quarta-feira, 23 de agosto de 2023

ARTIGO - Rui Medeiros: Um Humanista de Coração Cristão. (Padre Carlos)

 




 


 

   Rui Medeiros  o materialista mais cristão que já conheci 





Vitória da Conquista, 23 de agosto de 2023 - No universo das lutas sociais e políticas, encontramos figuras que nos inspiram, que nos fazem acreditar que a humanidade ainda pode trilhar um caminho mais justo e compassivo. Rui Medeiros, um nome que merece ser lembrado, é um exemplo vivo dessa inspiração.

Ao longo dos anos, tive a honra de compartilhar momentos, ideias e trincheiras políticas com Rui, e é com grande alegria que dedico este espaço para destacar sua trajetória singular e sua dedicação à causa dos desfavorecidos.

O Materialista com Alma Humanista

Rui Medeiros, embora se declare materialista, era um humanista de coração. Sua sensibilidade e carinho em relação aos que sempre me sofriam impressionaram. Ele não podia ficar indiferente às injustiças do mundo, e talvez tenha sido essa sensibilidade que o levou ao estudo e à prática do direito.

Rui, em muitos aspectos, lembrava Cosme de Farias, um verdadeiro defensor dos pobres, que via na advocacia não apenas uma profissão, mas um ministério em prol da justiça social. A militância de Rui na advocacia assemelhava-se ao ministério exercido por Cosme, e ambos compartilhavam o compromisso de tornar o mundo um lugar mais justo.

Defensor da Liberdade e dos Direitos Humanos

Além de suscitar reflexões e debates, Rui Medeiros sempre teve um compromisso inabalável com a defesa da liberdade e dos direitos humanos. Sua luta contra o totalitarismo e ao dogmatismo, princípios que ele considerava corrosivos para a sociedade.

Militamos juntos no Partido Comunista do Brasil e enfrentamos desafios juntos durante o racha do partido na década de setenta. Rui e Zé Novais eram os representantes da nossa célula partidária na região do sudoeste da Bahia de caráter e juntos ingressamos no Partido dos Trabalhadores em 1980.

A História de Rui: Um Amigo e Companheiro de Jornada Política

Ao lembrar-me de Rui Medeiros, não posso deixar de pensar nele como um amigo e companheiro de jornada política. Sua vida na residência estudantil, sua militância na UFBA e na Católica, tudo isso o tornou uma referência para nossa geração na década de setenta.

Ao escrever este texto, minha intenção não é apenas homenagear o advogado, o professor universitário ou o preso político, mas sim celebrar o amigo que sempre esteve ao nosso lado, lutando por um mundo mais justo e humano.

Dom Celso José Pinto da Silva, meu bispo na época, resumiu magistralmente a essência de Rui Medeiros quando disse que, mesmo com suas crenças políticas distintas, ele era um advogado que atendia a todos com atenção e dedicação, independentemente do horário. Essa era a verdadeira marca de Rui, seu compromisso inabalável com a justiça.

Portanto, é com gratidão e sentimentos que recordo Rui Medeiros, um humanista de coração cristão que nos lembra que, mesmo nas trincheiras da política, a empatia, a compaixão e a busca pela justiça podem iluminar o caminho em direção a um mundo melhor. Hoje, chamá-lo de companheiro é o maior elogio que posso oferecer.

 

 


terça-feira, 22 de agosto de 2023

ARTIGO - Os pré-candidatos à prefeitura: No jogo da Político não há espaço para blefe. (Padre Carlos)

 


Pré-candidatos de fachada

 


            A cena política em Vitória da Conquista está pegando fogo, mas não exatamente pelos motivos que a cidade necessita. Nos últimos meses, temos assistido ao surgimento de pré-candidatos à prefeitura que, ao olhar mais atento, parecem mais interessados em angariar visibilidade gratuita do que em servir à comunidade.

São figuras políticas sem expressão eleitoral, indivíduos que, em uma eleição para vereador, dificilmente conseguiriam votos suficientes para garantir uma cadeira na câmara municipal. No entanto, sua estratégia é intrigante: buscam avidamente aliar-se a chapas mais fortes, na esperança de conquistar o cargo de vice-prefeito. O objetivo, é claro, é brilhar nos holofotes da mídia e, quem sabe, garantir um cargo comissionado para si ou para seus aliados em troca de seu apoio.

No entanto, essa estratégia parece estar fadada ao fracasso desde o início. Afinal, as eleições em Vitória da Conquista, pelo que podemos prever, se resumirão a uma polarização entre duas forças políticas consolidadas. De um lado, a atual prefeita Sheila Lemos e sua base de sustentação, representando a situação. Do outro, a oposição liderada pelo grupo do governador, provavelmente em aliança com partidos como MDB e PT.

