quarta-feira, 16 de junho de 2021

ARTIGO - A democracia precisa de ajuda (Padre Carlos)

 

A democracia precisa de ajuda

 


Em vez de anteciparem à campanha eleitoral a atenção dos partidos e dos órgãos de imprensa, deveriam se preocupar com nossas formações partidárias de matriz democrática (todas elas) se levasse a sério, e não ficassem apenas na retórica, entenderia como os sinais de degradação, cívica e política, tem levado o país a mergulhar em uma das suas piores crises de valores de todo o período republicano.


Diante disto, vão sucedendo os acontecimentos, dia, após dia e as travas nos nossos olhos, terminam desviando nossa atenção para assuntos bem mais importantes.

Não podemos negar que sempre existiu no Brasil um seguimento da sociedade que  se declara conservador, mas o que chama a nossa atenção é o aumento desta parcela nas novas gerações. Estamos presenciando uma nova tendência que tem aumentado na ultima década, ela indica que um terço dos brasileiros avalia de forma positiva à possibilidade de serem governados por um líder forte, que não tenha que se submeter a eleições ou ao escrutínio do Parlamento. Isto é, dito de outra forma, cerca de 30% dos nossos compatriotas não rejeitam, em absoluto, a hipótese de serem dirigidos por um líder autoritário.

Como, se tudo isto já não fosse suficientemente preocupante, ficamos também sabendo que, por referência a um conjunto de países que se dizem democráticos em que similar análise foi feita o Brasil na America Latina,  ocupa a 10ª posição; no mundo, aparece na posição de número 52, longe de democracias como a Áustria, a Finlândia, a Islândia ou a Noruega (onde a percentagem de recusa dessa solução é superior a 80%) e muito próximo de países do Leste Europeu com experiências democráticas mais recentes ou, até, com regimes autoritários.

Ao mesmo tempo, e de forma aparentemente paradoxal, nove em cada dez Brasileiro avaliam a democracia como uma forma boa ou muito boa de governar, algo que como pesquisador nesta área considera estas informações com uma falta de compreensão do próprio conceito de democracia e do que ela, por natureza, envolve.

Quando chamamos a atenção da sociedade para este fato, não precisamos de grandes estudos e gráficos para deduzir o óbvio. Basta prestar a devida atenção no dia-a-dia da nossa sociedade: no incremento dos sentimentos de insatisfação, no crescimento, à esquerda e à direita, dos partidos que rejeitam uns de forma mais clara, outros de modo mais dissimulado, o modelo democrático ocidental vem sofrendo um aumento exponencial da sua representatividade através do aumento das abstenções, indicador que ilustra que cada vez é maior o distanciamento entre representados e representantes.

Assim os intelectuais deste país, numa tentativa irresponsável de minimizar este problema, afirmam que não se trata de um problema especificamente brasileiro, porque se registra em outros países, até, referência entre as democracias contemporâneas, como é o caso dos Estados Unidos. É verdade. Mas isso não deve servir-nos de conforto, porque se não podemos resolver os problemas dos outros, temos a obrigação de encontrar caminhos para solucionar os nossos. E depois porque, como alguns exemplos acima referidos demonstram, esta evolução negativa é fruto da irresponsabilidade das nossas elites.

Como professor de filosofia, gostaria de colocar esta questão num domínio mais teórico, assim, podemos dizer que aquilo que as pesquisas e a conjuntura como esta que estamos vivendo, revelam no fundo, é uma crescente erosão da legitimidade dos governantes. E, a tal propósito, vale à pena relembrar que, em democracia, essa legitimidade não tem que ver, apenas, com o respeito pelas regras que determinam as formas de acesso ao poder, com natural destaque para as eleições. Ela revela também, como uma forma de avaliar o modo como aqueles se comportam no exercício das suas funções e com o êxito (ou o inêxito) do seu desempenho.


Não podemos ficar lutando uns contra os outros dentro do campo democrático, a nossa atenção tem que está voltada para a defesa do Estado de Direito, melhor seria, portanto, que as nossas formações partidárias de matriz democrática (todas elas) se inquietassem, a sério, e não apenas na retórica, para que possamos defender a democracia. Só assim, poderemos impedir o aumento da tendência de autoritarismo! Isto é,  se houver a humildade de reconhecer os nossos erros e traçar novos caminhos. Se houver a disponibilidade para substituir a preocupação de governar para o imediato por uma visão estratégica de longo prazo. Se houver a coragem para trocar a popularidade fácil pela determinação de levar a cabo reformas de fundo, tantas vezes complexas, mas absolutamente indispensáveis. Se houver, enfim, a capacidade para reconciliar a política com os cidadãos.

