terça-feira, 6 de junho de 2023

ARTIGO - A Cultura da Vitória e seus Efeitos Negativos. (Padre Carlos)

 


Como Lidar com as Derrotas



         Vivemos em uma sociedade que exalta a vitória, o sucesso e as conquistas como valores supremos. Desde pequenos, somos estimulados a buscar o êxito em todas as esferas de nossa existência, seja nos estudos, no trabalho, nos relacionamentos ou nos esportes. No entanto, raramente somos preparados para enfrentar as derrotas e perdas que inevitavelmente fazem parte de nossa trajetória. Esse desequilíbrio cultural nos torna vulneráveis diante dos infortúnios, muitas vezes irreversíveis, que a vida nos reserva.

 A cultura da vitória está profundamente arraigada em nosso imaginário social. Aprendemos desde cedo que o sucesso é sinônimo de felicidade e realização pessoal, enquanto a derrota é vista como fracasso e motivo de vergonha. Esse condicionamento nos leva a desenvolver uma mentalidade dicotômica, na qual só conseguimos enxergar o mundo em termos de vitória ou derrota, sucesso ou fracasso.

No entanto, a vida é uma mistura complexa de momentos de triunfo e adversidade. Ignorar ou minimizar a importância das derrotas é negar uma parte essencial da experiência humana. Quando somos confrontados com grandes perdas, como a morte de um ente querido, o fim de um relacionamento ou uma falha profissional significativa, muitas vezes nos sentimos desorientados, sem saber como lidar com essas situações.

É nesses momentos que a falta de educação para as derrotas se torna mais evidente. Não fomos ensinados a aceitar e processar as emoções negativas que surgem com as perdas. Aprendemos a fugir da tristeza, da dor e da frustração, em vez de enfrentá-las de frente. O resultado é uma sociedade que tenta mascarar a realidade, evitando qualquer experiência que possa ser considerada uma derrota.

No entanto, é fundamental compreender que a derrota faz parte do crescimento e do desenvolvimento pessoal. É por meio das perdas que aprendemos lições valiosas sobre nós mesmos e sobre a vida. Lidar com as derrotas nos torna mais resilientes, nos ensina a perseverar e a encontrar novas formas de enfrentar os desafios que surgem em nosso caminho.

É preciso, portanto, repensar nossa abordagem cultural em relação às derrotas e perdas. Devemos reconhecer que o sucesso não é o único indicador de valor e que as derrotas não são necessariamente sinais de fracasso. É essencial ensinar às crianças e aos jovens habilidades de resiliência emocional, incentivando a expressão saudável de emoções negativas e a busca de apoio social quando necessário.

Além disso, devemos promover uma cultura que valorize o aprendizado e o crescimento pessoal acima de resultados imediatos. Ao invés de focar exclusivamente nos troféus e prêmios, devemos celebrar os esforços, a persistência e a coragem de enfrentar desafios, mesmo quando o resultado não é o desejado.

         Aprender a lidar com as derrotas é uma necessidade culturalmente ignorada em nossa sociedade. Precisamos reconhecer que as perdas fazem parte da vida e que elas podem nos ensinar muito sobre nós mesmos e sobre o mundo. Precisamos também desenvolver habilidades de resiliência emocional para enfrentar as emoções negativas que surgem com as derrotas. Por fim, precisamos valorizar o aprendizado e o crescimento pessoal como objetivos maiores do que o sucesso imediato.

 


segunda-feira, 5 de junho de 2023

ARTIGO - Perícia comprova fraude contra juiz Appio e expõe violência de Moro e do TRF-4. (Padre Carlos)

 

O Brasil não pode tolerar mais essa farsa!




         O Brasil assistiu na última segunda-feira a uma revelação bombástica que pode mudar os rumos da justiça no país. O jurista Pedro Serrano, que é também advogado do juiz Eduardo Appio, concedeu uma entrevista aos jornalistas Leonardo Attuch e Leonardo Stoppa, no programa Leo ao Quadrado, do portal Brasil 2471, em que comentou a perícia do professor Pablo Arantes, da Universidade Federal de São Carlos, que demonstrou que a voz do áudio entregue pelo ex-juiz suspeito Sergio Moro ao TRF-4 para afastá-lo da magistratura foi forjado. “Agora podemos garantir que o juiz Appio foi vítima de uma fraude”, disse ele. “A perícia deixa claro que é zero a possibilidade de que a voz seja do juiz Appio”.


