quarta-feira, 23 de outubro de 2019

ARTIGO - Dilma não foi pragmática (Padre Carlos)



Dilma não foi pragmática



Quando se torna um político com a responsabilidade de gerir as coisas pública, se toma decisões contrárias à própria vontade, como também é levado a se omitir devido as necessidades contextuais. Para quem não sabe, isto é pragmatismo! Ele pode ser traduzido como: sustentabilidade, objetividade, realismo, praticidade e conciliação. O Brasil, não é só um país de dimensões continentais, mais também, um país heterogêneo e de uma complexidade que obriga o homem público a entender a origem deste povo. Por isto, antes se se tornar um político, todo homem público deveria saber que antes de tudo é necessária a prática da adequação, da adaptação ao indesejável, ou seja, ter a capacidade de não se deixar ser empurrado a se equilibrar em cima do muro, no fio da navalha, na corda bamba. Isto é pragmatismo.
Não basta ser um técnico competente, um super ministro com um padrinho que possa pavimentar sua caminhada ao poder, se não tiver capacidade de ser conciliador e pragmático, combinação esta que todo político deveria ter. Esta é a grande combinação para manter a governabilidade, não é desenvolvimento econômico e preservação dos recursos naturais e sim uma adequação de interesses em prol da essência do projeto de governo e dos objetivos a serem alcançados. Como a esquerda poderia governar se seus quadros nunca passaram de cento e cinquenta parlamentares e como conseguiríamos todos os avanços no campo social se não tivéssemos feito alianças com os partidos de centro?
Só assim, entenderemos o contexto, quando Eduardo Cunha decidiu abrir o processo de impeachment de Dilma Vana Rousseff, após os petistas quebrarem um acordo para livrá-lo do conselho de ética da Câmara quando era presidente da Casa. Este artigo tem a pretensão de avaliar: e se o PT tivesse votado nele naquela comissão de ética, será que Dilma teria terminado seu mandato? Além disso, tudo que vem acontecendo, não é em decorrências daqueles votos? Será que valeu apena perder o pré-sal, a nossa aposentadoria a Petrobras, provavelmente a estabilidade do emprego no setor público e tantas perdas e privatizações. Eduardo Cunha vale tudo isto? Gataria que os puritanos e analista de botequim me respondesse!
Um presidente tem que ser pragmático e Dilma não era, talvez este fosse o seu grande erro. Ainda como Ministra, foi considerada grossa, rude, intransigente no trato com os colaboradores e depois com o Congresso.  Uma mulher não precisa falar grosso, alto e cravar o olho no outro para ser entendida, não podemos justificar seu temperamento alegando tal atitude ao enfrentamento do monopólio dos homens.


A reação das elites, como se viu em 2015 e 2016, foi de ódio e irresponsabilidade devido a decepção da derrota eleitoral. Desta forma, se criou uma campanha midiática com o objetivo de tirar a esquerda de qualquer jeito do governo. Assim, vieram as ondas criadas por esta frente de centro e de direita, que levando milhões à rua em todo o território nacional, compactuavam com o setor financeiro e as elites para implantar um projeto neoliberal e acabar com as conquistas sociais. O vigor e a generalização das manifestações alteraram o comportamento dos atores políticos que sempre deram sustentação ao governo do PT, por falta de quem negociasse naquele momento e não encontrando motivos para continuar com aquele projeto, viram naqueles eventos uma oportunidade de tomar o poder. Gradativamente, o Parlamento foi se tornando mais sensível a proposta do PSDB e de Aécio Neves, que era afastar o PT para que na próxima eleição não tivesse adversário que colocasse em risco sua eleição.
          Por outro lado, se formava uma frente do Ministério Público e do Judiciário criando as condições para legitimar o golpe contra a nossa soberania. Esta frente além de contar o STF, também era incorporado pela operação Lava Jato, que tinha como objetivo, criar uma conjuntura para responsabilizar o PT por toda a corrupção e criminalizar o partido.  
Foram estes conjuntos de forças que fizeram  com que se operasse a reviravolta definitiva: as mobilizações de rua definiram o que as elites já tinham negociado, que o caminho era o impeachment da presidente reeleita e, simultaneamente, por não ser pragmática e por inabilidade política, Dilma Rousseff acabou entrando numa espiral de isolamento da qual não mais conseguiria sair.


Padre Carlos

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

ARTIGO - Como será o Lula que sairá da prisão? (Padre Carlos)





Como será o Lula que sairá da prisão?



