quarta-feira, 16 de outubro de 2019

ARTIGO - Vitória da Conquista e os 60 milhões (Padre Carlos)




Vitória da Conquista e os 60 milhões



Vitória da Conquista poderá contrair empréstimos no valor de R$ 60 milhões podendo chegar aos R$ 100 milhões,de recursos junto ao Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal. Os projetos de lei que autorizam a operação já foram encaminhados para apreciação da Câmara Municipal de Vereadores.
O Município de Vitória da Conquista, precisa ter cuidado para não comprometer a sua capacidade de endividamento e assim, ficar impedido de contrair operações financeiras externas. Por qualquer parâmetro que o executivo venha usar para persuadir os nossos vereadores, não poderá negar que a situação financeira geral do município é grave. Ainda que exista uma variação considerável nas finanças da prefeitura, o cenário global é de receitas em queda por causa da redução da atividade econômica e de orçamentos fortemente comprometidos com folhas de pessoal e pagamentos de encargos financeiros, entre eles, a dívida com os agentes financeiros. Queremos dizer com isto, que transcender o poder de endividamento é ruim para qualquer município, porque impede a captação de recursos externos, e hoje todos os entes da federação vivem de captação de recursos externos, porque o gasto com pessoal e com o dia a dia da máquina consome quase toda a arrecadação dos Municípios. Afinal não são estes os argumentos para não dá aumento ao funcionalismo público?
Aprovar um empréstimo sem que tenha certeza de uma avaliação por profissionais competentes e isento do poder executivo, não seria prudente. Não podemos fechar os olhos nem ser omissos para a conjuntura que se forma, sabemos que a crise econômica que passa o país, não permite no momento tais investimentos. Não podemos ter medo, de falar estas coisas para a população, a vida é feita de coragem e os mandatos devem ser feitos deste mesmo barro. O medo de não se reeleger, pode inviabilizar o próximo governo, não permitindo que o município busque recurso para investimentos, uma vez que as receitas do Poder Executivo estarão comprometidas com a folha de pagamento dos servidores e com as demais despesas da administração.
 Qual é a fórmula, então? Buscar recursos para investimentos e endividar o município não é a única formula, pode ser até a mais fácil, mas não a única.  Não podemos a cada ano fazer ajustes fiscais para aumentar a arrecadação própria do Município. Não podemos agir como se a conjuntura fosse outra, por exemplo, até o fim 2016 o volume de recursos referente ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) proporcionava estes tipos de empréstimos. Hoje, a realidade é inversa.
Temos que nos preocupar com outras prioridades, entre elas, em conseguir equilibrar receitas e despesas, só assim, Vitória da Conquista poderá conceder reajuste salarial linear a todas as categorias de servidores. 

Padre Carlos


segunda-feira, 14 de outubro de 2019

ARTIGO - A tarefa histórica de construir a unidade (Padre Carlos)





