Jesus
Povo da Periferia:
O Brasil é um país de contrastes. De um
lado, uma rica diversidade étnica, cultural e religiosa, que expressa a
pluralidade e a beleza do povo brasileiro. De outro, uma profunda desigualdade
social, que gera exclusão, violência e sofrimento para milhões de pessoas.
Nesse cenário, surge a figura de Jesus Cristo, um homem que nasceu na periferia
de Belém, viveu entre os pobres e marginalizados da Galileia e morreu crucificado
no Calvário. Uma figura que se identifica com a realidade do povo brasileiro e
que nos convida a reconhecer e valorizar a riqueza das diferentes culturas e a
lutar pela justiça e igualdade.
Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele
não pertencia ao centro do poder político, econômico ou religioso de seu tempo.
Ele era um judeu da periferia, um migrante, um retirante, um sem-terra, um
sem-teto, um refugiado. Ele conheceu de perto as dificuldades e as dores dos
mais vulneráveis. Ele se compadeceu dos que sofriam, curou os doentes,
alimentou os famintos, libertou os oprimidos. Ele acolheu os excluídos, os
pecadores, os publicanos, as prostitutas. Ele partiu o pão com os diferentes,
os estrangeiros, os samaritanos. Ele ensinou o amor ao próximo como a si mesmo,
independentemente de sua origem, cor de pele ou situação socioeconômica.
Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele
não se conformou com as estruturas injustas que perpetuavam a desigualdade e a
opressão. Ele denunciou os abusos dos poderosos, os hipócritas religiosos, os
exploradores dos pobres. Ele desafiou as leis que excluíam e discriminavam as
pessoas. Ele anunciou o Reino de Deus como uma realidade alternativa, onde
todos são filhos e filhas de Deus, onde há justiça, paz e fraternidade.
Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele
não se isolou em uma torre de marfim ou em um templo sagrado. Ele andou pelas
ruas sujas e empoeiradas da Palestina, contando parábolas cheias de sabedoria e
significado. Ele usou uma linguagem simples e acessível para todos, usando
imagens do cotidiano das pessoas. Ele dialogou com as diferentes tradições culturais
e religiosas de seu tempo, respeitando sua diversidade e buscando pontos em
comum.
Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. E ele
continua sendo hoje. Ele está presente naqueles que vivem nas favelas, nas
periferias, nos campos, nas florestas. Ele está presente naqueles que são
vítimas do racismo, da discriminação de gênero, da homofobia, da violência. Ele
está presente naqueles que lutam por seus direitos, por uma vida digna, por uma
sociedade mais justa e solidária.
Jesus Cristo é o Povo da Periferia. E ele
nos convida a sermos também. Ele nos convida a olhar para os mais pobres e
excluídos com compaixão e solidariedade. Ele nos convida a agir em prol da
justiça e da igualdade, a combater as estruturas de opressão e exclusão. Ele
nos convida a celebrar a diversidade humana, a acolher e respeitar as
diferentes culturas e religiões. Ele nos convida a sermos agentes de
transformação, a construir o Reino de Deus aqui e agora.
Jesus Cristo é o Povo da Periferia. E ele
nos desafia a repensar nossa fé e nosso compromisso com a construção de uma
sociedade mais inclusiva e solidária. Ele nos desafia a sair de nossa zona de
conforto, a deixar de lado nossos privilégios e preconceitos, a nos colocar ao
lado dos mais vulneráveis. Ele nos desafia a sermos sua voz, sua mão, sua
presença no mundo.
Portanto, que possamos refletir sobre a
figura do Jesus Povo da Periferia e nos inspirar em seu exemplo. Que possamos
seguir seus ensinamentos de amor e justiça social. Que possamos reconhecer sua
presença nos rostos dos que sofrem e trabalhar incansavelmente para construir
uma sociedade que respeite e acolha a todos.
Que o Jesus Povo da Periferia seja uma fonte de esperança e inspiração para nós. E que, guiados por seu Espírito, possamos desempenhar nosso papel na construção de um mundo mais humano, mais próximo daquilo que Deus deseja par