Diante desse cenário político polarizado e competitivo, os autoproclamados pré-candidatos não passam de jogadores blefando com suas cartas  em busca de sua fatia dos holofotes. Seus partidos nanicos não têm a estrutura política necessária para sequer sonhar com o comando do município. Suas eventuais adesões a chapas mais competitivas só servirão para satirizar e enfraquecer as campanhas já estabelecidas.

É imperativo que esses políticos entendam que a política é uma responsabilidade séria. Em vez de alimentar devaneios eleitorais impossíveis, eles fariam um serviço melhor à comunidade se canalizassem suas energias para construir alternativas sérias e sólidas. Vitória da Conquista merece mais do que discursos vazios e lideranças sem experiência.

A eleição é um processo que impacta diretamente a vida dos cidadãos. Ela exige propostas substanciais, lideranças comprometidas e uma visão sólida para enfrentar os desafios que a cidade enfrenta. Vitória da Conquista merece, e precisa, de líderes à altura de sua grandeza.

Em última análise, a corrida dos jogadores pode até gerar algumas manchetes momentâneas, mas a cidade e sua população esperam mais do que isso. Esperam propostas, esperam soluções, esperam comprometimento genuíno. A política não deve ser um palco para aspirantes a fama, mas sim um campo para agentes de mudança que estão dispostos a trabalhar duro e se dedicar ao bem-estar de todos.

Portanto, a mensagem é clara: Vitória da Conquista merece o melhor, e os aventureiros políticos devem repensar suas prioridades se desejam realmente contribuir para a transformação da sociedade. A política é um compromisso, não um trampolim para a notoriedade passageira.


segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Vivalda Andrade: A Síntese Entre Cristianismo e Marxismo. (Padre Carlos)

 



Uma Vida de Coragem e Convicção

 






No turbilhão das ideias e movimentos que marcaram o século passado, uma figura singular e inspiradora emergiu, desafiando as fronteiras ideológicas e religiosas que, por vezes, parecem nos separar irremediavelmente. Vivalda Andrade, uma mulher de notável coragem e aclamada, personificou a possibilidade de conciliação entre revolucionários cristãos e marxistas, lançando luz sobre um horizonte que muitos julgavam inalcançável.

Vivalda Andrade, mãe, esposa, professora e militante partidária, desafiou as convenções da sua época. Sua jornada como articuladora do Concelho de Leigos revelou sua busca incessante pelo equilíbrio entre cristãos e clérigos, uma tentativa de unir forças em prol de uma sociedade mais justa e solidária. Ela personificou a essência do concílio de cristandade, onde a espiritualidade encontrou seu lugar na luta por um mundo melhor.

O que torna Vivalda Andrade verdadeiramente excepcional é a sua habilidade de abraçar simultaneamente o cristianismo e o marxismo. No cenário em que a verdade muitas vezes parecia sufocada pelas mentiras, sua capacidade de encontrar pontos de convergência entre essas duas correntes aparentemente opostas é notável. Como afirmou Fidel Castro, "Nos casaram com a mentira e nos obrigaram a viver com ela, e por isso parece que o mundo se acaba quando ouvimos a verdade". Ela rompeu com essa mentira imposta e buscou uma verdade que transcende as barreiras ideológicas.

Vivalda Andrade não apenas lutou nas salas de aula e nas instituições, mas também nas recebidas de uma festa, mostrando que a ação política e a espiritualidade podem alcançar as mãos dadas. Sua dedicação à causa foi alimentada por valores familiares profundos, onde o amor, a graça, a partilha, a solidariedade e o perdão eram pilares inabaláveis.

Ela personifica a ideia de uma verdadeira cristã e uma verdadeira comunista, provando que, apesar das diferenças, a busca por justiça social e igualdade pode unir corações e mentes de maneiras surpreendentes. Vivalda Andrade deixa um legado valioso que transcende seu tempo, um testemunho de que, quando a verdade e a coragem se encontram, o mundo pode ser transformado.

Em um mundo que muitas vezes insiste em separar o que parece inconciliável, Vivalda Andrade nos ensina que a busca pela verdade e pela justiça é um terreno fértil onde as sementes da mudança podem germinar, independentemente das barreiras que a sociedade erga. Ela permanece como um farol de esperança e inspiração para todos aqueles que ousam sonhar com um mundo mais justo e solidário, onde a mentira seja substituída pela verdade e a divisão seja superada pela unidade.

 

 


ARTIGO - A Desigualdade no Sistema Penitenciário Brasileiro. (Padre Carlos)

 


O Caso Roberto Jefferson.