A tarefa histórica de construir a unidade


            Política é a ciência de governar e também uma arte de negociação para compatibilizar interesses. Por isto, vemos a defesa de candidatura própria uma postulação natural e legítima do PT, o maior partido da esquerda brasileira e no nosso município. Estamos tratando aqui do partido que liderou a rica experiência de governar Vitória da Conquista por 20 anos consecutivos invertendo prioridades e modernizando a cidade por meio do processo de democracia participativa.
Vitória da Conquista aprendeu, com os governos populares, que é possível se conectar com o futuro; aprendeu que existe vida melhor e digna quando se governa para o povo. É com esta credencial de partido que liderou momentos marcantes na trajetória da esquerda conquistense que o PT atualiza sua perspectiva histórica e não pode se furtar de buscar a unidade entre o campo da esquerda e tentar recompor a Frente Conquista Popular.
Essa ação tem que traduz uma prioridade estratégica em construir a unidade progressista e de esquerda para derrotar o bloco formado pelo MDB, PTB, PSL, DEM, PSDB e demais siglas conservadoras e reacionárias que sustentam o bolsonarismo e suas políticas nefastas nos níveis federal e municipal de governo.
O PT para manter sua responsabilidade com o povo de Vitória da Conquista tem que buscar nas sus fileiras um candidato que possa agregar os aliados e saber negociar com as forças das esquerdas para neutralizar a direita em nosso município. Não podemos criar uma ilusão para as nossas militância e vender uma narrativa que as aboboras se ajeitam com os freios no segundo turno. Ninguém vai apoiar candidaturas a toque de caixa. Toda campanha deixa marcas e ferida que não cicatrizam facilmente. Um acordo político só é bom, quando contempla a todos. Será que estamos fazendo política desta forma?
O capital político e eleitoral do PT, evidenciado na sua numerosa e combativa militância, no enraizamento social lhe credencia a liderar esta frente e como partido hegemônico do projeto, criar condições favoráveis para dialogar e saber reconquistar seus antigos aliados. O povo de Vitória da Conquista não está condenado a padecer das políticas excludentes e destrutivas do bolsonarismo, e dos seus aliados na nossa cidade. Estas forças conservadoras que se faz representar no governo de Herzem Gusmão, será varrida de Vitória da Conquista.
 Da mesma forma que em nível nacional,  a esquerda tem a responsabilidade superior e urgente de deter a barbárie que extermina pobres, dilapida o patrimônio público, destrói o Estado e extingue direitos sociais, tem em nosso município a responsabilidade de buscar recompor a frente de esquerda. Estes partidos em nossa cidade têm que está à altura dessa desafiadora tarefa histórica de construir a unidade com base na dedicação da melhor energia política, partidária e social que os partidos de esquerda e progressistas e os movimentos sociais podem aportar para a vitória de toda a Frente.

Padre Carlos


ARTIGO - Soneto do amor total (Padre Carlos)





SONETO DO AMOR TOTAL



Faz algum tempo que minha esposa vem cobrando para que eu faça uma arrumação na minha biblioteca e foi justamente quando passei a folear antigas anotações que tive acesso a estes apontamentos antigos sobre o amor.
 Hoje, faremos uma abordagem filosófica sobre o amor e como podemos neste contexto pós-moderno, definir este sentimento na nossa contemporaneidade. Ao longo da história das civilizações, foram constatados três tipos de amor, definidos pelos gregos: «eros», «philia», e «ágape» ou «caritas». «Eros» é o amor romântico, mas também o que está ligado à falta, ou seja, ao sofrimento; «philia» é o desejo de partilhar a companhia do outro, de querer o seu bem (para Spinoza, não há necessidade de se unir ao ser amado, o amor está associado à alegria da existência do outro); e «ágape» ou «caritas» é o amor que está relacionado com o bem do outro, muito próximo do humanismo cristão.
Na verdade, o que gostaríamos de dizer aqui é que não importa o tipo de amor, o importante, na vida, é que este sentimento esteja presente e seja qual for a sua forma, o fundamental é que haja amor para sermos felizes. Sem amor perdemos a experiência de nos vermos na projeção do outro, na vivência com o outro. Diz «O soneto do amor», um poema de Vinício de Morais, que cito na sua totalidade: «Amo-te tanto, meu amor... não cante / O humano coração com mais verdade... 
Amo-te como amigo e como amante / Numa sempre diversa realidade 
Amo-te afim, de um calmo amor prestante, / E te amo além, presente na saudade. 
Amo-te, enfim, com grande liberdade / Dentro da eternidade e a cada instante.  

