terça-feira, 14 de março de 2023

ARTIGO - Eduardo e Mônica: a letra que conquistou o coração do Brasil. (Padre Carlos)

 



Uma homenagem singela para Renato Russo.

 


“Quem um dia irá dizer que não existe razão

Nas coisas feitas pelo coração”

 

Falar de Renato sempre é difícil. É como falar de um ser mágico que tinha o dom de criar mundos com as palavras que escolhia, formando os versos que queria. Assim era este poeta, um ser sensível que captava as emoções humanas, com a intuição que possuía e a imaginação de um sonhador.

Não podia ser diferente, como poeta ele é um ser universal que transcende o tempo e o espaço, com a inspiração que recebe e a

expressão que oferece. Renato era um ser singular que retirava as vidas e personagens dentro da nossa alma, com a empatia de um artesão que desenvolve e a arte que realiza.

Muitas vezes o poeta não sente ou vive estas emoções, mas ele consegue interpretar, mesmo sem ter vivido os nossos sentimentos, com a genialidade que demonstra e uma beleza que nos encanta.

Então nós perguntamos: como ele faz isso? Qual é o seu segredo? Será que ele nasceu assim? Ou se tornou assim? Não sabemos ao certo, mas podemos admirar e nos identificar com as suas obras.

Por isto, como poeta ele conseguia se tornar um espelho da nossa geração, refletindo as nossas dores e amores, com uma sinceridade impa e a liberdade própria da nossa idade.

O poeta é um presente para a humanidade, ele nos faz sentir e pensar com a profundidade que atinge a nossa alma e a simplicidade que conquista o nosso coração.

O famoso poema de Renato Russo: Eduardo e Mônica, foi o escolhido para prestar está homenagem.

A letra da música é baseada em um texto que Renato Russo escreveu quando ainda estava no colégio, e que retrata um casal que ele conheceu na época. A história é contada de maneira bem humorada e poética, com versos que descrevem as características de cada um dos personagens e suas aventuras juntos. Por isto, escolhi este poema para fazer a minha versão em homenagem a este poeta.

Eduardo e Mônica um grande sucesso musical.

Ele era um rapaz

Que gostava de rock e de skate

Ela era uma moça

 

Que estudava direito e francês

Eles se conheceram

Numa festa estranha com gente esquisita

Ele achou ela meio metida

Ela achou ele meio pirado

Mas mesmo assim eles conversaram

E trocaram telefone e endereço

Ele ligou no outro dia

E ela aceitou sair com ele

Eles foram ao cinema

Ver um filme do Godard

Ele não entendeu nada

Ela explicou depois num bar

Eles foram se conhecendo melhor

E descobrindo as diferenças e semelhanças

Ele aprendeu a gostar de arte

Ela aprendeu a andar de skate

Eles viajaram juntos para a praia

Para o campo e para a neve

Ele apresentou ela para os amigos dele

Ela apresentou ele para os pais dela

Eles foram morar juntos

Num apartamento na Asa Norte

Ele largou a faculdade

Ela passou no vestibular

Eles tiveram um filho

Que se chamava Gabriel

Ele era a cara do pai

Mas tinha o jeito da mãe

Eles eram felizes

Apesar das brigas e das crises

Ele era o amor dela

Ela era o amor dele

Essa é a história de Eduardo e Mônica

Um casal que se amou à sua maneira

Que superou as diferenças e os preconceitos

Que mostrou que o amor não tem receita


segunda-feira, 13 de março de 2023

ARTIGO - O Pacto das Catacumbas foi a grande inspiração para a Teologia da Libertação. (Padre Carlos)

 


O Pacto das Catacumbas

 


A Igreja das catacumbas do Concílio Vaticano II é um tema de grande culto histórico e religioso, que merece ser analisado com profundidade. No presente artigo, vou tentar como aprendi do meu mestre  frater Henrique Matos, defender a tese de que  o Pacto das Catacumbas foi uma inspiração para a Teologia da Libertação na América Latina.

O Pacto das Catacumbas foi assinado por quarenta padres que participaram do Concílio Vaticano II, em 1965. Nesse documento, esses padres se comprometeram a viver de maneira simples e pobre, em solidariedade com os pobres, em um esforço para seguir mais perto do exemplo de Jesus Cristo. Esse compromisso com a simplicidade e a solidariedade com os pobres foi uma inspiração para a Teologia da Libertação, que surgiu na América Latina na década de 1960.