          Essa é uma prova irrefutável de que Moro e o TRF-4 agiram de forma ilegal e arbitrária para afastar um magistrado que estava investigando os crimes cometidos pela operação Lava Jato e pelo próprio ex-juiz. Appio foi o responsável por determinar a abertura de inquéritos contra Moro por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e obstrução da justiça. Ele também foi o primeiro a reconhecer a inocência do presidente Lula e a anular as condenações impostas por Moro.


      Diante dessas decisões corajosas e fundamentadas na lei, Moro e o TRF-4 resolveram retaliar Appio com uma manobra vergonhosa. Eles divulgaram um áudio supostamente atribuído ao juiz, uma ligação telefônica a um filho de um desembargador, que é genro de Mouro. O áudio foi usado como pretexto para afastar Appio do cargo de juiz sem que ele pudesse se defender. Uma violação flagrante do princípio do contraditório e da ampla defesa.


         Questionado sobre por que Appio não negou o áudio no dia em que foi divulgado, Serrano afirmou que esta foi a estratégia da defesa. “Eu o orientei”, diz Serrano. Ele afirma que era necessário ter antes a perícia para que a verdade pudesse se impor de forma incontestável.


          Serrano também denunciou a violência de Moro e do TRF-4 contra Appio. “Nunca se afastou um juiz dessa forma. Moro estava com medo das investigações que Appio estava mandando abrir. Se Appio não voltar, será o maior ataque à jurisdição da nossa história. Afastaram ele do cargo de juiz sem que pudesse se defender”, diz Serrano. “Há uma operação-abafa na justiça do Sul do País. E quem comandou tudo isso foi o ex-juiz Moro”, acrescenta.


           O caso de Appio é mais um exemplo da perseguição política e judicial que Moro e seus aliados promoveram contra Lula e seus apoiadores. Uma perseguição que teve como objetivo impedir a candidatura do líder popular nas eleições de 2018 e abrir caminho para a ascensão de Bolsonaro ao poder. Uma perseguição que causou danos irreparáveis à democracia, à soberania e ao desenvolvimento do Brasil.


      É urgente que o Supremo Tribunal Federal restabeleça a ordem constitucional e reconheça os direitos violados de Appio. É urgente que Moro e os desembargadores do TRF-4 sejam responsabilizados pelos seus atos criminosos. É urgente que a verdade prevaleça sobre a mentira e a injustiça.


         O Brasil não pode tolerar mais essa farsa montada por Moro e seus cúmplices. O Brasil não pode aceitar que um juiz honesto e competente seja vítima de uma fraude e de um golpe. O Brasil não pode se calar diante da violência de Moro e do TRF-4 contra Appio e contra a democracia.


          O Brasil precisa de justiça. E a justiça precisa de Appio.

domingo, 4 de junho de 2023

ARTIGO - Uma Abordagem Teológica e Libertadora sobre o Jesus Povo da Periferia. (Padre Carlos) Ajude nosso blog sobreviver. Pix: 77988585850.

 


Jesus Povo da Periferia:


 


 

O Brasil é um país de contrastes. De um lado, uma rica diversidade étnica, cultural e religiosa, que expressa a pluralidade e a beleza do povo brasileiro. De outro, uma profunda desigualdade social, que gera exclusão, violência e sofrimento para milhões de pessoas. Nesse cenário, surge a figura de Jesus Cristo, um homem que nasceu na periferia de Belém, viveu entre os pobres e marginalizados da Galileia e morreu crucificado no Calvário. Uma figura que se identifica com a realidade do povo brasileiro e que nos convida a reconhecer e valorizar a riqueza das diferentes culturas e a lutar pela justiça e igualdade.

Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele não pertencia ao centro do poder político, econômico ou religioso de seu tempo. Ele era um judeu da periferia, um migrante, um retirante, um sem-terra, um sem-teto, um refugiado. Ele conheceu de perto as dificuldades e as dores dos mais vulneráveis. Ele se compadeceu dos que sofriam, curou os doentes, alimentou os famintos, libertou os oprimidos. Ele acolheu os excluídos, os pecadores, os publicanos, as prostitutas. Ele partiu o pão com os diferentes, os estrangeiros, os samaritanos. Ele ensinou o amor ao próximo como a si mesmo, independentemente de sua origem, cor de pele ou situação socioeconômica.

Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele não se conformou com as estruturas injustas que perpetuavam a desigualdade e a opressão. Ele denunciou os abusos dos poderosos, os hipócritas religiosos, os exploradores dos pobres. Ele desafiou as leis que excluíam e discriminavam as pessoas. Ele anunciou o Reino de Deus como uma realidade alternativa, onde todos são filhos e filhas de Deus, onde há justiça, paz e fraternidade.

Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele não se isolou em uma torre de marfim ou em um templo sagrado. Ele andou pelas ruas sujas e empoeiradas da Palestina, contando parábolas cheias de sabedoria e significado. Ele usou uma linguagem simples e acessível para todos, usando imagens do cotidiano das pessoas. Ele dialogou com as diferentes tradições culturais e religiosas de seu tempo, respeitando sua diversidade e buscando pontos em comum.

Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. E ele continua sendo hoje. Ele está presente naqueles que vivem nas favelas, nas periferias, nos campos, nas florestas. Ele está presente naqueles que são vítimas do racismo, da discriminação de gênero, da homofobia, da violência. Ele está presente naqueles que lutam por seus direitos, por uma vida digna, por uma sociedade mais justa e solidária.

Jesus Cristo é o Povo da Periferia. E ele nos convida a sermos também. Ele nos convida a olhar para os mais pobres e excluídos com compaixão e solidariedade. Ele nos convida a agir em prol da justiça e da igualdade, a combater as estruturas de opressão e exclusão. Ele nos convida a celebrar a diversidade humana, a acolher e respeitar as diferentes culturas e religiões. Ele nos convida a sermos agentes de transformação, a construir o Reino de Deus aqui e agora.

Jesus Cristo é o Povo da Periferia. E ele nos desafia a repensar nossa fé e nosso compromisso com a construção de uma sociedade mais inclusiva e solidária. Ele nos desafia a sair de nossa zona de conforto, a deixar de lado nossos privilégios e preconceitos, a nos colocar ao lado dos mais vulneráveis. Ele nos desafia a sermos sua voz, sua mão, sua presença no mundo.

Portanto, que possamos refletir sobre a figura do Jesus Povo da Periferia e nos inspirar em seu exemplo. Que possamos seguir seus ensinamentos de amor e justiça social. Que possamos reconhecer sua presença nos rostos dos que sofrem e trabalhar incansavelmente para construir uma sociedade que respeite e acolha a todos.

 

          Que o Jesus Povo da Periferia seja uma fonte de esperança e inspiração para nós. E que, guiados por seu Espírito, possamos desempenhar nosso papel na construção de um mundo mais humano, mais próximo daquilo que Deus deseja par

ARTIGO - A revelação da 'festa da cueca': um escândalo que abala a confiança da Justiça. (Padre Carlos)

 


A festa da cueca que manchou a Justiça

 


O Brasil viveu nos últimos anos um dos maiores escândalos de corrupção da sua história, que levou à prisão de políticos, empresários e até do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o que muitos não sabem é que por trás dessa operação, batizada de Lava Jato, havia também uma rede de chantagens, ilegalidades e interesses escusos que comprometeram a imparcialidade e a credibilidade da Justiça

Uma das revelações mais chocantes sobre esse caso veio à tona recentemente, quando o ex-deputado estadual Tony Garcia, que atuou como delator e agente infiltrado do ex-juiz e hoje senador Sergio Moro, contou em entrevista ao programa Boa Noite 247 que os desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4-RS) foram chantageados depois de participar de uma “festa da cueca” com garotas de programa em Curitiba (PR), na época da Lava Jato.

Segundo Garcia, os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen, que condenaram Lula em segunda instância no caso do triplex do Guarujá, foram flagrados em uma suíte presidencial de um hotel na capital paranaense, onde teriam se divertido com prostitutas contratadas por Moro e seus aliados do Ministério Público Federal (MPF). As imagens dessa orgia teriam sido usadas para coagir os magistrados a seguir a linha dura contra o petista e outros alvos da operação.

Essa denúncia, que colocou o termo “festa da cueca” entre os assuntos mais comentados do Twitter na manhã deste sábado (3), é apenas uma das muitas provas de que a Lava Jato foi uma operação política, que visava não apenas combater a corrupção, mas também criminalizar o PT e impedir a candidatura de Lula nas eleições de 2018. Garcia afirmou que foi mutivado a procurar coisas contra o PT através do ex-deputado Eduardo Cunha, que era seu amigo, e que cometeu uma série de ilegalidades a mando de Moro, como gravar conversas sem autorização judicial e plantar provas falsas.

O ex-deputado disse ainda que denunciou tudo isso à juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba após sua saída para assumir o Ministério da Justiça no governo Bolsonaro. Mas ela teria engavetado as acusações e nada foi feito para investigar os abusos cometidos pela força-tarefa da Lava Jato.

