Personalidade do Ano de 2020
Antes
de descobrimos o conluio que existia na república de Curitiba, achávamos que
era justo as Pessoas do Ano serem escolhidas entre juízes e policiais que tem
como função corrigir nossos erros do passado. Se parássemos na época para
avaliar as nossas escolhas, teríamos diagnosticado a neurose coletiva que se
abateu sobre o nosso país, só assim, poderíamos justificar as escolhas no lugar
de pessoas que constroem nossas riquezas, políticos, empresários, intelectuais.
Descobrimos
que aquele fato era inédito e um partido que não era os seus aprendeu a jogar
muito bem dominando melhor que seus representantes as regras dos seus jogos.
Este
partido não só aprendeu as regras do jogo, como também descobriu ainda que além
desta “corrupção no comportamento dos políticos” há uma “corrupção nas
prioridades da política” quando mesmo sem roubo de dinheiro para bolsos
privados, há desvio de dinheiro de obras do interesse da população e da nação
para obras de interesse de minorias privilegiadas e passou a inverter estas
prioridades.
O
Estado e o Governo passaram a entender, que um prédio estatal de luxo ao lado
de favelas sem água e esgoto é corrupção, mesmo que não haja superfaturamento,
nem propina é considerado um crime contra os mais pobres deste país.
Descobrimos
que a crise econômica que vinha sendo anunciada por muitos analistas era fruto
de um grande esquema “estava bem, mas não ia bem”, porque o sintoma da crise
não chegava às camadas mais baixa que eram os mantenedores deste projeto e
precisava tornar visíveis, assim os observadores das elites partiram para criar
uma conjuntura desfavorável.
Depois
de apear Dilma do poder, como Lacerda tentou fazer com Vargas em 1954, temos a
noção do que aconteceu. Agora, além de não termos um projeto de
desenvolvimento, temos recordes negativos de desemprego, desvalorização
cambial, recessão, déficits nas contas públicas, mas descobrimos que nossa
crise dá sinais não de uma decadência estrutural, mas, por falta de um projeto
que possa tirar o nosso país da crise que as elites colocaram com o golpe
parlamentar.
Esperemos
que no ano que vem, possa ser um ano de início de construção, e os brasileiros
do ano sejam cientistas, empresários, políticos, artistas, atletas, filósofos
fazendo o certo e o novo. Para isso, é preciso que, daqui para frente, os
brasileiros de cada ano sejam os eleitores que escolhem os construtores do
futuro.
Padre Carlos
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