A Teologia da Libertação é um movimento teológico que tem como objetivo principal a libertação dos pobres e oprimidos. Ele se baseia em uma interpretação da Bíblia e em uma reflexão sobre a realidade social e política da América Latina. A Teologia da Libertação tem sido criticada por alguns setores da Igreja Católica, mas também tem sido reconhecida como uma fonte de inspiração para muitos católicos comprometidos com a luta pela justiça social.

O Pacto das Catacumbas foi uma das primeiras manifestações do compromisso da Igreja Católica com os pobres e oprimidos. Ele demonstrou que a Igreja poderia assumir um papel ativo na luta pela justiça social e que a simplicidade e a solidariedade com os pobres eram valores fundamentais do cristianismo. Esses valores foram incorporados pela Teologia da Libertação, que se tornou uma das principais correntes teológicas da América Latina.

Além disso, é importante destacar que o Pacto das Catacumbas também influenciou o pensamento do Papa Francisco, que tem sido um defensor incansável dos pobres e marginalizados. O Papa Francisco tem enfatizado a importância da simplicidade e da humildade no cristianismo, e tem apoiado diversas iniciativas de justiça social em todo o mundo.

Em resumo, o Pacto das Catacumbas foi uma inspiração para a Teologia da Libertação na América Latina e demonstrou que a Igreja Católica pode desempenhar um papel importante na luta por justiça social. Ele enfatizou a importância da simplicidade e da solidariedade com os pobres, valores que foram incorporados pela Teologia da Libertação e continuam a ser relevantes hoje. Espero que este artigo tenha contribuído para uma reflexão mais profunda sobre esse tema tão importante.

 


domingo, 12 de março de 2023

ARTIGO - O papa Francisco, manifestou-se disposto a rever o celibato como obrigação para os padres da Igreja Católica.(Padre Carlos)

 

       


O celibato dos padres é uma questão polêmica que divide opiniões



            O celibato dos padres é uma questão polêmica que divide opiniões dentro e fora da Igreja Católica. De um lado, há os que defendem que o celibato é uma forma de consagração a Deus e de dedicação exclusiva ao ministério sacerdotal. De outro lado, há os que argumentam que o celibato é uma imposição humana e não divina, que fere a liberdade e a dignidade dos padres e que contribui para a crise vocacional e para os casos de abusos sexuais na Igreja.

        O papa Francisco, em uma recente entrevista, manifestou-se disposto a rever o celibato como obrigação para os padres da Igreja Católica. Ele afirmou que o celibato é uma "receita temporária" da igreja ocidental e que não há contradição em que um padre se possa casar. Ele também disse que respeita a decisão dos padres que optaram pelo celibato e que não pretende impor uma mudança radical na disciplina eclesiástica.

        A declaração do papa abre espaço para um debate franco e maduro sobre o tema do celibato na Igreja. É preciso reconhecer que o celibato tem seus valores e seus desafios, mas também suas limitações e seus problemas. É preciso ouvir as vozes dos padres que vivem na solidão, no sofrimento ou na infidelidade ao seu voto. É preciso considerar as necessidades das comunidades católicas que sofrem com a falta de padres ou com a presença de padres despreparados ou desmotivados.

        Não se trata de abolir o celibato ou de impor o casamento aos padres. Trata-se de oferecer aos padres a possibilidade de escolher livremente entre as duas formas de vida: a casta ou a conjugal. Trata-se de valorizar ambas as formas como expressões legítimas do amor a Deus e ao próximo. Trata-se de respeitar a consciência e a vocação de cada padre.

        O papa Francisco mostrou coragem e humildade ao admitir que o celibato pode ser revisto. Ele também mostrou sabedoria e prudência ao não forçar uma mudança imediata ou definitiva. Ele convidou toda a Igreja a refletir sobre esse assunto com serenidade e profundidade. Que esse convite seja acolhido com sinceridade e responsabilidade por todos os católicos.

sábado, 11 de março de 2023

ARTIGO - A Misericórdia que Transcende os Limites da Lei. (Padre Carlos)

 


Deus: A Personificação da Misericórdia Divina

 


 

A misericórdia de Deus é uma das mais belas e poderosas vozes do amor divino por todos nós. Ela transcende a justiça, que muitas vezes define o direito pela lei e é fria como as paredes de uma cela de prisão. A justiça pode ser importante para manter a ordem na sociedade e garantir que as leis permaneçam, mas a misericórdia vai além disso.