 

domingo, 13 de junho de 2021

ARTIGO - O Que É Isso, Companheiro? ( Padre Carlos )

 

O Que É Isso, Companheiro?

 

 


 

 

Durante muitos anos achávamos que os verdadeiros companheiros eram aqueles que marchavam com a gente na luta contra a Ditadura Militar, nos momentos mais difíceis, quando o autoritarismo dos “governantes de plantão” tentava abafar a voz dos estudantes, pisando sobre os direitos conquistados e atacando com toda força a nossa democracia. Não estávamos enganados é também isto, mas não é só isto.          


Hoje entendo como foi importante não criar expectativas nas ações dos outros, geralmente nós nos decepcionamos quando entendemos que deixamos de acreditar que companheiro, não representa mais alguém merecedor de afeto, nem pessoa com quem se tenha compromisso da lealdade ou de uma firme amizade.

         Por isto, posso me encarar diante do espelho, me olhar e saber que a minha parte está feita, a satisfação de ter sido honesto em tudo que lutei.

Mas, como continuar na luta se não posso contar com mais ninguém? Foi assim que Passamos a entender que o grande problema de certo seguimentos da esquerda é que se fala muito em “companheirada”, mas muito poucos sabem viver a solidariedade do ser companheiro. Às vezes, muitos desses agrupamentos não têm nenhuma cerimônia em abandonar ou esquecer alguns quadros quando este não é mais conveniente ou quando o período eleitoral passa.

Será que o termo companheiro, tão abusivamente utilizado ideologicamente, também não perdeu a sua feição de solidariedade, para estas pessoas?

A palavra "companheiro" e sua forma feminina, "companheira", são usadas por nós quando nos referimos a uma pessoa com quem convivemos, com quem trabalhamos com que estudamos ou com quem compartilhamos alguma coisa, alguns momentos na vida, etc. O significado é realmente este, mas nem todos conhecem a razão deste significado. Como dizia Pe. Bruno nas aulas de latin: "cum panis"; aquele com quem dividimos o pão. Aquele que confiamos o suficiente para sentar-lo em nossa mesa e dividir nossas idéias, vitórias, derrotas ou um simples pedaço de pão.


Sendo assim, um companheiro é uma pessoa que está sempre por perto, caminhando junto e lutando pelas mesmas coisas. E é nesse contexto que eu acredito, com uma companhia amiga. O companheiro é aquele que é amigo, que se preocupa que divide que está atento, que dá apoio; é aquele que entende sua luta, e participa dela, independente de qual seja. Ser companheiro é estar por perto, mesmo sem estar. Na sociedade individualista que estamos vivendo, o simples ato de fazer companhia já é revolucionário, afinal, é difícil encontrar alguém em quem se possa realmente confiar e compartilhar toda uma vida.


quarta-feira, 9 de junho de 2021

ARTIGO - O futuro dos partidos políticos brasileiros (Padre Carlos)

 


O futuro dos partidos políticos brasileiros



 

 

Em um mundo marcado por um inevitável e revolucionário processo de transformação, não é das tarefas mais simples para as forças políticas e agremiações partidárias se adaptarem a essa nova realidade. Instituições datadas do período da Revolução Industrial, ainda no século XIX, os partidos políticos hoje têm enorme dificuldade de se estabelecer nas sociedades plenamente interconectadas em rede.


Há uma total desconexão e um claro descompasso entre representantes e representados e, também por isso, são fundamentais que os agentes políticos façam uma autocrítica e se abram, verdadeiramente, a esta frente que, oriundas da sociedade civil, pretendem participar de uma mudança profunda do processo político.

Nesse sentido, como professor de filosofia sempre defendi uma nova formação política, tenho consciência que são poucos os partidos hoje no Brasil, que conseguem vocalizar as demandas sociais com a agilidade necessária.

Nas últimas décadas, só um partido conseguiu ser formada por um amplo, generoso e produtivo diálogo com movimentos de vários matizes – diferentes entre si, mas dispostos a ingressar na política e viabilizar uma nova forma de representação. Foi isto que deu vitalidade a este partido se manter vivo e renovando seus sonhos e utopias.  Não sabemos qual será o destino dos partidos com as novas clausulas de barreiras no curto ou médio prazo, mas é muito provável – quase uma certeza – que eles não mais existirão, da forma como se colocam hoje, em um futuro que se anuncia mais próximo do que imaginávamos.