Por sentirmos que está próximo a libertação do ex-presidente Lula, resolvemos voltar ao assunto sobre este grande personagem da política brasileira. Sabemos que o cenário é cada vez mais favorável à soltura de Lula. Não dá para prever quando ele sairá; pode ser em dias ou semanas. Mas, seja quando for, e como for, ele irá imediatamente para as ruas falar a seguidores em comício; quer sair da prisão como entrou, no braço de populares. 
Como militante político há mais de quarenta e cinco anos e professor de filosofia, posso afirmar que Lula há muito tempo deixou de ser homem e se tornou uma narrativa ou como costumamos chamar no campo filosófico, um mito. Do grego mythos (“conto”), um mito remete para um relato de feitos maravilhosos cujos protagonistas são personagens sobrenaturais extraordinários (heróis).
Diz-se que os mitos fazem parte do sistema de crença de uma cultura, que os considera como histórias verdadeiras. Têm a função de proporcionar um apoio narrativo às histórias centrais de uma comunidade.
Sendo assim, Lula se tornou um mito, não pertence mais este plano e seus feitos transcenderam fronteiras e podemos dizer que já entrou para história. Ao constatar, que esta afirmação é um consenso que vai da direita à esquerda, temos assim que ter clareza sobre o que está em jogo, em disputa, é o significado desta narrativa, o que ela representa.
 A direita brasileira trabalha tentando provar que Lula é o maior corrupto da história do Brasil. Já a esquerda, declara que este homem é a principal liderança popular que este país já teve?
Esta é a verdadeira luta que vem se travando no cenário brasileiro. A disputa está aí. Se não existisse a rede de computadores se não houvesse uma imprensa alternativa, poderíamos dizer que a batalha já estaria perdida. Sabemos que não pode haver duas narrativas para a mesma história. Ou é uma coisa ou é a outra. Cada um que escolha seu lado.
Quando o  antropólogo Claude Lévi-Strauss afirma que todo o mito deve obedecer a três atributos: tratar de uma questão existencial, ser constituído por contrários irreconciliáveis e proporcionar a reconciliação desses polos para acabar com a angústia, ele termina explicando para a gente porque  todo gesto de Lula tem dimensão simbólica, Lula pega o microfone e o país paralisa em frente à TV. Os admiradores choram. Os jornalistas a serviço da mídia hegemônica silenciam. Ninguém fica indiferente as suas palavras e a personalidade que incorpora.
Ele tem consciência do seu papel na história, diferente dos seus algozes, sabe perfeitamente que está sendo observado, conhece muito bem o tamanho que tem e explora com extrema habilidade sua capacidade de fabricar símbolos.
As horas em que Lula esteve no sindicato dos metalúrgicos, sob os olhares do mundo, foi fundamental para construção da narrativa de seu próprio martírio, ele sabia que o seu destino, já estava selado. Todos os brasileiros já sabiam que Lula seria preso e que dependeria do seu povo a sua libertação.
Penso mesmo que Lula fez mais que resistir, já que a resistência seria irresponsável. Lula pautou a própria prisão, saiu da posição de simples condenado pela Justiça para se tornar o dono da narrativa. Lula foi sujeito do próprio encarceramento, deu um nó nas forças do golpe neoliberal.
Lula sabe que já viveu muito, sabe que não lhe sobra muito tempo de vida. O que resta agora é a consolidação da biografia, o retorno às origens, seu renascimento como ícone da esquerda brasileira.

Padre Carlos

domingo, 20 de outubro de 2019

ARTIGO - 7º CONGRESSO DO PT (Padre Carlos)