Nos últimos anos, temos sido confrontados com uma dura realidade que permeia o sistema penitenciário brasileiro: a desigualdade flagrante no tratamento dispensado aos detentos. O recente caso do ex-deputado Roberto Jefferson, preso desde outubro de 2022, trouxe à tona essa questão de maneira contundente. A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, ao encaminhar uma petição ao Supremo Tribunal Federal, alegando não ter condições de oferecer tratamento médico adequado a Jefferson, provocou uma reflexão necessária sobre o nosso sistema prisional.

É inegável que a saúde de qualquer detento é uma preocupação legítima e deve ser tratada com seriedade. No entanto, o que salta aos olhos é a disparidade gritante entre a atenção médica que um ex-deputado recebe e que é negada aos milhares de outros presos que enfrentam condições precárias nas unidades prisionais Brasil afora.

Roberto Jefferson, independente de seu passado político, está sob custódia do Estado, e como tal, tem direito a um tratamento digno e adequado. No entanto, a pergunta que deve ser feita é: por que essa mesma preocupação não é forçada aos outros detentos que sofrem diariamente com a falta de atendimento médico, superlotação, condições insalubres e violação de direitos humanos?

A situação é ainda mais irônica quando lembramos que o ex-deputado Jefferson foi preso depois de ter disparado contra policiais federais que cumprem mandados de busca e apreensão em sua residência. Em um sistema penitenciário conhecido por sua crueldade, ele deveria considerar-se privilegiado por receber tratamento diferenciado, enquanto muitos outros encarcerados são relegados ao esquecimento.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro deveria, ao substituir de destacar as condições de saúde do ex-deputado, também informar às autoridades competentes sobre os milhares de internos que enfrentam as mesmas ou até condições avançadas. Afinal, a justiça deve ser para todos, e não apenas para aqueles que ocuparam cargos de destaque na política.

Como costumava dizer meu professor de latim: "Dura lex, sed lex" – a lei é dura, mas é a lei. No entanto, a aplicação dessa lei deve ser justa e igualitária para todos os cidadãos, independentemente de sua posição social, política ou econômica. Se queremos a verdadeira reforma no sistema penitenciário brasileiro, é hora de enfrentar essa desigualdade de frente e trabalhar para garantir que todos os detentos recebam tratamento humano e justo. A Secretaria de Administração Penitenciária tem, sem dúvida, um longo caminho a percorrer nesse sentido.

 


ARTIGO - Padre Valdo, o pastor com cheiro de ovelha. (Padre Carlos)

 


 


Palavras com cheiro de ovelhas.

 


Imagine-se um pastor andando pelo campo, cuidando de seu rebanho. Ele conhece as ovelhas de cor, de tamanho e de nome. Sabe como elas se comportam e o que gostam de comer.

Quando o pastor fala com as ovelhas, ele usa uma linguagem simples e direta. Não usa palavras complicadas ou jargões que elas não entenderiam. Ele fala de coisas que são importantes para as ovelhas, como comida, água, abrigo e segurança.

As ovelhas entendem o que o pastor diz, porque ele fala a sua língua. As palavras do pastor têm "cheiro de ovelhas".

A Igreja também é um pastor. Ela tem a missão de cuidar do rebanho de Deus, que são as pessoas. Para que a Igreja seja eficaz em sua missão, ela precisa falar a língua das pessoas.

Isso não significa que a Igreja tenha que renunciar à sua doutrina ou ao seu conteúdo teológico. Significa, sim, que ela precisa traduzir esses conceitos para uma linguagem que as pessoas possam entender.

As palavras da Igreja precisam ter "cheiro de ovelhas". Elas precisam ser simples, diretas e honestas. Elas precisam falar de coisas que são importantes para as pessoas, como amor, justiça, paz e esperança.

Quando a Igreja fala a língua das pessoas, ela consegue comunicar sua mensagem de forma mais eficaz. Ela consegue alcançar mais pessoas e tocar seus corações.

 Uma das razões da eficácia comunicativa do Padre Valdo é a sua autenticidade, como ficou claro nas suas palavras ao encerrar a festa de Nossa Senhora das Vitórias. Como a Igreja tem dificuldade em passar as suas mensagens, tem de rever a sua forma de comunicar. Tem de se atualizar tecnicamente, claro - mas, sobretudo, tem de partilhar a linguagem de quem a ouve. As suas palavras precisam do “cheiro das ovelhas” de que fala Francisco.

 

 


domingo, 20 de agosto de 2023

ARTIGO - Como um polo têxtil pode impulsionar o desenvolvimento de Vitória da Conquista. (Padre Carlos)



O exemplo de Santa Brígida: lições para Vitória da Conquista

 


A instalação recente de um grande polo têxtil no município de Santa Brígida vem trazendo profundas transformações positivas para a economia e sociedade locais. Essa experiência exitosa pode servir de modelo para Vitória da Conquista, que busca atrair investimentos industriais para alavancar seu desenvolvimento.