 

A misericórdia é quente e acolhedora, pois olha além das regras e entende a miséria do outro. Ela não se preocupa em saber se você tem direito ou não, mas sim se você está precisando de ajuda. A misericórdia de Deus é assim, olha com os olhos de mãe, com carinho e amor por todos os seus filhos.

 

Quando nos voltamos para Deus em busca de ajuda, não somos julgados pela justiça, mas sim abraçados pela misericórdia divina. Deus nos ama incondicionalmente, e sua misericórdia é uma expressão desse amor. Ela nos dá uma nova chance, mesmo quando erramos e nos afastamos do caminho certo.

 

A Bíblia está repleta de exemplos de como a misericórdia de Deus foi demonstrada ao longo dos séculos. Um exemplo claro é o perdão concedido ao povo de Israel, mesmo depois de eles terem se afastado de Deus várias vezes. A misericórdia divina sempre foi maior do que a justiça, e isso é algo que deve ser celebrado.

 

É importante lembrar que a misericórdia de Deus não significa que não haja consequências para nossas ações. Mas quando nos arrependemos sinceramente e buscamos o perdão, a misericórdia divina é capaz de transformar nossas vidas e nos ajudar a seguir em frente com mais amor e compaixão pelos outros.

 

Em resumo, a misericórdia de Deus é uma expressão do amor divino por todos nós, que transcende a justiça e olha para além das regras. Ela é quente como os olhos de mãe, acolhendo a todos que precisam de ajuda e mostrando que, independentemente de nossas falhas, somos amados e perdoados por Deus. Que devemos sempre lembrar dessa verdade maravilhosa e viver nossas vidas com mais amor e compaixão pelos outros.


sexta-feira, 10 de março de 2023

ARTIGO - Contribuições dos partidos comunistas português e francês na luta pela liberdade e justiça social. (Padre Carlos)

 


A luta é anticolonialista e anti-imperialista

 


 

Quem vive no métier da política sabe que os partidos de cunho comunista militam no Brasil desde as primeiras décadas do século passado. Primeiro, o Partidão; depois, já em meados do séc. XX surgiram várias agremiações das dissidências do PCB. Mas hoje não vou falar dos nossos partidos, quero prestar uma homenagem ao Partido Comunista Português e ao Partido Comunista da França. A luta contra o fascismo e a memória de todos os militantes destes paises que tombaram na luta contra estes regimes.

O Partido Comunista Português (PCP) e o Partido Comunista Francês (PCF) tiveram contribuições significativas na luta contra o fascismo na Europa e no mundo, apesar de enfrentarem realidades políticas, negativas e sociais diferentes.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o PCP destacou-se por liderar a luta contra o regime salazarista em Portugal, que se aliou à Alemanha nazista. O partido organizou uma forte armada de resistência, com o apoio do movimento antifascista internacional e das forças aliadas, e foi fundamental na derrubada do regime de Salazar em 1974. Além disso, o PCP também foi importante na luta contra o colonialismo português, que foi um prolongamento do regime fascista em Portugal, e apoiou a luta pela independência das colônias africanas.

Não podemos esquecer que o PCP desempenhou um papel importante na construção da nova democracia portuguesa após a Revolução dos Cravos. O partido participou nas eleições democráticas em Portugal, realizadas em 1975, e ajudou a estabelecer as bases para uma sociedade mais justa e democrática.

 

Já o PCF teve um papel crucial na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, liderando uma luta contra a ocupação nazista e colaborando com outras forças políticas e sociais francesas. Após a guerra, o partido apoiou o movimento de independência na Indochina e na Argélia, lutou pelos direitos dos trabalhadores e pela proteção da democracia na França.

O PCF era o maior partido comunista na França e tinha uma forte presença nas áreas urbanas e industriais. Durante a ocupação, o PCF estabeleceu uma rede clandestina de resistência composta por militantes do partido, sindicalistas e trabalhadores. Essa rede se envolveu em várias atividades, incluindo sabotagem, propaganda e atividades de espionagem. O objetivo do PCF era enfraquecer o controle alemão sobre a França e fornecer informações aos Aliados sobre a presença e os movimentos das forças alemãs.

Ambos os partidos tiveram um papel importante na luta contra o fascismo em suas respectivas nações e em nível internacional, por isto, queremos hoje prestar esta homenagem a todos que tombaram na luta contra os regimes autoritários. Eles compartilhavam de uma luta por justiça, liberdade e fraternidade entre os povos. Por isto, acreditavam na importância da organização popular, na solidariedade internacional e na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, as condições políticas e sociais em cada país eram diferentes, o que levou a diferentes estratégias e táticas na luta contra o fascismo.

