quarta-feira, 25 de outubro de 2023

ARTIGO - "Desafios Políticos na Bahia: Entre Estratégias e Expectativas"

Reflexões de Padre Carlos sobre a Bahia Política




A política é uma arena onde estratégias e expectativas se entrelaçam, formando um jogo complexo de poder e influência. Na Bahia, essas dinâmicas estão mais evidentes do que nunca, especialmente diante das recentes reviravoltas envolvendo o pré-candidato do MDB, Geraldo Jr., e o Partido dos Trabalhadores (PT).


A notícia de que o governador Jerônimo estaria aguardando Geraldo Jr. "se mancar" e retirar sua candidatura para prefeito de Salvador em 2024 não apenas surpreendeu, mas também desencadeou uma série de reações dentro do cenário político baiano. O PT, junto com seus aliados, PCdoB e PV, deixou claro que não abrirá mão da cabeça de chapa em nenhuma circunstância, seja em Salvador ou em Vitória da Conquista.


A visita do governador a Vitória da Conquista adiciona uma nova camada de complexidade a essa situação já intrincada. A esperança do governador era que o pré-candidato do PT ganhasse terreno nas pesquisas, permitindo-lhe cumprir sua promessa de apoiar quem estivesse na frente. No entanto, a ascensão meteórica da vereadora Lucia Rocha, do MDB, desafiou todas as expectativas. Sua popularidade parece prosperar sob a pressão, um fenômeno político que ecoa a resistência da massa de pão, que cresce mais quando é batida.


Este cenário político em constante evolução levanta questões cruciais sobre a natureza da democracia e da representação política. As alianças partidárias são moldadas por uma série de fatores, incluindo ideologia, estratégia e, em última análise, a vontade do eleitorado. Enquanto os partidos manobram e os candidatos se posicionam, é imperativo lembrar que a verdadeira essência da democracia reside na capacidade do povo de fazer escolhas informadas e significativas.


Padre Carlos





ARTIGO - "Gestos de Respeito e Cortesia na Política: Uma Necessidade Urgente"



A visita do governador foi anunciada




Caro leitor,


É com profunda preocupação que observamos a política local, especialmente quando se trata das relações entre os poderes constituídos. Recentemente, a anunciada visita do governador Jerônimo Rodrigues a Vitória da Conquista trouxe à tona não apenas a ausência de formalidade, mas também a falta de cortesia e reconhecimento para com a nossa prefeita, a legítima representante do município. A cortesia na política não é apenas uma questão de etiqueta; é um gesto de respeito, uma demonstração de civilidade e um compromisso com o bem-estar da comunidade que os líderes eleitos juraram servir.


Entendemos que não existe uma lei que obrigue o governador a informar a prefeita sobre sua visita, mas é imperativo ressaltar que tal gesto, embora não obrigatório, é essencial para manter a harmonia e a colaboração entre os diferentes níveis de governo. A falta de comunicação prévia permite que o cenário político local seja explorado por interesses partidários, como vimos no caso do pré-candidato a prefeito, o deputado federal Waldenor Pereira, que aproveitou a situação para fazer política em oposição à prefeita.


Além disso, é crucial destacar a importância da cooperação entre os governos estadual e municipal. Grandes projetos, como a construção de rodovias e hospitais, podem ser realizados quando há um entendimento e colaboração mútua entre diferentes esferas políticas. A ausência de tal cooperação prejudica diretamente a comunidade, privando-a de desenvolvimentos essenciais que poderiam melhorar significativamente a qualidade de vida de todos.


A notícia sobre uma possível festa de aniversário de Conquista patrocinada pelo Governo do Estado, embora ainda não confirmada, levanta questões pertinentes sobre o uso de recursos públicos para eventos políticos. Se confirmada, essa festa merece uma investigação adequada por parte do Ministério Público. É vital garantir que os recursos públicos sejam usados de forma transparente e em benefício da comunidade, não para promover interesses políticos pessoais ou partidários.


Neste cenário, é essencial lembrar que a política deve ser uma busca constante pelo bem comum, não uma plataforma para promoção pessoal ou partidária. É dever dos líderes eleitos trabalhar em conjunto, independentemente de afiliações partidárias, em prol do progresso e do desenvolvimento de nossa cidade e de nosso estado.


Em conclusão, apelamos para um retorno aos valores fundamentais da política: respeito mútuo, cortesia, cooperação e transparência. Somente através desses princípios podemos construir uma sociedade mais justa e próspera para todos os cidadãos.


Atenciosamente,


Padre Carlos.

