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quarta-feira, 20 de setembro de 2023
ARTIGO - O Tempo e a Finitude: Um Pedido Poético (Padre Carlos)
ARTIGO - Ex-juiz Sérgio Moro novamente no centro de suspeitas da Lava Jato. (Padre Carlos)
Irregularidades
da Lava Jato exigem investigação e punição
O recente relatório parcial do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) sobre a 13a Vara Federal de Curitiba, responsável
pela Operação Lava Jato, trouxe à tona graves irregularidades que exigem
investigação profunda e responsabilização.
O documento aponta problemas na gestão de
valores originados de acordos firmados na época em que o ex-juiz Sérgio Moro
comandava as investigações. Ficou evidente a falta de transparência e controle
no destino dado a bilhões de reais confiscados.
Além disso, o relatório identifica um
possível "conluio" para desviar recursos que deveriam ir para a
Petrobras. Parte expressiva foi direcionada para uma fundação privada
controlada por procuradores, o que é ilegal. Outra parte iria para um grupo de
acionistas minoritários, quando o certo seria o dinheiro voltar integralmente
para a estatal lesada pelos crimes.
Essa situação é extremamente grave e não
pode passar impune. O ministro da Justiça, Flávio Dino, acertou ao determinar
que a Polícia Federal investigue possíveis crimes relacionados ao destino do
dinheiro da Lava Jato. Também foi acertada a decisão de criar um grupo de
trabalho no CNJ para aprofundar as apurações.
É primordial que todos os envolvidos nessas
irregularidades sejam responsabilizados, especialmente o ex-juiz Sérgio Moro,
que comandou os processos e deveria ter fiscalizado o correto uso dos valores
confiscados. Sua parcialidade e motivações políticas ficam cada vez mais
evidentes.
O combate à corrupção é fundamental, mas
não pode servir de pretexto para ilegalidades ainda piores por parte de agentes
públicos. O caso da 13a Vara de Curitiba é emblemático e mostra que é preciso
investigar e punir com rigor todos aqueles que se corromperam em nome de uma
operação que se dizia contra a corrupção.
ARTIGO - Vitória da Conquista: Mobilizando a Militância em Torno de uma Visão Comum.
União
e Reconstrução por Vitória da Conquista
Setembro trouxe consigo mudanças e
renovação política em Vitória da Conquista, especialmente com a realização da
plenária do pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, Waldenor Pereira. Este
encontro teve como objetivo principal criar grupos temáticos para movimentar e
oxigenar a militância em torno da pré-candidatura de Waldenor, um momento
crucial em sua jornada política.
Ao longo dos últimos meses, Waldenor
Pereira enfrentou um desafio específico. Ele se viu atrás de Lúcia Rocha do
MDB, nas pesquisas feitas por alguns partidos. Nesta, Lúcia ocupava uma posição
de destaque, mas o que chama a atenção da classe política é que ela faz parte
da base do Governador Jerônimo, do PT. Esta situação, por si só, poderia ser
vista como desanimadora, mas é importante lembrar que o Partido dos
Trabalhadores possui uma estrutura partidária infinitamente maior que o partido
de Lúcia Rocha.
Além disso, o PT controla grande parte da
estrutura do governo do estado, incluindo os cobiçados cargos de confiança.
Nesse contexto, a posição de Waldenor Pereira nas pesquisas não se justificava.
Era preciso tomar medidas para reverter essa situação e mobilizar tanto a
militância quanto a estrutura de poder à disposição do partido.
Foi nesse contexto que a plenária se tornou
um marco significativo. Durante o encontro, o slogan "União e Reconstrução
por Vitória da Conquista" foi definido como guia para os trabalhos em torno da pré-candidatura de
Waldenor Pereira. Essa escolha de palavras tem significado, pois reflete a necessidade de
unir forças e revitalizar a cidade.
A superlotação do plenário da Câmara
Municipal foi um testemunho da energia e entusiasmo que cercam a pré-candidatura
de Waldenor Pereira. Neste momento, foram apresentados os coordenadores e
relatores dos 13 grupos de trabalho temático, cuja missão é discutir o futuro
de Vitória da Conquista. Essa abordagem temática é uma maneira inteligente de
envolver a comunidade e obter insights valiosos sobre as necessidades da
cidade.
É importante destacar que a política não
deve ser vista como uma competição cega, mas como uma oportunidade de construir
um futuro melhor para todos. A pré-candidatura de Waldenor Pereira tenta passar
para os grupos internos do Partido e
para a Federação uma visão de união, e a plenária é o primeiro passo para
realizar essa visão.