Amo-te como um bicho, simplesmente, / De um amor sem mistério e sem virtude 
Com um desejo maciço e permanente. / E de te amar assim muito e amiúde, 
É que um dia em teu corpo de repente / Hei de morrer de amar mais
do que pude. ».
Mas, o que venha ser realmente o amor? O amor é, um sentimento, uma emoção que nos acelera, tal como nos abranda, que nos traz alegria e, também, naturalmente, sofrimento, e que se move ao longo do tempo, «Um mês ou um século mais tarde». Que o diga quem tem a felicidade de viver o amor toda a vida, os que celebram bodas de prata, de ouro ou de diamante, e os que encontram diferentes tipos de amor ao longo da vida.
 O amor é um dos temas centrais de diversas áreas do conhecimento, como a psicologia e a filosofia. E os filósofos têm dado uma contribuição importante para definir a palavra «amor».
Segundo Sófocles: «Uma palavra liberta-nos de todo o peso e da dor da vida. Essa palavra é o amor», Quando passei a atender confissões foi que compreendi que somente aquele que conhece o verdadeiro ódio pode conhecer o verdadeiro amor,
quando você liberta o ódio através do perdão em seu coração, o outro sempre estará lá,
e ai começa a desfazer os nós na nossa alma...
só o amor tem a capacidade de libertar. Já para Aristóteles, «O amor é formado por uma única alma habitando dois corpos», porque, quando amamos, passamos a ser como um só. Nas palavras de Platão, «Ao toque do amor todas as pessoas se tornam poetas». É o amor que suscita o que há de melhor em nós. Quem ama, vê o mundo mais belo. Por seu lado, disse Voltaire que «O amor é uma lona fornecida pela natureza e bordada pela imaginação», o que significa que o amor é uma dádiva, cuja manutenção depende de nós. Para Erich Fromm, «O amor é a única resposta sã e satisfatória ao problema da existência humana». Nascemos com o desejo de amar e de sermos amados. O amor dá sentido e propósito às nossas vidas.
O filosofo e o poeta se entrelaçam nas formas de amor. “Quando a gente ama é claro que a gente cuida” e ao ter este cuidado, cria uma responsabilidade “De tudo ao meu amor serei atento. Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto que mesmo em face do maior encanto dele se encante mais meu pensamento”.

Padre Carlos

domingo, 13 de outubro de 2019

ARTIGO - Há uma longa estrada para 2020 (Padre Carlos)






