Quando
o prazer não é suficiente para preencher o vazio emocional
Em uma sociedade cada vez mais
individualista e hedonista, muitas pessoas buscam satisfazer seus desejos
sexuais sem se preocupar com as consequências ou com os sentimentos alheios.
Essas pessoas acreditam que ter vários parceiros sexuais é uma forma de liberdade
e de prazer, mas será que isso é verdade? Será que esse comportamento não
esconde um vazio emocional que essas pessoas estão tentando preencher de forma
equivocada?
O sexo é uma atividade natural e saudável,
que pode proporcionar benefícios físicos e psicológicos para os envolvidos. No
entanto, quando o sexo se torna um fim em si mesmo, sem levar em conta o
contexto e as motivações das pessoas, ele pode se transformar em um problema.
Isso porque o sexo não é apenas uma questão biológica, mas também afetiva e
social. O sexo envolve sentimentos, emoções, expectativas, valores e
responsabilidades.
Quando uma pessoa busca ter vários
parceiros sexuais sem se importar com esses aspectos, ela pode estar
demonstrando uma falta de autoestima, de autoconhecimento e de autocontrole.
Essa pessoa pode estar tentando preencher um vazio emocional que pode ter
origem em traumas de infância, em dificuldades de relacionamento, em
frustrações pessoais ou profissionais, entre outras causas. Esse vazio pode
gerar uma sensação de solidão, de angústia e de insatisfação com a vida.
Ao buscar preencher esse vazio com relações
sexuais casuais e superficiais, essa pessoa pode acabar se decepcionando ainda
mais, pois essas relações não oferecem uma conexão emocional verdadeira e duradoura.
Além disso, essa pessoa pode se colocar em situações de risco para a sua saúde
física e mental, como contrair doenças sexualmente transmissíveis, engravidar
ou gerar uma gravidez indesejada, sofrer violência ou abuso sexual, desenvolver
dependência química ou emocional, entre outras.
Essa pessoa também pode estar sendo
irresponsável com os seus parceiros sexuais, pois pode estar usando-os como
objetos de prazer sem se preocupar com os seus sentimentos ou com as suas
expectativas. Isso pode gerar conflitos, mágoas e ressentimentos nas pessoas
envolvidas, que podem se sentir usadas ou descartadas. Essa atitude pode
prejudicar a capacidade dessa pessoa de estabelecer vínculos afetivos saudáveis
e duradouros no futuro.
Portanto, é preciso questionar o
comportamento de buscar múltiplos parceiros sexuais sem critério ou
compromisso. Será que isso é realmente uma forma de liberdade e de prazer? Será
que isso não é uma fuga da realidade e uma negação dos próprios sentimentos?
Será que isso não é uma forma de autoengano e de autodestruição?
Acredito que a verdadeira liberdade e o
verdadeiro prazer não estão na quantidade, mas na qualidade das relações
sexuais. Acredito que o sexo deve ser praticado com respeito, com
responsabilidade e com amor. Acredito que o sexo deve ser uma forma de
expressão da intimidade, da cumplicidade e da felicidade entre duas pessoas que
se gostam e se querem bem.
Por isso, penso que as pessoas que buscam
ter vários parceiros sexuais deveriam procurar ajuda profissional para entender
as causas do seu comportamento e para buscar formas mais saudáveis e
significativas de preencher o seu vazio emocional. Penso que essas pessoas
deveriam investir mais no seu autoconhecimento, na sua autoestima. Esta
abordagem apesar de serem de caráter psicológico, traz no seu contexto uma
abordagem filosófica sobre a liberdade e as formas de relacionamentos
contemporâneos. No entanto, o verdadeiro sábio é o poeta quando traz a
discussão da “Divina Comédia Humana”. “Aí um analista amigo meu disse que desse
jeito não vou ser feliz direito, porque o amor é uma coisa mais profunda que um
encontro casual”... ”’porque o amor é uma coisa mais profunda que uma transa
sensual”.