domingo, 20 de outubro de 2019

ARTIGO - 7º CONGRESSO DO PT (Padre Carlos)





7º CONGRESSO DO PT




Estamos atravessando uma das ´piores quadras da nossa história. A degeneração política e o medíocre desempenho econômico, a persistência da pobreza e da desigualdade, a desagregação social, a violência generalizada, o desencanto dos jovens com a política e a tolerância com a corrupção são as marcas do governo que se instalou no Palácio do Planalto.
            Para lutarmos contra esta onda de ultradireita que se abate sobre o nosso país e em muitos lugares do planeta, será necessário neste Congresso buscar novos rumos e utopias e ter a coragem de fazer uma busca no mais profundo da nossa existência para resgatar toda aquela vitalidade, sonhos e utopias que embalaram os nossos objetivos e as nossas certezas.
Desta forma, deveríamos aproveitar a oportunidade que o 7º CONGRESSO nos proporciona e fazer alguns questionamentos: Será que estamos conectados com o futuro, estamos renovando nossos quadros? Demos nestes quase quarenta anos, oportunidade para as novas lideranças que surgiram nos quadros do partido? Será que perdemos verdadeiramente, o vigor transformador da juventude? Tenho muitas vezes a sensação que enquanto a realidade se transformava, mantínhamos no nosso interior, as ideias do passado.
Não entendemos que devemos passar o bastão, hoje dentro do partido deveríamos priorizar as discursões entre presente e futuro, esta pauta é mais importante que entre capitalistas e trabalhadores; já que nossos objetivos estão voltados para os pobres e excluídos diante do avanço do neoliberalismo.
Temos que lutar para que o partido defenda bandeiras dos trabalhadores sem defender os corporativismos de determinados setores. Defender direitos dos servidores estatais, sem abrir mão da luta pela qualidade dos serviços públicos; ignoramos que estatal tem que ser verdadeiramente sinônimo de público e de qualidade, se não for assim, é melhor que fique com a iniciativa privada.
O partido tem que governar buscando coesão social e rumo histórico. Nossa proposta de um mundo melhor para as futuras gerações, não pode penalizar esta geração; temos que criar consumidores e cidadãos. Entendemos que a justiça social vem da aplicação correta e responsável dos resultados de economia eficiente; priorizando todos, principalmente os mais excluídos da sociedade.
Nossos teóricos não podem ficar acomodados em ideias simplistas, temos que reinventar a roda e fazer a economia voltar a crescer e ser justo com quem gera a riqueza deste país. Projetos de governo que colocamos todas as nossas esperanças não podem ser trocados por slogans nem os intelectuais do partido podem ser trocados por marqueteiros.
A nossa narrativa tem que ser o resultado de todo um trabalho e luta das gerações que nos antecederam e acreditaram que a gente daria seguimento as suas lutas e esperanças. Somos herdeiros de uma ética que defende a vida e programas que inclui os famintos, não trocamos princípios por poder.

Padre Carlos

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