Há uma longa estrada para 2020




A um ano da eleição que vai definir os rumos do nosso município pelos próximos quatro anos – com a escolha do próximo prefeito e vereadores –, é natural que haja um clima de ansiedade e até preocupação em relação ao futuro.
De todo modo, a esta altura do período pré-eleitoral, é preciso ter calma para não se deixar levar por resultados de pesquisas ou atitudes voluntaristas que em nada contribuem para o bom andamento do processo democrático.
Tenho reiterado que o nosso principal compromisso é trabalhar pela construção da unidade das esquerda, sobretudo em uma conjuntura polarizada entre as forças democráticas e as forças conservadoras.
De um lado, a Frente Conquista Popular, que representa todos os avanços que esta cidade alcançou nestes últimos vintes anos; de outro, um governo populista autoritário e reacionário, personificado por um radialista que achava que poderia governar a terceira maior cidade da Bahia com um microfone nas mãos.
Em uma quadra tão tumultuada da vida municipal e nacional e diante da possibilidade concreta de que se configure tal disjuntiva, é importante ter a consciência de que lançar candidaturas à Prefeito sem que haja maior preocupação a respeito de sua viabilidade eleitoral ou do acolhimento que teriam junto às outras forças políticas e à sociedade é, sim, um equívoco.
     Até porque, depois de apresentado um candidato com essas condicionantes em uma disputa municipal, retirá-lo posteriormente do páreo nunca é uma tarefa simples. Isso pode gerar graves consequências e, via de regra, deixa um profundo impacto até no relacionamento entre os militantes dos próprios partidos. É preciso ter cuidado e evitar atropelos. Nesse sentido, é evidente que as pesquisas de intenção de voto divulgadas a um ano das eleições pouco ou nada dizem de significativo a não ser a polarização da sociedade. Tais sondagens revelam pura e simplesmente a fotografia de um momento ainda incipiente do cenário político e eleitoral, que muito provavelmente terá uma visão da conjuntura nacional e desta forma, apresentará nas pesquisas. Esses levantamentos, hoje, trazem apenas o chamado “recall” de eleições anteriores e representam muito mais o nível de conhecimento dos candidatos.
Já se sabe ao certo qual é o mote que presidirá a próxima eleição – não será a busca pelo “novo” ou a reafirmação das estruturas partidárias mais tradicionais – e, nesse aspecto, é evidente que as pesquisas tem apontado uma polarização e desta forma, elas se tornam um bom indicativo a orientar os agentes políticos e a sociedade. Mas este é um dado pontual, isolado, que não reúne todos os elementos necessários para que corresponda fidedignamente ao quadro global mais abrangente.
Se observarmos com atenção o que ocorreu na última eleição em nossos municipais, será possível encontrar inúmeros exemplos de pesquisas que não decifraram com precisão o cenário que se desenhava. O fato de alguns candidatos aparecerem nos primeiros lugares na mais recente pesquisa, para o prefeito de Vitória da Conquista, apenas corrobora que cenário algum para 2020 está definido neste momento.
Em meio a tantas indefinições, é forçoso reconhecer que 2020 está próximo e, ao mesmo tempo, muito longe. Há inúmeras variáveis em jogo que ainda não se manifestaram. As obras os asfaltos tanto criticados pelo atual prefeito e a disposição da oposição avaliar sem medo a capacidade de endividamento do município para não dá um tiro no próprio pé. A máquina pública segue firme no seu processo de retomada das obras na véspera da eleição, o que indica que o governo exercerá certo protagonismo no pleito, ao contrário do que alguns previam.
Independentemente do que venha a acontecer, o mais importante é unirmos todas as forças democráticas em torno de uma candidatura competitiva, representativa de um projeto para nossa cidade e de um programa de governo, e que também impeça uma disjuntiva entre o campo democrático, que tanto bem faz a Vitória da Conquista. E para isto, temos que ter responsabilidade nas escolhas da chapa majoritária. Não podemos cometer erros primário como fizemos na eleição passa, o vice tem que ter densidade eleitoral e representar uma força política que traduza verdadeiramente em votos.
Não podemos negar que os políticos são ansiosos por natureza. Pois, agora, todos nós devemos ter tranquilidade e trabalhar pensando mais em Vitória da Conquista do que em nossos próprios interesses. Sábio, o povo fará suas escolhas no momento oportuno. Essa hora ainda não chegou.
Há uma longa estrada para 2020. Tanto melhor se caminharmos nela com calma, prudência e responsabilidade. 


Padre Carlos


sexta-feira, 11 de outubro de 2019

ARTIGO - Nossa Santa Dulce dos Pobres (Padre Carlos)





Nossa Santa Dulce dos Pobres


          Quando Celebramos a simplicidade e passamos a viver com o que realmente importa, os amigos e a sociedade passam olhar para a gente de outra forma. Viver a simplicidade como voluntário para assumir nossa pobreza, tem um significa profundo e existencial, uma verdadeira opção. Hoje, vou apresentar para você um pouco da menina Rita, sua vida, seus sonhos, seus medos e acima de tudo, sua   simplicidade. Nossa menina se tornou um exemplo de amor aos pobres e a sua importância, está no exemplo que deixou cuja face misericórdia de Deus encontra-se na sua obra.  Como esse jeito de ser e viver nossa menina foi revelando esta face do Deus Mãe.
      
    Rita era pequenina de olhos negros e firmes, assustados, aparentava fraqueza mas se mantinha sempre corajosa, agora confirmado pelo Vaticano, que neste domingo 13 de outubro se prepara  para a canonização da Santa brasileira.