7º CONGRESSO DO PT




Estamos atravessando uma das ´piores quadras da nossa história. A degeneração política e o medíocre desempenho econômico, a persistência da pobreza e da desigualdade, a desagregação social, a violência generalizada, o desencanto dos jovens com a política e a tolerância com a corrupção são as marcas do governo que se instalou no Palácio do Planalto.
            Para lutarmos contra esta onda de ultradireita que se abate sobre o nosso país e em muitos lugares do planeta, será necessário neste Congresso buscar novos rumos e utopias e ter a coragem de fazer uma busca no mais profundo da nossa existência para resgatar toda aquela vitalidade, sonhos e utopias que embalaram os nossos objetivos e as nossas certezas.
Desta forma, deveríamos aproveitar a oportunidade que o 7º CONGRESSO nos proporciona e fazer alguns questionamentos: Será que estamos conectados com o futuro, estamos renovando nossos quadros? Demos nestes quase quarenta anos, oportunidade para as novas lideranças que surgiram nos quadros do partido? Será que perdemos verdadeiramente, o vigor transformador da juventude? Tenho muitas vezes a sensação que enquanto a realidade se transformava, mantínhamos no nosso interior, as ideias do passado.
Não entendemos que devemos passar o bastão, hoje dentro do partido deveríamos priorizar as discursões entre presente e futuro, esta pauta é mais importante que entre capitalistas e trabalhadores; já que nossos objetivos estão voltados para os pobres e excluídos diante do avanço do neoliberalismo.
Temos que lutar para que o partido defenda bandeiras dos trabalhadores sem defender os corporativismos de determinados setores. Defender direitos dos servidores estatais, sem abrir mão da luta pela qualidade dos serviços públicos; ignoramos que estatal tem que ser verdadeiramente sinônimo de público e de qualidade, se não for assim, é melhor que fique com a iniciativa privada.
O partido tem que governar buscando coesão social e rumo histórico. Nossa proposta de um mundo melhor para as futuras gerações, não pode penalizar esta geração; temos que criar consumidores e cidadãos. Entendemos que a justiça social vem da aplicação correta e responsável dos resultados de economia eficiente; priorizando todos, principalmente os mais excluídos da sociedade.
Nossos teóricos não podem ficar acomodados em ideias simplistas, temos que reinventar a roda e fazer a economia voltar a crescer e ser justo com quem gera a riqueza deste país. Projetos de governo que colocamos todas as nossas esperanças não podem ser trocados por slogans nem os intelectuais do partido podem ser trocados por marqueteiros.
A nossa narrativa tem que ser o resultado de todo um trabalho e luta das gerações que nos antecederam e acreditaram que a gente daria seguimento as suas lutas e esperanças. Somos herdeiros de uma ética que defende a vida e programas que inclui os famintos, não trocamos princípios por poder.

Padre Carlos

sábado, 19 de outubro de 2019

ARTIGO - Ele tem que ganhar o PT primeiro (Padre Carlos)





Ele tem que ganhar o PT primeiro


São chamados de subentendidos os atos de comunicação que não são diretos, mas nos quais uma ou ambas partes assumem que existe suficiente clareza e não precisam de mais explicações. Assim marchamos para o PED com estas certezas embora a maioria dos filiados e da comunidade leiga, não entendesse que o candidato a prefeito pelo partido sairia da resposta das urnas do Processo de Eleição Direta.
Apesar do suspense que é comum na política, sabemos que o candidato sairá das fileiras da  corrente interna chamada Reencantar, este agrupamento a nível estadual conta com nomes como o da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, o ex-governador Jaques Wagner, o ex-prefeito de Itabuna, Geraldo Simões, o deputado federal Waldenor Pereira e os estaduais Joseildo Ramos, Gika Lopes e Zé Raimundo. E devido algumas pesquisas, a probabilidade de ser o Prof. José Raimundo é grande.
 O pré-candidato do partido tem um papel preponderante neste período que antecede a campanha, será importante que seja acima de tudo um quadro que possa agregar os filiados as correntes e mandatos e o que é mais importante, repactuar o partido. Primeiro, ele tem que ganhar o PT com sua postura e certeza que não será o prefeito da corrente que representa mais de toda a sigla, de todos os militantes, só assim terá capacidade e capital político para negociar com os aliados e tentar recompor a Frente Conquista Popular. Desta forma, este é o verdadeiro quadro que estamos vivenciando.
A construção da chapa majoritária é de responsabilidade do Partido da executiva e de um conselho político, a democracia interna é importante para unirmos todas as forças democráticas em torno de uma candidatura competitiva, representativa de um projeto para nossa cidade e de um programa de governo, e que também impeça um racha entre o campo democrático, que ajudou a construir este projeto político que governou muito bem Vitória da Conquista. E para isto, temos que ter responsabilidade nas escolhas da chapa majoritária. Não podemos cometer erros primário como fizemos na eleição passa, o vice tem que ter densidade eleitoral e representar uma força política que traduza verdadeiramente em votos.
Não quero um caça às bruxas responsabilizando a escolha equivocadas na eleição passada, porque teria que responsabilizar todo o conselho político que sabendo do equivoco se calaram e assim foram responsáveis também.  O vice é a pessoa mais próxima do poder. Mas ele não precisa chegar ao lugar do titular para fazer alguma diferença. Um bom companheiro de chapa pode colaborar e muito na gestão pública, dialogando com a sociedade e somando forças com o titular. Portanto, é muito importante entender os principais fatores envolvidos na escolha de um vice. Temos que escolher nas fileiras dos partidos da coligação um quadro que possa ajudar a articular essa coalizão, por isto o vice tem de ser de um partido diferente do titular. Nesse caso, ele pode ter mais facilidade para convencer seus correligionários e mantê-los dentro da base de apoio do governante. Diante disto, precisamos de um vice que represente um fortalecimento político e eleitoral.
Não podemos negar, que vamos para a disputa de uma eleição cheia de desafios e este fato não ajuda em nada se estivermos divididos. Está em disputa que futuro queremos para a nossa cidade e desde já colocamos que queremos uma administração que governe para todos, mas, que possa dar prioridade os mais carentes.