A idéia do partido-movimento não faz parte da nossa cultura ela é uma tese que alguns gostariam de implantar por aqui, ela é um dado da realidade em sociedades mais abertas e avançadas como podemos constatar nos países do primeiro mundo. É algo difícil de ser construído hoje por aqui.

Neste sentido, as agremiações política no Brasil, tem sido uma troca interessante que nos permite aprender com os partidos e, de certa forma, transmitir aos mais jovens um pouco de nossa longa vivência na vida pública.

A revolução social e de comportamento que o mundo experimenta é uma realidade contra a qual não se pode lutar, é verdade, mas existem. Processos que envolvem não apenas o avanço das novas tecnologias ou das ferramentas de comunicação, mas precisam ser inseridas na nossa cultura, esta transformação radical na forma como nos relacionamos uns com os outros não se dará da noite para o dia.

Este novo mundo nos afeta a todos, em todos os segmentos de atividade e com certeza proporcionará no futuro, o surgimento de novas instituições e organizações que substituirão as velhas estruturas.

Diante desse cenário, é fundamental que tenhamos uma visão conectada com o futuro, mas saibamos o que podem ser mudado e o que ainda não podem. Com certeza os partidos, políticos mesmo com todos os defeitos e imperfeições, ainda é uma realidade nas nossas vidas. Precisamos sim, abdicar dos vícios e valores ultrapassados destas instituições e criar agremiações fortes e alicerçadas de valores ideológicos.

Por tudo isso, como pesquisador, entendo a necessidade e a urgência de interpretarmos todo esse processo de transformação e estabelecermos um canal direto de comunicação com os novos atores políticos e sociais – por meio das redes e rodas democráticas e dos mais diversos movimentos da cidadania. Tudo isto podem ser feito, sem que se percam as nossas referencia.


Só assim tornaremos possível a renovação política tão esperada pela sociedade brasileira. Estamos abertos ao novo. Mas temos responsabilidade com o presente e ter um encontro marcado com o futuro não representa jogar todo o passado no lixo. E o futuro é agora. 

 

 


domingo, 6 de junho de 2021

ARTIGO - O Coração de Jesus e minha formação (Pade Carlos)

 



O Coração de Jesus e minha formação

  


    

Durante muitos anos, o mês, de junho representava para mim somente as festividades dos santos juninos, só anos mais tarde, já na teologia e morando em Belo Horizonte, descobrir que os católicos também celebram com grande fervor a Festa do Coração de Jesus. Essa festa, tão difundida no mundo, mas pouco acolhida entre as novas gerações, tem como motivo revelar as riquezas do amor de Deus pela humanidade. Não se trata de um amor marcado por sentimentalismo barato como costumamos ver em certos canais que se dizem católicos na televisão – a Igreja não propõe essa festa para facilitar o seguimento radical de Jesus ou para torná-lo um lugar de comodismos.


Foram as aulas de eclesiologia com o Pe. Nereu, que me fez entender a histórica Carta Encíclica sobre o Culto do Sagrado Coração de Jesus, “Haurietis Aquas”, assim pude entender que é no Coração de Cristo que encontramos a imensa caridade para com o gênero humano, ela exige um amor solidário, de resposta. Deus não poderia amar sozinho. Ele nos convida a amá-lo, com todas as nossas forças e vontade, e nos convida ainda a dispensar esse mesmo amor aos irmãos, mostrando-lhes que o amor divino é a representação da misericórdia pelo mundo.

Os devotos do Coração de Jesus têm a missão de mostrar esse amor solidário de Deus, principalmente aos mais pobres aos que estão sofrendo em uma UTI, longe dos familiares e com o risco imanente de morte. Estes verdadeiros católicos que nunca se prendem nas suas dores, partem para o mundo, que se encontra tão ferido e cansado pelos equívocos de outros amores. Portanto, ser devoto desse Coração, do Divino Redentor, é ser continuidade do amor que se dá que não se retém jamais!

O Papa Francisco costuma dizer que o Coração do Bom Pastor não é somente o Coração que carrega misericórdia para humanidade, mas Ele é a própria misericórdia. Para o magistério do Papa latino-americano fica muito evidente que, naquele Coração, resplandece o generoso amor do Pai, e que podemos ter a firme convicção de sermos acolhidos e compreendidos na sua caridade.