ARTIGO - A quem recorrer quando a justiça é injusta? O caso do ex-presidente do TJMT

 STF pode reintegrar ex-presidente do TJMT acusado de desvio de dinheiro público


Quando as injustiças vêm de quem deveria praticar a ordem e a verdade, a quem recorrer? Essa é a pergunta que muitos cidadãos brasileiros devem estar se fazendo diante da possibilidade de reintegração do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Mariano Alonso Ribeiro Travassos, aos quadros do Judiciário. Travassos foi aposentado compulsoriamente em 2011, após ser acusado de participar de um esquema de desvio de dinheiro público envolvendo uma loja maçônica.

O Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando o recurso do magistrado, que já conta com dois votos favoráveis, dos ministros Nunes Marques e André Mendonça. Se o recurso for aceito, Travassos voltará a exercer suas funções e receberá as diferenças salariais referentes ao período em que esteve afastado. Ou seja, além de não ser punido pelo suposto crime, ele ainda será recompensado financeiramente.

Essa decisão, se confirmada, representa um grave atentado à moralidade e à credibilidade do Poder Judiciário, que deveria ser o guardião da Constituição e dos direitos dos cidadãos. Como confiar em uma instituição que acoberta e beneficia seus membros envolvidos em escândalos de corrupção? Como esperar que a justiça seja feita quando os próprios juízes são suspeitos de ilícitos?

Alguém precisa fazer algo para impedir essa injustiça. A sociedade civil, os órgãos de controle, os meios de comunicação e os demais poderes da República devem se manifestar e exigir que o STF reveja sua posição e mantenha a aposentadoria compulsória de Travassos. Caso contrário, estaremos diante de um precedente perigoso, que pode abrir caminho para a impunidade e a desmoralização do Judiciário.

Não podemos aceitar que as injustiças vêm de quem deveria praticar a ordem e a verdade. Precisamos lutar por um Judiciário independente, imparcial e transparente, que cumpra seu papel de garantir a democracia e o Estado de Direito no Brasil.

Padre Carlos 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

ARTIGO - A Humanidade e Compaixão do Padre Joselito: Um Chamado à Empatia


 Um Olhar Emocional sobre a Compaixão e a Humanidade:





Em meio aos tempos turbulentos e muitas vezes desoladores que vivemos, é gratificante encontrar gestos que nos fazem acreditar na humanidade, gestos que transcendem as barreiras da religião e tocam o âmago do que significa ser compassivo e empático. Um desses gestos profundamente comoventes veio do Padre Joselito, da Arquidiocese de Vitória da Conquista, cuja ação recente na pequena cidade de Iguaí, na Bahia, ressoa como um poderoso chamado à empatia e à compreensão.


A tristeza tomou conta de Iguaí quando dois jovens da comunidade se envolveram com o crime e, em um trágico confronto com a polícia, perderam suas vidas. A comoção foi ainda maior porque esses jovens, apesar de terem escolhido um caminho perigoso, eram queridos por muitos na cidade e filhos de famílias respeitáveis. A cidade se viu diante de um dilema emocional e ético quando as autoridades decidiram proibir que os corpos fossem velados na Câmara de Vereadores.


Foi nesse momento de dor profunda e confusão que Padre Joselito mostrou ao mundo o verdadeiro significado do amor ao próximo e da empatia. Ao tomar conhecimento da decisão do promotor da cidade em mandar retirar aqueles corpos daquela casa, ele ignorou que dor de uma mãe, independentemente das escolhas de seu filho, não poderia ser desconsiderada. Abraçando aquele corpo e sem saber para onde levar aquele corpo do seu filho furado de bala, o padre lembrou da imagem de Nossa Senhora da Piedade ou Misericórdia e se comoveu. Aquela mulher lembrava a cena do calvário e aqueles corpos furados de bala lembram o corpo de Cristo traspassado pela lança. Em um gesto de profunda compaixão, o padre decidiu abrir as portas da Igreja para os corpos, oferecendo um espaço sagrado para o luto, o consolo e a despedida.


Essa atitude não foi apenas um gesto de inclusão em um momento de exclusão, mas também um ato profético que ecoa pelos corredores do tempo. Ao desafiar a norma estabelecida em nome da compaixão, Padre Joselito nos lembrou da nossa responsabilidade coletiva de reconhecer a humanidade em todos, mesmo naqueles que cometeram erros graves. Ele nos mostrou que o verdadeiro caminho para a cura e a transformação começa com a aceitação da dor do outro, independentemente das circunstâncias que a causaram.


