Mendonça e Nunes Marques insistem em tese fantasiosa sobre atos golpistas
O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) referente aos atos terroristas de 8 de janeiro enterra de vez a tese bolsonarista de que não houve tentativa de golpe naquele fatídico domingo. Ao condenar por unanimidade o réu Aécio Lúcio por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, os ministros mostraram que a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes tinha sim o claro objetivo de promover um golpe e suspender o processo democrático.
Infelizmente, a votação expôs mais uma vez o isolamento dos ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto a maioria do STF entendeu que houve tentativa clara de golpe, esses dois magistrados insistiram na tese fantasiosa de que os atos se limitaram a danos materiais, sem intenção de derrubar o governo eleito.
Essa divergência escancara o quanto Mendonça e Marques estão descolados da realidade e presos a uma narrativa bolsonarista já superada pelos fatos. Sequer a destruição do próprio plenário do STF persuadiu esses ministros de que se tratou de um atentado à democracia. Parecem mais preocupados em defender o padrinho político que os indicou do que em fazer uma análise jurídica imparcial.
O Brasil espera que o STF puna com rigor os responsáveis pelos atos terroristas, para que nunca mais se repita uma tentativa desse tipo. E também aguarda que seus ministros, independentemente de quem os indicou, estejam comprometidos acima de tudo com a Constituição e o Estado de Direito. Caso contrário, a credibilidade de nossa Corte Suprema ficará seriamente abalada.
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