terça-feira, 24 de março de 2020

ARTIGO - A alegria e a dor de uma lagrima (Padre Carlos)



A alegria e a dor de uma lagrima


Estes dias de confinamento em decorrência da pandemia do coronavirus, aproveitei para refazer alguns escritos que tinha iniciado e por um motivo ou outro, terminei deixando inacabado. Esta quarentena me deu oportunidade de refazer um texto que eu gostaria muito de partilhar com vocês, este tema aborda a importância da amizade e do amor.  
Confesso a vocês que este assunto tem mexido muito comigo nestes últimos tempos. Este tema tem se tornado presente no meu inconsciente e vai povoando nossa linha do tempo de tal forma que você termina se enxergando pelas conquistas que obteve ao longo da sua vida e com certeza os amores e as amizades são algumas delas. É triste quando descobrimos tarde demais que fomos muito importantes para alguém, mas não demos o devido valor e a perdemos. Da mesma forma, percebemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais e você não teve coragem de falar.  
Tem pessoas que acham que os amigos e os amor são sentimentos passageiras e não fazem parte da nossa vida. Acredito que estas pessoas estão enganadas ou sou eu que sou diferente delas? Por mais que digam que sou piegas, não consigo esquecer todos aqueles e aquelas que ao longo da minha vida, venho carregando com carinho e sei da importância que cada uma teve um dia me fazendo feliz.  
Não posso apagar os defeitos do amor sem apagar as qualidades, perderia muito mais se pudesse cometer tal desatino. O amor humano é a junção de qualidades e defeitos, não teria como separa-lo sem arranhar a verdade dos seus sentimentos. Duas coisas aprendi nesta vida:  quando o amor é verdadeiro, ele se revela também um grande amigo e a amizade quando é sincera, vem acompanhada de carinho cuidados e amor. Mas não devemos esquecer que o amor é sensível enquanto a amizade é mais segura.     Não podemos ignorar e negar a importância do amor, mas uma amizade daquelas que vivi na infância e na minha juventude, jamais poderia ser esquecida. Foram elas que me ajudaram a sobreviver estes amores que se abateram sobre mim. Só a compreensão de um amigo poderia entender a falta do amor e do carinho da mulher amada.  

Mas confesso a vocês que não trocaria nenhuma outra experiencias de vida por estas lagrimas. Sei da importância de cada pingo delas e tenho que admitir que não foram só dores, elas trazem consigo em cada gotas também os momentos de alegrias e um tempo que jamais gostaria de esquecer, assim são as lagrimas da minha história de vida. 
Padre Carlos


segunda-feira, 23 de março de 2020

ARTIGO - Quarentena com dignidade (Padre Carlos)






Quarentena com dignidade


A cada dia nos surpreendemos como o novo coronavírus vem dizimando vidas. Esta pandemia já provocou a morte de mais de 15 mil pessoas no mundo inteiro e já foram registados quase 360 mil casos de infeção. Diante de toda esta tragédia, gostaria de chamar a atenção do leitor  e alertar a classe política que este surto epidémico tem de ser combatido com determinação, mas não pode ser usado e instrumentalizado para, aproveitando legítimas inquietações, servir de pretexto para o agravamento da exploração e para o ataque aos direitos dos trabalhadores. 
No início desta tarde, tomamos conhecimento da suspensão dos contratos de trabalho por quatro meses, enquanto este mesmo governo, estende sua bondade aos banqueiros com sessenta e oito bilhões. Nestes últimos tempos a classe empresarial e esta direita que chegou ao poder vem dando sinais de até onde setores patronais estão dispostos a humilhar e rasgar os direitos dos trabalhadores. Indicando um caminho que a não ser que consigamos parar a tempo, lançará as relações trabalhistas numa verdadeira ‘lei da selva. 
Atendendo pedidos de governadores de 7 estados do Nordeste, o ministro Marco Aurélio, do STF, suspendeu os cortes no Bolsa Família. Depois do despacho do Juiz, este governo postou nas redes que a iniciativa tinha partido do Planalto.  Segundo dados apresentados, apenas 3% dos benefícios foram destinados para o Nordeste, sendo 75% para as regiões Sul e Sudeste onde recebeu uma boa votacao.  
Precisamos ainda, exigir, uma resposta imediata para assegurar o pagamento integral dos salários aos trabalhadores de empresas cuja atividade está suspensa criando mecanismos específicos, incluindo um Fundo com esse objetivo, com meios financeiros a disponibilizar pelo Orçamento do Estado.  
Não podemos deixar que transformem a quarentena da nossa gente como os nazistas fizeram em Varsóvia, com o povo Judeu. Tudo o que eles querem é transformar nossas cidades em um grande gueto de doentes e famintos.  

Padre Carlos 
  

  

  
  
  
  
  

sábado, 21 de março de 2020

ARTIGO - Estamos ouvindo nossa gente? (Padre Carlos)



Estamos ouvindo os eleitores?



