O PT acusa Geraldo Júnior de fazer política "de cima para baixo"
Caro leitor,
Vivemos tempos interessantes, onde a política muitas vezes parece uma peça teatral repleta de personagens contraditórios e discursos convenientes. Nos últimos dias, uma situação peculiar veio à tona: líderes do PT, que antes se calaram diante das decisões verticais de seus próprios partidários, agora erguem a voz contra Geraldo Júnior, acusando-o de adotar uma política "de cima para baixo" ao impor uma candidatura. A ironia não poderia ser maior.
É fascinante como a memória política é seletiva. Durante a última campanha, quando Rui Costa conduziu a candidatura da Major Denice, essas mesmas vozes agora tão indignadas permaneceram em silêncio. Naquela época, não era uma questão de pulso forte, mas sim uma política "de cima para baixo" genuína. Estranhamente, esses defensores fervorosos da participação coletiva ficaram calados, como se a coerência tivesse abandonado o palco político.
A hipocrisia é uma sombra que paira sobre muitos corredores do poder. O comportamento seletivo dessas lideranças do PT é um exemplo claro disso. Eles não hesitaram em permanecer em silêncio diante das decisões autoritárias de Rui Costa, talvez porque conheciam bem o temperamento do ex-governador. No entanto, agora, quando a dinâmica é diferente e suas próprias ideias estão sendo contestadas, repentinamente encontram coragem para falar sobre a importância da construção conjunta.
Esse episódio ressalta uma triste realidade da política contemporânea: a falta de princípios consistentes. Quando as decisões políticas são baseadas em conveniência e oportunismo, a confiança do público é corroída. A sociedade merece líderes que pratiquem o que pregam, que defendam os mesmos princípios independentemente das circunstâncias.
Esperamos, agora, que o governador Jerônimo do PT, ao conduzir o nome do vice-governador, Geraldo Júnior do MDB, para a chapa majoritária, aprenda com seu antecessor como se faz politica. A verdadeira democracia não pode ser seletiva; ela deve ser um compromisso constante com a participação, o diálogo e a transparência, mas para isto é necesários homens sérios e que não tenha medo de perder os privilégios do poder.
Em tempos de eleições, é crucial que os eleitores estejam atentos à coerência dos discursos e à integridade dos candidatos. Afinal, a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática depende não apenas das promessas feitas, mas também das ações consistentes que demonstram um compromisso genuíno com os valores democráticos.
Que possamos, como sociedade, exigir mais dos nossos líderes e rejeitar a hipocrisia política que mina a confiança e compromete o nosso futuro.
Atenciosamente,
Padre Carlos