A
disputa pelo legado de Herzem
O clima
em Vitória da Conquista volta a normalidade, a cidade depois de um período de
luto com a partida do ex-prefeito Herzem Gusmão, começa a sinalizar a formação
de uma nova direita, mais democrática e com uma visão mais de centro que a
antiga administração. Na Câmara de Vereadores, aliados e adversários concordam
em um ponto, a forma de fazer política da atual prefeita é diferente do antigo
mandatário e com sua capacidade de dialogar com a classe política, terminou
encolhendo mais ainda a oposição que perdeu um grande parlamentar. Apesar de alguns
políticos acharem que seria cedo discutir um herdeiro para o legado político do
ex-prefeito, tudo indica que este já tem dono e endereço certo.
A importância
deste legado tem peso e não é atou que está em disputa. Assim, uma parte deste
grupo que sonhavam com esta herança não se sentiu a vontade com a conjuntura
que se formou com a morte de seu líder. Diante
disto, buscaram deixar claro como o coronel
Esmeraldino Correio, que após ser exonerado do cargo de assessoria especial do
governo, tentou criar um fato político, porém, podemos constatar que não surtiu
o efeito desejado, mesmo assim, não podemos ignorar que este gesto tem um
simbolismo de ruptura e disputa pelo legado do ex-prefeito. A saída de
Esmeraldino já era esperada, uma vez que suas manobras políticas não só eram
contrárias à gestora, mas, o sucesso desta criava dificuldade às pretensões do
antigo militar. Outros membros seguiram o
comandante, mas a maioria dos descontentes, não tem a retaguarda ou salário que
alguns militares da reserva possuem e assim preferiram ficar e acolher a nova
ordem.
Este
grupo nunca aceitou esta situação, podemos constatar na forma como trataram a
prefeita quando era interina. Eles não esperavam este quadro e quando Shela
assumiu definitivamente, eles não puderam esconder mais as suas divergências.
Assim, quando a prefeita Sheila Lemos apresentou o advogado e professor universitário Edgard Larry de Andrade como o novo titular da Secretaria Municipal de Educação (Smed), em lugar de Esmeraldino Correia, deixou claro que ali se tratava de um novo governo e muita coisa teria que ser mudado. Foi o sinal para que muitos que ainda se posicionavam como se a realidade não tivesse mudado acordassem para a nova ordem.