Diante desses fatos, é urgente que o Brasil passe isso a limpo e que os responsáveis por essa farsa jurídica sejam punidos. Não se trata apenas de fazer justiça a Lula, que já teve seus direitos políticos restabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a anulação das suas condenações por suspeição de Moro. Trata-se também de defender o Estado Democrático de Direito, que foi violado por uma operação que usou a lei como instrumento de perseguição e manipulação.

A festa da cueca que manchou a Justiça é um símbolo vergonhoso da decadência moral e ética de uma elite que se julga acima do bem e do mal. É preciso que o povo brasileiro saiba a verdade sobre esse episódio e que exija o fim da impunidade dos que se vestiram de heróis, mas que na verdade eram vilões.


ARTIGO - A realidade do trabalho escravo na indústria cafeeira. (Padre Carlos)

 


 A face oculta da riqueza


 

 

O sudoeste baiano é conhecido pela sua produção de café, um setor que gera riqueza e empregos na região. No entanto, essa riqueza muitas vezes é construída sobre a exploração dos trabalhadores, que são submetidos a condições degradantes, jornadas exaustivas e salários irrisórios. Nestes dias foram resgatados alguns trabalhadores em condições análogas à escravidão e este fato precisa ser denunciado. A fazenda de café onde vinte pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão, fica localizada em Encruzilhada.  Estes fatos onde ocorreu o resgate revela a face oculta dessa indústria que opera em toda aquela região onde a lata de café não corresponde a uma jornada de trabalho, este tipo de pagamento substituindo as leis trabalhistas é operado à margem da lei e do respeito aos direitos humanos.

Como ex-pároco desta região, tive a oportunidade de vivenciar de perto essa realidade e posso afirmar que nem todos os produtores de café estão envolvidos em práticas de trabalho escravo. Felizmente, há muitos cafeicultores que exercem suas atividades de forma ética e responsável, proporcionando condições de trabalho dignas aos seus funcionários. No entanto, é imprescindível reconhecer a existência de uma elite de cafeicultores que se beneficia do trabalho escravo, perpetuando essa prática desumana em nome do lucro.

Essa elite, composta por fazendeiros, intermediários e empresários do setor, usufrui das vantagens econômicas provenientes do trabalho escravo, enquanto os trabalhadores são tratados como meras mercadorias descartáveis. Estamos diante de uma relação de poder desigual, em que o abuso e a violação dos direitos humanos são tolerados em prol do enriquecimento de poucos privilegiados.

É fundamental expor essa realidade e denunciar as práticas de trabalho escravo existentes na indústria cafeeira. Devemos destacar e reconhecer os cafeicultores que estão comprometidos com a ética e a justiça social, enquanto exigimos que os responsáveis pelo trabalho escravo sejam responsabilizados pelos seus atos.

A conscientização e a pressão da sociedade são instrumentos poderosos para combater essa problemática. Os consumidores devem escolher produtos que sejam fruto de uma produção ética e livre de trabalho escravo. Além disso, é necessário fortalecer a fiscalização governamental, garantindo a aplicação das leis trabalhistas e punindo de forma rigorosa aqueles que violam os direitos humanos.

A luta contra o trabalho escravo na indústria cafeeira exige um esforço coletivo, que envolva produtores, trabalhadores, governos, organizações da sociedade civil e consumidores conscientes. Somente por meio da união de todos os atores envolvidos poderemos erradicar essa prática abominável e construir um setor cafeeiro verdadeiramente justo e humano. A dignidade e os direitos dos trabalhadores não podem ser ignorados em nome do lucro e da ganância de alguns.

 


sábado, 3 de junho de 2023

ARTIGO - Quem violou o Segredo de Justiça? (Padre Carlos)

 


sabe de nadainocente


 

O segredo de justiça é um instrumento jurídico que visa proteger os direitos fundamentais dos envolvidos em um processo judicial, como a presunção de inocência, a intimidade, a honra e a imagem. Não se trata de um privilégio ou uma vantagem, mas de uma garantia constitucional que deve ser respeitada por todos os agentes do Estado e da sociedade. O segredo de justiça não é absoluto, mas deve ser aplicado de forma proporcional e razoável, conforme o caso concreto.

No entanto, o que se observou na Operação Lava Jato foi uma violação sistemática e deliberada do segredo de justiça, com o objetivo de manipular a opinião pública e constranger os investigados e seus defensores. As escutas telefônicas ilegais, as interceptações indevidas, os vazamentos seletivos e as divulgações indevidas são algumas das práticas que caracterizam essa conduta abusiva e ilegal.

