para renovar mais uma vez a instituição que representa a fé de milhões em todo o mundo. Em Roma, centenas de fiéis se reúnem para discutir o futuro da Igreja Católica, mas, neste encontro, está-se delineando não apenas o destino da instituição, mas também um novo capítulo na história do cristianismo.

O Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, tem sido uma chama de esperança e mudança para a Igreja Católica. Seu nome, uma homenagem direta ao humilde e compassivo São Francisco de Assis, parece predestinado a guiar a Igreja em tempos desafiadores. Assim como seu homônimo, o Papa Francisco tem demonstrado uma profunda empatia pelos marginalizados, uma compaixão ilimitada pelos menos afortunados e uma coragem indomável para questionar as normas estabelecidas.

O chamado à renovação que ecoa na voz do Papa Francisco não é apenas um apelo à mudança superficial; é um convite para uma transformação espiritual e ideológica profunda. Estamos testemunhando uma liderança que não teme os desafios modernos, mas os encara de frente, buscando respostas e soluções que sejam verdadeiramente evangélicas, baseadas no amor, na inclusão e na justiça social.

O Sínodo em Roma, onde os líderes religiosos e os fiéis se reúnem para delinear o futuro da Igreja, é mais do que uma simples reunião eclesiástica. É um terreno fértil para a discussão de temas que vão além das doutrinas e dogmas. A possibilidade de permitir que homens casados se tornem sacerdotes, o reconhecimento dos direitos das mulheres em papéis eclesiásticos e a inclusão dos membros da comunidade LGBTQ+ são questões que não apenas desafiam a tradição, mas também abraçam a essência do evangelho - o amor incondicional por todos os seres humanos, independentemente de quem são ou quem amam.

No entanto, essa jornada rumo à renovação não é isenta de controvérsias. Há vozes dentro e fora da Igreja que resistem às mudanças propostas. Mas é justamente neste embate entre tradição e progresso que encontramos a verdadeira essência da fé. A fé não é estática; é dinâmica, viva e adaptável. É essa capacidade de se adaptar às necessidades dos tempos, mantendo-se fiel aos princípios fundamentais do amor e da compaixão, que define uma fé verdadeiramente poderosa.

O Papa Francisco, ao assumir a liderança deste processo de renovação, está desempenhando um papel fundamental na história da Igreja. Sua coragem em enfrentar as questões difíceis, sua compaixão pelos marginalizados e sua determinação em criar uma igreja mais inclusiva estão inspirando não apenas os católicos, mas também pessoas de todas as crenças ao redor do mundo.

Neste dia sagrado, enquanto os fiéis se reúnem em Roma para discutir o futuro da Igreja Católica, somos lembrados de que a verdadeira essência da fé está na capacidade de amar e aceitar uns aos outros, independentemente das diferenças. O chamado à renovação é, acima de tudo, um chamado ao amor incondicional e à compaixão, valores que transcendem as fronteiras da religião e unem a humanidade em sua busca por significado e transcendência. O Papa Francisco, ao liderar esta jornada, não está apenas renovando a Igreja; ele está renovando nossa esperança em um mundo onde o amor e a aceitação podem verdadeiramente triunfar. Que possamos todos seguir seu exemplo e abraçar essa mensagem de renovação e amor em nossas próprias vidas.

 

terça-feira, 3 de outubro de 2023

A partir de amanhã veremos reformas profundas em discussão no sínodo de Roma

 


Papa Francisco ensaia a revolução final

 


Nos salões sagrados de Roma, onde a tradição muitas vezes se choca com o desejo de progresso, uma revolução está em gestação. O Papa Francisco, cujo pontificado tem sido marcado pela busca incansável por uma igreja mais inclusiva e compassiva, surpreende novamente ao colocar em discussão questões profundas que podem transformar o catolicismo tal como o conhecemos. No centro deste debate está o Sínodo de Roma, um evento que promete redefinir o futuro da Igreja Católica.

Ao abrir as portas do Vaticano para centenas de fiéis nesta quarta-feira, Francisco lançou uma sombra de incerteza sobre os corredores tradicionais da igreja. Temas antes considerados tabus estão agora na mesa de discussão. A possibilidade de permitir que homens casados se tornem sacerdotes, o reconhecimento dos direitos das mulheres em papéis eclesiásticos e a inclusão dos membros da comunidade LGBTQ+ no seio da igreja são assuntos cruciais em pauta.

Enquanto alguns observadores do Vaticano previam um declínio gradual do pontificado de Francisco, este surpreendeu a todos com a coragem de suas propostas. Desde que assumiu como Papa em 2013, Francisco tem sido um defensor fervoroso de uma igreja mais tolerante e aberta às mudanças necessárias para acompanhar o mundo moderno. Agora, no Sínodo de Roma, ele parece determinado a transformar essas palavras em ações concretas.