          Estou falando de Irmã Dulce da Bahia, agora Santa Dulce dos Pobres, como chamou o Papa Francisco. Mas, para quem conheceu aquela vocação, era apenas Rita, Nome de batismo, depois Dulce ao receber as ordens no Convento, homenageou a santa com o nome.

          Hoje na minha oração pela manhã, meditava sobre a canonização da Santa Dulce dos Pobres que conheci na década de sessenta em Salvador. Para quem teve a honra de ter sido contemporâneo da Irmã Dulce, não foi surpresa, sobretudo porque vivenciou a sua bondade e santidade no amor aos pobres. Nosso Deus é misericordioso e nos manda através da Santa um recado neste momento de intenso materialismo, num culto exagerado ao corpo e onde a presença da Divina Providência é cada vez esquecida! Ou terá apenas acontecido devido à presença de um papa latino americano no Vaticano ou a ação  de outro Santo que ainda não canonizamos?


          Quem conheceu esta santa andando pelas ladeiras da antiga Salvador da metade do século passado, sabe que seus votos transcenderam  à pobreza e, mais que pobreza, foram votos dedicados  aos miseráveis, com uma determinação que preocupava  suas irmãs de ordem devido sua saúde frágil. Mesmo assim não conhecia força capaz de afastá-la dos objetivos cristãos.
          Tive oportunidade de conhecer algumas freiras da sua congregação em Taizé e foi através destas irmãzinhas que fiquei sabendo que a Santa começou sua missão invadindo um galinheiro para ajudar idosos famintos. Fez canjas e, naquela noite, os miseráveis de Deus tiveram, enfim, o alimento que lhes faltava todos os dias. Foi repreendida pelas autoridades, mas voltou a agir em outras ocasiões, sempre considerada a mãe daqueles pobres que dormiam nas calçadas, sem ter sequer um lençol.

          Num dos seus milagres mais recente, conta-se que um rapaz perdeu a visão durante um tratamento e passou 14 anos cegos. Há pouco tempo deitou-se para dormir e pediu antes a cura a santa Dulce. Acordou curado.

   
       Embora contrariadas, as autoridades atendiam aos seus chamados de solidariedade, de amor, nas campanhas por agasalhos, remédios, comidas. Não era incomum, ainda, invadir casas e prédios antigos para instalar enfermarias e hospitais improvisados, onde recebia seus pobres.
            Intercedei por nós Santa Dulce dos Pobres, para que na nossa pobreza possamos olhar e acolher o pobre como nosso irmão.

Padre Carlos


ARTIGO - Sínodo da Amazônia (Padre Carlos)




Sínodo da Amazônia
Francisco pede aos conservadores que se abram à mudança.


Quando nos debruçamos numa leitura mais aprofundada dos temas que estão sendo tratados no Sínodo da Amazônia é que percebermos o modo concreto como se deve ver a realidade em atitude de autêntica escuta do clamor da terra e dos pobres a fim de se propor desafios e esperanças para a Igreja profética na Amazônia. Uma escuta que implica reconhecer a Amazónia como “novo sujeito”, que deve escutar os povos indígenas e o grito dos povos indígenas em favor da “Mãe Terra”, que “tem sangue e está sangrando”, vítima de multinacionais e visões políticas que “cortaram as veias” da região amazónica. 
Desta forma, na abertura do Sínodo da Amazónia, Francisco pede aos conservadores que se abram à mudança. “Se tudo continuar como antes, se passarmos nossos dias dizendo ‘é assim que as coisas sempre foram feitas’, o presente desaparece, sufocado pelas cinzas do medo e da preocupação em defender o status quo”, disse o Papa.