Padre Carlos

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

ARTIGO - As flores do Ipê (Padre Carlos)





As flores do Ipê


Nestes dias, foi visitar um amigo que estava internado em um Hospital da nossa cidade. Antes de entrar, procurei uma sombra debaixo de uma arvore e comecei a rezar pela saúde deste companheiro. Só depois de alguns instantes, percebi que estava diante de um milagre da natureza, aquela arvore era um Ipê e ele estava totalmente florido, anunciando o amor de Deus através daquela planta. Aquele era mais um milagre que fugia aos nossos olhos.
Estas árvores que tem o papel de apresentar a chegada da primavera sem dúvida alguma fazia parte daquela oração e o cenário era de um verdadeiro altar que se integrava a misericórdia de Deus.  Ao contrariar a natureza, suas flores começam a aparecer ainda nos dias frios e cinzentos do nosso inverno. E assim, antes mesmo do surgimento da nova folhagem, elas anunciam a proximidade desta nova estação.  Ele se cobre de flores das mais variadas cores, como rosa, roxo, branco e o amarelo. Prestamos atenção ao Ipê, este é a representação da primavera natural, prestemos atenção aos nossos sentimentos e podemos, através das plantas e suas cores, encontrar o equilíbrio e o verdadeiro amor que tanto almejamos.
O amor é tão encantador como o desabrochar desta árvore símbolo do Brasil. Ao admirar esta beleza entendi o que Rosa de Luxemburgo queria dizer: “O amor é algo em si mais importante e sagrado do que o objeto que o inspira. 

         E isso porque ele permite ver o mundo como um cintilante conto de fadas, porque faz aflorar o que há de mais nobre e mais belo no ser humano, porque eleva o que há de mais comum e insignificante e o craveja de brilhantes e porque possibilita viver em embriaguez e êxtase”. O amor e o ipê são tão encantadores como o desabrochar desta árvore símbolo da nossa terra.
 Desta forma, amar é uma experiência extraordinária e para vivencia-lo é necessário coragem, ele não ficou para os fracos nem para os egoístas, porque é partilha, bondade e dação.  Aos que tomaram a decisão de amar ao ficar, minha admiração, assim como me encanto com os ipês. Aos que decidiram não amar, meus sentimentos, porque não verão a primavera, preferem conviver com galhos secos e troncos cinzentos a maioria dos dias, em vez de conviver com frondosas flores.
Se cultivarmos o Ipê com carinho, ele continuará anunciando a chegada da Primavera e embelezando e alegrando o nosso viver. O ser humano precisa ser tratado com o mesmo carinho, o amor precisa ser cultivado. Então, mesmo quando pareça inexistente, desabrochará a primavera novamente.

 Mas, uma coisa eu sei, tem que ter muita coragem para amar e deixar ser amado.

Padre Carlos
 



quarta-feira, 16 de outubro de 2019

ARTIGO - Vitória da Conquista e os 60 milhões (Padre Carlos)