Por fim, aprendi que celebrar o Sacratíssimo Coração que nos ama até quando caímos significa que estamos dispostos a renovar nossa confiança em Deus. Foram estas certezas que me fizeram mais católico e cristão, depois que deixei o sacerdócio. Não podemos estar no mundo de qualquer forma, sem saber para onde a Providência de Deus nos governa, e esta nos governa com os nossos irmãos; o outro não é um inimigo a ser combatido, mas um alvo querido pelo amor do Senhor. Esta Festa do Coração de Jesus tem um grande significado profética diante deste mundo sofrido e mutilada por esta pandemia. Ela revela que o amor divino nunca exclui, nunca descarta. Constatamos que esta festa fala de fraternidade e de amor, tão difícil de encontrar nos dias de hoje, principalmente em um país dividido e polarizado como o nosso. Assim, compreendi o que Zezinho queria dizer: “amar como Jesus amou”, devemos fazer um esforço para aprender amar um pouco do jeito que Deus nos ama!

 


sexta-feira, 4 de junho de 2021

ARTIGO - O amor e a essência da vida. (Padre Carlos)

 

O amor e a essência da vida.

 


É sempre difícil falar de amor. Porque o perigo está em re­duzir-lo a uma idéia romântica ideal repetida por histórias e novelas globais. Mas, o que realmente é o amor? O amor é efetivamente o centro da nossa vida, o combustível para viver e ser feliz – o amor pelos outros e o amor-próprio. Gostar de nós mesmos é fundamental para nos aceitarmos como somos, com todas as nossas forças, fraquezas e qualidades. Muitas vezes, é difícil fazê-lo, porque nem sempre gostamos daquilo que dizemos daquilo que sentimos, do que fazemos da forma como atuamos ou como reagimos perante as situações que a vida nos coloca.


Precisamos da esperança para transformar os obstáculos em caminhos e os caminhos em novas formas de amar. Confesso aos senhores que peço diariamente nas minhas orações para que as pessoas busquem amar mais, que sejam mais gentis, que valorizem mais os outros, que busquem amar com todo o coração, com toda a alma, com todo o ser. Amar o outro é amar deliberadamente, por vontade própria, como se amar fosse tão natural como respirar, ou, nas palavras de São Paulo: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine... Peçamos a Deus que as pessoas amem sem fazerem um favor, que sejam espontâneas, que não o façam por delicadeza ou educação, que amem sem ser a pedido.

Não podemos deixar que a Crise da esperança e da falta de amor gerada pelo COVID-19 seja maior que a crise sanitária, pois esta mata o corpo e a alma. O amor é a maior vacina para acabar com o egoísmo e a falta de misericórdia em nosso coração. Como diz o poeta: é a partícula Deus que habita em cada um de nós. A única forma do homem chegar a Deus é através do amor, só ele consegue brotar em nós o que temos de melhor, de puro e santo. Podemos dizer que o amor são partículas de uma energia cósmica, que cuida que gera que transforma, esta energia é o Santo dos Santos, esta energia é o nosso Deus.

 


É preciso olhar mais para frente, aprender olhar com amor para ganhar confiança e acreditar no homem, no humano que habita cada um de nós. Só assim, seremos capazes de repartir um pouco do que temos com os menos afortunados que padecem nesta vida. Eu espero que todo este sofrimento que o povo está passando nos torne mais amoroso, melhores, mais espirituais, mais humanos e mais fraternos.

 


terça-feira, 1 de junho de 2021

ARTIGO - A disputa pelo legado de Herzem (Padre Carlos)

 

A disputa pelo legado de Herzem

 




O clima em Vitória da Conquista volta a normalidade, a cidade depois de um período de luto com a partida do ex-prefeito Herzem Gusmão, começa a sinalizar a formação de uma nova direita, mais democrática e com uma visão mais de centro que a antiga administração. Na Câmara de Vereadores, aliados e adversários concordam em um ponto, a forma de fazer política da atual prefeita é diferente do antigo mandatário e com sua capacidade de dialogar com a classe política, terminou encolhendo mais ainda a oposição que perdeu um grande parlamentar. Apesar de alguns políticos acharem que seria cedo discutir um herdeiro para o legado político do ex-prefeito, tudo indica que este já tem dono e endereço certo.


Quando falamos do legado de Pereira, como gostava de ser chamado, estamos nos referindo aquele que conseguiu reunir a direita conquistense, que durante vinte anos vinha amargando sucessivas derrotas para a esquerda e tendo um papel secundário no campo político. Herzem trouxe a direita para o centro político e conseguiu se tornar protagonista do projeto e derrotar o PT em duas eleições consecutivos.