Agora, mais do que nunca, é crucial
mobilizar a militância e a estrutura de poder disponível para melhorar a
posição nas pesquisas. Vitória da Conquista merece lideranças
Em resumo, a plenária e a movimentação em
torno da pré-candidatura de Waldenor Pereira são sinais que os ventos estão
mudando e que a máquina que até então estava parada agora vais funcionar.
(Padre
Carlos)
terça-feira, 19 de setembro de 2023
ARTIGO - A Justiça Divina e a Justiça dos Homens Começam a Chegar em Curitiba e no Brasil
Reflexões sobre a Decisão do Ministro
Nestes tempos conturbados em que vivemos, em que a confiança nas instituições e na justiça muitas vezes parece abalada, uma notícia recente trouxe um sopro de esperança para aqueles que anseiam por um sistema judicial mais justo e equitativo. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, tomou uma decisão que certamente será debatida por muitos, mas que também representa um passo importante na busca pela justiça. Ele anulou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que declarou o juiz Eduardo Appio suspeito para conduzir os casos remanescentes da Operação Lava-Jato.
A trajetória do juiz Eduardo Appio é marcada pela coragem de questionar os métodos da operação e pela sua postura crítica. Desde fevereiro, quando os casos da Lava-Jato se reuniram, ele se posicionou de forma aberta contra algumas práticas que vinham sendo adotadas. Sua atitude da Lava-Jato em maio deste ano, mas o julgamento de sua suspeita ocorreu recentemente.
O que torna essa decisão do ministro Toffoli tão significativa é que ela não apenas anulou a suspeita de Appio, mas também suspendeu o processo administrativo que corria contra ele no TRF-4. Além disso, determina que a Corregedoria Nacional de Justiça, ligada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), analise se é o caso de assumir o processo. Isso é fundamental para garantir a transparência e a imparcialidade do julgamento.
A defesa de Appio, por meio de seu advogado Pedro Serrano, celebrou a decisão do STF, afirmando que ela "recoloca o trem da legalidade e da constitucionalidade nos trilhos". De facto, esta decisão restabelece a importância do devido processo legal e da observância da Constituição, princípios fundamentais para qualquer sistema judicial que se pretenda justo.
É importante mencionar que, recentemente, o TRF-4 recebeu a parcialidade de Appio e anulou todas as decisões tomadas por ele enquanto estava à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba. Essa decisão foi baseada na fama de Appio como crítica da Lava-Jato e em seu suposto apoio a Lula na eleição passada. Porém, é preciso lembrar que a justiça deve ser cega, não influenciada por opiniões políticas ou por quem quer que seja.
O ministro Toffoli também destacou em sua decisão que os desembargadores do TRF-4 têm relutado em cumprir as decisões do Supremo e revelar um relatório parcial da Corregedoria que apontou possíveis irregularidades na 13ª Vara Federal de Curitiba no período em que o juiz titular era Sergio Moro. Isso reforça a necessidade de uma revisão abrangente e imparcial de todos os acontecimentos relacionados à Lava-Jato em Curitiba.
É claro que essa decisão seja recebida com diferentes pontos de vista. Alguns questionamentos se ela representa um retrocesso no combate à corrupção, enquanto outros no verão como um passo em direção a uma justiça mais equitativa. Independentemente das opiniões, o que importa é que a justiça esteja sendo debatida e questionada, o que é essencial para o aprimoramento de qualquer sistema.
No entanto, é importante lembrar que a justiça dos homens é imperfeita e passível de erros, e é por isso que muitos de nós buscamos refúgio na justiça divina, que transcende nossas limitações terrenas. Acredito que, independentemente de nossas crenças religiosas, todos desejamos que a justiça seja feita, que os inocentes sejam protegidos e os culpados responsabilizados.
Em tempos em que a confiança nas instituições está em xeque, é crucial que continuemos a questionar, a debater e a buscar a verdade. A justiça divina pode guiar nossos princípios, mas é a justiça dos homens que deve ser acertada na legalidade, na imparcialidade e na busca pela verdade. Que a decisão do ministro Toffoli seja um passo na direção certa, rumo a uma sociedade mais justa e igualitária.