 

 


quinta-feira, 9 de março de 2023

ARTIGO - A Importância da Obra de Chico Buarque na História Brasileira e Africana.



O Legado Político e Social de Chico Buarque

 




 

Outro dia um jovem me perguntou: "Padre, o que o Sr. acha das músicas de Chico?" E eu lhe respondi sem hesitar: "A obra de Chico Buarque é de grande importância Para a história recente da democracia brasileira E para a luta contra o Estado Novo E as antigas colônias do Império Português."

Chico é um dos artistas mais importantes Da música popular brasileira Sua obra é um sistema das influências Que moldaram o país no século XX.

Temas políticos e sociais relevantes, Luta contra a ditadura militar, Opressão colonial em países africanos, Tudo isso Chico soube expressar.

Sua arte foi uma forma de resistência À opressão e à violação dos direitos humanos. Uma expressão da luta pela liberdade de expressão E pela democracia no Brasil.

Chico Buarque também atuou politicamente, Participando de movimentos estudantis e políticos, E de campanhas pela anistia e redemocratização do país.

E por fim, sua contribuição à luta contra a opressão colonial Em países africanos de língua portuguesa, Conscientização e mobilização política, Sua música é vista como uma forma de justiça.

Ao falar de tudo isso, vi que o jovem se emocionou E agradeceu-me com olhos brilhantes, Saindo como se tivesse encontrado um tesouro, Compreendendo a grandiosidade de Chico Buarque e sua obra fascinante.

  

quarta-feira, 8 de março de 2023

ARTIGO - Quando o talento ofusca a ética e a moral. (Padre Carlos)

 



O que esta acontecendo com o nosso futebol?

 


A questão moral e o comportamento ético são valores fundamentais que devem ser levados em conta em qualquer situação da vida, dentro e fora do campo. Talvez este seja um dos grandes motivos da perda de popularidade do nosso futebol.  Não é raro ver nossos jogadores  tendo problemas com a Justiça. Prisões por atraso no pagamento de pensão alimentícia, denúncias por sonegação fiscal e até alguns casos extremos, como o do ex-goleiro Bruno, que foi condenado por assassinar sua ex-companheira. Como professor de filosofia venho chamando a atenção da sociedade para corrigir os valores éticos e morais que geraram esta nova geração do futebol brasileiro.

Desta forma, gostaria de lembrar os leitores que não adianta a vitória se ela não vier por merecimento e que estes valores definem o caráter do atleta e do homem. Para ilustrar o que quero dizer, vou usar como referencia o jogo entre Irã e Dinamarca, nesta partida entre estas duas seleções, ocorreu um episódio que demonstra claramente a postura ética dos jogadores dinamarqueses.

Durante a partida, um torcedor na arquibancada apitou, e o jogador iraniano, acreditando ser o juiz, pegou a bola com a mão, cometendo uma infração e causando um pênalti para a equipe adversária. O juiz apitou a falta, e todos os presentes no estádio ficaram surpresos e indignados com a situação.

No entanto, para surpresa dos torcedores, o jogador da Dinamarca que bateu o pênalti, decidiu chutar a bola para fora, em vez de aproveitar a chance de marcar um gol fácil. Esse gesto inesperado demonstrou o compromisso dos jogadores dinamarqueses com a ética e a justiça no esporte.

Se a mesma situação ocorresse com jogadores brasileiros, certamente a reação poderia ser diferente. Alguns poderiam aproveitar a oportunidade de marcar um gol fácil e se sair melhor no jogo, sem pensar na questão moral ou ética envolvida. Porém, é importante ressaltar que nem todos os jogadores brasileiros agiriam dessa maneira, muitos também demonstrariam uma postura ética semelhante à da seleção dinamarquesa.

Em resumo, a atitude da seleção dinamarquesa durante o jogo com o Irã, em que o jogador optou por chutar a bola para fora evitando tirar proveito da infração cometida, demonstrou um comportamento ético exemplar e reforçou a importância da integridade no esporte. Essa postura deve servir de inspiração para jogadores e times de todo o mundo, pois mostra que a ética e a moral são valores que devem ser valorizados e colocados em prática não só no esporte, mas em todas as esferas da vida.

Assim, o Irã venceu aquele jogo por um a zero e a seleção dinamarquesa não retornaram derrotados, pois a moral e os princípios da Dinamarca foram preservados.

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...