terça-feira, 17 de outubro de 2023

ARTIGO - Política, Diálogo e Educação: Um Triângulo Delicado

 

Quem está politizando o futuro das nossas Crianças?






Prezados leitores,


Vitória da Conquista, um cenário onde política, diálogo e educação colidem, revela uma narrativa complexa de interesses divergentes. No epicentro dessa controvérsia está o embate entre o Superintendente de Educação do Estado da Bahia, Ricardo Costa, e a Prefeitura Municipal. Acusações de politização e falta de diálogo dominam o debate público, deixando a comunidade perplexa e indignada.


Quando Ricardo Costa acusou a Prefeitura de politizar a situação e evitar o diálogo, uma onda de indignação varreu a comunidade. A acusação não apenas polarizou as opiniões, mas também levantou questões essenciais sobre como a política e a educação se entrelaçam em nosso cotidiano. A verdade é que, em meio a essa troca de acusações, os maiores prejudicados são os cidadãos de Vitória da Conquista, especialmente as crianças e adolescentes que dependem do sistema educacional para seu futuro.


Ao questionar quem está, de fato, politizando essa questão, surge uma indagação crucial. Estaria a Prefeitura realmente politizando a situação ou estaria ela simplesmente defendendo um programa vital para a comunidade? A educação não deveria ser uma arena política; deveria ser um direito universal, acima de partidos e agendas pessoais. Quando a educação se torna moeda de troca em disputas políticas, é a integridade do sistema educacional e, por conseguinte, o futuro das crianças, que está em risco.


A reação da Prefeita Sheila Lemos, ao contestar veementemente as acusações de Ricardo Costa e afirmar a abertura da Prefeitura para o diálogo, oferece uma perspectiva diferente. Ela enfatiza a importância de manter o Centro Integrado de Escuta Protegida da Criança e do Adolescente no local atual, onde a comunidade já estabeleceu raízes e confiança. A sugestão de que quem está tentando desmontar um programa tão essencial para a comunidade é quem realmente politiza a situação não deve ser ignorada.


O diálogo é a pedra angular para resolver qualquer conflito. Ambas as partes devem estar dispostas a ouvir, entender as preocupações do outro e trabalhar juntas para encontrar uma solução que beneficie a comunidade. O Governo do Estado e a Prefeitura têm a responsabilidade mútua de garantir que a educação das crianças e adolescentes de Vitória da Conquista não seja comprometida por disputas políticas.


Nesse contexto, insto tanto o Governo do Estado quanto a Prefeitura a deixarem de lado as diferenças partidárias e se comprometerem com um diálogo honesto e construtivo. Somente através do entendimento mútuo e da colaboração poderemos assegurar um futuro educacional estável e promissor para as gerações vindouras de Vitória da Conquista.


Atenciosamente,


Padre Carlos

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

ARTIGO - O Papel de Zé Raimundo e a Ausência do Poder em Vitória da Conquista


 

Desafios da Representatividade

 


Prezados leitores,

 

Desde o último dia 12, a cidade de Vitória da Conquista vive um período de expectativas e, ao mesmo tempo, de surpresas. Com a viagem do presidente Adolfo Menezes ao exterior, o deputado estadual Zé Raimundo assumiu temporariamente a Presidência da Assembleia Legislativa da Bahia. Uma oportunidade única para um representante político estreitar laços com a comunidade que confiou nele, especialmente aqueles que o elegeram com a esperança de verem suas necessidades e anseios atendidos.

Entretanto, para desapontamento dos conquistenses, parece que as prioridades de Zé Raimundo estão direcionadas a outras regiões. As atenções do deputado têm se voltado, surpreendentemente, para áreas como o Médio São Francisco, Guanambi e Candiba. Embora essas regiões também mereçam atenção, é justo questionar: e Vitória da Conquista?

A ausência do deputado em sua própria base eleitoral levanta questões sobre o comprometimento com aqueles que confiaram nele para os representar. A população de Vitória da Conquista espera mais do que apenas promessas de campanha. Espera ações concretas, especialmente quando se trata de um político que recebeu a maioria dos votos desta cidade.

Não podemos deixar de mencionar que essa ausência não é uma situação isolada. O governador Jerônimo também não fez uma visita oficial ao nosso município, deixando-nos questionando a real representatividade que temos no cenário estadual. Como podemos pedir voto e confiança em líderes que parecem ignorar nossa existência?

