O preço da democracia.
Concluído o processo eleitoral,
interno no Partido dos Trabalhadores restaram duas realidades: de um lado, a
vitória com sua glória e, de outro lado, não uma derrota, mais um gesto heroico
de um grupo que buscou na oxigenação do partido, demostrar que a realidade não
é cinza, mas, colorida e o partido vai além do preto e do branco para
democracia interna. Só perde uma eleição quem não tem coragem de se apresentar como
um soldado do partido e Noeci Salgado demostrou toda coragem do mundo para
disputar esta eleição, mesmo sabendo que a correlações de forças eram
desfavoráveis para ele e seu grupo. É
sempre assim, após os embates, não importa a natureza deles. No entanto, o ser
humano há que entender que isto é parte da vida e que deve aceitar
pacificamente o resultado, qualquer que seja ele. A vida é luta constante, com
altos e baixos, com avanços e recuos, com alegria e tristeza.
O processo democrático do partido
não pode ser interrompido, temos o dever de avançar e propor toda e qualquer
forma que proporcione cada vez mais a democracia interna.
Voltando
a questão do PED, queremos parabenizar a chapa “Renovar
o PT. Resgatar nossos sonhos!”, formada por Isaac Bonfim e apoiada pelos deputados Zé
Raimundo e Waldenor Pereira, tinha como foco a renovação do partido e
aprofundamento do diálogo com a juventude. Esperamos que a nova direção possa
garantir a unidade e integrar todas as correntes, seus militante e lideranças
no projeto político do partido.
O
que dá alegria é a realização dos desejos, o que produz a tristeza é a sua não
realização. Militamos num partido democrático, onde o que prevalece é a decisão
da maioria. Diante disto, a minoria vai ajudar ao conjunto colocar em prática
este projeto. Alegria para a maioria, responsabilidade e mãos estendidas para a
minoria. Mas, isto não significa o fim. A vida permanece, a luta continua, os
desejos se multiplicam, as mudanças acontecem, as tristezas se mudam em
alegrias e as alegrias em tristezas.
Se levarmos em conta que nossa
sociedade não tem uma cultura democrática, e que desde a proclamação da
República, poucos foram os períodos de real democracia na vida republicana
brasileira, não estranharia que o período mais longo é o atual, no qual a
Constituição Cidadã completou agora 30 anos de vigência. Porém, este período já
havia começado a ser ameaçado, com a figura de uma democracia corroída pelo
poder econômico e os meios de comunicação.
Padre Carlos