O pastor Malafaia e as eleições em Vitória
da Conquista
A
oito dias das eleições, o pastor evangélico Silas Malafaia fez um discurso
direcionado aos cristãos de vitória da Conquista, para que eles não votem no
candidato José Raimundo do Partido dos Trabalhadores. Os motivos são vários.
Entre eles, a importância de se defender os “valores cristãos” também no campo
político.
Buscando
interferir diretamente no resultado das eleições em vitória da Conquista, o
pastor ao invés de pregar a Palavra de Deus, recorre a todo tipo de mentira
para influenciar o voto dos cristãos. A
propaganda eleitoral nas igrejas é
expressamente proibida a qualquer tempo, pois os templos constituem bens de uso comum, sendo neles vedada a
veiculação de propaganda de qualquer natureza (art. 37 da Lei 9.504/97).
Mesmo assim, estes pastores continuam fazendo.
O comportamento desse pastor tem como pano
de fundo, um ambiente onde fazer política tem sido um verdadeiro balcão de
negócio, muitos pastores – de pequenas e grandes igrejas – se arvoram para
pleitear um mandato. Correm atrás do voto em vez de correrem atrás das ovelhas
do Senhor, de quem são co-pastores na verdade, não são dignos de ser chamados
pastores. É por esta razão que Paulo testemunha dizendo: “Pela graça de Deus,
sou o que sou” (1 Co 15.10). Homens que foram chamados para cuidar do povo de
Deus estão se embaraçando com negócios desta vida, contrariando o ensino
apostólico (2 Tm 2.1-13). O texto é claríssimo. Não podemos dividir o
ministério. Deve ser integral e exercitado de maneira íntegra.
Desta forma, presenciamos constantemente a explosão da
mistura que causa religião com política. Apesar de ser impossível separá-las, é
preciso ética e bom senso para trilhar nestes terrenos sinuoso e cheios de
armadilhas. São assuntos que sempre caminharam juntos, não é um problema que a
fé faça parte do discurso do candidato, contanto que seja acompanhada de
respeito e uma postura ética, para evitar a proliferação do discurso de ódio
entre os irmãos. Estes comportamentos de determinados pastores, tem provocado
distorções inimagináveis dentro das igrejas e nos discursos evangélicos.
Quando lideranças religiosas esquecem suas pregações
genuínas e aderem ao discurso do ódio, com mentiras, xingamentos e baixarias à
diversidade de opiniões políticas, é um grave sinal de que algo de muito
tenebroso ronda essas lideranças amantes dos holofotes e muitos de seus
incautos liderados ou admiradores.
A ideia de que os evangélicos se aglomeram como gado, com
voz uníssona em favor de uma ideologia ou corrente política, é absurda. A
expressão “rebanho do Senhor” tem um sentido bem diverso do que pensam certas
lideranças religiosas (ou seriam meramente políticas?).
Sou católico e mesmo sem congregar com diferentes
denominações religiosas, respeito às diferenças que existem entre nós, este
comportamento é uma das características da democracia que seus falsos
defensores insistem em ignorar.
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