A candidata e a "Caneta Azul": tudo a ver!
O baiano é mestre em usar ditados populares no seu dia a dia. Primeiro,
porque eles são mais cômicos que as falas normais. Segundo, porque eles são na
verdade, expressões consideradas por muitos como
sábias, por serem culturais. Assim, acredito que o melhor ditado que poderíamos
empregar hoje dentro do governo estadual é: “manda quem pode, obedece quem tem
juízo”.
Ao confirmar o nome da major Denice Santiago entre os possíveis quadros
que podem ser indicados pelo PT para disputar a eleição municipal, Rui reafirma
que a candidata é do governador e apesar de existirem outros quatro
pré-candidatos pelo partido, terminou deixando claro que esta é a sua vontade.
Como governador, Rui pode muita coisa, mas será que
ele pode tudo? Será que o terreno está tão infértil ao ponto de buscar um nome
fora do partido e do Méier da política? Não sei os motivos que levaram esta
escolha, mas sei que dentro do partido que faço parte a quarenta anos, existe vários
quadros que se encaixaria dentro destas exigências.
Quando fundamos o PT, já existia um movimento
negro partidário: PreTos 82, além de lideranças em outros agrupamentos como: Valdélio, Luiza Bairros, Anilson do Nordeste
de Amaralina, o companheiro Luiz Alberto e tantos outros. Hoje contamos com um
número maior e tenho certeza que foram frutos do trabalho e da militância
destes abnegados companheiros. A Roma Negra precisa está representada, mas esta
representação tem que ter raiz, história, identidade partidária.
Não quero
faltar com respeito com a major Denice, acredito que se Rui está jogando todas
as suas fichas nesta policial é porque se trata de uma profissional competente
e uma boa pessoa. Mas infelizmente em política tem que ter algo mais. Uma candidata
a um cargo majoritário de uma cidade como Salvador, tem que ter experiência
administrativa, mas também política. Não é fácil ingressar no mundo da política. O candidato precisa de experiência
acumulada para enfrentar situações que podem encontrar para concretizar suas
aspirações. Sua trajetória política dependerá da sua capacidade de se
articular não só dentro do PT, neste caso também, dentro de uma frente de
partidos. Para isso, em muitas situações será preciso dançar com a música,
mesmo que às vezes você não goste da música.
Sabemos que o governador tem a caneta e o partido, mas por outro lado, existe
um movimento dentro e fora do PT para que esta escolha se dê da forma mais
democrática. O mais engraçado nisto tudo é que criticamos a CNB e o grupo de
São Paulo pelo comportamento de rolo compressor e nas nossas bases agimos da
mesma forma.
Gostaria de lembrar aos
dirigentes partidário e ao companheiro Rui, que protagonista é a personagem
principal de uma narrativa, assim, podemos definir que PT como força
hegemonizada da esquerda por três décadas, é o
grande protagonista da esquerda brasileira, por isto, não abrimos mão da cabeça
de chapa!
Padre Carlos
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