A advocacia brasileira em xeque
Os ataques de 8 de janeiro de 2023, que tentaram derrubar o Estado Democrático de Direito no Brasil, foram um dos momentos mais sombrios da nossa história recente. Mas, como nem tudo é ruim, esses ataques também nos proporcionaram alguns momentos de alívio cômico, graças às falas inusitadas dos advogados que defenderam os réus no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em uma das defesas, o advogado Hery Kattwinkel, que representava um dos manifestantes, afirmou que seu cliente havia agido por "amor à pátria". Para ilustrar sua tese, ele citou a fábula "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry. No entanto, Kattwinkel cometeu uma gafe ao confundir o livro infantil com o clássico "O Príncipe", do filósofo Nicolau Maquiavel.
"O Pequeno Príncipe é uma história sobre o amor à pátria", disse o advogado. "O príncipe deixa o seu planeta para viajar pelo universo em busca de um amigo. E, no final da história, ele descobre que o seu verdadeiro amigo é o seu zorro, que o ensinou o verdadeiro significado do amor."
A gafe de Kattwinkel foi rapidamente notada nas redes sociais e virou meme. O advogado foi alvo de críticas por sua falta de conhecimento literário.
Outro momento inusitado aconteceu na defesa de Sebastião Coelho da Silva, que também é acusado de participação nos ataques. O advogado, que não teve o seu nome revelado, pediu permissão para fazer um discurso emocionado em favor de seu cliente.
"Eu quero pedir permissão para falar um pouco sobre a vida do meu cliente", disse o advogado. "Ele é um homem simples, que sempre trabalhou duro para sustentar a sua família. Ele é um pai amoroso e um marido dedicado."
O advogado começou seu discurso com a voz embargada e, rapidamente, começou a chorar. Os ministros do STF ficaram surpresos com a reação do advogado.
"Eu não consigo mais falar", disse o advogado, entre soluços. "Eu estou muito emocionado."
A defesa de Sebastião Coelho da Silva foi marcada por lágrimas e aplausos. No final, o advogado conseguiu convencer os ministros a liberar seu cliente, que foi condenado a 14 anos de prisão.
A última defesa inusitada foi a de Larissa Lopes de Araújo, que representava uma das manifestantes. A advogada afirmou que sua cliente havia sido induzida a cometer o crime por um grupo de hackers que ameaçou publicar fotos íntimas dela nas redes sociais.
"Minha cliente é uma mulher inocente", disse a advogada. "Ela foi chantageada por um grupo de hackers que ameaçou publicar fotos íntimas dela na internet. Ela cometeu o crime por medo."
A defesa de Larissa Lopes de Araújo foi baseada em uma teoria da conspiração. No entanto, os ministros do STF não acreditaram na história da advogada e condenaram sua cliente a 12 anos de prisão.
As falas inusitadas dos advogados dos golpistas foram um alívio cômico em meio a um momento tão sombrio. No entanto, elas também levantaram questionamentos sobre a qualidade da advocacia no Brasil .