quarta-feira, 10 de maio de 2023

ARTIGO - O vazio emocional por trás da busca por múltiplos parceiros sexuais. (Padre Carlos)

 



Quando o prazer não é suficiente para preencher o vazio emocional

 


 

Em uma sociedade cada vez mais individualista e hedonista, muitas pessoas buscam satisfazer seus desejos sexuais sem se preocupar com as consequências ou com os sentimentos alheios. Essas pessoas acreditam que ter vários parceiros sexuais é uma forma de liberdade e de prazer, mas será que isso é verdade? Será que esse comportamento não esconde um vazio emocional que essas pessoas estão tentando preencher de forma equivocada?

O sexo é uma atividade natural e saudável, que pode proporcionar benefícios físicos e psicológicos para os envolvidos. No entanto, quando o sexo se torna um fim em si mesmo, sem levar em conta o contexto e as motivações das pessoas, ele pode se transformar em um problema. Isso porque o sexo não é apenas uma questão biológica, mas também afetiva e social. O sexo envolve sentimentos, emoções, expectativas, valores e responsabilidades.

Quando uma pessoa busca ter vários parceiros sexuais sem se importar com esses aspectos, ela pode estar demonstrando uma falta de autoestima, de autoconhecimento e de autocontrole. Essa pessoa pode estar tentando preencher um vazio emocional que pode ter origem em traumas de infância, em dificuldades de relacionamento, em frustrações pessoais ou profissionais, entre outras causas. Esse vazio pode gerar uma sensação de solidão, de angústia e de insatisfação com a vida.

Ao buscar preencher esse vazio com relações sexuais casuais e superficiais, essa pessoa pode acabar se decepcionando ainda mais, pois essas relações não oferecem uma conexão emocional verdadeira e duradoura. Além disso, essa pessoa pode se colocar em situações de risco para a sua saúde física e mental, como contrair doenças sexualmente transmissíveis, engravidar ou gerar uma gravidez indesejada, sofrer violência ou abuso sexual, desenvolver dependência química ou emocional, entre outras.

Essa pessoa também pode estar sendo irresponsável com os seus parceiros sexuais, pois pode estar usando-os como objetos de prazer sem se preocupar com os seus sentimentos ou com as suas expectativas. Isso pode gerar conflitos, mágoas e ressentimentos nas pessoas envolvidas, que podem se sentir usadas ou descartadas. Essa atitude pode prejudicar a capacidade dessa pessoa de estabelecer vínculos afetivos saudáveis e duradouros no futuro.

Portanto, é preciso questionar o comportamento de buscar múltiplos parceiros sexuais sem critério ou compromisso. Será que isso é realmente uma forma de liberdade e de prazer? Será que isso não é uma fuga da realidade e uma negação dos próprios sentimentos? Será que isso não é uma forma de autoengano e de autodestruição?

Acredito que a verdadeira liberdade e o verdadeiro prazer não estão na quantidade, mas na qualidade das relações sexuais. Acredito que o sexo deve ser praticado com respeito, com responsabilidade e com amor. Acredito que o sexo deve ser uma forma de expressão da intimidade, da cumplicidade e da felicidade entre duas pessoas que se gostam e se querem bem.

Por isso, penso que as pessoas que buscam ter vários parceiros sexuais deveriam procurar ajuda profissional para entender as causas do seu comportamento e para buscar formas mais saudáveis e significativas de preencher o seu vazio emocional. Penso que essas pessoas deveriam investir mais no seu autoconhecimento, na sua autoestima. Esta abordagem apesar de serem de caráter psicológico, traz no seu contexto uma abordagem filosófica sobre a liberdade e as formas de relacionamentos contemporâneos. No entanto, o verdadeiro sábio é o poeta quando traz a discussão da “Divina Comédia Humana”. “Aí um analista amigo meu disse que desse jeito não vou ser feliz direito, porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual”... ”’porque o amor é uma coisa mais profunda que uma transa sensual”.


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