A falta de presença dos nossos representantes políticos impacta diretamente nossa comunidade. Torna-se difícil enxergar um futuro promissor quando aqueles que deveriam nos apoiar estão ausentes em momentos cruciais. A política é, e deve ser, sobre servir ao povo. É sobre estar presente, ouvir as necessidades da comunidade e trabalhar incansavelmente para resolvê-las.

É compreensível que o deputado Zé Raimundo e o governador Jerônimo tenham suas agendas ocupadas. No entanto, é imperativo que não se esqueçam de quem os elegeu, de quem confiou neles para representar os interesses desta cidade. Somente com um diálogo aberto e ações concretas poderemos fortalecer nossa comunidade e construir um futuro melhor para todos.

Nós, como cidadãos, temos o direito e o dever de questionar, de exigir transparência e de cobrar responsabilidade dos nossos representantes. Vitória da Conquista merece mais do que a negligência política que tem experimentado. Merece líderes comprometidos, dedicados e verdadeiramente interessados no bem-estar de sua gente.

Que esta ausência momentânea seja um chamado à reflexão para nossos líderes. Que eles compreendam a importância de estar ao lado daqueles que representam. E que, juntos, possamos construir uma Vitória da Conquista mais forte, unida e próspera para todos os seus habitantes.

 

Atenciosamente,

 

Padre Carlos

 

 

ARTIGO - Compreendendo a Complexidade da Política:



A  Esquerda e a Liberdade de Escolha



Nas trilhas da maturidade, entre fios de cabelos brancos e rugas que contam histórias, encontrei o entendimento sobre o que significa ser verdadeiramente progressista e libertar-se das confinadas bolhas que muitas vezes nos aprisionam. O tema que me levou a uma reflexão profunda sobre a complexa questão sobre esquerda e seu vasto campo no espectro político. Afinal, o que realmente representa esses termos e como eles moldam nossa compreensão do mundo?

Com o passar dos anos, percebi que a esquerda não é uma entidade limitada ao alcance do meu nariz, mas sim um vasto oceano de ideias, idéias e valores. Ela se estende desde os progressistas até os sociais-liberais, dos ambientalistas aos democráticos-socialistas, dos comunistas aos 1 anarquistas. Cada vertente, uma peça única e essencial no quebra-cabeça político, contribuindo de maneiras distintas para o panorama social.

Uma jornada para compreender verdadeiramente a política é individual e pessoal. Cada um de nós encontra seu próprio caminho, descobre sua própria voz e adota suas próprias convicções. As escolhas que fazemos, sejam elas pequenas ou grandes, definem quem somos e moldam nosso papel na sociedade. É crucial prestar atenção a esses momentos, pois são neles que encontramos nossa verdadeira identidade política.

A capacidade de dizer "não" é uma das ferramentas mais poderosas que possuímos. Dizer "não" não é apenas recusa algo; é afirmar nossa individualidade e nossa posição no mundo. Somos como graves na enxurrada da vida, mas nossa escolha é o que nos impede de sermos simplesmente levados pela correnteza. Devemos firmar nossos pés e questionar: o que nos impede de ser esse graveto na enxurrada senão nossas escolhas?

A liberdade de escolha é um presente e uma responsabilidade. Devemos abraçar a diversidade de pensamentos que a esquerda e o centro oferecem, entendendo que não há uma única resposta certa. Cada um de nós tem o poder de definir nossos valores e lutar por um mundo que seja justo e equitativo. Então, que continuemos explorando, questionando e, acima de tudo, escolhendo. Pois são nas escolhas que não encontramos apenas a política, mas também a verdadeira essência da nossa humanidade.

Padre Carlos

domingo, 15 de outubro de 2023

ARTIGO - A Hora da Seriedade: Palestina e Israel no Limiar da Devastação Humana

  A “devastação humana” em Gaza




Caros leitores,

 

Hoje, nos deparamos com palavras que carregam um peso imenso. Palavras que, se transformadas em ações, só levarão a mais dor e sofrimento para ambas as partes envolvidas. A questão palestina, que há tempos é marcada por conflitos e tensões, parece estar à beira de uma nova escalada de violência. As declarações recentes de líderes políticos israelenses sobre uma guerra para "mudar a situação para sempre" não apenas nos alarmam, mas também nos obrigam a refletir sobre a necessidade urgente de abordar esse conflito com seriedade e, acima de tudo, sem ódio.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu uma guerra para "demolir" o Hamas, um grupo que tem sido um ator central nos conflitos em Gaza. As palavras proferidas pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, ecoam uma intenção clara: eliminar operacionais do Hamas e mudar a situação de forma definitiva. No entanto, precisamos nos perguntar: a que custo?