Este evento, que ocorrerá de 4 a 29 de outubro, não é apenas uma reunião de líderes religiosos, mas um marco histórico que pode moldar o futuro de 1,3 bilhão de católicos em todo o mundo. A pausa de um ano entre os dois encontros não é um mero detalhe logístico, mas sim um período dedicado à reflexão profunda sobre as mudanças que Francisco está propondo.

O que está em jogo não é apenas o futuro da Igreja Católica, mas também a própria alma do catolicismo. As decisões tomadas neste sínodo podem criar rachaduras profundas na instituição, potencialmente levando a um cisma. No entanto, para o Papa Francisco, o status quo não é uma opção. Sua visão de uma igreja mais acolhedora, que abraça a diversidade e se adapta aos desafios do mundo moderno, está impulsionando esta revolução silenciosa, mas poderosa.

Neste momento crucial, o mundo aguarda com expectativa e apreensão as deliberações do Sínodo de Roma. A Igreja Católica está à beira de uma encruzilhada, onde as decisões tomadas determinarão não apenas seu destino, mas também sua relevância e significado para as gerações futuras. Independentemente do resultado, o Papa Francisco já deixou uma marca indelével, desafiando o status quo e nos lembrando que a verdadeira revolução começa quando temos a coragem de questionar as normas estabelecidas, mesmo que isso signifique desafiar séculos de tradição.

 


Nas Trilhas da Escrita: A Arte de Traduzir Sentimentos

 


Em Busca da Alma nas Letras

 


Neste universo de letras e emoções, onde as palavras são pincéis e o papel é a tela, encontro meu refúgio, meu propósito e minha paixão. Assim como o senhor, querido leitor, também sou um apaixonado pela arte de escrever. Em meio às linhas e entrelinhas, percorro mundos desconhecidos, dando voz às emoções, às dores e às alegrias dos que muitas vezes são silenciados pelo barulho ensurdecedor do mundo.

O ato de escrever é uma peregrinação, uma jornada sem rumo pelo espaço das palavras, onde as metáforas se entrelaçam com os sentimentos, criando um universo único e particular. Como um peregrino nas estradas de um mundo desigual, trilho caminhos feitos de letras, compartilhando histórias de vida e andanças. A pena, para mim, é mais do que um instrumento de escrita; é uma espada que enfrenta a indiferença e a injustiça, uma ferramenta que dá voz aos que foram silenciados.

Em cada palavra escrita, procuro capturar a essência do concreto e do abstrato. Conto histórias reais e imaginárias, mesclando mágoas e sorrisos, encontros e encantos, desencontros e desencantos. Em minhas narrativas, busco não apenas entreter, mas também provocar reflexões profundas sobre a vida, a sociedade e a condição humana.

Escrever é um ato de coragem. É expor a alma, desnudar-se diante do leitor, compartilhar pensamentos íntimos e experiências profundas. É uma forma de resistência contra o esquecimento, contra a superficialidade que permeia nosso mundo moderno. Nas palavras, encontramos a verdadeira essência da humanidade, os medos e as esperanças que todos compartilhamos, independentemente de nossa origem ou trajetória de vida.

Ao escrever, transcendo as barreiras do tempo e do espaço. Vou além das limitações físicas e mergulho nas profundezas da imaginação, criando mundos e personagens que ecoam os anseios mais profundos da alma humana. É um ato de empatia, de solidariedade, de se colocar no lugar do outro e compreender sua realidade, suas lutas e suas vitórias.

Neste eterno vaivém entre o concreto e o abstrato, entre a realidade e a fantasia, encontro meu propósito. Cada palavra escrita é uma gota no oceano vasto da literatura, uma contribuição para o enriquecimento do conhecimento humano. Assim, como um peregrino incansável, continuarei minha jornada, explorando os recantos mais profundos da alma e compartilhando as descobertas com todos aqueles que, como eu, são fascinados pela magia das palavras.

Padre Carlos

 


Vitória da Conquista: O Poder das Urnas e o Futuro Político em Jogo.

 



Um Palco Político Emergente nas Eleições do Conselho Tutelar de 2023

 


As eleições do Conselho Tutelar de 2023 em Vitória da Conquista, que ocorreram no último domingo (1º), não apenas definiram os novos membros para o Quadriênio 2024-2028, mas também revelaram um panorama intrigante sobre as alianças políticas e a capacidade de mobilização na cidade . Com uma participação massiva de 11.451 participantes, o evento já entrou para a história local como um marco de engajamento cívico.

