quinta-feira, 29 de abril de 2021

Artigo - O uso do cachimbo deixa a boca torta (Padre Carlos)

 



O uso do cachimbo deixa a boca torta

 


 

Prezado leitores, confesso a vocês que acreditava já ter visto de tudo nesta vida, aí, vem um acontecimento novo, e nos faz mudar de opinião, para mostrar que a experiência é algo infinito. Nesta semana, O vereador Marcus Vinícius  (Podemos) denunciou que vereadores que não conseguiram eleger-se, não estariam devolvendo alguns equipamentos eletrônicos da Câmara de vereadores que eram dedicados ao mandato dos mesmos.


Tenho certeza que o Presidente desta casa vai tomar as devidas providencias para esclarecer estes fatos e cobrar do parlamentar uma postura ética em relação às denuncias trazidas ao parlamentos sem as devidas provas nem citar no seu pronunciamento qual vereador estaria retendo estes patrimônios. Ao não apontar para quem se dirigia o seu descontentamento, colocou em dúvida o caráter de todos aos políticos que passaram por esta casa. Não podemos negar que se trata de um gesto irresponsável, colocar a honestidade destes homens públicos em dúvida por alguns momentos na mídia local. Se existe tal vereador, que divulgue então o nome e não fique com insinuações.

 Quem na verdade estaria de posse de equipamentos público? Esta matéria compete ao parlamentar ou é assunto da mesa diretora este tipo de ação?  Uma acusação séria como está, coloca em dúvida a conduta dos representantes que passaram pela aquela casa, pessoas como o Professor Cori, O Pastor Sidney, Álvaro Píton e tantos outros que honram esta cidade ao servir sua gente.  Por se tratar de parlamentares de caráter e de uma conduta ilibada, não podemos ficar calado.

        Todos nós conhecemos bem o ditado popular que dá título a este artigo: “o uso do cachimbo deixa a boca torta”. Talvez o que poucos percebam é a profundidade das interpretações decorrentes dele. ... A questão que está colocada não se refere ao cachimbo e à boca, mas a hábitos que geram problemas.

           


Pois bem, ao invés de procurar o Presidente da casa e os órgãos responsáveis pelo patrimônio público e fazer as devidas cobranças, o Delegado esqueceu que aquela casa não é a delegacia, que ele conhece bem. Precisamos informar ao novato o papel do parlamentar e lembrar que o tempo de polícia já passou.

        Fica aqui minha indignação com este comportamento e espero que os vereadores desta casa possam honrar o legado dos seus antigos colegas.

 


terça-feira, 27 de abril de 2021

ARTIGO - O que distinguem os verdadeiros dos falsos amigos (Padre Carlos)

 


O que distinguem os verdadeiros dos falsos amigos








   Já conversamos neste blog mais de uma vez sobre este assunto. Porém, sempre achamos que faltou falar alguma coisa e assim, ficamos com aquela sensação que deveria complementar. Existem várias pessoas que consideramos amigos. No entanto, uma das vantagens de quem já passou dos sessenta, é já ter vivido um pouco mais para entender a dinâmica da vida. Sendo assim, com o passar do tempo terminamos percebendo, no afinal que algumas pessoas que considerávamos amigos, não foram tão leais quanto esperávamos.


Foi no exercício do ministério sacerdotal e na militância política, que fomos conhecendo a existência de certas qualidades nos nossos amigos que não podemos jamais ignorá-las.

 Tivemos durante muitos anos, vários amigos que souberam partilhar com a gente os momentos de alegria. Mas, ao longo da vida, passamos a entender que partilhar os momentos alegres é muito fácil e até prazeroso, o difícil é partilhar com os amigos os momentos de dor e de desespero. São nos momentos de dificuldades que precisamos dos verdadeiros amigos, precisamos de um irmão.

Um verdadeiro amigo não tenta ser o centro das atenções e é sincero nos seus sentimentos.  Desta forma, quando damos risadas de um erro estúpido que fizemos na infância ou nos anos de formação, isto é, em uma situação mais constrangedora em que estivemos envolvidos, não existe nada de ‘mal, de pecado’ ou de reprovação nas suas gargalhadas e eu entendo e aceito. Sabe apenas relativizar os problemas e com isto, termina ajudando a gente ver o lado cômico do acontecimento.

