O general Pirro e as eleições em Vitória da
Conquista
Pirro, general grego, disse ao ganhar a
Batalha do Ásculo (279 a.C.) que outra vitória daquela e ele estaria perdido.
Referia-se ao alto número de soldados mortos e de não ter mais onde recrutá-los.
Assim foi a eleição em Vitória da Conquista. Herzem venceu, mas não convenceu o
eleitorado conquistense que foi uma vitória legitima e se a eleição demorasse
mais, não iria sobrar asfalto ou dinheiro no tesouro municipal. Não é que tenha
havido renhida disputa entre os dois candidatos. Houve, isto sim, uma eleições atípicas, não só em função da pandemia
,que dificultou muito a mobilização da campanha mas, a forma como se deu a relação
com o eleitor. A esquerda enfrentou um adversário que tinha a máquina pública
na mão e segundo a oposição, utilizou de forma muito violenta e completamente
fora da lei, ameaçando servidores, fazendo obras eleitoreiras, utilizando
inclusive mecanismos que a Justiça deveria apurar.
É certo que a esquerda mantém alto capital
eleitoral, mesmo considerando o comportamento volúvel do eleitor brasileiro.
Considero pontual a vitória de Edmilson Rodrigues (PSOL), em Belém, pois ela
não prova uma onda de votos à esquerda como nas eleições de 2008 e 2012. A
esquerda não saiu em bloco para enfrentar as eleições municipais. Ao contrário
da direita, não pensou nos cenários para 2022. Como sempre, o erro foi PT, PSOL
e PCdoB se dedicarem às suas questões paroquiais, esquecendo que a luta contra
o fascismo\neoliberalismo é diária independente de estarmos ou não em eleições.
Resultado? Mais uma vez, a esquerda terminou fazendo o jogo da direita.