 

O que mais chamou a atenção não foi apenas o número de votantes, mas também a expressiva quantidade de votos recebidos pelos dois principais candidatos. Elusane Oliveira Putumuju, apoiada pelo presidente da Fundação Pública de Saúde, Diogo Gomes de Azevedo Feitosa, conquistou impressionantes 1.224 votos. Em segundo lugar, Paulo Sousa Santos Barros, irmão do secretário Municipal de Serviços Públicos, Luís Paulo Sousa Santos, que é filiado ao União Brasil (UB), recebeu 912 votos. Esses números não são apenas indicativos de apoio popular, mas também lançam luz sobre a dinâmica política da cidade.

 

Diogo Gomes de Azevedo Feitosa, além de líder da Fundação Pública de Saúde, é cogitado como pré-candidato ao cargo de vereador pelo União Brasil (UB) nas Eleições Municipais de 2024. A votação expressiva de sua aprovação Elusane Oliveira Putumuju serve como um prenúncio do que podemos esperar de sua campanha futura. Sua habilidade em mobilizar participantes não apenas demonstra sua influência na comunidade, mas também indica uma mudança potencial no cenário político conquistense.

 

Por outro lado, a ascensão de Paulo Sousa Santos Barros, associado ao poderoso nome de Luís Paulo Sousa Santos, secretário Municipal de Serviços Públicos, mostra a força das conexões políticas locais. O fato de alguém ligado à prefeitura ter conseguido emplacar seu irmão no conselho tutelar com uma votação tão significativa é uma clareza indicativa do poder de mobilização e influência dessa aliança.

 

Ambos Diogo e Luís Paulo são aliados da atual prefeita, Sheila Lemos, que representa a União Brasil. A votação expressiva de seus apoiadores não apenas solidifica a posição da prefeita, mas também lança um desafio aos seus opositores para as eleições de 2024.

 

As eleições do Conselho Tutelar, mais do que um processo de escolha de representantes para a proteção das crianças e adolescentes, serviram como uma tabela política para Vitória da Conquista. As alianças delineadas, a capacidade de mobilização demonstrada e os votos expressivos refletem não apenas a vontade das eleições, mas também apontam para um futuro político em ebulição na cidade.

 

O que resta agora é observar como essas dinâmicas se desenvolverão nos próximos anos. Os eventos recentes deixaram claro que Vitória da Conquista está em um momento crucial, onde a voz dos cidadãos, as alianças políticas e o engajamento cívico moldarão os próximos capítulos de sua história política. O jogo está apenas começando, e a cidade está sendo observada atentamente, consciente de que cada voto conta e cada movimento político pode mudar o destino da cidade.

 

Padre Carlos


segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Populismo e Justiça: Uma Análise Profunda

 


A justiça e o risco do populismo

 


A ascensão do populismo tem sido uma das grandes preocupações do debate político contemporâneo. Muito se discute sobre as causas socioeconômicas e culturais que alimentam esse fenômeno. No entanto, há uma dimensão pouco explorada e que merece atenção: a relação entre justiça e populismo.

Recentemente, tive a oportunidade de acompanhar um caso judicial que me fez refletir profundamente sobre essa conexão. Tratava-se de um processo contra um ex-dirigente político que havia cometido irregularidades graves durante seu mandato. A comoção popular em torno desse julgamento foi imensa devido a forma como as grandes corporações midiática trabalharam estas questões. Milhares de pessoas se mobilizaram para pressionar o Judiciário a condená-lo exemplarmente.

O que mais me chamou atenção, porém, não foi o anseio por justiça. Foi o ódio visceral contra o réu e o desejo exacerbado de vingança que vi estampado nos rostos da multidão. Não havia ali um apelo à imparcialidade ou ao devido processo legal. Havia uma sede primal de punição a qualquer custo.

Nesse contexto, até mesmo juízes probos e técnicos podem se ver tentados a saciar a ira popular com uma sentença draconiana. Mesmo agindo estritamente dentro da lei, um magistrado pode acabar legitimando, ainda que inadvertidamente, anseios populistas e mesmo autoritários.

É preciso ter claro que o papel da Justiça não é punir para vingar, mas punir para restaurar a ordem democrática ferida pelo crime. Seus ritos e garantias não existem para proteger criminosos, e sim para proteger a sociedade do arbítrio e da sede irrefreada de vingança.

Caso contrário, corre-se o risco de a Justiça se converter em um instrumento de manipulação das massas, reforçando pulsos autoritários em nome de uma pseudojustiça popular. Por isso, é fundamental preservar a independência judicial e resistir a qualquer pressão externa, por mais tentadora que possa parecer.

A Justiça não pode ser populista. Sua missão é ser cega, imparcial e tecnicamente irrepreensível. Só assim poderá cumprir seu papel de defender verdadeiramente os valores democráticos e o Estado de Direito.


Padre Carlos

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...