Apesar de detectar os nossos erros, tenho certeza que nosso amigo não nos irá apontar o dedo caso decidamos continuar no mesmo caminho e olha que sou muitas vezes cabeça dura. Pode não concordar com as escolhas, mas irá guardar o nosso segredo e não irá rotular-nos apenas com base num erro. Não vai espalhá-lo pelo nosso grupo de conhecidos ou comentar com outros amigos, pois sabe que a lealdade e a confiança são qualidades que demoram a conquistar, mas que se perdem em apenas cinco segundos;

 


    Assim, como os meus cabelos foram embranquecendo como um capucho de algodão, minha alma também foi clareando e entendendo que os amigos que ficaram, foram aquele que soberam partilhar a dor – sem relativizar, mas também sem exagerar. Não perguntaram se precisava de ajuda, partiram logo para a ação. Ele conhece a gente de tal forma, que sabe que não vão ser as ‘palmadinhas nas nossas costas’ que nos vão ajudar, mas sim uma conversa sincera. Este amigo sente a nossa tristeza, sofre com a gente, não deixando para trás aquilo que nos magoou. Partilha assim, a dor que carregamos, como um verdadeiro Simão de Cirene, partilhando o peso da nossa cruz.

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sexta-feira, 2 de abril de 2021

ARTIGO - Páscoa para os pobres (Padre Carlos)



Páscoa para os pobres 



A alegria contagiante da Páscoa do Senhor é também a alegria da Igreja reunida na mesma fé. Na verdade, Deus morreu na carne do Seu Filho. Jesus fez passagem da morte para a vida, para que todos nós fizéssemos a travessia da nossa Páscoa. A Páscoa de Jesus se confunde com as nossas “páscoas”. Assim, na Via-Sacra a 15.ª Estação: "Jesus Ressuscitou!". A Igreja começa a celebrá-lo na vigília do Sábado Santo, continua-o por todo o Tempo Pascal (os 50 dias que se seguem à Páscoa até ao Pentecostes) e renova-o todos os domingos do ano. 
Celebrar a ressurreição de Cristo é, também, acordar para as situações degradantes a que são submetidos tantos homens e mulheres. É o dever de lhes limpar as lágrimas dos rostos e de nos pormos ao seu lado até que se levantem. 
Os idosos os profissionais da saúde os pais que se colocam numa situação de risco para levar o pão para casa e que expostos serão infectados, são estas e muitas outras pessoas os "novos crucificados". Peçamos ao Ressuscitado, que o "nosso coração endurecido pela indiferença" não deixe de reparar nem de se comover com estas perdas. 

No passado, a Igreja Católica pregava de tal maneira o sofrimento de Cristo, que quase se esquecia de anunciar que o sofrimento, o pecado e a morte não têm a última palavra sobre o ser humano: Jesus venceu tudo isso ao ressuscitar. Somos chamados neste momento de dor e desespero em que o mundo atravessa a dar testemunho pela convicção de que, desde a Ressurreição de Jesus, o amor é mais forte que a morte e o pecado; existe no testemunho pascal dos cristãos uma força gravitacional de amor, que puxa sempre para a vida, para o céu, e nos puxa sempre a partir do chão da nossa história. 
Se tomarmos conta de todos aqueles que passam fome e frio neste momento de dor, solidão e abandono que vem acompanhado com esta pandemia, a luz da misericórdia e do Cristo ressuscitado poderá iluminar o nosso coração e dias melhores surgirão. Tenho fé na Ressureição e tenho certeza que o mundo vai conseguir dar a volta por cima, basta nunca desistirmos de lutar. 
Celebrar a Páscoa de Jesus nos dias de hoje é celebrar a vitória dos valores do Evangelho sobre a cultura de morte, que insistentemente quer matar a vida e a família. Desejo a todos uma Santa Páscoa, cheia da verdadeira alegria e do amor que jamais desiste. 

sábado, 27 de março de 2021

ARTIGO - O governo da Bahia é de esquerda? (Padre Carlos)

 

 O governo da Bahia é de esquerda?