Em Santa Brígida, a chegada de uma fábrica têxtil bilionária criou milhares de empregos diretos e indiretos, incrementou a arrecadação, aqueceu o comércio e os serviços, além de abrir novas perspectivas de crescimento regional.

Caso receba um investimento semelhante, Vitória da Conquista pode colher frutos análogos. A geração de postos de trabalho em grande número traria impactos muito favoráveis, como a retenção de mão de obra local, a redução do êxodo de jovens para outras cidades e o aquecimento do mercado imobiliário.

Além disso, uma maior arrecadação de impostos permitiria à prefeitura realizar melhorias na infraestrutura e equipamentos públicos de Vitória da Conquista. Haveria mais recursos para saúde, educação, transporte, segurança e políticas sociais.

O comércio conquistense, por sua vez, se beneficiaria enormemente do aumento do número de habitantes e da renda gerada pelos salários dos novos trabalhadores. Lojas, restaurantes, serviços de toda ordem seriam impulsionados, dinamizando a economia da cidade.

Restaria ao poder público municipal criar um ambiente favorável aos negócios, facilitando a instalação do polo têxtil. Além disso, teria o desafio de planejar o crescimento de forma integrada, invertendo também em capacitação, infraestrutura, sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida.

Assim como em Santa Brígida, a indústria têxtil pode se tornar uma alavanca transformadora para o desenvolvimento de Vitória da Conquista. Cabe à sociedade local apoiar iniciativas nessa direção, seguindo o exemplo de sucesso de ou 

sábado, 19 de agosto de 2023

A Polarização Política em Vitória da Conquista: Maturidade Cidadã em Ação. (Padre Carlos)

 



A população conquistense



 

Vitória da Conquista, 19 de agosto de 2023 - Enquanto o Brasil se vê imerso em uma polarização política que parece não ter fim, um cenário peculiar emerge nas eleições municipais de Vitória da Conquista, na Bahia. A cidade, que outrora foi palco de intensos embates políticos durante a ditadura militar em prol da democracia, agora se destaca por uma polarização política que transcende o mero confronto entre esquerda e direita. Aqui, a polarização representa o amadurecimento do eleitorado local, que compreende os riscos da unanimidade e os benefícios de contar com dois grupos fortes na disputa pelo poder.

Ao longo de duas décadas, o Partido dos Trabalhadores (PT) exerceu seu domínio sobre Vitória da Conquista. No entanto, a renovação de lideranças nesse período foi escassa, e muitos quadros importantes abandonaram a política ou buscaram refúgio em outros partidos de esquerda e centro-esquerda. Esse fenômeno enfraqueceu significativamente o PT na região, deixando-o reduzido a dois grupos internos e alguns quadros independentes.

A população conquistense, atenta a esse cenário, enxerga com otimismo a emergência de uma polarização de forças entre a situação e a oposição. Os eleitores agora exigem que os candidatos "mostrem serviço" para não perderem votos. A atual prefeita, consciente dessa realidade, buscou empréstimos para acelerar obras que precisam ser concluídas e criar uma estrutura para as subprefeituras atenderem a área rural. Além disso, ela está empenhado em atrair investimentos da iniciativa privada, como o projeto de construção do polo têxtil na região.

Por outro lado, o governador, que apoia dois candidatos da oposição, prometeu vários investimentos para a cidade. Essa competição pelo apoio político só tende a beneficiar a população, que agora está no centro das atenções dos dois principais grupos políticos. Os eleitores de Vitória da Conquista demonstraram maturidade ao entender que a existência de duas forças políticas concorrendo obrigando diretamente os candidatos a entregar mais em prol da cidade, sob o risco de perderem apoio é vantajoso para o município.

Essa postura não nega a tradicional paixão política do povo conquistense, que remonta aos tempos da ditadura militar, quando a cidade se tornou uma trincheira da democracia. No entanto, ela reflete a sabedoria popular de extrair o melhor dos políticos por meio do equilíbrio de forças. Em um momento em que o Brasil parece dividido em extremos, Vitória da Conquista destaca-se como um exemplo de como a polarização não precisa ser reduzida a uma luta simples entre esquerda e direita, mas pode ser uma oportunidade para fortalecer o poder local.

Cada cidade tem suas particularidades, e em Vitória da Conquista, a polarização política é simbólica de poder local compartilhado. Isso, para o eleitor conquistense, representa a certeza de que sua voz será ouvida e de que seus interesses serão atendidos. É uma lição valiosa em um momento em que o país busca desesperadamente um caminho para superar as divisões e trabalhar em prol do bem comum. Vitória da Conquista nos mostra que a polarização pode ser, de fato, uma força construtiva quando bem gerida e direcionada para o progresso da comunidade.


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...