quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

ARTIGO - Taizé se mantem jovem (Padre Carlos)

 


Taizé se mantem jovem

 


Há 80 anos, em agosto de 1940, Roger Schutz estabeleceu-se num sitio que comprou na pequena aldeia francesa de Taizé. Roger tinha completado os estudos para pastor protestante, mas sonhava ser agricultor e poeta. Sensível ao drama dos refugiados numa Europa em guerra começou por dedicar-se a acolhê-los e a ajudá-los a escapar da perseguição nazista através da fronteira da neutra Suíça, o seu país de origem.


Com o final da II Guerra Mundial, sentiu-se chamado a fundar uma fraternidade que rezasse e promovesse a reconciliação entre os povos que antes se guerrearam. Sonhou, também, a reconciliação entre os cristãos que os ventos da história foram dispersando em diferentes igrejas cristãs. Assim, surgiu a comunidade ecuménica de Taizé, onde coabitam mais de cem irmãos provenientes de diversos países e de várias igrejas cristãs.

         Ao completar oito década de existência, Taizé continua rezando como na sua fundação três vezes ao dia. A vida de oração, comunitária e os cânticos dos monges de Taizé começaram a atrair jovens de todo o Mundo, que passaram a reunir-se ali aos milhares. Antes de entrar no seminário, tive esta oportunidade de conviver com estes monges um ano e foi importante para entender verdadeiramente sobre o movimento ecumênico. Esta é a mística de Taizé e do Irmão Roger, um dos mais importantes centros ecumênico, ela parte da  ideia que católicos, evangélicos, protestantes, ortodoxos, anglicanos e muitos outros grupos cristãos se sentem à mesa para debater sobre temas que a eles são comuns, por exemplo: o testemunho cristão em terras distantes; os trabalhos sociais que se podem fazer juntos; a produção acadêmica; liberdade religiosa; entre outros.

Embora os jovens constituam o maior número, há também adultos e até idosos. Três gerações vivem naquela colina, o que enche de alegria o irmão Alois, o atual prior da comunidade, e o surpreende, como reconheceu numa entrevista ao "L"Osservatore Romano", o jornal da Santa Sé.

Todas as noites, depois da última oração, os irmãos de Taizé colocam-se à disposição para escutar os peregrinos. Alois fica admirado com "a profunda sede espiritual que muitos deles expressam". Para as gerações mais jovens, "a fé está ligada a um compromisso muito concreto": muitos dos jovens revelam, por exemplo, preocupações ecológicas. "Não só falam delas, como também querem assumir um compromisso concreto para salvar o ambiente".


A Comunidade de Taizé está sendo desafiada pelos jovens a promover uma maior consciência ambiental. Dado o seu caráter universal, poderá constituir-se a partir de agora num espaço onde se promova a chamada "solidariedade ecológica intergeracional", na qual os jovens chamam a atenção e mobilizam os mais velhos para a preservação do planeta.

Padre Carlos

 


domingo, 29 de novembro de 2020

ARTIGO - “Verás que um filho teu não foge à luta”. (Padre Carlos)

 

“Verás que um filho teu não foge à luta”.

 


Quando perdemos uma eleição, é natural ficarmos procurando um culpado para responsabilizar e colocar sobre esta vitima todas as nossas fraquezas e culpas coletivas. Assim, ao sacrifica-lo, buscamos neste ato, uma forma de justificar nossas fraquezas diante da derrota que nos foi imposta. Esta neurose coletiva não pode tomar conta do partido, nossa responsabilidade é imensa diante dos desafios que virão, não perdemos uma eleição para um campo democrático, estamos lidando com uma direita que não respeita as regras do jogo. Nós apenas não entendemos esta realidade e continuamos achando que poderíamos enfrentar esta nova realidade.

Podemos contatar a forma nada republicana que se deram esta eleição e diante desta nova realidade, temos que parar para refletir sobre os rumos do partido.

Diante de tudo que vem acontecendo ao PT desde 2016 com o impeachment da Presidente Dilma até a derrota nas eleições deste ano, vejo de forma clara, que o partido precisará repensar sua estratégia daqui para frente. Não temos muito tempo para nos reorganizarmos e repensarmos nossas ações e comportamento. Precisamos decidir o que fazer, já com vistas às próximas eleições e, também, com relação à  postura que nossos vereadores deverão ter a partir desta nova realidade.

Temos que fazer uma oposição combativa, com firmeza de propósitos e a favor da democracia. Selamos um compromisso com o povo que sempre nos acompanhou, para reafirmar nossa disposição de dar continuidade esta luta de verdade contra as forças conservadoras da nossa cidade. E tenha certeza que vamos dar a nossa contribuição em defesa da liberdade e da democracia, do direito que todos os moradores desta terra deve ter, seja da área rural ou da cidade, seja da periferia ou dos bairros burgueses. Todos devem têm o direto de falar e de serem ouvidos e da justiça social. Vamos dar nossa contribuição na defesa destes valores que representam a liberdade e da soberania popular. Esta não é uma luta de apenas um partido, nem só das forças de esquerda, mas sim, uma frente democrática empenhada em defender os valores da nossa terra.