Diante de tantos pedidos e abordagem na rua para explicar o verdadeiro sentido deste sínodo, fui obrigado a escrever mais uma vez sobre este grande e histórico evento.
Mas, o que está discutindo mesmo em Roma nestes dias? Podemos dizer, que este sínodo tem o mesmo peso e importância que qualquer assembleia sinodal. Nosso objetivo como povo de Deus, é a busca de caminhos para a renovação da Igreja na sua missão evangelizadora, para que seja fiel a Jesus Cristo. É bom recordar que o sínodo é um dinamismo permanente na Igreja universal e local. Nesse processo contínuo acontecem assembleias que têm longos tempos de preparação, realização e concretização. Concretamente, esta assembleia sinodal que acontece em Roma sobre a Amazónia é um sínodo da Igreja universal, tem uma dimensão global, como tem afirmado o Papa Francisco. O próprio título do documento de trabalho afirma o que está em questão: na Amazónia e a partir da Amazónia, os membros da assembleia presidida pelo Papa vão procurar encontrar novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Por isso, não podemos isolar nenhum ponto do riquíssimo documento de trabalho. Como por exemplo: Ordenação de homens casados na Amazónia: “Temos que extrapolar essa possível orientação para toda a Igreja”.
Basta um relance pelo documento para percebermos o modo muito concreto como se deve ver a realidade em atitude de autêntica escuta do clamor da terra e dos pobres a fim de se propor desafios e esperanças para a Igreja profética na Amazónia.



Padre Carlos

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

ARTIGO - A política tem sons é preciso ouvir (Padre Carlos)



A política tem sons é preciso ouvir


               Paga um alto preço aqueles que desejam aplicar ou comparar os acontecimentos que levaram a atual conjuntura em nosso país a movimentos e fenômenos que se alastraram nas últimas décadas. Assim, comparar estes acontecimentos atuais brasileiros com os assemelhados distantes e distintos – Primavera de Praga, Primavera Árabe ou Turca, Mãos Limpas — é, além de pueril, desastroso. O que aconteceu no Brasil, foi um golpe devidamente planejado e suas consequências ainda não chegaram ao limite.

    
           Mesmo com mais de quarenta anos de militância, acreditava que seria inconcebível algum brasileiro, ou brasileira, querer mal a seu país. Vender nossas riquezas e manter um comportamento subserviente. Não sou ingênuo e conheço bem a natureza humana, mais o que estamos presenciando, é um verdadeiro crime de lesa-pátria.  
               O município de Vitória da Conquista, teve a sorte de gestar políticos que, na maior parte das vezes, primaram pela honestidade do trato público. Por essa razão, apesar da perda de importância nos últimos anos, ainda somos um farto celeiro de estadistas.

               Fala-se, no momento atual, sobre consultas, plebiscitos, referendos, e tantas outras designações argumentum ad nauseam, propagadas pelos quatro cantos e, agora, de forma mais intensa, mediante uma caixa de ressonância maior, ofertada pela internet e pelos jovens da pós-modernidade. Isso é muito bom! Quando bem empregada, a tecnologia ajuda a democracia a ser melhor posta em prática.

               As ruas demandam, e com toda razão, soluções para os diversos problemas enfrentados no nosso município. Como diz o poeta, a política tem sons é preciso ouvir e como é preciso.
Quando o parlamento se furta da obrigação de fazer a reforma política que o país tanto precisa, o povo termina fazendo através da escolha de novos dirigentes.
               Para governar uma cidade como a nossa é necessário mais que desejo, não basta um projeto pessoal, tem que existir um projeto coletivo e contar com setores da nossa sociedade. O que denominamos de político, não diz respeito àqueles que pensam na reeleição, ou no próximo sufrágio (votação). Para mim, representam as pessoas que pensam, e planejam uma melhor/ maior/ mais justo futuro para a nossa cidade.

               Desejo lembrar e enaltecer, nessa hora difícil, que a cidade atravessa duas figuras, que governaram nosso município: Jadiel Matos e Guilherme Menezes.  Sem maiores bairrismos, lembro os nomes destes dois políticos, como um exemplo a ser lembrado de probidade.

               Triste de um povo, que necessita de salvadores da Pátria.


Padre Carlos


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...