Analistas militares alertam para semanas sangrentas e um futuro incerto e repleto de riscos para ambas as partes envolvidas. É importante reconhecer que, em situações de guerra, quem mais sofre são os civis, pessoas inocentes que são arrastadas para um conflito que muitas vezes não escolheram.

Neste momento crucial, é fundamental lembrar que a violência não é a solução. A história nos ensinou que conflitos baseados em ódio e vingança apenas perpetuam o ciclo de violência, criando um terreno fértil para mais hostilidades no futuro. Em vez disso, é hora de buscar soluções pacíficas e sustentáveis, baseadas no diálogo e no respeito mútuo.

A comunidade internacional também desempenha um papel fundamental nesse contexto. É hora de líderes globais se unirem em prol da paz, pressionando por negociações significativas que levem a uma solução justa e duradoura para o conflito entre Israel e Palestina. A diplomacia, o entendimento e a empatia são armas muito mais poderosas do que qualquer arsenal militar.

Em conclusão, é imperativo que todas as partes envolvidas reavaliem suas estratégias e considerem o bem-estar dos civis em primeiro lugar. A guerra só levará a mais devastação humana, deixando um rastro de sofrimento que será sentido por gerações. A hora da seriedade chegou. É hora de escolher o caminho da paz, da compreensão e da coexistência. A humanidade merece mais do que um futuro marcado pela violência.

Que possamos, como sociedade global, trabalhar juntos para transformar este momento crítico em uma oportunidade para a paz genuína e duradoura.

Atenciosamente,

Padre Carlos


ARTIGO - A História Radiante da Pituba. (Padre Carlos)

 


Turma da Pituba


 

Pituba, um nome que ressoa com a riqueza das raízes históricas de Salvador. Ao embarcarmos no bonde no largo de Amaralina e percorrermos a estrada de chão batido até o balneário da Pituba, somos transportados para a Salvador das décadas de trinta e quarenta do século passado. Um período em que a cidade pulsava com novas ideias e desenvolvimentos, sendo Teodoro Fernandes Sampaio um dos visionários que moldaram o futuro da metrópole.



          Teodoro Fernandes Sampaio, engenheiro, geógrafo e historiador baiano, deixou uma marca indelével na história da Pituba. Filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo e do engenheiro Antonio da Costa Pinto, sua educação foi uma amalgama de influências e culturas. Seu tio, o padre Manuel Fernandes Sampaio, desempenhou um papel fundamental em sua formação, guiando-o em direção ao conhecimento que o levaria a transformar a roça que era a fazenda Pituba em algo extraordinário.

O que antes era uma modesta fazenda pertencente a um homem chamado Manuel Dias da Silva, Teodoro transformou no que ele denominou de Cidade Luz. Inspirado pela visão urbanística de Belo Horizonte, Teodoro projetou um bairro que se tornaria um símbolo do progresso em Salvador. Antes da existência da imponente Avenida Otávio Mangabeira, a Pituba terminava nas imediações do Costa Azul. A ligação à beira do mar entre a Pituba e os distantes lugares de Itapuã ainda não existia, e o acesso para o Jardim de Alá era bloqueado pelo rio. Para chegar a Itapoã, os habitantes percorriam a antiga estrada de Ipitanga, um testemunho do passado que contrasta com a modernidade que Teodoro trouxe para a região.

O legado de Teodoro Fernandes Sampaio não se limita apenas às ruas e edifícios que ele ajudou a erguer. Ele personifica a audácia e a visão que transformaram Salvador ao longo dos anos. Ao olharmos para a Pituba de hoje, vemos não apenas um bairro, mas um testemunho do espírito inovador daqueles que vieram antes de nós. Cada rua conta uma história, cada edifício é uma página no livro em constante evolução da cidade.

