Aparelhar o Estado
Na história da Branca de Neve, se bem me lembro, a Rainha Má,
ou Madrasta, perguntava ao espelho se havia no mundo alguém mais bonito do que
a própria. Neste caso, a pergunta é obviamente bem diferente, e não é uma
história de ficção, é a realidade, e não preciso de perguntar a nenhum espelho,
nem a nenhum polígrafo. Tenho a certeza de que não há quem discorde de
mim quanto o aparelhamento do Estado brasileiro nestes últimos meses.
A
máquina pública que o Partido dos Trabalhadores foi acusado de ter aparelhado
foi à mesma que apeou Dilma do poder, A estrutura burguesa que se escondeu
sobre o manto do Estado brasileiro tentou por anos, derrubar este governo que
se elegeu de forma democrática, até conseguir fazê-lo em 2016. Um movimento
político que, três anos depois, culminou com a subida ao poder de Jair
Bolsonaro. O atual Presidente dizia durante a campanha, que o PT tinha “aparelhado
o governo”, agora que a mascara vai caindo, podemos constatar como a direita
controlava o Estado e como este projeto de governo estava atrelado ao
aparelhamento que a burguesia impôs as instituições e ao conjunto do Estado brasileiro.
Só diante de todas estas evencias este governo vai dando mostras, porém, de que
é ele quem vai realizar um dos maiores aparelhamentos do Estado já vistos na
história do Brasil.
O que,
mas chama a atenção que, nos comentários e entrevistas, este governo assume de
forma escancarada o aparelhamento do Estado, para colocá-lo a serviço de um
projeto de poder nada democrático e republicano. Considera-se a
importância com as estruturas de mando da Polícia Federal e do Ministério
Público Federal, assim como as vagas que terão direito no Supremo Tribunal.
E
assim, de sequestro em sequestro, as nossas riquezas e à democracia, em apenas nove
meses de Governo, vão sendo lapidado. Vai ficando claro cada vez mais, que o
Brasil parece, mesmo, ter adentrado um “Estado Novo”. Uma era em que o público
e o privado se confundem com a família Bolsonaro, num movimento em que a
máquina pública vai, aos poucos, perdendo todos os seus resquícios democráticos
para ganhar a cara de uma elite política cujo único objetivo é entregar as
riquezas do país ao capital estrangeiro enquanto arrocha ainda mais a classe
trabalhadora.
Padre Carlos
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