Como poderíamos analisar os quinze anos de governo progressista do PT na Bahia, será que poderíamos de fato definir estas gestões como governos genuinamente de esquerda?  Podemos afirmar, que a falta de referência do que seria uma política de esquerda para os governos petistas e grande parte da sua militância, levaram todo o conjunto das forças progressistas que sempre gravitaram em torno do partido, a refundar novos paradigma e buscar novos caminhos.
Não podemos negar, que os governos Lula e Dilma, tiveram influência nos programas e ações no governo petista e sua falta deixa um vazio no que diz respeito às políticas sociais na Bahia. A crise da esquerda, não é a mesma coisa que a oposição ao neoliberalismo, pode ser compreendida justamente pela falta de um “embasamento ideológico e clareza política de que projeto de esquerda seria aplicado.
Não estou fazendo uma crítica, aos governadores petista, mas apenas afirmando que faltou ao governo de Wagner e Rui, um embasamento ideológico e clareza política de que projeto queriam. Assim, com a falta de políticas clara de esquerda, chegamos à Era do Administrador. Desta forma, gostaria de lembrar que administração é uma ciência neutra, como a engenharia e a medicina são frias e não leva em conta se o governo é de esquerda ou de direita, seu objetivo é manter as contas em dia. Por isto, a missão do administrador moderno é ser um político e um político moderno, ser um administrador, ele tem de saber dosar e manter unido este grupo de interesses conflitantes. Mas, e o partido e o seu programa? Sabemos que o PT não é um partido revolucionário, mas temos certeza que o partido hegemônico da esquerda brasileira tem que ser de esquerda, então onde estão as políticas de esquerda na Bahia? O Programa e Estatuto do partido, defendem uma política de esquerda e por omissão ou inabilidade política, seus dirigentes deixaram tudo isto acontecer.
Qual a política para educação de esquerda? Defendemos grandes transformações radicais para a educação aqui no nosso estado? Valorizamos o conhecimento popular, integrando-o à pedagogia? Temos o dever de acreditar, que a educação é a maior das armas contra a opressão e que a autonomia dos educandos deve ser a principal conquista do fazer educativo.  
Com relação a saúde, a política pública deve ser construída a partir da participação direta ou indireta da sociedade civil, visando assegurar um direto a determinado serviço, ação ou programa. No Brasil, o direto à saúde é viabilizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) que deverá ser universal, integral e gratuito. Esta política tem como base o Estado de bem-estar social. O que seria política de esquerda na área da saúde?

Sabemos que a esquerda entrou no século XXI como todas as perdas acumuladas nas duas ultimam décadas. Os anos noventa representaram uma derrota para a esquerda mundial. Políticas sociais dos estados de bem-estar social retrocederam, a integração das economias socialistas ao mundo capitalista e a regressão dos movimentos de emancipação do terceiro mundo parecem sinalizar que o tempo da emancipação política radical chegou ao fim.      Ser de esquerda hoje é um desafio. Acredito que requer muita “dureza”, mas, também, muito jogo de cintura. O diabo é descobrir como ter princípios sem ser ingênuo, como ser pragmático sem ser oportunista. Não tenho a receita, para os programas de esquerda, não tenho os algoritmos para solucionar este problema.
Mais uma coisa eu tenho certeza, eu ainda acredito que podemos fazer um governo de esquerda na Bahia.


Padre Carlos.

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quarta-feira, 24 de março de 2021

ARTIGO - Morre Haroldo Lima (Padre Carlos)

 

Morre Haroldo Lima

 


 

A esquerda brasileira, o Partido Comunista do Brasil, e o povo brasileiro perdem hoje um dos seus mais conseqüentes e abnegados lutadores. Por isto, peço licença aos camaradas do PCdoB, para prestar esta homenagem ao velho líder comunista. Acredito que a maior homenagem que poderíamos fazer a Haroldo Lima, é     prosseguir a luta que ele vinha travando contra o fascismo até os últimos dias de vida, sempre com confiança no futuro, pelos interesses e direitos dos trabalhadores, por uma sociedade de liberdade e democracia.


