É a minha Igreja!
Outro dia um jovem me
perguntou qual a reforma da Igreja que eu defendia? Eu olhei nos seus olhos e
me deparei com um rapaz de aproximadamente vinte anos. Naquele momento
lembrei-me de minha trajetória como cristão à beira de completar neste vinte e
sete de janeiro, sessenta e três anos e quantas coisas vividas por mim no seio da
minha Igreja.
Assim falei para aquele
pequeno aprendiz de cristão: defendo uma reforma da igreja que seja mais
evangélica e que tenha una presença forte no seio do povo, como aprendi nesta diocese com Pe. Vasco e Conceição do cabelo
branco. Aqui existiu CEBs, nas comunidades os leigos são verdadeiramente o
grande protagonista. Para isso é preciso ter consciência que os leigos nas
periferias têm também o direito das decisões.
Não existe outra forma de se tornar evangélica e continuar a
missão se não for missionário como um jesuíta que conheço, quando você pensa
que ele está na África, ele aparece no meio da selva amazônica. A Igreja que eu me refiro, tem que ter este
rosto missionário. A minha Igreja tem de estar inteiramente voltada, para o serviço. Por isto, ela deve ser toda ministerial, isto é: que devem ser criados ministérios para que os leigos e leigas, possam
de fato ter autoridade e autonomia de falar do Evangelho pela nossa Igreja.
Temos que superar esse clericalismo, um problema que nos últimos tempos se
acentuou demais dentro da Igreja católica.
A igreja serva e pobre, “uma Igreja pobre para os pobres”. Para isto, como diz Pe. Gustavo Gutierrez é necessário colocar as pessoas no centro de tudo o que é estratégia política e económica porque o ser humano tem uma dignidade sublime e deve ser a preocupação de toda a ação da Igreja. Outro ponto importante da nossa proposta é a presença cada vez mais da mulher assumindo com dignidade seu papel na sociedade e dentro da Igreja.
A igreja serva e pobre, “uma Igreja pobre para os pobres”. Para isto, como diz Pe. Gustavo Gutierrez é necessário colocar as pessoas no centro de tudo o que é estratégia política e económica porque o ser humano tem uma dignidade sublime e deve ser a preocupação de toda a ação da Igreja. Outro ponto importante da nossa proposta é a presença cada vez mais da mulher assumindo com dignidade seu papel na sociedade e dentro da Igreja.
Uma Igreja que viva também a
compaixão, ternura e piedade, como fui recebido por Dom Celso José nesta Igreja
Local. Esta é a Igreja misericordiosa,
ela é fruto do Concílio Vaticano II. O Concílio, como se sabe, é considerado
uma Primavera na vida da Igreja, um sopro do Espírito Santo, assim como hoje
muitos veem no Pontificado do Papa Francisco uma nova Primavera na vida da
Igreja e uma oportunidade desta torna-se verdadeiramente misericordiosa.
Estamos falando aqui, de uma igreja de portas abertas, isto é, uma igreja que
oferece a misericórdia do Senhor em todas as situações.
Uma igreja que estende pontes para todos os
lados, e que não vive fechada em si, como sonhou o Irmão Roger, que não é autossuficiente,
como diz o poeta: que não acha feio o que não é espelho, que não está fechada
só nos seus problemas internos, mas que procura construir um mundo melhor.
Depois que falei todas estas coisas, ele olhou pra mim e
disse: Existe mesmo esta Igreja? Eu então falei: existe e ela está no nosso
coração!
Padre Carlos.