Padre Carlos
ARTIGO - A Pequenez de Nossa Fé Diante do Medo e da Morte
A
Importância da Fé Neste Momento
Padre
Carlos
É impressionante como, ao longo de nossas
vidas, percebemos que nossos medos e incertezas persistem, independentemente de
nossos anos de estudo em teologia e filosofia. Nossa jornada no entendimento da
fé muitas vezes nos leva a questionar a profundidade de nossa própria
convicção. Hoje, desejo abordar esse tema que, embora seja uma certeza em nossa
existência, frequentemente buscamos evitar: o medo e a morte.
Recordo-me dos anos na PUC de Belo
Horizonte, na década de noventa, quando tive a honra de estudar sob a tutela de
grandes teólogos e filósofos. Aquelas eram épocas de intensa busca por
respostas para as perguntas mais profundas da vida e da fé. No entanto, ao
longo de minha jornada, deparei-me com uma realidade que me desconcertou
profundamente: a fé, muitas vezes, é mais evidente nos corações dos leigos do
que nos de muitos de nós, teólogos e sacerdotes.
O que nos leva a essa reflexão é a
constatação de que a fé não é apenas um conhecimento acadêmico. Não é meramente
uma série de doutrinas ou um conjunto de preceitos filosóficos. A fé é, antes
de tudo, uma experiência de relacionamento com o divino, um mergulho profundo
na transcendência que vai além das palavras e dogmas. E é nesse contexto que o
medo e a morte emergem como testes cruciais de nossa fé.
A morte, em sua inevitabilidade, nos
confronta com a fragilidade de nossa existência. Mesmo com anos de estudo
teológico, somos confrontados com a mesma incerteza que aflige a todos. Nossas
elaboradas teorias sobre a ressurreição e a vida eterna se tornam, diante desse
abismo, um desafio à nossa fé.
É quando perdemos um ente querido, quando a
sombra da morte toca nossas vidas, que somos obrigados a confrontar nossa fé de
maneira mais profunda. Nesses momentos, não importa quão eruditos sejamos,
nossa fé é posta à prova. Descobrimos que a fé não se mede pelo conhecimento
intelectual, mas pelo modo como enfrentamos o medo e o desespero em relação à
morte.
Nossos anos de estudo podem fornecer
ferramentas para a compreensão teológica, mas a verdadeira fé reside na maneira
como enfrentamos o mistério da morte com coragem, esperança e confiança. É nos
momentos de desespero que nossa fé é forjada, quando reconhecemos a limitação
de nosso entendimento e nos voltamos para a transcendência em busca de
conforto.
Portanto, é hora de reconhecer a humildade
de nossa fé diante do medo e da morte. É hora de aprender com aqueles que, sem
diplomas teológicos, possuem uma fé que brilha com intensidade nos momentos
mais sombrios. Devemos encarar de frente nossos medos e incertezas, pois é aí
que a verdadeira fé se manifesta.
Que possamos, como estudantes da teologia e
da filosofia, aprender com a fé simples e profunda daqueles que nos ensinam
que, no final das contas, a fé é sobre confiar na promessa da ressurreição, não
apenas como uma doutrina, mas como uma realidade que transcende nossa
compreensão.
Que nossa fé seja testada e fortalecida no
enfrentamento do medo e da morte, para que possamos caminhar com coragem e
esperança, lembrando que a verdadeira fé é aquela que nos sustenta nos momentos
mais desafiadores da vida.
Que
assim seja.
ARTIGO - PRF, quase centenário, foi de polícia das estradas a força repressiva
Da Patrulha das Estradas à Repressão
Por Carlos Roberto
A história da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é uma jornada que se estende por quase um século, desde sua criação em 1928, quando foi instituída como a "Polícia das Estradas". Ao longo de décadas, essa instituição ganhou reconhecimento por seu papel na fiscalização e patrulhamento das rodovias federais do Brasil, sempre pautada pelo preparo técnico e de inteligência para garantir a segurança nas estradas.
No entanto, nas últimas décadas testemunhamos uma mudança significativa na atuação da PRF, que passou a se envolver cada vez mais em atividades repressivas, especialmente no combate ao tráfico de drogas. Essa transformação ganhou um impulso adicional durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando a PRF direcionou seus esforços nessa direção.
A PRF, que antes era vista como uma instituição de caráter preventivo, voltada para a vigilância das estradas, hoje se encontra envolvida em operações com altos índices de letalidade e casos controversos, como as mortes de Genivaldo, asfixiado em uma viatura em 2022, e de Heloisa Silva, uma criança de apenas 3 anos. Esse cenário está longe da visão original que permeou sua criação.
