domingo, 9 de fevereiro de 2020

ARTIGO - Quarenta anos de luta (Padre Carlos)

                            Quarenta anos de luta 

      São 40 anos de luta, quatro décadas dentro do PT. Partido pelo qual me apaixonei e carrego sua bandeira até hoje. O PT não é uma sigla, o partido são pessoas, são elas que devem ser abraçadas e parabenizadas, estando dentro ou fora do partido. Quero parabenizar aqueles que a quarenta anos fundaram o partido e todas as gerações que deram continuidade a esta luta. 
Quarenta anos se passaram, lembro-me como hoje, estava no CEAS, para uma reunião da Pastoral Operária com o Pe. Confa, quando fui apresentado aquele jovem sindicalista (Wagner) que acabara de ser eleito presidente da comissão provisória do Diretório Estadual na Bahia. 
        Dediquei minha juventude e renunciei a boa parte de minha vida pessoal, para servir ao partido, lutar suas lutas, sonhar os seus sonhos, sofrer as suas derrotas. E o fiz, exclusivamente, por decisão pessoal, íntima, irrevogável. Pois acredito em suas propostas de transformação da sociedade. Devo confessar-lhes que me arrependo de não ter dado ainda mais, muito mais, até a medida da exaustão, no limiar do cansaço, por saber que fui feliz e me realizei em cada  passeata, em cada campanha eleitoral, em cada jornada de luta, em cada esforço em busca do possível ou do impossível. 
          Durante estes quarenta anos, o Partido pode contar o carismático líder sindical como pilar e referência da luta de toda uma geração; assim dentro desta simbiose Lula foi forjado como mito e alma do próprio Partido. Com uma proposta de governo sem assustar o mercado financeiro, o PT e Lula conseguem vencer as eleições de 2002 com o slogan “Agora é Lula”. Pois a esperança venceu os ataques ao neoliberalismo. O NOSSO governo teve como destaque o programa Bolsa Família, Distribuição de renda programas sociais que mudam a sorte do povo brasileiro, sobre tudo daqueles que viviam abaixo da linha da miséria e defesa da soberania. E realizamos o que todos os sábios economistas afirmavam que jamais poderia acontecer demos um fim na dívida externa brasileira, elevando à potencialidade a capacidade de produção do Brasil. Aprovação do governo do Presidente Lula se confirma com sua reeleição em 2006 no segundo turno. 
          Hoje, o PT ao completar quarenta anos, pode se orgulhar de tudo que fez, alcançamos resultados incríveis, principalmente, na redução das desigualdades. Tínhamos um sonho ambicioso há 40 anos e como foi um projeto (sonho) coletivo, conseguimos realizá-los. Daqui para frente, não devemos deixar de sonhar e sempre sermos comprometidos com esses sonhos e com o povo brasileiro. 
Viva o PT, Viva a minha geração! 

Padre Carlos 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Artigo - José de Abreu, o combatente solitário. ( Padre Carlos )




         
                                            José de Abreu, o combatente solitário.


                                                                         


