sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

ARTIGO - A candidata e a "Caneta Azul": tudo a ver! (Padre Carlos)




A candidata e a "Caneta Azul": tudo a ver!

O baiano é mestre em usar ditados populares no seu dia a dia. Primeiro, porque eles são mais cômicos que as falas normais. Segundo, porque eles são na verdade, expressões consideradas por muitos como sábias, por serem culturais. Assim, acredito que o melhor ditado que poderíamos empregar hoje dentro do governo estadual é: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Ao confirmar o nome da major Denice Santiago entre os possíveis quadros que podem ser indicados pelo PT para disputar a eleição municipal, Rui reafirma que a candidata é do governador e apesar de existirem outros quatro pré-candidatos pelo partido, terminou deixando claro que esta é a sua vontade.
         Como governador, Rui pode muita coisa, mas será que ele pode tudo? Será que o terreno está tão infértil ao ponto de buscar um nome fora do partido e do Méier da política? Não sei os motivos que levaram esta escolha, mas sei que dentro do partido que faço parte a quarenta anos, existe vários quadros que se encaixaria dentro destas exigências.
Quando fundamos o PT, já existia um movimento negro partidário: PreTos 82, além de lideranças em outros agrupamentos como:  Valdélio, Luiza Bairros, Anilson do Nordeste de Amaralina, o companheiro Luiz Alberto e tantos outros. Hoje contamos com um número maior e tenho certeza que foram frutos do trabalho e da militância destes abnegados companheiros. A Roma Negra precisa está representada, mas esta representação tem que ter raiz, história, identidade partidária.

 Não quero faltar com respeito com a major Denice, acredito que se Rui está jogando todas as suas fichas nesta policial é porque se trata de uma profissional competente e uma boa pessoa. Mas infelizmente em política tem que ter algo mais. Uma candidata a um cargo majoritário de uma cidade como Salvador, tem que ter experiência administrativa, mas também política.  Não é fácil ingressar no mundo da política. O candidato precisa de experiência acumulada para enfrentar situações que podem encontrar para concretizar suas aspirações. Sua trajetória política dependerá da sua capacidade de se articular não só dentro do PT, neste caso também, dentro de uma frente de partidos. Para isso, em muitas situações será preciso dançar com a música, mesmo que às vezes você não goste da música.

Sabemos que o governador tem a caneta e o partido, mas por outro lado, existe um movimento dentro e fora do PT para que esta escolha se dê da forma mais democrática. O mais engraçado nisto tudo é que criticamos a CNB e o grupo de São Paulo pelo comportamento de rolo compressor e nas nossas bases agimos da mesma forma.


Gostaria de lembrar aos dirigentes partidário e ao companheiro Rui, que protagonista é a personagem principal de uma narrativa, assim, podemos definir que PT como força hegemonizada da esquerda  por três décadas, é o grande protagonista da esquerda brasileira, por isto, não abrimos mão da cabeça de chapa!







Padre Carlos




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