Desta forma, quero aqui destacar papel ímpar que Haroldo Lima desempenhou na história recente do Brasil, na resistência contra a ditadura, pela liberdade e a democracia, na implantação da Nova República e em sua defesa, por uma sociedade livre da exploração e da opressão, a sociedade socialista.

Morreu um grande líder, um ilustre cidadão brasileiro, um intelectual e um político excepcionalmente perspicaz. Foi um grande lutador pela liberdade e foi um dos principais autores da frente de esquerda desde o seu início, ele acreditou que uma frente democrática poderia vencer a direita e através de uma coalizão fazer as transformações que o Brasil precisa tanto, quando algum do seu próprio campo duvidava ou contrariava, 


O fio condutor do percurso político deste grande estadista sempre foi à liberdade, mesmo sendo preso e torturado, nunca abandonou suas certezas. Eu hoje percebo que muitas vezes construímos sonhos em cima de países e projetos externos. O tempo passa e descobrimos que grandes mesmo eram os companheiros que estavam ao nosso lado e lutavam com a gente, e estes exemplos de luta e coragem, foram os verdadeiros manuais na construção dos nossos projetos e dos nossos sonhos.

Haroldo construiu a história e, por isso, a história guardará o seu nome, a sua obra, o seu exemplo.

 

 

terça-feira, 23 de março de 2021

ARTIGO - Já posso elogiar? (Padre Carlos)

 





Já posso elogiar?

 

 


 

Hoje estava me perguntando por que até em momentos como este em que a cidade esta enlutada, não podemos reconhecer os valores dos nossos adversários? Dentro de uma cultura de disputas constantes, reconhecer competências e valores, nos torna menor diante daquele que exaltamos.

 

            


A palavra elogio deriva de duas palavras da língua grega e significa “bom ou bem” é o enaltecimento de uma qualidade ou virtude de alguém. Ressaltar as qualidades de uma pessoa em vida é muito difícil, principalmente se você vive e milita no meio político. Tudo o que você disser ponderar ser usado contra você e seu grupo um dia.

 

            Hoje estava me perguntando por que até mesmo com a cidade enlutada não somos capazes, de reconhecer os valores dos nossos adversários? Dentro de uma cultura de disputas constantes, reconhecer competências e valores, nos torna menor diante daquele que exaltamos.

 

            Pensando todas estas coisas, foi que me veio às citações de Machado de Assis, «está morto: podemos elogiá-lo à vontade». Tudo isto é a pura verdade, principalmente para aquelas pessoas, que em vida, suscitou paixões diversas e antagônicas.

    

         Não podemos negar que somos o que somos por diversos fatores externos e internos que nos forjam o caráter e nos definem como pessoa. Como disse o filósofo, somos a soma de todos os sins e nãos que damos em nossas vidas. Por isso, qualquer pessoa esta sujeito a gestos de extrema covardia e ao mesmo tempo pode nos surpreender também com atos heróicos que jamais poderíamos esperar.

 

             Desta forma, perante esta atmosfera de luto, o consenso e os elogios que estamos habituados a testemunhar, nos questionam sobre os nossos propósitos e sinceridade em relação ao outro.

 

             O que na verdade gostaria de dizer hoje é que neste contexto de lutas e disputas, temos cada vez mais a certeza, que Humanizar é compreender que cada ser é único e sua história de vida merece ser celebrada.

A partida de Herzem deixa um vazio não só no meio político, mas em todas as pessoas que admiravam e amavam. É muito importante ressaltar que este é um momento muito delicado, tanto para as pessoas enlutadas, quanto para as pessoas que estão à margem destes acontecimentos, pois as pessoas que estão de luto ficam muito sensível, confusa, desesperada, e tudo o que as pessoas falarem ou fizerem, ficará para sempre registrado em sua memória, e, mais do que isso, em seus sentimentos.

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 Ressaltar as qualidades dos adversários, talvez seja o remédio que tanto falta a nossa humanidade, além de promover a autoestima e reconhecer que somos capazes de fazer políticas sem perder a dimensão de entender que a dor não faz distinção de direita ou esquerda, ela é imparcial e necessária para nos humanizar.



