quinta-feira, 10 de agosto de 2023

ARTIGO - Companheiros: Vínculos Alimentados pelo Pão da Amizade. (Padre Carlos

 



Da Mesa Romana à Alma Contemporânea

 


No vasto e intricado tecido da língua, cada palavra é um elo que une significados e histórias. Entre as muitas joias linguísticas que adornam nossas conversas e escritos, uma se destaca pelo seu profundo significado e origem rica: "companheiro". Originária do latim, essa palavra é mais do que um simples conjunto de letras; é um tributo à conexão humana e à partilha de um elemento vital.

A jornada da palavra "companheiro" começa nas antigas ruas de Roma, onde a vida cotidiana era repleta de rituais e cerimônias que vinculavam as pessoas em laços sociais. O termo "companio", ancestral da palavra moderna, emergiu do latim "cum panis", que se traduz como "com pão". O ato de compartilhar o pão à mesa era um gesto que transcendia a mera alimentação; era um símbolo de união, solidariedade e aceitação mútua.

Originalmente, um "companheiro" era alguém que partilhava o alimento essencial, o pão, em uma ceia. As refeições noturnas, conhecidas como "cena" em latim, eram ocasiões que iam além de saciar a fome; eram momentos de convívio, onde os laços sociais e políticos se fortaleciam. Essa celebração à mesa não era apenas uma questão de sobrevivência física, mas também uma maneira de nutrir a alma das relações humanas.

Com o tempo, a palavra "companheiro" evoluiu para abranger uma gama mais ampla de significados. Ela passou a representar não apenas aqueles que compartilham o pão, mas também aqueles que compartilham jornadas, desafios e experiências. Os companheiros tornaram-se aqueles que caminham lado a lado, apoiando-se nos momentos bons e ruins. Eles são as âncoras em nossas vidas, oferecendo suporte emocional, crescimento mútuo e aprendizado contínuo.

A famosa citação de Antoine de Saint-Exupéry ecoa com clareza quando ele descreve a verdadeira amizade como um tesouro resplandecente. A amizade é, de fato, a encarnação moderna da palavra "companheiro". Ela nos lembra que, assim como o pão nutre o corpo, a amizade nutre a alma. É um jardim secreto onde emoções verdadeiras florescem, onde os corações encontram abrigo nos momentos de tempestade.

Nos dias de hoje, onde a agitação da vida muitas vezes nos afasta da simplicidade dos gestos significativos, é importante refletir sobre o verdadeiro valor dos nossos companheiros. Eles não são apenas amigos ou colegas; são aqueles que partilham o pão da amizade conosco, que nos alimentam com risos, apoio e entendimento. Valorizar essa ligação é um tributo à essência humana de partilhar e cuidar.

Portanto, da Roma Antiga aos dias de hoje, a palavra "companheiro" permanece como um lembrete eloquente de que, por trás de cada amizade sincera, há uma história rica e uma herança de partilha de pão e coração. Abrace seus companheiros com gratidão, pois eles são um tesouro inestimável que enriquece o tecido da nossa existência.

 


ARTIGO - Nossa Senhora das Vitórias, modelo de serviço vocacional. (Padre Carlos)

 



Um mês de graça e missão




 

Caros leitores,


O mês de agosto é sempre um período especial para a Igreja de Vitória da Conquista, pois celebramos não apenas a festa da nossa padroeira Nossa Senhora das Vitórias, mas também o mês vocacional na Igreja do Brasil. Neste ano, esse mês se torna ainda mais significativo, pois estamos celebrando o III Ano Vocacional, cujo tema nos leva a refletir sobre a “Vocação como graça e missão”.

O que significa, afinal, o chamado de Deus na vida de homens e mulheres? Responder a esse chamado é aderir profundamente à pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Toda vocação e missão tem nele a sua fonte e objetivo. Seguir Jesus exige o feliz esforço da conversão, não podemos responde-lo com meias palavras ou gestos superficiais. Como disse certa vez Dom Celso José, todo chamado de Deus é uma iniciativa de amor, um convite ao encontro, como lembrou o Papa Francisco: “No início há um encontro com Jesus, que nos fala do Pai, nos faz conhecer o seu amor. E assim também em nós surge espontaneamente o desejo de comunicá-lo às pessoas que amamos”.

A vocação é uma missão. Somos chamados a ser testemunhas de Jesus Cristo no mundo. Somos chamados a anunciar o Evangelho, a servir os pobres e os necessitados, e a construir um mundo mais justo e fraterno.

Ao longo do mês de agosto, vamos refletir sobre o nosso chamado de Deus. Vamos pedir a Deus que nos ajude a responder ao seu chamado com generosidade e amor. Vamos também rezar pelas vocações sacerdotais, religiosas e leigas.