 

 

 

 

 


sábado, 28 de novembro de 2020

artigo - Herzem perde na maioria das pesquisas (Padre Carlos)

 


Herzem perde na maioria das pesquisas

 


 O quadro das pesquisas para as eleições do segundo turno denota um resultado futuro incerto diante do acirrado embate entre Herzem Gusmão (MDB), e Zé Raimundo (PT). O quadro reproduz o acaloramento dos ânimos entre direita e esquerda, levando a uma indefinição de tendência. Mesmo o professor José Raimundo, tendo em quase todos os institutos de pesquisa, uma leve vantagem, demonstra que a cidade está dividida ao meio, devendo na ausência de fraude eleitoral sair vencedor o candidato que melhor souber convencer a maioria do eleitorado. Quem for o escolhido, porém, não alcançará vitória com expressiva diferença de votos.


Apesar do sentimento de vitória estampados no sorriso dos militantes do Partido dos Trabalhadores e dos seus aliados, não podemos esquecer que o resultado só se confirma quando o voto chega às urnas, será preciso fiscalizar para que as intenções de voto se confirmem no final da tarde. Depois de conversar com as pessoas e levar as propostas de governo para os indecisos, precisamos está atentos para não perder a eleição na boca da urna. Não podemos esquecer que será uma eleição dura, já ficou claro como a direta vem trabalhando. A estratégia de fiscalização deve ser mantida, porque essa é a política que norteou esta campanha até aqui: fazer uma disputa, limpa e com propostas, fazendo a política da verdade.

Claramente está delineado um real cenário de vida ou morte, no qual ambos os lados lutam por sobreviver politicamente. É um confronto de ideologias que percebemos pelo mapa eleitoral do primeiro turno, nos bairros de classe média e alta o candidato da direita ganha e na periferia e na área rural a vitória é do candidato da esquerda. Convém, no entanto, para o eleitor atento, observar bem que Vitória da Conquista está no limiar de uma mudança radical no seu regime e sistema de governo com relação às prioridades dos programas para quem se deve governar.

        


O futuro da cidade neste momento é incerto pela divisão realista do meio a meio em que se encontra, mas o conquistense que é autor de seu próprio destino pode e tem condições de resguardar o projeto que transformou a capital do Sudoeste da Bahia, em uma das mais prospera cidade do Norte/Nordeste do país.

 

 


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

ARTIGO - Eleições 2020 | Herzem recorre a Justiça Eleitoral (Padre Carlos)

 Eleições 2020 | Herzem recorre e Justiça Eleitoral proíbe divulgação pesquisa em Vitória da ConquistaJuiz censura pesquisa A TARDE/Potencial Pesquisa

          


             Quando Herzem e sua coordenação de campanha recorreu a Justiça Eleitoral para proibir a divulgação neste sábado (21) da primeira pesquisa  do jornal A TARDE/Potencial Pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura de Vitória da Conquista no segundo turno, ele e sua equipe com este gesto não só ameaçam com uma censura o processo eleitoral, como também tira do eleitor o direito a informação. 

            


Para mim, causa espanto e é preocupante um pedido de impugnação da divulgação justamente agora quando o candidato que solicita a censura apresenta queda nas intenções de voto. É um ataque ao direito do eleitor de se informar, uma ação antidemocrática.

Sempre foi um legalista e acho que decisão judicial tem que ser cumprida, por isto acredito que a Justiça é quem deve equilibrar as relações entre as disputas e o processo eleitoral. E quem não estiver satisfeito com as decisões prolatadas, que recorra dentro do próprio sistema judicial, e não ao tribunal; da mídia ou das redes sociais.

      


 Diante de tais fatos, esperamos que o conceituado jornal e a ANJ proteste contra a decisão e esperamos como cidadão que ela seja rapidamente revogada, pois o acesso às informações contidas nas pesquisas é um direito de todo o cidadão e cidadã, sobretudo do eleitor conquistense.

        Não podemos esquecer que no período eleitoral, é preciso mais do que nunca garantir o direito do eleitor à informação. 


Padre Carlos

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

ARTIGO - A festa da democracia e sua ressaca (Padre Carlos)

 


A festa da democracia e sua ressaca

 


A eleição para prefeito de Vitória da Conquista pelo ângula que a tornou, digamos, pitoresca deve ser avaliada pelos partidos e pela comunidade para que se mantenha um clima de civilidade até o seu final.  “Na verdade, a tal “festa da democracia” tem convidados querendo enganar o dono da casa e como consequência natural de toda festas costuma ser as ressacas”. Penso que se não tomarmos cuidado é isso mesmo que teremos segunda feira que vem!


Passada mais ou menos a euforia da vitória em segundo turno das Eleições Municipais na cidade de Vitória da Conquista, acreditamos ser necessário fazer algumas rápidas reflexões sobre a disputa eleitoral travada pelos candidatos e o uso da máquina publica como forma de moeda eleitoral.