Quando surgiu a "Polícia das Estradas", sua missão era clara: fiscalizar as estradas e garantir a segurança dos usuários. O intenso tráfego na rodovia Rio-Petrópolis, que na época recebia cerca de três mil veículos por dia, exigia uma fiscalização sistemática. O tempo passou, e a PRF evoluiu, sendo incluída na Constituição Federal de 1988 como parte do sistema de segurança pública.
Nos anos 1960, a PRF ganhou notoriedade nas televisões brasileiras com o seriado "Vigilante Rodoviário", que, embora fosse uma produção estadual, popularizou a atividade de fiscalização nas estradas com a figura icônica do policial interpretada por Carlos Miranda.
Entretanto, o crescimento e a mudança de foco da PRF ocorreram de forma gradual e, em grande parte, organizada em comparação com outras forças policiais do país. Ela era percebida como uma instituição diferenciada, que não adotava uma postura repressiva semelhante às polícias estaduais.
A transformação da PRF em uma força repressiva pode ser atribuída a várias causas. Uma delas é uma decisão estratégica de investimento em tecnologia e inteligência, com foco na apreensão de drogas ilegais, muito antes do governo Bolsonaro. Além disso, a instituição foi uma das pioneiras na adoção de câmeras em fardamento.
No entanto, essa mudança de identidade institucional também foi influenciada por uma especificidade chamada de "mimetismo institucional". Essa influência se estende a outras forças policiais, incluindo os estados militares e civis, bem como as guardas municipais.
O contexto político também desempenhou um papel importante nessa transformação, com decisões que permitiram à PRF atuar conjuntamente com outras forças e cumprir mandatos de busca e apreensão. Isso possibilitou sua participação em operações com alto índice de letalidade, como as corridas na Vila Cruzeiro, em Varginha e em Itaguaí.
O futuro da PRF agora depende de decisões políticas e estratégicas. É fundamental que uma instituição recupere sua identidade preventiva e de inteligência, afastando-se das viés repressivas. Para isso, é necessário escolher comandos nacionais e regionais com cuidado, reformular a formação dos agentes e tomar medidas rigorosas em relação aos desvios de conduta.
A história da PRF é marcada por mudanças significativas, e a transição de uma polícia das estradas para uma força repressiva é uma reflexão de como as instituições podem se adaptar e evoluir ao longo do tempo, para o bem ou para o mal. A sociedade brasileira espera que essa transformação seja guiada por princípios que priorizem a segurança, a justiça e o respeito aos direitos humanos.
segunda-feira, 18 de setembro de 2023
ARTIGO - A Importância das Pré-Candidaturas Femininas em Vitória da Conquista
Protagonismo Feminino
Prezados leitores,
O cenário político de Vitória da Conquista pretende passar por uma transformação significativa com a presença de duas pré-candidaturas femininas à prefeitura. Esta é uma oportunidade única para nossa cidade, e gostaria de destacar a importância de as mulheres se destacarem e liderarem seus próprios projetos políticos.
A ausência de mulheres na política é um problema que persiste em muitas partes do mundo. No entanto, quando as mulheres têm a oportunidade de se envolverem na tomada de decisões políticas, vemos uma diversidade de perspectivas e soluções que enriquecem o debate público.
As pré-candidatas femininas não devem ser vistas como meras concorrentes das candidaturas masculinas, mas como líderes em potencial que têm muito a oferecer à nossa cidade. Eles trazem uma riqueza de experiências e conhecimentos que podem ser aplicados na busca por soluções para os desafios que enfrentamos.
É fundamental que as mulheres se tornem protagonistas de seus próprios projetos políticos. Eles não devem apenas seguir os moldes estabelecidos, mas sim moldar suas campanhas e propostas de acordo com suas visões e valores. A política deve ser um espaço inclusivo, onde todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.
Como cidadãos de Vitória da Conquista, temos o dever de apoiar ativamente as pré-candidaturas femininas e garantir que as mulheres tenham uma participação significativa no processo político. Isso não apenas fortalecerá nossa democracia, mas também nos conduzirá a decisões mais equitativas e justas para nossa comunidade.
Nossa cidade está diante de uma oportunidade única de promover a igualdade de gênero na política e de dar voz às mulheres que desejam contribuir para o desenvolvimento de Vitória da Conquista. Vamos abraçar essa oportunidade e trabalhar juntos para um futuro mais inclusivo e representativo.
Atenciosamente,
Padre Carlos
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