Neste domingo o país ficou chocado com o comportamento do presidente Jair Bolsonaro ao cumprimentar apoiadores no Palácio do Planalto que levantavam a bandeira do fechamento do Congresso Nacional e da nossa maior Corte da Justiça. Com este gesto impensado ou nada responsável termina cometendo dois graves erros que pode lhe custar muitos dividendos político e uma imagem de uma autoridade sem preparo para assumir tamanha responsabilidade. Sua participação, além de ferir a Constituição não é recomendado por conta da pandemia do coronavírus.
Diante deste comportamento gostaria que o leitor fizesse comigo uma abordagem filosófica sobre a importância da autoridade ter uma postura ética, diante da função que exerce. Desta forma, vamos abordar a questão da autoridade e a responsabilidade.
A responsabilidade é a chave da porta de entrada no terreno da autoridade presidencial. Uma não conseguiria existir sem a outra; desta forma, podemos dizer que autoridade e responsabilidade, devem coexiste no mesmo espaço. Existe uma combinação mais perfeita do que autoridade/responsabilidade? Não existe autoridade irresponsável; quando a irresponsabilidade chega é porque a autoridade já se esvaiu ou se foi. Refletir sobre a ideia de autoridade a partir de sua associação indissolúvel com a ideia de responsabilidade pode ser um recurso interessante. Uma autoridade sempre responde pelos outros. Quem não quer assumir responsabilidades pelo outro não pode exercer qualquer tipo de autoridade. Os gestos de extrema irresponsabilidade, do presidente Jair Bolsonaro passou todos os limites nesta manhã de domingo (15) postando vídeos de apoiadores aglomerados em cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador. Assim, agindo desta forma o presidente esquece como o exercício do poder relaciona-se diretamente com a necessidade de responder pelas ações dos outros, a responsabilidade é um dever inerente ao exercício do cargo.
O que me impressiona mais e ver a inercia das forças democráticas e o oportunismo de algumas lideranças. Com este comportamento, termina legitimando o estado policial do ódio e do medo que acompanha a ação política dos seus seguidores pedindo o fechamento do Congresso e do STF. Além da irresponsabilidade política, ao deixar o isolamento no Alvorada e abraçar manifestantes em meio a um surto de coronavírus, termina desautorizando seu Ministro e brinca com a saúde pública dos seu povo.
Padre Carlos