Esse encontro com o Senhor, que está na origem de toda vocação cristã, parte sempre da vida de oração. Não há vocação autêntica sem um vigoroso vínculo com Deus na oração! Fora daí, tudo se torna vão. Que Nossa Senhora das Vitórias nos ajude a responder com alegria e generosidade ao chamado de seu Filho! É ele que dá sentido pleno à nossa existência.

 

 


quarta-feira, 9 de agosto de 2023

ARTIGO - O Poder Transformador das Ideias e Palavras. (Padre Carlos)

 



Uma Reflexão sobre uma Geração Engajada

 

 


Sou de uma geração em que as ideias e as palavras tinham um peso significativo. Para muitos de nós, elas eram mais do que meros conceitos abstratos, eram a base para tomarmos decisões, traçarmos nosso caminho e enfrentarmos os riscos e consequências que vinham junto com essas escolhas.

Não estou me referindo apenas às duras consequências impostas pela repressão da ditadura fascista que governou nosso país, mas também aos caminhos que cada um de nós decidiu trilhar posteriormente, cientes dos desfechos e limitações que essas opções poderiam acarretar.

As palavras dos companheiros do partido que almejavam mudar o mundo, as ideias de líderes políticos nacionais e estrangeiros que buscavam essa mesma mudança, todas elas tinham um significado prático para aqueles que as ouviam. Acreditávamos nelas, meditávamos sobre seus ensinamentos e procurávamos agir de acordo com o que aprendíamos.



Qualquer manifestação de um novo pensamento, seja político, social, filosófico ou moral, exigia dos intelectuais, pertencentes a partidos clandestinos ou correntes independentes, uma postura pública engajada. Era necessário "dar testemunho", ou seja, agir de acordo com os ideais que defendíamos.

Todas as ideias novas, todas as palavras de ordem, independentemente de serem expressas de forma aberta, escondida ou clandestina, demandavam uma atitude intelectualmente crítica e uma predisposição para a ação. Aqueles que acolhiam ou rejeitavam essas ideias sentiam-se envolvidos por elas, acreditando que, com razão ou sem ela, poderiam contribuir para mudar o destino da humanidade.

No entanto, os tempos mudaram e a forma como as ideias e as palavras são recebidas e interpretadas também se transformou. Hoje em dia, parece que vivemos em uma era de polarização, onde não há espaço para a reflexão profunda e o diálogo construtivo. As ideias e as palavras são frequentemente distorcidas, manipuladas e usadas como armas para fortalecer uma determinada agenda política.

Apesar disso, acredito que ainda há esperança. Ainda existem pessoas dispostas a ouvir, refletir e agir de acordo com o que acreditam ser justo e transformador. O desafio é encontrar maneiras de resgatar o valor das ideias e das palavras, de cultivar um ambiente propício para o debate saudável e a busca por soluções coletivas.

Sou grato por ter vivido em uma época em que as ideias e as palavras eram levadas a sério. Podemos aprender com essa experiência e buscar resgatar a importância do pensamento crítico, da reflexão profunda e da ação consciente. Afinal, é por meio das ideias e das palavras que construímos o mundo ao nosso redor e moldamos o futuro que desejamos para nós e para as gerações que virão.


ARTIGO - Crescimento da Direita X Estagnação da Esquerda. (Padre Carlos)

 


 Reflexões sobre a Cena Política em Vitória da Conquista




A análise dos números eleitorais em Vitória da Conquista revela um cenário político em que a direita experimentou um notável crescimento, enquanto a esquerda, em particular o Partido dos Trabalhadores (PT), estagnou-se de maneira preocupante. Esse quadro, marcado pela ascensão da reeleição da Prefeita Sheila, levanta importantes questões sobre a necessidade de renovação política e a preocupação do Governador Jerônimo em relação à falta de renovação no PT local.

Comparando as eleições de 2020 e 2022, fica evidente que o PT, representado pelo candidato Jerônimo, obteve um incremento marginal de apenas 53 votos, uma diferença ínfima considerando o aumento de 22.354 votos no eleitorado durante esse período. Esta estagnação nos números do PT sugere um claro sinal de alerta quanto à sua capacidade de se reinventar e de atrair novos eleitores, renovando suas lideranças e propostas.

Ao mesmo tempo, a direita demonstrou um crescimento notável, sendo personificada pela diferença de votos expressiva entre Jerônimo e ACM Neto, o que destaca a capacidade da direita de atrair um público mais amplo e mobilizar seu eleitorado. Este fenômeno sugere uma habilidade maior por parte da direita em se adaptar às demandas em evolução do eleitorado e em apresentar uma imagem renovada.

O cenário das eleições para o governo estadual também é revelador. A direita conseguiu consolidar ainda mais sua posição, distanciando-se consideravelmente de seu adversário. O fato de que o PT não conseguiu traduzir o aumento do eleitorado em um crescimento substancial de votos lança dúvidas sobre a eficácia de sua estratégia de expansão e mobilização de apoiadores.