Quando Regina Duarte aceitou ocupar a vaga de Roberto Alvim, demitido após divulgar um vídeo em que fazia referências ao nazismo, à namoradinha do Brasil, não só empresta seu nome e imagem construídos ao longo destes cinquenta anos, bem como, se coloca na linha de frente deste projeto de ultradireita que chegou ao poder.
Este comportamento de Regina revoltou muitos colegas e apesar de não fazerem críticas de forma abertas a esta posição política que sua colega abraçou não se sentem a vontade de comentar as posições de extrema direita da atriz. A posição dos seus colegas não tem um caráter de combate ao fascismo e assim, diferenciamos estas iniciativas de alguns colegas, com a fala de José de Abreu.  O que boa parte do publico ignora é que a posição de José de Abreu além de ser política, chama atenção da sociedade brasileira para os perigos deste governo. "Assuma seu cargo de apoiadora de fascista se tiver coragem. E aguente as consequências. Outra coisa, eu não estou só! Arrisco minha carreira para impedir que uma colega minha se atire num poço sem fundo!", finalizou.  ...
       Abreu chama nossa atenção, para este governo extremista de Direita, que tem em seus discursos de ódio, o objetivo de atacar os fundamentos do Estado democrático, desta forma seu grito de alerta lembra a todos os brasileiros que:“ O fascismo não se debate, fascismo se destrói”.
Enquanto a esquerda tolerante, justificar toda estas agressões como liberdade de expressão, os fascistas buscam a estratégia de nenhum palanque. Tudo que eles querem é acabar com a Democracia e o Estado de Direito.
            A tolerância é um valor central das sociedades democráticas, um pilar dos direitos humanos. Nesse sentido, podemos afirmar que  não há liberdade individual fora de uma "sociedade aberta", pois é através da prática democrática e das leis que a consagram e protegem que a convivência e a liberdade se estruturam. As democracias são sociedades plurais que tem dentro do seu seio o conflito de interesses e ideias, onde, inclusive, tendências antidemocráticas e fascistas podem encontrar espaço. Como filósofo, podemos afirmar que esta onda de ultradireita faz parte do mecanismo do estado burguês. Quando a burguesia vê que o poder está escapando das suas mãos, recorre ao fascismo para manter o poder de seus privilégios, como aconteceu no Brasil com o golpe em 2016.
O fascismo, sempre teve uma postura de atentado das liberdades individuais e por isto, devemos combater de forma aberta para serem contidas em nome da tolerância, assim, parabenizo o ator José de Abreu pela coragem de enfrentar e combater os fascistas do Brasil.



Padre Carlos

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

ARTIGO - As contradições da esquerda (Padre Carlos)




            As contradições da esquerda 


As pessoas que consideram que o ano para os políticos, só começa depois do fim do carnaval, não tem noção para os problemas que a esquerda brasileira vem enfrentando desde os primeiros dias deste ano que se inicia 
Como prevíamos, o trabalho do presidente Lula tem sido desde que saiu da prisão, construir um discurso que possa mobilizar as massas para o enfrentamento com o projeto de extrema-direita antinacional e ultraliberal, que vem passando um trator nos direitos sociais e dilapidando o patrimônio nacional. Não podemos negar, que já faz algum tempo que estamos enfrentando dentro e fora do partido uma divergência em relação a tática a ser empregado na luta contra as forças fascistas que chegaram ao poder. 
Há uma contradição entre a política apresentada por uma parte da esquerda que cria uma abertura a outras forças inclusive de direita que participaram do golpe de Estado de 2016 e que defendem a mesma política neoliberal do governo de Jair Bolsonaro. Nesse pacto cabem todos os que se opõem ao que representa o bolsonarismo e seu regressivismo político e ideológico, mas não econômico. 
Essa Frente, de resistência política, ideológica e objetiva (materializando-se na ação), deverá avançar para a recuperação de espaços perdidos, a partir de uma plataforma política alternativa e progressista. A Frente é, portanto, uma plataforma liberal, abrindo assim perspectivas política para que em determinados estados possa apresentar-se como tal. Não podemos negar que parte dos governadores petistas no Nordeste são favorável a este projeto. Um exemplo claro, foi a reforma da previdência. Não que ela não fosse necessária, mas a forma como foi conduzida e implantada. Esta reforma contraria toda a linha política do partido e além de contrariar tudo que o PT defende, seus dirigentes foram omissos e se calaram diante do que estava acontecendo. 
O trabalho de Lula neste momento é tentar harmonizar o partido para poder sair fortalecido na busca de uma unidade pelas esquerdas, criando assim, um canal de diálogo com o campo progressista. 
Desta forma, ao analisar as contradições da esquerda brasileira, chamamos a atenção do leitor, para que possa acompanhar de perto estas divergências interna dentro do partido e no campo da esquerda de um modo geral. Sendo assim, podemos constatar que serão muitos os problemas que iremos enfrentar dentro e fora do partido na construção desta sonhada unidade do campo progressista. 