Refletiremos aqui não como cidadão, eleitor ou comentarista político, mas como filósofo e estudioso da relação entre Cultura, Mídia e Política. O que estamos assistindo nesta campanha, já tinha sido aplicado na Campanha de 2018, foi o coroamento da forma mais baixa de politicagem carregada no seu bojo à avareza, a falta de ética, o desrespeito às leis dos homens e à divina.

 Mas, enquanto as rasteiras são aplicadas por aqueles que só sabem fazer politicagem e ocupar lugar na mídia, pelos quatro cantos da cidade o “refrão” predominante é de que os políticos, assim como as instituições políticas, há muito ocupam o pódio da rejeição popular, tendo como destaque algumas múmias que ainda insistem em sair dos sarcófagos enterrados em pleno sertão da ressaca, não mais dominado pelos descendentes dos “Meletes e Peduros”mas continua servindo as novas elites conquistenses.

O que estamos vendo é uma forma clara de manipular o desejo popular com obras inacabadas e ruas sendo interditada colocando a saúde do povo em risco. Diante desta nova realidade, o eleitor começa a criticar a decisão do governo de investir uma soma vultosa em obras, enquanto a saúde e a educação ficam em segundo plano.

A cidade literalmente virou um canteiro de obras inacabadas e eleitoreira, a disputa não está meramente uma disputa eleitoral, baseada nas diferenças partidárias, ideológicas e programáticas, a disputa esta sendo muito mais complexa e antidemocrática, pois subtrai do eleitor aquilo que lhe é mais caro: o direito de ouvir propostas e escolher os candidatos a partir desses expedientes.

        


Para não mais nos alongarmos, gostarias de afirmar, que Conquista ficou menos democrática nessas eleições e que quem na verdade deveria vencer sem dúvida alguma deveria ser o eleitor. Tomara que tenhamos dias melhores a partir desta segunda-feira e que a paz volte verdadeiramente a reinar entre os cidadãos da nossa cidade, já tão cansados e sofridos.


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

ARTIGO - O pastor Malafaia e as eleições em Vitória da Conquista (Padre Carlos)

 

O pastor Malafaia e as eleições em Vitória da Conquista



 

A oito dias das eleições, o pastor evangélico Silas Malafaia fez um discurso direcionado aos cristãos de vitória da Conquista, para que eles não votem no candidato José Raimundo do Partido dos Trabalhadores. Os motivos são vários. Entre eles, a importância de se defender os “valores cristãos” também no campo político.


Buscando interferir diretamente no resultado das eleições em vitória da Conquista, o pastor ao invés de pregar a Palavra de Deus, recorre a todo tipo de mentira para influenciar o voto dos cristãos.  A propaganda eleitoral nas igrejas é expressamente proibida a qualquer tempopois os templos constituem bens de uso comum, sendo neles vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza (art. 37 da Lei 9.504/97). Mesmo assim, estes pastores continuam fazendo.

O comportamento desse pastor tem como pano de fundo, um ambiente onde fazer política tem sido um verdadeiro balcão de negócio, muitos pastores – de pequenas e grandes igrejas – se arvoram para pleitear um mandato. Correm atrás do voto em vez de correrem atrás das ovelhas do Senhor, de quem são co-pastores na verdade, não são dignos de ser chamados pastores. É por esta razão que Paulo testemunha dizendo: “Pela graça de Deus, sou o que sou” (1 Co 15.10). Homens que foram chamados para cuidar do povo de Deus estão se embaraçando com negócios desta vida, contrariando o ensino apostólico (2 Tm 2.1-13). O texto é claríssimo. Não podemos dividir o ministério. Deve ser integral e exercitado de maneira íntegra.

Desta forma, presenciamos constantemente a explosão da mistura que causa religião com política. Apesar de ser impossível separá-las, é preciso ética e bom senso para trilhar nestes terrenos sinuoso e cheios de armadilhas. São assuntos que sempre caminharam juntos, não é um problema que a fé faça parte do discurso do candidato, contanto que seja acompanhada de respeito e uma postura ética, para evitar a proliferação do discurso de ódio entre os irmãos. Estes comportamentos de determinados pastores, tem provocado distorções inimagináveis dentro das igrejas e nos discursos evangélicos.

Quando lideranças religiosas esquecem suas pregações genuínas e aderem ao discurso do ódio, com mentiras, xingamentos e baixarias à diversidade de opiniões políticas, é um grave sinal de que algo de muito tenebroso ronda essas lideranças amantes dos holofotes e muitos de seus incautos liderados ou admiradores.


A ideia de que os evangélicos se aglomeram como gado, com voz uníssona em favor de uma ideologia ou corrente política, é absurda. A expressão “rebanho do Senhor” tem um sentido bem diverso do que pensam certas lideranças religiosas (ou seriam meramente políticas?).

Sou católico e mesmo sem congregar com diferentes denominações religiosas, respeito às diferenças que existem entre nós, este comportamento é uma das características da democracia que seus falsos defensores insistem em ignorar.

 

 

 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...