Vitória da Conquista e os 60 milhões



Vitória da Conquista poderá contrair empréstimos no valor de R$ 60 milhões podendo chegar aos R$ 100 milhões,de recursos junto ao Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal. Os projetos de lei que autorizam a operação já foram encaminhados para apreciação da Câmara Municipal de Vereadores.
O Município de Vitória da Conquista, precisa ter cuidado para não comprometer a sua capacidade de endividamento e assim, ficar impedido de contrair operações financeiras externas. Por qualquer parâmetro que o executivo venha usar para persuadir os nossos vereadores, não poderá negar que a situação financeira geral do município é grave. Ainda que exista uma variação considerável nas finanças da prefeitura, o cenário global é de receitas em queda por causa da redução da atividade econômica e de orçamentos fortemente comprometidos com folhas de pessoal e pagamentos de encargos financeiros, entre eles, a dívida com os agentes financeiros. Queremos dizer com isto, que transcender o poder de endividamento é ruim para qualquer município, porque impede a captação de recursos externos, e hoje todos os entes da federação vivem de captação de recursos externos, porque o gasto com pessoal e com o dia a dia da máquina consome quase toda a arrecadação dos Municípios. Afinal não são estes os argumentos para não dá aumento ao funcionalismo público?
Aprovar um empréstimo sem que tenha certeza de uma avaliação por profissionais competentes e isento do poder executivo, não seria prudente. Não podemos fechar os olhos nem ser omissos para a conjuntura que se forma, sabemos que a crise econômica que passa o país, não permite no momento tais investimentos. Não podemos ter medo, de falar estas coisas para a população, a vida é feita de coragem e os mandatos devem ser feitos deste mesmo barro. O medo de não se reeleger, pode inviabilizar o próximo governo, não permitindo que o município busque recurso para investimentos, uma vez que as receitas do Poder Executivo estarão comprometidas com a folha de pagamento dos servidores e com as demais despesas da administração.
 Qual é a fórmula, então? Buscar recursos para investimentos e endividar o município não é a única formula, pode ser até a mais fácil, mas não a única.  Não podemos a cada ano fazer ajustes fiscais para aumentar a arrecadação própria do Município. Não podemos agir como se a conjuntura fosse outra, por exemplo, até o fim 2016 o volume de recursos referente ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) proporcionava estes tipos de empréstimos. Hoje, a realidade é inversa.
Temos que nos preocupar com outras prioridades, entre elas, em conseguir equilibrar receitas e despesas, só assim, Vitória da Conquista poderá conceder reajuste salarial linear a todas as categorias de servidores. 

Padre Carlos


segunda-feira, 14 de outubro de 2019

ARTIGO - A tarefa histórica de construir a unidade (Padre Carlos)





A tarefa histórica de construir a unidade


            Política é a ciência de governar e também uma arte de negociação para compatibilizar interesses. Por isto, vemos a defesa de candidatura própria uma postulação natural e legítima do PT, o maior partido da esquerda brasileira e no nosso município. Estamos tratando aqui do partido que liderou a rica experiência de governar Vitória da Conquista por 20 anos consecutivos invertendo prioridades e modernizando a cidade por meio do processo de democracia participativa.
Vitória da Conquista aprendeu, com os governos populares, que é possível se conectar com o futuro; aprendeu que existe vida melhor e digna quando se governa para o povo. É com esta credencial de partido que liderou momentos marcantes na trajetória da esquerda conquistense que o PT atualiza sua perspectiva histórica e não pode se furtar de buscar a unidade entre o campo da esquerda e tentar recompor a Frente Conquista Popular.
Essa ação tem que traduz uma prioridade estratégica em construir a unidade progressista e de esquerda para derrotar o bloco formado pelo MDB, PTB, PSL, DEM, PSDB e demais siglas conservadoras e reacionárias que sustentam o bolsonarismo e suas políticas nefastas nos níveis federal e municipal de governo.
O PT para manter sua responsabilidade com o povo de Vitória da Conquista tem que buscar nas sus fileiras um candidato que possa agregar os aliados e saber negociar com as forças das esquerdas para neutralizar a direita em nosso município. Não podemos criar uma ilusão para as nossas militância e vender uma narrativa que as aboboras se ajeitam com os freios no segundo turno. Ninguém vai apoiar candidaturas a toque de caixa. Toda campanha deixa marcas e ferida que não cicatrizam facilmente. Um acordo político só é bom, quando contempla a todos. Será que estamos fazendo política desta forma?
O capital político e eleitoral do PT, evidenciado na sua numerosa e combativa militância, no enraizamento social lhe credencia a liderar esta frente e como partido hegemônico do projeto, criar condições favoráveis para dialogar e saber reconquistar seus antigos aliados. O povo de Vitória da Conquista não está condenado a padecer das políticas excludentes e destrutivas do bolsonarismo, e dos seus aliados na nossa cidade. Estas forças conservadoras que se faz representar no governo de Herzem Gusmão, será varrida de Vitória da Conquista.
 Da mesma forma que em nível nacional,  a esquerda tem a responsabilidade superior e urgente de deter a barbárie que extermina pobres, dilapida o patrimônio público, destrói o Estado e extingue direitos sociais, tem em nosso município a responsabilidade de buscar recompor a frente de esquerda. Estes partidos em nossa cidade têm que está à altura dessa desafiadora tarefa histórica de construir a unidade com base na dedicação da melhor energia política, partidária e social que os partidos de esquerda e progressistas e os movimentos sociais podem aportar para a vitória de toda a Frente.

Padre Carlos


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...