 

Padre Carlos

 


sábado, 20 de março de 2021

ARTIGO - Haroldo guerreiro, do povo brasileiro (Padre Carlos)

 

Haroldo guerreiro, do povo brasileiro



 

Hoje o meu dia amanheceu mais triste, pois fiquei sabendo do estado de saúde do ex-deputado federal Haroldo Lima (PCdoB), internado com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Aliança. Segundo Jandira Feghali, seu quadro sofreu agravamento nesta sexta-feira (19). A equipe médica decidiu intubá-lo para que ele respire com a ajuda de ventilação mecânica.


    Minhas orações hoje estavam voltadas para este companheiro, para que o Bom Deus, desse força neste momento em que se encontra sedado e intubado. Lembrei nas minhas orações todos os pacientes que respiram em ar ambiente, o rosto do medo. Medo de a falta de ar piorar e de não conseguir se despedir dos familiares. Sim, as visitas são proibidas. Uma vez internados, eles não vêem mais ninguém. Só aqueles profissionais aos quais eles entregam suas vidas. Assim pedir ao Deus Misericordioso para dar força e coragem ao companheiro, ele que lutou tanto pelo seu povo, não desistisse da luta e continuasse lutando o bom combate. 

Quando comecei militar no movimento estudantil em meados da década de setenta, Haroldo se encontrava preso e mesmo militando no partido era difícil o contato com companheiros da direção nacional, por questões de segurança. Só tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente em 1982, quando ele fez uma visita a Dom. Timóteo. Como trabalhava no Mosteiro de São Bento e tinha como padrinho aquele monge, uma tarde me chamaram na recepção, era o Abade (Dom. Timóteo) ele me apresentou a Haroldo Lima e falou um pouco de mim. Confesso aos senhores que fiquei sem saber que dizer. Ele me cumprimentou, falou da sua caminhada na JUC e na AP, falamos do racha do partido e do movimento estudantil. Ele me falou que estava preocupado com Javier e a possibilidade de o líder estudantil ser expulso. Falamos da sua campanha para Deputado e eu chamara a atenção do sucesso que candidatura de Lídice a vereadora estava fazendo no movimento estudantil. Depois de alguns minutos me retirei do recinto com a sensação que naquele instante estava também me despedindo um pouco da minha história.



    Neste momento gostaria de ser um poeta, só assim poderia trazer a esperança e traduzir os sonhos as emoções, dores e nostalgias de uma geração. Só através dos olhos e dos textos destes anjos, podemos entender e traduzir todos estes sentimentos, só mesmo através das poesias poderemos chegar ao mais profundo das alegrias e dores dos meus companheiros, mas este anjo existe hoje ele apareceu através do deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), com o seu poema para Haroldo Lima.

 

São dias muito tristes,
Tempos difíceis,
Mas Esperança existe,
A chance persiste,
Haroldo não desiste.
Por mais susto que dê,
É Forte como Maciste,
A vida vai vencer.

Quem subiu correnteza,
Percorreu o sertão,
Caminhou na caatinga,
Fincou frutos no chão,
Não se vai desse jeito,
Só tomba em combate,
Com armas na mão.

Um orador vibrante,
De grande coração,
Por toda vida lutou,
Sempre muita paixão,
Já botou pra quebrar,
Jamais vai viajar,
Sem a revolução.

Daqui uns dias estará,
Alegre entre nós,
chamando de baixinhos,
Levantando sua voz,
Referência pra todos,
Guerreiro do povo,
Um dos nossos heróis.

Escapou de armadilhas,
Livrou-se de tocaias,
Pulou muitas fogueiras,
Soltou muitas jandaias,
Navegou muitos mares,
Fugiu das arraias.
Suas veias tem sangue,
E águas do Araguaia.

Peçam logo ao Doutor,
Para dizer a ele,
Que escuta um barulho,
Ainda distante,
Que é povo marchando,
Com gritos radiantes,
Querendo ouvir Haroldo,
O seu comandante.

Ele vai com certeza,
No mesmo instante,
Arrancar esses tubos,
Se curar de tudo,
Descer para a rua,
Soprar num berrante,
Que a praça é do povo,
Assim é Haroldo,
Tem alma de Gigante.

Boa sorte camarada.
Estamos te esperando.

Renildo Calheiros

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...