Padre Carlos 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

ARTIGO - O Fado é uma oração (Padre Carlos)


                      O Fado é uma oração




          O Fado é para ser ouvido em silêncio, saboreando a letra, a melodia, o drama, a paixão, a dor e a alegria de um grande amor. Entender uma cultura e se apaixonar por ela é como viajar em grandes emoções, sentir o gosto do passado, amando e namorando com a nossa língua. Assim é a música portuguesa que aprendi amar, nela não há lugar para barulhos indiferença e vulgaridade. 

         
A Cultura portuguesa, entre elas a poesia lusitana, me faz viajar por lugares e época distante, onde só minha alma entende e consegue chegar. O Fadista fala do amor, dos medos, angústias e das paixões, sofre com as relações impossíveis e proibidas e recorda uma Portugal que não existe mais. 
          O fado é uma oração para os amantes e uma forma de entender este amor romântico que aparece no fim da idade média. Hoje, estava refletindo sobre o Fado e o amor romântico. O fadista é um trovador daquela época. Foram os lusitanos que mais se aproximaram das tragédias e loucuras das grandes paixões para expressar em seus fados estes sentimentos. Assim, nestes poemas, conseguem manter em toda a sua trajetória o fogo das paixões, para que pudéssemos vivenciá-lo de todas as formas que ele nos apresenta neste novo milênio. 
           Quando falamos desta arte, esquecemos o longo caminho que estes poetas tiveram que percorrer até chegar aos nossos dias da forma viva e cheia de emoções como vivenciamos. Estas melodias, estas histórias e estórias, contadas nestes poemas, são frutos dos sentimentos romântico, belo e com a intensidade das grandes paixões deste povo. Desta forma, o Fado vai se transformando como se fosse poesias de trovadores, de uma Portugal do Estado Novo e revelado por uma nova geração de fadista no pós setenta e quatro. É dentro deste universo lusitano que nasce uma nova concepção de falar e vivenciar este amor, estes poetas buscavam através da sua sensibilidade, romper com um antigo Portugal, onde a mulher era vista como elemento de desejo de posse física, para expor os seus desejos e as suas paixões.  
         
 São justamente, os elementos platônicos que vão humanizando aquela sociedade sucumbida por um regime fascista, trazendo assim elementos onde a mulher era considerada fonte inspiradora dos bons costumes. Diante disto, o Fado passa a ser uma força que busca  orientar este povo pra contemplação do belo como fuga da pobreza e do regime. 


          Padre Carlos 
 
 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

ARTIGO - A candidata e a "Caneta Azul": tudo a ver! (Padre Carlos)




A candidata e a "Caneta Azul": tudo a ver!

O baiano é mestre em usar ditados populares no seu dia a dia. Primeiro, porque eles são mais cômicos que as falas normais. Segundo, porque eles são na verdade, expressões consideradas por muitos como sábias, por serem culturais. Assim, acredito que o melhor ditado que poderíamos empregar hoje dentro do governo estadual é: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Ao confirmar o nome da major Denice Santiago entre os possíveis quadros que podem ser indicados pelo PT para disputar a eleição municipal, Rui reafirma que a candidata é do governador e apesar de existirem outros quatro pré-candidatos pelo partido, terminou deixando claro que esta é a sua vontade.
         Como governador, Rui pode muita coisa, mas será que ele pode tudo? Será que o terreno está tão infértil ao ponto de buscar um nome fora do partido e do Méier da política? Não sei os motivos que levaram esta escolha, mas sei que dentro do partido que faço parte a quarenta anos, existe vários quadros que se encaixaria dentro destas exigências.
Quando fundamos o PT, já existia um movimento negro partidário: PreTos 82, além de lideranças em outros agrupamentos como:  Valdélio, Luiza Bairros, Anilson do Nordeste de Amaralina, o companheiro Luiz Alberto e tantos outros. Hoje contamos com um número maior e tenho certeza que foram frutos do trabalho e da militância destes abnegados companheiros. A Roma Negra precisa está representada, mas esta representação tem que ter raiz, história, identidade partidária.