Nesse contexto, quando o Governador Jerônimo enfatiza a candidatura de Lúcia, ele implicitamente aponta para o fator "Lúcia" como resultado da falta de renovação dentro do PT. A ausência de novas lideranças e abordagens dentro do partido pode ter limitado suas opções e levado à escolha de uma candidatura fora das fileiras do partido, porém, possivelmente  capaz de atrair o eleitorado em evolução.

Em síntese, a estagnação do PT em Vitória da Conquista contrasta fortemente com o crescimento substancial experimentado pela direita. Isso ressalta a necessidade urgente de renovação dentro do PT, tanto em termos de liderança quanto de estratégia política. A ênfase do Governador Jerônimo na candidatura de Lúcia pode ser interpretada como um esforço para contornar essa lacuna de renovação, mas também revela a preocupação com a falta de uma abordagem mais dinâmica e adaptável por parte do partido. A política é um campo em constante mudança, e a capacidade de se reinventar e atrair novos eleitores é essencial para manter a relevância e o sucesso eleitoral.

 


terça-feira, 8 de agosto de 2023

ARTIGO - O Xadrez Eleitoral em Vitória da Conquista. (Padre Carlos)

 


Unidade Política e Projetos


Nos corredores da política local, as movimentações e estratégias visando às Eleições 2024 em Vitória da Conquista têm gerado discussões acaloradas e expectativas entre os cidadãos da região. A recente divulgação, pelo Blog do Anderson, de supostas pesquisas apontando a pré-candidatura de Lúcia Rocha no topo da lista, e a entusiástica recepção dessa possibilidade pelo governador Jerônimo Rodrigues Souza, trouxeram à tona uma dinâmica interessante no tabuleiro político conquistense.

A unidade se tornou uma palavra de ordem entre os líderes políticos, com o objetivo claro de reconquistar a Prefeitura. O governador Jerônimo Rodrigues Souza, em recente agenda em Barra do Choça, enfatizou a importância da coesão dentro do grupo político. Para ele, é fundamental consolidar uma estratégia conjunta, e assegura que o diálogo com as forças internas será uma prioridade na busca pela melhor candidatura. A perspectiva de unificar o campo político, independentemente do nome, reflete uma abordagem pragmática e comprometida com o sucesso eleitoral.

No atual cenário, dois nomes se destacam: Maria Lúcia Santos Rocha e Waldenor Alves Pereira Filho. Lúcia Rocha, uma veterana com oito mandatos consecutivos, detém uma reputação consolidada e é conhecida por sua força nas urnas. No entanto, até o momento, seus projetos e propostas para a Comunidade Conquistense permanecem um tanto enigmáticos. Por outro lado, Waldenor Pereira, experiente deputado federal, tem adotado uma abordagem mais transparente, lançando suas ideias em detalhadas entrevistas.

O entusiasmo demonstrado pelo governador em relação à suposta liderança de Lúcia Rocha nas pesquisas demonstra a disposição em fortalecer o partido que compartilha sua filiação política. A promessa de celebração e engajamento com a frente liderada pelo seu campo político ilustra a abertura para alinhar forças em prol do sucesso eleitoral.

O xadrez eleitoral em Vitória da Conquista está em pleno movimento, com estratégias sendo traçadas e alianças sendo formadas nos bastidores. A incerteza sobre a oficialização das candidaturas não diminui a importância da unidade partidária e da apresentação de projetos claros e robustos para a comunidade. A verdadeira força reside na capacidade de articulação, na coesão e na convergência de ideias que definirão o futuro político da cidade.

À medida que as negociações prosseguem, resta aos cidadãos e observadores atentos aguardar o desdobramento desses acontecimentos e analisar os desafios e oportunidades que cada candidatura representa. A busca pela unidade, aliada ao compromisso com propostas eficazes, será o fio condutor que conduzirá Vitória da Conquista em direção a uma decisão eleitoral que influenciará seu destino nos próximos anos.

ARTIGO - O Crescimento da Direita em Vitória da Conquista. (Padre Carlos)

 



Uma Análise Necessária

 


 

A direita política tem ganhado força em Vitória da Conquista nas últimas eleições, apesar de não ser um crescimento linear. Analisando o mapa eleitoral, fica claro que candidatos da direita como Jair Bolsonaro e ACM Neto tiveram bom desempenho na cidade. Embora Lula tenha ganhado em Conquista, foi  o candidato para governador da direita liberal que teve a maioria dos votos da nossa cidade, demonstrando que embora o crescimento conservador seja visível, não foi alinhado entre a direita liberal e a ultradireita. A votação para governador em nossa cidade define o crescimento e a vantagem da direita nesta eleição.