Assim, ao nos aventurarmos pelas ruas da Pituba, deixemos nossa imaginação nos levar de volta às décadas passadas. Visualizemos o bonde no largo de Amaralina e a estrada de chão batido que, eventualmente, nos levaria ao coração da Cidade Luz. Porque, ao compreendermos a história da Pituba, não apenas honramos o passado, mas também celebramos o presente e nos inspiramos para o futuro. Que as gerações vindouras continuem a escrever novos capítulos nesta narrativa fascinante que é a história da Pituba, um tesouro precioso no tecido da Salvador moderna.

 


.ARTIGO - O Poder e a Humildade: Reflexões sobre a Crise da Igreja

  O Poder e a Humildade:




Nas entranhas da Igreja, um dilema assombra seus corredores e ecoa nos corações dos fiéis: a verdadeira essência do papel do ministro ordenado. A reflexão profunda sobre esta missão como representantes de Cristo é fundamental para compreendermos a crise que assola a fé. Não somos meros porta-vozes de um poder divino; somos, acima de tudo, servos do Cristo servidor. A crise eclesiástica que vivenciamos não se limita a esta ou àquela Igreja. Ela transcende fronteiras, mergulhando na essência do poder e da responsabilidade que recaem sobre nós, padres e pastores. Em nossa jornada espiritual, o povo não deveria depender da presença e do clericalismo, mas sim do nosso amor compassivo, da nossa capacidade de lavar os pés, de recuperar almas e de estar verdadeiramente junto, de coração e alma, com aqueles que sofrem. O cerne da questão reside na compreensão da vocação, um chamado que não discrimina gênero, estado civil ou qualquer outra condição mundana. A teologia do batismo deve se sobrepor à ênfase na hierarquia, guiando-nos para uma compreensão mais profunda da nossa missão. Devemos ser ordenados não pela nossa posição social ou pela nossa aparência, mas sim pela eminência da nossa fé, pela caridade que transborda em atos generosos de amor ao próximo. Em um um artigo recente, enfatizei que a ordenação deve abraçar aqueles que, em sua fé sólida, oferecem consistência ao povo e demonstram amor generoso, transformando a comunidade em uma presença solidária junto aos que sofrem. O verdadeiro chamado não está na diferenciação de gênero ou estado civil, mas na vocação para o compromisso genuíno e na disposição de ser uma presença significativa junto àqueles que enfrentam adversidades. Portanto, a solução para a crise da Igreja não está apenas em reformas estruturais, mas na transformação de corações e mentes. Devemos redescobrir a humildade, reconhecendo que nosso poder deve ser usado para elevar, servir e amar. Somente quando abraçarmos a verdadeira essência do Cristo servidor poderemos, como igreja, oferecer a dignidade e a competência que cada pessoa merece. Padre Carlos

Mãe Aparecida: Olhar para o Alto e Compromisso com a Paz



Vamos rezar pela paz


Vivemos em uma época conturbada, marcada por conflitos e violência que ceifam vidas inocentes. Diante desse cenário, o exemplo e intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos orientam a manter o olhar elevado, com esperança e compromisso com a paz.

Como cristãos, precisamos rejeitar toda forma de violência e afirmar que a guerra só traz derrota. Assim como disse o Papa Francisco, devemos rezar incessantemente pela paz, seja em Israel e Palestina ou em qualquer outro lugar. A única vitória que buscamos é a de Cristo sobre o pecado, que nos abre a vida nova em Deus.

O sofrimento e as dificuldades existem, mas os enfrentamos com a força da fé, confiando nossa vida ao Senhor. Maria, Mãe Aparecida, nos ensina a permanecer firmes nessa fé que olha para o alto, com esperança, mesmo diante da dor do mundo.

"Corações ao alto" é o convite da Igreja para que nossa resposta seja: "Nosso coração está em Deus". Quando nos afastamos Dele, fazemos escolhas egoístas e erradas. Mas Jesus, com sua humildade e amor extremos, veio nos atrair para o alto novamente, superando nossa soberba na Cruz.

Portanto, mantenhamos o olhar elevado, iluminado pela vitória pascal de Cristo. Não nos deixemos abater pela desesperança, mas caminhemos com esperança, compromisso com a paz e disposição para servir ao próximo, especialmente os mais fragilizados. Que Nossa Senhora Aparecida console nossos corações vacilantes e os oriente para o alto, para Deus.

Padre Carlos 

 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...