Ninguém deve desconsiderar a dor de uma mãe, pois é um lamento que transcende as fronteiras da moralidade e das escolhas pessoais. Ao abrir as portas da Igreja para esses jovens, Padre Joselito nos ensinou que a empatia não conhece limites e que, em tempos de escuridão, um gesto de amor pode iluminar o mundo ao nosso redor.


Que possamos todos aprender com esse gesto extraordinário de humanidade. Que possamos, em nossas próprias vidas, encontrar maneiras de estender a mão aos que sofrem, reconhecendo que, no final do dia, somos todos parte da mesma família humana, unidos pela fragilidade de nossa existência e pela necessidade universal de compaixão.


Com esperança e gratidão pela lição do Padre Joselito,


(Padre Carlos)

ARTIGO - As Recentes Mudanças nas Regras Eleitorais

Desafios e Oportunidades





Prezados leitores,


As recentes mudanças nas regras eleitorais no Brasil não passaram despercebidas, especialmente em cidades como Vitória da Conquista, onde a política sempre foi palco de intensos debates e estratégias eleitorais. Com a introdução das federações partidárias e as novas regras para distribuição de vagas para vereador, o cenário político local e nacional passa por profundas transformações, criando dilemas e desafios para as legendas, especialmente as menores e menos consolidadas.


Anteriormente, os grandes partidos tinham a estratégia de lançar uma variedade de candidatos de diferentes densidades eleitorais, confiantes de que, no final, a votação geral do partido seria suficiente para eleger seus nomes mais fortes. No entanto, com a chegada das federações de partidos, essa estratégia se tornou inviável. Agora, a contagem dos votos é feita de forma conjunta, levando a um novo dilema: como os partidos se comportarão diante desse cenário?


Para os partidos menores, a resposta a esse dilema exige uma reavaliação profunda de suas táticas. A concentração de votos em poucos nomes, especialmente os candidatos com mais apelo popular, torna-se crucial para garantir uma posição de destaque dentro da federação. No entanto, isso requer não apenas estratégias individuais, mas também uma coordenação eficaz internamente e com os parceiros da federação.


O desafio está em abandonar visões individualistas em prol de uma estratégia unificada que maximize as chances dos candidatos. Isso implica em uma mudança de mentalidade, onde o bem coletivo deve prevalecer sobre interesses pessoais. As legendas precisam encontrar maneiras de potencializar os candidatos que verdadeiramente representam a vontade popular, em vez de se perderem em disputas internas que enfraquecem o grupo como um todo.


No entanto, apesar dos desafios, as federações também trazem consigo oportunidades. Bem utilizadas, podem fortalecer os partidos menores, trazendo novas lideranças para o cenário político. Essa renovação é essencial para a vitalidade de qualquer democracia, pois traz novas ideias, perspectivas e soluções para os problemas enfrentados pela sociedade.


Resta saber se os partidos terão a inteligência e a maturidade necessárias para enfrentar esse desafio de forma construtiva. A capacidade de adaptação e a habilidade política serão testadas ao máximo nos próximos pleitos. A população conquistense está atenta e espera que seus representantes estejam à altura do desafio, trabalhando em prol da democracia e do bem-estar comum.


Que possamos encarar esse novo cenário eleitoral com sabedoria e coragem, em busca de um futuro político mais justo e representativo para todos.


Atenciosamente,


Padre Carlos


ARTIGO - "Lúcia Rocha do MDB: Uma Reviravolta Eleitoral em Vitória da Conquista?"

 Lúcia Rocha do MDB: Uma Reviravolta Eleitoral



Caro leitor,


Nos meandros complexos da política local de Vitória da Conquista, uma figura emerge com força e determinação: Lúcia Rocha, pré-candidata à prefeitura pelo MDB. Seja por estratégia política ou por convicção pessoal, ela desafia as expectativas e ganha terreno nas pesquisas, causando reviravoltas inesperadas no tabuleiro eleitoral.


Lúcio Vieira Lima, ao negar qualquer acordo com o PT e reafirmar o apoio à candidatura de Lúcia Rocha, joga suas cartas de forma decisiva. Ele não apenas mantém a vereadora em destaque nas pesquisas, mas também confere a ela um trunfo poderoso: trinta mil votos, uma base pessoal e intransferível. Esses votos, caracterizados por sua natureza conservadora, poderiam decidir o rumo das eleições.


