As eleições são um jogo de xadrez
Prezados, leitores
Quem pensa que as eleições estaduais não têm nada haver com as eleições para as prefeituras e vereadores e que ainda está longe e não compensa discuti-la neste momento, está redondamente enganado. Estas eleições estão sendo jogadas agora.
Não podemos negar que uma eleição depende das outras e que as grandes alianças e composições políticas demandam de tempo e articulação. Confesso aos senhores que existem jogadas nesta arena da política que mesmo com algumas décadas de estrada terminamos não entendendo. Uma delas está sendo a relação do governador com os dois pré-candidatos da frente do nosso município.
Porque estou dizendo isto? Porque outras jogadas, também importantes, precisam ser comentadas. Assim, gostaria de chamar a atenção dos nossos leitores para entender melhor, como este jogo foi jogado.
Quando a vereadora Lúcia Rocha se deslocou para Brasília e com ajuda de Salvador trouxe debaixo dos braços o MDB municipal, a experiente parlamentar entrou definitivamente no tabuleiro político e conseguiu de forma brilhante espaço no jogo para poder fazer três jogadas diferentes.
Assim, quando Lúcio Vieira Lima diz com toda sinceridade que o MDB não aceitaria um papel secundário quando lidera todas as pesquisas para prefeito de nossa cidade, ele sabe da importância, por se tratar do terceiro colégio eleitoral do estado. Uma das grandes virtudes que sua candidata tem e é necessário ressaltar, é que se trata de uma dirigente partidária que pudesse sem grandes constrangimentos costurar alianças com grupos que vai da esquerda a direita e que tem densidade eleitoral.
Lúcia Rocha tem pontuado segundo o presidente estadual do partido 37 por cento, enquanto o outro candidato da base do governo, o deputado federal Waldenor Pereira, só consegue pontuar 14 por cento. Com isto, ela pode sem dúvida nenhuma se colocar como cabeça de chave e não negociar a vice enquanto lidera as pesquisas.
Quando Lúcia Rocha do MDB veio para a base do governo estadual, as lideranças petistas entendiam que das recomendações de Maquiavel até hoje adotadas como referência nos meios políticos, uma é exemplar. Ensinava o pensador italiano que o príncipe audaz deve tentar “dividir para governar” (ou reinar). “Divide et impera” – orientava ele.
Assim, pensavam eles que tinham conseguido uma aliança que dariam um xeque-mate, para a eleição de prefeito e assim ajudaria o partido a eleger seu candidato a prefeito. O que não contavam é que Lúcia Rocha dispararia nas pesquisas e o MDB que seria o pião do jogo passaria a ser o Rei no xadrez da política conquistense.
O que está acontecendo em Vitória da Conquista é um exemplo da importância das eleições estaduais para as eleições municipais. O MDB, que era um partido da situação e base da prefeita Sheila Lemos, conseguiu se tornar a força dominante na cidade graças a uma aliança com o PT. Esta aliança, no entanto, pode não durar até o dia das eleições, pois Lúcia Rocha está se tornando cada vez mais popular e pode se tornar uma candidata independente.
Este é um jogo de xadrez complexo, com muitos jogadores e muitas peças em movimento. É difícil prever o que vai acontecer, mas uma coisa é certa: as eleições estaduais e municipais de 2024 serão muito disputadas.
Padre Carlos
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