Essa agenda foi organizada junto com o federal Waldenor Pereira
O governo não é uma extensão do partido
Prezados leitores,
Nos últimos dias, uma preocupação tem permeado meu pensamento e, creio eu, de muitos cidadãos baianos conscientes da importância da imparcialidade na política. Refiro-me à recente visita planejada do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, à nossa querida cidade de Vitória da Conquista. Uma visita que, ao invés de unir os cidadãos sob a bandeira do bem comum, parece ter se transformado em um espetáculo partidário.
É de conhecimento público que o governador, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), organizou sua agenda junto com membros proeminentes do partido, como o deputado federal Waldenor Pereira e Adolfo Loyola, candidato do PT a deputado estadual. O cerimonial do governador, para minha surpresa, será conduzido pelo candidato do PT à prefeitura de nossa cidade.
O que me causa apreensão não é a escolha em si, mas sim o que ela representa. Um governador deveria ser o representante de todos os cidadãos, independentemente de suas filiações políticas. Ao centralizar sua visita em torno de um partido específico, Jerônimo Rodrigues parece esquecer que sua responsabilidade é com todos os baianos, e não apenas com os membros de sua facção política.
A imparcialidade na administração pública é fundamental para a manutenção da ética e da equidade em nossa democracia. Um governo que privilegia um partido em detrimento de outros não apenas mina a confiança dos cidadãos, mas também perpetua uma cultura política divisiva e partidária. Afinal, o governo não é uma extensão do partido que elegeu o governador, mas sim uma entidade que deve servir a todos os cidadãos, representando suas diversas opiniões e necessidades.
Neste cenário, é imperativo que nós, eleitores conscientes, estejamos atentos e vigilantes. Devemos cobrar de nossos representantes não apenas promessas vazias de imparcialidade, mas ações concretas que demonstrem seu compromisso com o bem-estar de todos os cidadãos, independentemente de sua afiliação partidária.
A democracia não é apenas um sistema de governo, mas um compromisso coletivo de respeito mútuo e justiça. Cabe a nós assegurar que essa promessa seja cumprida. Somente quando todos os baianos forem verdadeiramente representados é que poderemos alcançar uma sociedade justa e equitativa.
Que este episódio sirva como um lembrete de nossa responsabilidade como eleitores e como cidadãos. Devemos estar unidos na defesa de uma política que transcenda as barreiras partidárias, uma política que verdadeiramente sirva ao povo. Somente assim poderemos construir um futuro melhor para todos os baianos.
Atenciosamente,
Padre Carlos