A importância deste legado tem peso e não é atou que está em disputa. Assim, uma parte deste grupo que sonhavam com esta herança não se sentiu a vontade com a conjuntura que se formou com a morte de seu líder.  Diante disto, buscaram deixar claro como o coronel Esmeraldino Correio, que após ser exonerado do cargo de assessoria especial do governo, tentou criar um fato político, porém, podemos constatar que não surtiu o efeito desejado, mesmo assim, não podemos ignorar que este gesto tem um simbolismo de ruptura e disputa pelo legado do ex-prefeito. A saída de Esmeraldino já era esperada, uma vez que suas manobras políticas não só eram contrárias à gestora, mas, o sucesso desta criava dificuldade às pretensões do antigo militar.  Outros membros seguiram o comandante, mas a maioria dos descontentes, não tem a retaguarda ou salário que alguns militares da reserva possuem e assim preferiram ficar e acolher a nova ordem.  

Este grupo nunca aceitou esta situação, podemos constatar na forma como trataram a prefeita quando era interina. Eles não esperavam este quadro e quando Shela assumiu definitivamente, eles não puderam esconder mais as suas divergências.



    Assim, quando a prefeita Sheila Lemos apresentou o advogado e professor universitário Edgard Larry de Andrade como o novo titular da Secretaria Municipal de Educação (Smed), em lugar de Esmeraldino Correia, 
deixou claro que ali se tratava de um novo governo e muita coisa teria que ser mudado. Foi o sinal para que muitos que ainda se posicionavam como se a realidade não tivesse mudado acordassem para a nova ordem.

 


sábado, 29 de maio de 2021

ARTIGO - Manifestação contra o governo toma conta do país (Padre Carlos)

 


Manifestação contra o governo toma conta do país

 

 


Não quero aqui dar nenhuma conotação religiosa, mas o tempo de colher chegou. O Governo do Sr. Bolsonaro colheu nestas nestes últimos dias o que plantou ao longo da sua administração política no país. Rechaçado por seus desvios e suas mentiras, o povo brasileiro cansado de tanta enganação tenta banir do poder o governo que aí está. Precisamos restaurar a democracia.


A regra salutar da democracia é a alternância do poder. Regra que se impõe para a segurança do bem-estar do povo. O poder cega e o poder corrompe, principalmente para quem veio do baixo clero e tem um histórico com rachadinhas e milícias, por isto, com a exposição da corrupção em suas entranhas, o momento não poderia ser outro. A continuidade do bolsonarismo seria a declaração de morte da Nação.

A resposta que o povo tenta dar hoje nas ruas é um aviso de que a soberania lhe pertence, não sendo esta propriedade de ninguém, muito menos da extrema direita que não tem trato com a democracia. Os políticos não podem usar seus mandatos para o representarem em defesa de seus interesses, tão pouco para se perpetuarem no poder e alimentarem a ilusão de que o povo lhes pertence.

Equivocados em suas pretensões, arrogantes em suas atitudes, os políticos ligados ao presidente, precisam aprender a lição de que o povo não é massa de manobra para o alcance de suas pretensões. Mesmo com parcela da população iludida e cega e tendo como referencia os pressupostos ideológicos escamoteados e um projeto ambicioso de poder perpétuo, não conseguirão esconder mais de quatrocentos mil cadáveres, por isto não poderão se sustentar serão banidos de seus mandatos as suas figuras mais destacadas.

Não há agora o que reclamar. Não há agora que montar resistência sistemática. Não há agora que culpar ninguém, a não ser a si próprios por tudo o que o país tem passado. As reações de indignação ao chamá-lo de genocida, têm lugar no contexto, pois elas são frutos da horrenda prática política que este governo tem adotada. Não têm que chorar sobre o leite derramado. Eles quiseram desconstruir o Brasil e desconstruíram a si próprios.

O povo na rua tem o objetivo sensibilizar o Congresso para criarem uma frente de oposição com o único intuito não para desestabilizar o novo governo. Se agirem assim, estariam ocorrendo também em erro. O verdadeiro papel da oposição tem de ser a fiscalização da situação, de obstaculação de ações que possam ser prejudiciais ao país. Porem, não podemos aceitar tanta maldade contra o povo e assim não resta alternativa a não ser varrer os Neo-integralista da vida política.

Para isto, as ações dos políticos deverão estar permanentemente voltadas para todos os partidos aliados a esta nova ordem, pois são eles os representantes do povo. O Poder que emana do povo que delega aos seus representantes para evitar mais mortes. Portanto, para a felicidade geral da Nação basta a obediência à Constituição, enfatizando-a nos objetivos fundamentais da República.

São estes: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, conforme consta no artigo 3º da Carta Magna.


Portanto, diante do acontecido, que todos os políticos, sem distinção de partidos, revejam suas idéias e as sintonizem com os reais interesses do povo. Este o que quer é ser feliz com vacina, emprego, educação, saúde e segurança.

 

Padre Carlos

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...