Essas práticas não apenas feriu os direitos dos investigados, mas também comprometeram a credibilidade do sistema de justiça e a democracia. Ao expor os investigados ao escrutínio público sem o devido processo legal, criou-se um clima em todo o território nacional de linchamento moral e midiático, que prejudicou o exercício do direito de defesa e o contraditório. Além disso, ao divulgar informações sigilosas sem autorização judicial, violou-se o princípio da separação dos poderes e da independência funcional dos órgãos judiciais.

Foi de fato uma utopia pensar que o segredo de justiça  seria respeitado em um contexto de disputa política e midiática como presenciamos nestes últimos anos. Quando se tornou publico o que verdadeiramente acontecia naquela “República” onde alguns agentes públicos tinham se envolvido em Curitiba, passamos a entender porque eles se sentiam acima da lei e da própria Constituição. O “silêncio dos inocentes” e a omissão de quem deveria fiscalizar estes agentes públicos resultou no fim  dessa utopia, que impediu que os investigados podessem exercer plenamente seus direitos de se defenderem das acusações que lhes foram imputadas.

É preciso romper com essa utopia e exigir que os agentes público  que quebram os segredos de justiça durante a operação sejam responsabilizados. Para que a partir de penas exemplar passem a ser  cumprido por todos os envolvidos em futuras Operações. Não podemos negar que estas provas estão sob pena de nulidade dos atos praticados em seu desrespeito. É preciso garantir que os investigados possam falar e se defender, sem serem expostos a uma exposição midiática indevida e desproporcional. É preciso, enfim, que a justiça seja feita com respeito à lei e à Constituição, e não com base em interesses políticos ou corporativos.

 


ARTIGO - A Hipocrisia das Críticas dos Estados Unidos à Fala de Lula com Maduro. (Padre Carlos)

 


O Brassil precisa se consolidar como país soberano

 


 

Recentemente, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez declarações em defesa do presidente venezuelano Nicolás Maduro, afirmando que foram criadas "narrativas" contra ele. No entanto, as críticas dos Estados Unidos a essa fala revelam uma profunda hipocrisia. Ao longo da história, os EUA têm sido um dos maiores apoiadores de ditaduras ao redor do mundo, minando sua própria confiança quando se trata de julgar as ações de outros líderes. Neste artigo de opinião, analisaremos essa questão e exporemos a falta de moral dos Estados Unidos ao criticar Lula.

O Apoio dos EUA a Ditaduras: Os Estados Unidos têm um histórico controverso quando se trata de sua política externa, especialmente em relação ao apoio a ditaduras. Ao longo do século XX, a nação norte-americana apoiou ativamente regimes ditatoriais em várias partes do mundo, muitas vezes em detrimento da democracia e dos direitos humanos. Exemplos de notórios incluem o apoio ao regime militar no Brasil durante a ditadura, o apoio a Augusto Pinochet no Chile e o apoio a ditadores em países como El Salvador, Guatemala, Nicarágua e Irã. Essa interferência direta minou a autodeterminação de nações e perpétua violação dos direitos humanos.

 Muitas vezes, o apoio dos Estados Unidos a ditaduras está ligado a interesses econômicos e geopolíticos. As nações latino-americanas foram frequentemente afetadas por esses interesses, quando os governos democraticamente eleitos foram derrotados em favor dos próximos líderes aos interesses norte-americanos. O desejo de controlar os recursos naturais, garantir a adesão e evitar governos progressistas tem sido um fator determinante na postura dos EUA em relação à América Latina. É irônico que um país com tal histórico de interferência em outros governos agora se posicione como um defensor da democracia e dos direitos humanos.

Além do apoio às ditaduras, os Estados Unidos têm uma longa história de aplicar um duplo padrão em suas relações internacionais. Em muitos casos, eles ignoram ou minimizam as ações questionáveis ​​de aliados enquanto condenam fortemente outros líderes por atos semelhantes. Esse tratamento seletivo revela a falta de negociação moral em sua abordagem e prejudica sua confiança para líderes críticos como Lula.

As críticas dos Estados Unidos à fala de Lula com Maduro são hipócritas e carecem de moralidade. O histórico de apoio a ditaduras e a prática de duplo padrão minam a confiança dos EUA para julgar as ações de outros líderes. É fundamental que as nações busquem uma abordagem mais equilibrada, consistente e baseada em princípios orientados quando se trata de política externa. Somente assim poderemos promover um mundo mais justo, democrático e respeitoso com a soberania das nações.


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...