Existem alguns fatores por trás desse crescimento esporádico da direita. A direita liberal e a ultra direita, apesar de compartilharem um discurso anti-esquerda e pró-mercado, divergem em relação à democracia. A ultra direita tem se mostrado mais cética em relação às instituições democráticas. Caso as pesquisas e projeções se confirmem, a direita pode ter maioria em Vitória da Conquista nas próximas eleições. Além disso, a atual gestora municipal não enfrentou uma rejeição tão grande que colocasse em risco sua reeleição. Para vencer as eleições, a direita precisará unificar esse campo político e também atrair uma parte dos votos de centro. Para isto será necessário trazer para chapa majoritária um candidato de centro que tenha densidade eleitoral e que seja da classe política, para que possa ampliar os votos neste eleitorado de centro onde o MDB tem trabalhado sua candidatura.

Essas ultimas disputa tem sido diferente das anteriores. Enquanto o PT não se renovou nestes ultimas duas décadas, a direita conseguiu renovar suas lideranças e conquistar uma militância eleitoral fiel e aguerrida, o que é uma novidade no cenário pós-redemocratização. Resta saber se essa onda da direita em Vitória da Conquista vai se sustentar.

O crescimento da direita em Vitória da Conquista é um fenômeno complexo que está sendo influenciado por uma série de fatores, que vai desde o desgaste natural do PT em ficarem duas décadas governando a cidade a um crescimento mundial da utra direita. É importante notar que a direita não é um bloco monolítico, e que existem diferentes correntes dentro dela e com agendas diferentes. O futuro da direita em Vitória da Conquista ainda é incerto, mas é claro que a direita é um campo político em ascensão na cidade.


ARTIGO - Candidaturas Pesadas que Não Decolam. (Padre Carlos)

 



O Dilema das Eleições Brasileiras

 


No mundo da política, não basta ter uma boa campanha ou um bom plano de governo. Também é preciso ter carisma e conseguir se conectar com o eleitorado. Infelizmente, nem sempre isso acontece. Existem alguns casos de candidaturas pesadas que não conseguem decolar, mesmo com toda estrutura política e o apoio dos amigos e do aparelho partidário. Nas eleições brasileiras, é comum nos depararmos com candidaturas que enfrentam este problema, não conseguem obter sucesso o suficiente para poder decolar nas pesquisas. Esse fenômeno desperta curiosidade e intriga, levando-nos a refletir sobre os fatores que podem influenciar o desempenho eleitoral. Neste texto, abordaremos esse problema, analisando-o sob diferentes perspectivas e apresentando exemplos de candidaturas que se enquadram nessa categoria.

 Ter uma estrutura política consolidada é considerado um fator primordial para o êxito de uma candidatura. Ela proporciona recursos financeiros, apoio logístico e uma base sólida para a campanha eleitoral. No entanto, é importante destacar que, mesmo com uma estrutura política estabelecida, algumas candidaturas enfrentam dificuldades em alavancar sua popularidade.

 O apoio de amigos e do aparelho partidário é fundamental para impulsionar uma candidatura. Amigos podem atuar como defensores, divulgadores e mobilizadores de uma campanha. Já o suporte do aparelho partidário pode garantir recursos, inserção em coligações e ampla visibilidade para o candidato. No entanto, é importante ressaltar que esses elementos não são suficientes por si só para garantir o sucesso eleitoral.

 Marina Silva, renomada política e defensora do meio ambiente, contava com uma estrutura partidária consolidada e um amplo apoio popular em sua candidatura à Presidência em 2014. No entanto, apesar desses fatores favoráveis, ela não conseguiu traduzir sua trajetória em votos expressivos. Questões relacionadas à comunicação e à formulação de propostas podem ter contribuído para esse resulta.

 Outro caso emblemático, foi a candidatura de Geraldo Alckmin, com vasta experiência política e o apoio de importantes figuras do seu partido, foi candidato à Presidência em 2018. No entanto, mesmo com uma estrutura política consolidada, ele não conquistou a confiança do eleitorado. Fatores como desgaste da imagem política e dificuldade em se conectar com o público foram apontados como possíveis razões para sua baixa performance nas eleições.

         O fenômeno das candidaturas pesadas que não conseguem decolar nas eleições brasileiras é um tema relevante e merece ser analisado com atenção. Embora a estrutura política e o apoio partidário sejam importantes para o sucesso de uma candidatura, eles não são os únicos fatores determinantes. Questões como carisma, conexão com o eleitorado, formulação de propostas sólidas e uma comunicação eficaz também desempenham um papel fundamental. É necessário que os candidatos compreendam essas nuances e se adaptem às demandas e expectativas dos eleitores para alcançarem um desempenho eleitoral satisfatório.


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...