Em
meio a um cenário onde a ética e a moralidade são pilares fundamentais para o
exercício de diversas profissões, a recente discussão envolvendo o advogado
Frederick Wassef expõe um dilema que atinge não apenas a esfera jurídica, mas
também o crédito e confiança depositados na advocacia como um pendência.
A
rápida mudança de posição do profissional do direito, que afirmou publicamente
não ter conhecimento das joias em questão para, subitamente, ser identificado
como o comprador legal de um relógio Rolex vendido ilegalmente, lança uma
sombra de dúvida sobre as condutas éticas seguidas por alguns profissionais em
sua busca por sucesso e ganhos materiais.
Nem
tudo o que é legal é necessariamente moral, e esse caso não é uma exceção. A
advocacia é uma profissão que exige integridade, retidão e responsabilidade
para com a verdade, princípios que estão intrinsecamente ligados ao seu papel
na sociedade. Quando um advogado, que deve ser um defensor da justiça, se
envolve em ações questionáveis, como a recompra de um bem vendido ilegalmente,
ocorre um comprometimento não apenas da sua própria imagem, mas também da
segurança do sistema jurídico como um todo.
A
advocacia não deve ser vista apenas como uma atividade mercantil, onde os
ganhos financeiros prevaleceram sobre a ética profissional. A confiança depositada
pelos clientes e pela sociedade em advogados é resultado da crença de que esses
profissionais conduziram seus deveres com respeito à lei e à moral. Quando essa
confiança é abalada, as bases da justiça também sofrem abalo.
O
caso Wassef nos relembra que a imoralidade pode transcender o decoro da
advocacia, e que é dever dos órgãos reguladores, assim como da própria classe,
reforça a importância dos princípios éticos. A busca pelo sucesso e pela
vitória legal não deve comprometer a integridade e a honra de uma profissão
cuja responsabilidade é defender os valores que sustentam a sociedade.
Em
um momento em que a opinião pública está atenta a cada movimento de figuras
públicas, é essencial que os profissionais do direito, como também de outras
áreas, sejam um exemplo de integridade e ética. Afinal, a força e a tolerância
de qualquer profissão residem na capacidade de manter um equilíbrio entre o
legal e o moral, construindo uma base sólida para um futuro mais justo e
íntegro.
Fim
do artigo