Elaborar um plano de governo para Vitória da Conquista sem ouvir quem nela vive, é como costurar um paletó sob medida para um desconhecido. Existe consenso sobre a necessidade de participação dos cidadãos nos processos de decisão política, mas quando decidimos esquecemos dos filiados e eleitores. Nos preocupamos e discutimos na instância partidária sobre o divórcio entre eleitores e eleitos, lamentamos o aumento sistemático da abstenção, acusamos a complexidade do sistema eleitoral e os mais pessimistas chegam a anunciar o fim da democracia interna do partido. Andamos tão preocupado com os projetos de poder do nosso grupo e aliados que esquecemos o óbvio. Promover a participação significa apenas ter a humildade de ouvir as pessoas antes, e não depois, de serem tomadas decisões. 
O centro das decisões políticas tem que ser deslocado dos mandatos para o interior do partido. Elaborar um plano de desenvolvimento para Vitória da Conquista precisa ser consequência da ação e da vontade das pessoas que moram nos quatro cantos deste município, enquanto sujeito coletivo, levando-se em consideração sempre a vontade das suas bases de apoio. A vontade dos militantes e filiados precisa ser previamente determinada e harmonizada na estrutura interna do partido. A organização partidária tem que ser o agente transformador, na construção de um projeto de governo, não os mandatos e suas assessorias.  Assim, o Partido dos Trabalhadores poderá de fato catalisar as políticas públicas que tanto a sociedade precisa. Só com estas medidas, o partido conseguirá tornar hegemônicas suas ideias e concepção de mundo, tendo sempre por base, por sua vez, os princípios demoráticos. 
A falta de democracia interna foi uma das causas de nosso esvaziamento, se um partido não pratica a democracia internamente, como poderá ele fortalecer a democracia no país como um todo? Para termos um processo eleitoral realmente democrático, não precisaremos democratizar os partidos? Que tal começar pelo nosso? E por que não começar com discussões de baixo para cima, não sobre nomes para a vice da chapa majoritária, mas sobre ideias e programas? 
Elaborar uma chara majoritária e um plano para a cidade sem ouvir, antes, os militantes e a população urbana e da zona rural é como costurar um terno sob medida para um desconhecido, por completo, as dimensões físicas de quem o vai vestir. O terno até pode parecer bonito no cabide, mas a probabilidade de lhe servir na justa medida é Zero. 
  


ARTIGO - O Papa Francisco e às ruas desertas de Roma ( Padre Carlos )



O Papa Francisco e às ruas desertas de Roma 




Não quero fazer qualquer tipo de analogia com o que vimos no domingo passado aqui no Brasil, até porque, o amor e carinho que o Pontífice tem com o povo italiano tem muito a ver com o carisma do Pastor num momento de dor e sofrimento de uma nação. 
O Papa Francisco ao sair às ruas desertas de Roma sem aviso prévio e rezando em dois santuários, pelo fim do surto de coronavírus tem um simbolismo profundo. Começou pela Basílica de Santa Maria Maggiore e depois caminhou ao longo da “Via del Corso”, uma das principais ruas do centro de Roma. O percurso terminou na Igreja de São Marcelo, onde rezou perante um crucifixo usado numa procissão em 1522, ano em que a cidade foi atingida pela “Grande Peste”. Nada mais triste que morrer sozinho em um isolamento, por isto, Papa Francisco pediu aos padres que visitem infectados pelo coronavírus, para que sinta a presença de Deus neste momento de calvário. Só um verdadeiro Pastor tem esta sensibilidade. Como diz Dom Zanoni: “As dores e os sofrimentos, as alegrias e esperanças do povo de Feira de Santana são meus também”. 
Buscando forças para seguir com suas vidas, o povo italiano entoa cânticos de união, em todo o final de semana, presentes nas suas varandas e janelas com um só objetivo: aplaudir os profissionais de saúde que, por estes dias, vem travando duras batalhas contra o novo coronavírus. Em resposta a um apelo que começou a circular nas redes sociais, o gesto repetiu-se por todo o país. 
Foi para dar exemplo aos padres e ser solidário com os profissionais da saúde, que Francisco fez aquela via Sacra. E rezou desta forma a Deus: "Sustentai aqueles que se gastam pelos necessitados: os voluntários, enfermeiros e médicos, os que estão na vanguarda do tratamento dos doentes, à custa da sua própria segurança", diz o Papa numa mensagem em vídeo transmitida no início desta semana, durante a oração do terço promovida pelos bispos italianos e seguida por fiéis de todo mundo. 
      
Pela primeira vez, a Semana Santa e a Liturgia deste calendário sagrado, vão decorrer à porta fechada, anunciou o Vaticano.  
Depois da China, a Itália é o país mais atingido pela Covid-19, em decorrencia deste vírus, muitas vidas foram dizimadas. Por isto, na Itália,  entoa-se cânticos de união vindos das janelas, deste povo sofrido. 


Padre Carlos
  

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...