A esquerda, por sua vez, enfrenta um dilema crucial. A falta de carisma de seu candidato principal torna-se evidente, enquanto Lúcia Rocha brilha com sua própria luz. A máquina eleitoral da esquerda, apesar de seu alcance, encontra-se em desvantagem diante do capital político individual de Lúcia. É um jogo de xadrez político, onde as peças se movem com precisão e estratégia.


A Frente de partidos de esquerda tem consciência de que, se não consolidar uma decisão no primeiro turno, corre o risco de repetir a derrota passada. Os mapas eleitorais revelam uma realidade incômoda: as esquerdas não expandiram sua base nos últimos anos em Vitória da Conquista. Considerando os novos eleitores, essa estagnação representa uma redução proporcional do eleitorado.


O que está em jogo não é apenas uma eleição local, mas o futuro político desta cidade dinâmica. Lúcia Rocha personifica a mudança para alguns e a continuidade para outros. Sua candidatura representa a possibilidade de um novo rumo ou a manutenção do status quo, dependendo do ponto de vista.


Sheila do União Brasil, a  atual prefeita, observa atentamente. A ausência de Lúcia na chapa da esquerda abriria espaço para a migração dos votos conservadores, consolidando a posição de Sheila. Cada movimento estratégico neste jogo eleitoral tem implicações significativas.


Diante desse cenário, a política em Vitória da Conquista se torna um campo de batalha ideológica e estratégica. A decisão da Frente de partidos de esquerda moldará não apenas o resultado desta eleição, mas também o futuro da cidade. Lúcia Rocha do MDB emerge como um ponto focal nesse cenário, desafiando convenções e redefinindo as expectativas.


A história política desta cidade está prestes a ser escrita mais uma vez. Resta-nos observar atentamente, pois cada passo, cada decisão, moldará o destino de Vitória da Conquista. Que os eleitores estejam atentos e conscientes ao fazerem suas escolhas, pois o futuro da cidade está em suas mãos.


Atenciosamente,


Padre Carlos

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

ARTIGO - Juízes: Não São Deuses, Precisamos de Reforma no Judiciário

O Desembargador que "liberou" o traficante



Prezados leitores,


Nos últimos dias, fomos surpreendidos com mais um caso de irregularidade envolvendo um membro da nossa justiça. O afastamento do desembargador Luiz Fernando Lima, suspeito de liberar um dos líderes da facção BDM, trouxe à tona uma questão que há tempos vem preocupando a sociedade: a intocabilidade e infalibilidade dos juízes. É imperativo que compreendamos que juízes não são deuses, e como qualquer outro cidadão, devem ser responsabilizados por seus atos.


O caso de Lima, que já havia sido afastado em 2004 por soltar traficantes presos após longa investigação policial, é apenas um exemplo de como a falta de accountability no judiciário pode permitir a repetição de erros graves. A justiça deve ser transparente e responsiva às necessidades da sociedade. Portanto, é fundamental que haja uma reforma profunda no sistema judiciário brasileiro.


Um dos principais problemas que precisamos enfrentar é a proteção excessiva conferida aos juízes por seis atos, que, de certa forma, os blindam contra questionamentos e punições por suas decisões. Não podemos aceitar um sistema que permite que magistrados ajam de forma imprudente, muitas vezes colocando em risco a segurança pública e a integridade da sociedade.


O papel do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é vital nesse contexto. É louvável que o CNJ tenha agido no caso de Lima, mas não podemos depender apenas de órgãos de controle externos para manter a integridade do judiciário. É hora de repensarmos as estruturas internas, criando mecanismos de avaliação contínua do desempenho dos juízes, garantindo que estejam sempre a par das leis, ética e responsabilidades inerentes à sua função.


Além disso, urge a necessidade de uma revisão profunda dos critérios de promoção no judiciário. Não é admissível que juízes que tenham sido afastados por suspeitas de condutas inadequadas sejam posteriormente promovidos a cargos ainda mais elevados. A promoção deve ser baseada não apenas na antiguidade, mas também na competência, integridade e histórico ético do magistrado.


O caso de Lima também destaca a importância de investigações rigorosas sobre as ações dos juízes. A suspeita de alteração de documentos para atrasar a aposentadoria é extremamente grave e deve ser tratada com o máximo de seriedade. A impunidade não pode prevalecer em nossa justiça.


Em suma, é imperativo que busquemos uma reforma no judiciário que torne os juízes responsáveis por suas decisões, que promova a transparência e que fortaleça a confiança da sociedade no sistema judicial. Não podemos mais aceitar que juízes se comportem como deuses intocáveis. A justiça é para todos, e todos devem ser igualmente responsáveis perante ela.


Atenciosamente,


Padre Carlos

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...