 Não quero faltar com respeito com a major Denice, acredito que se Rui está jogando todas as suas fichas nesta policial é porque se trata de uma profissional competente e uma boa pessoa. Mas infelizmente em política tem que ter algo mais. Uma candidata a um cargo majoritário de uma cidade como Salvador, tem que ter experiência administrativa, mas também política.  Não é fácil ingressar no mundo da política. O candidato precisa de experiência acumulada para enfrentar situações que podem encontrar para concretizar suas aspirações. Sua trajetória política dependerá da sua capacidade de se articular não só dentro do PT, neste caso também, dentro de uma frente de partidos. Para isso, em muitas situações será preciso dançar com a música, mesmo que às vezes você não goste da música.

Sabemos que o governador tem a caneta e o partido, mas por outro lado, existe um movimento dentro e fora do PT para que esta escolha se dê da forma mais democrática. O mais engraçado nisto tudo é que criticamos a CNB e o grupo de São Paulo pelo comportamento de rolo compressor e nas nossas bases agimos da mesma forma.


Gostaria de lembrar aos dirigentes partidário e ao companheiro Rui, que protagonista é a personagem principal de uma narrativa, assim, podemos definir que PT como força hegemonizada da esquerda  por três décadas, é o grande protagonista da esquerda brasileira, por isto, não abrimos mão da cabeça de chapa!







Padre Carlos




quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

ARTIGO - “Mestre, meu mestre querido!” (Padre Carlos)




“Mestre, meu mestre querido!”


A diretoria do Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP) teve uma reunião neste 27 de janeiro, com a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores, como parte da agenda de ações da Campanha Salarial de 2020.  É triste constatar, que a profissão de professor não seja devidamente valorizada como deveria por parte dos nossos representantes.  Tomemos exemplos como no Maranhão ou no Ceará, onde estes profissionais da educação são valorizados e em decorrência disto, os índices do IDEB comprovam como está relacionado à qualidade da educação com a valorização do professor.
Aqueles que me conhecem sabem que valorizo a educação como uma prioridade, quer ao nível do Governo estadual, quer ao nível da gestão municipal. Neste sentido, considero que os professores estão na linha de frente das nossas preocupações com a educação – a negligência para com a profissão docente refletir-se-á na educação das gerações futuras. Temos, por isso, de estabelecer um claro compromisso que passe por valorizar o professor como alguém que não só ensina como molda os comportamentos, as ações e as emoções dos nossos alunos. E o próprio professor também tem de fazer um esforço de autovalorização e de assumir suas responsabilidades sociais.
Como dizia George Steiner, os professores são os mestres e as aulas são verdadeiras lições na arte de ensinar e aprender. Tem um poema de um famoso poeta português que levo comigo como uma canção.   "Mestre, meu mestre querido!", encontramos o sentido desta relação exata entre mestre e discípulo: “Meu mestre e meu guia!" (...) "Vida da origem da minha inspiração".
Temos de restituir aos professores o lugar fundamental que merecem, não é fácil exercer esta profissão na nossa cidade. Porque não é suficientemente reconhecido nem remunerado por este governo.
Uma das coisas que não entendemos é se a profissão ou vocação do professor é fundamental para o desenvolvimento do nosso município, porque é politicamente e socialmente desvalorizado?  A valorização da carreira docente, incluindo mudanças na formação e melhoras nas condições de trabalho, é de responsabilidade do poder público. Todos nós sabemos disso. Mas e nós, pais de alunos? Valorizamos os professores dos nossos filhos? Nós, que também já fomos estudantes e tivemos professores?
Valorize mais seus professores e os dos seus filhos! Valorizando-os, você estará dando um recado aos governos e ao Estado brasileiro, que a educação e todos aqueles que fazem parte deste processo de ensino, são fundamentais para o desenvolvimento de Vitória da Conquista.

Padre Carlos



ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...