O futuro dos partidos políticos brasileiros
Em um mundo marcado por um
inevitável e revolucionário processo de transformação, não é das tarefas mais
simples para as forças políticas e agremiações partidárias se adaptarem a essa
nova realidade. Instituições datadas do período da Revolução Industrial, ainda
no século XIX, os partidos políticos hoje têm enorme dificuldade de se
estabelecer nas sociedades plenamente interconectadas em rede.
Nesse sentido, como professor
de filosofia sempre defendi uma nova formação política, tenho consciência que
são poucos os partidos hoje no Brasil, que conseguem vocalizar as demandas
sociais com a agilidade necessária.
Nas últimas décadas, só um partido conseguiu ser formada por um
amplo, generoso e produtivo diálogo com movimentos de vários matizes –
diferentes entre si, mas dispostos a ingressar na política e viabilizar uma
nova forma de representação. Foi isto que deu vitalidade a este partido se
manter vivo e renovando seus sonhos e utopias. Não sabemos qual será o destino dos partidos
com as novas clausulas de barreiras no curto ou médio prazo, mas é muito
provável – quase uma certeza – que eles não mais existirão, da forma como se
colocam hoje, em um futuro que se anuncia mais próximo do que imaginávamos.
A idéia do partido-movimento
não faz parte da nossa cultura ela é uma tese que alguns gostariam de implantar
por aqui, ela é um dado da realidade em sociedades mais abertas e avançadas
como podemos constatar nos países do primeiro mundo. É algo difícil de ser
construído hoje por aqui.
Neste sentido, as agremiações
política no Brasil, tem sido uma troca interessante que nos permite aprender
com os partidos e, de certa forma, transmitir aos mais jovens um pouco de nossa
longa vivência na vida pública.
A revolução social e de
comportamento que o mundo experimenta é uma realidade contra a qual não se pode
lutar, é verdade, mas existem. Processos que envolvem não apenas o avanço das
novas tecnologias ou das ferramentas de comunicação, mas precisam ser inseridas
na nossa cultura, esta transformação radical na forma como nos relacionamos uns
com os outros não se dará da noite para o dia.
Este novo mundo nos afeta a
todos, em todos os segmentos de atividade e com certeza proporcionará no
futuro, o surgimento de novas instituições e organizações que substituirão as
velhas estruturas.
Diante desse cenário, é
fundamental que tenhamos uma visão conectada com o futuro, mas saibamos o que
podem ser mudado e o que ainda não podem. Com certeza os partidos, políticos mesmo
com todos os defeitos e imperfeições, ainda é uma realidade nas nossas vidas. Precisamos
sim, abdicar dos vícios e valores ultrapassados destas instituições e criar
agremiações fortes e alicerçadas de valores ideológicos.
Por tudo isso, como
pesquisador, entendo a necessidade e a urgência de interpretarmos todo esse
processo de transformação e estabelecermos um canal direto de comunicação com
os novos atores políticos e sociais – por meio das redes e rodas democráticas e
dos mais diversos movimentos da cidadania. Tudo isto podem ser feito, sem que
se percam as nossas referencia.
Só assim tornaremos possível a renovação política tão esperada pela sociedade brasileira. Estamos abertos ao novo. Mas temos responsabilidade com o presente e ter um encontro marcado com o futuro não representa jogar todo o passado no lixo. E o futuro é agora.
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